Hoje é aniversário de 80 anos de um dos mais antigos comentaristas do “Saudades do Rio”. O prezado Mauroxará, que faz parte de nosso convívio diário com muitos comentários interessantes e que tive o prazer de conhecer pessoalmente na noite de premiação do Concurso Sherlock Holmes, no qual foi um dos ganhadores. Parabéns e muita saúde para ele.
Esta fotografia do ponto
final do lotação Lins-Lagoa, enviada no original pelo Helio Ribeiro, foi
colorizada pelo prezado Conde di Lido. Localizado em plena pista da Avenida
Epitácio Pessoa, em frente à garagem de barcos do Botafogo, era a condução
ideal para ir ao Maracanã. No para-brisas do lotação está escrito: 28 de Setembro, Estádio, Estrada de Ferro,
Carioca, Avenida Rio Branco, São Clemente.
Como conta o Mauroxará, no
início dos anos 60 a linha LINS-LAGOA possuía lotações MERCEDES-BENZ torpedo
com carroceria METROPOLITANA, bem mais bacanas que estes bravos, porém
rústicos, CHEVROLET 'Sapo' da foto. Em
geral, tinham apenas uma porta para entrada e saída, e a cobrança era feita
pelo próprio motorista. Até o início dos anos 60, não era necessário ser
empresário para atuar no ramo, bastava ter apenas uma lotação e obter licença
para atuar numa das linhas.
Vemos a pista da Av.
Epitácio Pessoa, ainda não duplicada nos anos 60, em frente à curva da Rua
Gastão Bahiana, com um ônibus e um lotação das poucas linhas que serviam à
Lagoa. Nesta época, de pouco
movimento na Lagoa, neste trecho só passavam três linhas de ônibus: uma era a
Rocinha-Mourisco, via Corte; outra a Ipanema-Estrada de Ferro, também via
Corte; e a Jacaré-Ipanema, que fazia ponto final na Praça Corumbá, mas não
cruzava o Corte. Ia e voltava por Ipanema. Quanto aos lotações, somente duas
linhas: a Largo do Machado-Ipanema, circular, e a Estrada de Ferro-Ipanema.
Vemos o interior de um
lotação. Os avisos são: "É proibido conversar com o motorista",
"Preço Único $ 5,00" e "Lotação 19 Passag.". O trajeto,
escrito no vidro dianteiro, indicava: "Copacabana", "Túnel
Novo", "Barata Ribeiro", "Ipanema", o que indicava que
a linha era, provavelmente, a "Estrada de Ferro - Leblon". Em
primeiro plano vemos a caixa coletora. Aquele assento ao lado do motorista
propiciava grandes emoções.
Antes de mais nada é importante cumprimentar o aniversariante. 80 anos não é para qualquer um.
ResponderExcluirQuanto aos lotações não acho que mereçam a má fama que têm. As vans são muito piores.
Parabéns, Mauro. Muitos anos adiante, com saúde. Abraço.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirParabéns para o ilustre comentarista. Os ônibus e lotações traziam o itinerário escrito no vidro dianteiro. Mais tarde ganharam uma ou mais placas para usar em cada linha daquele veículo. Atualmente têm vistas eletrônicas (quando funciona)... Com o fechamento da Viação Acari ônibus de outras empresas assumiram as linhas e estão usando até folhas de papel grudadas no vidro para identificar as mesmas.
Em primeiro lugar parabéns para o Mauro e muito sucesso para ele.## O sistema de Lotações era frágil, rudimentar, e precisava ser reorganizado. Essa regulamentação foi parte do plano de Lacerda para entregar o sistema de transporte público às empresas de ônibus, a maior fonte de corrupção de autoridades públicas do mundo conhecido. Negrão de Lima deu continuidade ao plano de Lacerda e o resultado disso é do conhecimento de todos.## Quanto ao itinerário do Lins-Lagoa, tratava-se de uma "viagem". O grande "nó" desse itinerário era na região da General Canabarro, Avenida Maracanã, e Rua Amapá.
ResponderExcluirOnde fica a Rua Amapá?
ExcluirEntre a estação de São Cristóvão e a Praça da Bandeira. A abertura da Radial Oeste acabou com quase toda essa rua.
ExcluirFeliz aniversário Mauroxará! o homem que entende tudo de ônibus. Quando criança, gostava muito de andar de lotação. Lembro que os pequenos vidros acima das janelas eram na cor verde. Tanto nos lotações como nos ônibus, as fichas eram furtadas na maioria das vezes para serem utilizadas como palhetas de jogo de botão ou coleção. Outra mensagem que aparecia até uns dez anos atrás: "fale com o motorista somente o indispensável"
ResponderExcluirBom dia! Estive um tempo ausente com tanta obrigação que para enumerar já me cansa. Vou deixar um parabéns para o nobre aniversariante do dia e "correr atrás do atraso" com tantas postagens pedidas.
ResponderExcluirUm abraço ao aniversariante Mauroxará!
ResponderExcluirQue desfrute desta data, redonda, e importante.
Na minha infância, início dos 70, tive várias dessas fichas coloridas que "davam" nos ônibus. Acho que depois foram substituídas por tickets de papel colorido.
E o banco dianteiro e solitário dos ônibus, o tal do "Jesus me chama" era disputado pelos aventureiros, ou recusados pelos medrosos.
No cinema, hoje é comemorado o starwarsday!
Parabéns ao Mauro. Que continue firme, inclusive aqui com seus comentários.
ResponderExcluirAssim como nos bondes, minhas lembranças sobre viagens em lotações são muito poucas. Lembro mais da minha mãe reclamando sobre a dificuldade em conseguir entrar em algum deles, quando estávamos em pontos aguardando um coletivo. Vários com o pequeno letreiro de "lotado" aceso.
Porém a foto do interior do lotação ajuda bem a trazer as lembranças dessas viagens.
Parabéns. Apesar de muita coisa errada nessa época ao menos não tínhamos as catracas, sempre que passo por uma me faz lembrar que somos gado. Países pobres como o nosso não as usam , tipo Uruguay e Argentina.
ResponderExcluirOs lotações que não eram de empresa tinham uma faixa colorida na cintura. Havia 3 cores: marrom, verde escuro e branca. A cor indicava a região da cidade onde ele circulava. Se bem me kembro, Zona Sul, Zona Norte e Zona da Leopoldina e Oeste. A branca era para essas duas últimas. A verde e a marrom não lembro para qual zona eram.
ResponderExcluirParabéns ao Mauro, que hoje não fará comentários justamente sobre o assunto em que é especialista. Ele mora próximo a mim e o conheci durante uma visita à antiga cabine de sinalização ferroviária do Engenho Novo. Ele é membro da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.
ResponderExcluirParabéns ao aniversariante 4 x20. Transporte público em cidade grande é complicado. E quando os concessionários são, geralmente, da pior espécie, a coisa complica. E a geografia do Rio ora facilita, ora complica. Me lembro das aulas dos maciços. Os tuneis seriam solução. Numa consulta rápida temos
ResponderExcluirMaciços:
Pedra Branca
Tijuca Pico da Tijuca 1.022m
Gericinó Pico do Guandu 964m
Serras : Engenho Novo e Misericórdia
Morros Pão de Açúcar, Viúva e Inhoaiba
Isolados
Colinas Outeiro da Glória
Planícies Guaratiba, Jacarepaguá e Campo Grande
Restingas Copacabana, Ipanema-Leblon, Marambaia
e Jacarepaguá
Se excluirmos os maciços, algumas serras mais íngremes e florestas densas, a cidade possui menos de quarenta por cento de áreas habitáveis.
ExcluirEm São Paulo ocorre caso semelhante; só a Cantareira já ocupa uma extensa área da cidade.
Quando havia lotações, eu andava muito no Usina x Copacabana e no Usina x Leblon, que não eram de empresa.
ResponderExcluirEm 1967, já extintos os lotações no Rio, fui trabalhar em Belém e lá eu andava na linha 209 - Perpétuo Socorro.
O Fontenelle tinha andado por lá e reorganizado as linhas e dado número a elas. Mas todas eram da centena 200 e todas eram circulares.
Paravam à meia-noite. O carro que fazia a última viagem de cada linha era chamado de Jesus. Não sei por que.
Havia poucos ônibus. Alguns eram do Rio, da Braso-Lisboa. Os lotações das linhas cariocas 240 - Carioca x Taquara e 241 - Carioca x Freguesia também foram para lá. Eram verde e amarelos.
A maioria do transporte era feito por veiculos de carroceria de madeira em cima de chassis de caminhão. Como a fixação não era bem feita, a carroceria ia chacoalhando em cima do chassis. O motor era externo.
Indo para casa, eu pegava o 225 - Pedreira ou o 244 - Mauriti ou o 246 - Barão do Triunfo, pois morava na travessa Estrela, bairro da Pedreira.
Bons tempos. Meus 20 anos.
Boa tarde a todos. Parabéns ao mestre Mauroxará, desejo ao amigo saúde, paz, felicidades tudo de bom hoje e sempre. Eu gosto do Brasil pela nossa capacidade de sempre conseguir piorar uma situação que já era ruim ou péssima. Lembro de como o povo reclamava das lotações, quase sempre correndo muito, bastante danificadas internamente, sem qualquer conforto ou segurança para o passageiro, pois bem, 30 anos após terem sido retiradas de circulação, arrumamos as VANS, que com todos problemas que existiam nos lotações, conseguiram ser piorar ainda mais o conforto e a segurança do passageiro, além na sua grande maioria serem controladas pelo crime organizado. O Brasil é um caso que nem a NASA consegue explicar.
ResponderExcluirCorreção no meu comentário sobre Belém: o último carro não era chamado de Jesus, e sim de Cristo.
ResponderExcluirNão peguei essa época dos Lotações. Transporte público é sempre um problema sério. Várias empresas de ônibus estão sucateadas. Outras já acabaram. O metrô ainda está muito longe do plano original. As barcas também deixam a desejar, principalmente na Ilha do Governador. Ainda bem que surgiram nos últimos anos o UBER, o 99 e outros aplicativos.
ResponderExcluirBoa tarde a todos!
ResponderExcluirFeliz aniversário, Mauro! Paz e Saúde1
Peguei a época de transição entre as fichas e os papéis coloridos. Com a unificação das tarifas municipais eles perderam o sentido, mas continuavam (ou ainda continuam?) a toda nas linhas intermunicipais.
ResponderExcluirEu gostava de ficar no banco isolado da frente, isso quando a entrada era por trás. Hoje ainda existem bancos isolados na frente, mas como a saída é por trás não é tão interessante.
Sobre os currais, houve uma época que havia duas roletas em sequência por causa de calotes. Acabou depois de um incêndio (acho que perto da Saens Pena) onde pelo menos um passageiro morreu carbonizado por não conseguir sair do ônibus.
Mauro, Parabéns!
ResponderExcluirQue Deus te proteja e te ilumine ainda por muitos anos!
Felicidades!
Que tenha tido um dia repleto de luz e paz!
Parabéns ao Mauro Xará, que venham muitos mais e que a lucidez siga acompanhando-o nesta jornada. É impressionante sua memória e correção nos comentários.
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