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terça-feira, 22 de junho de 2021

TV CONTINENTAL

Nesta foto, do acervo Rouen, vemos o prédio da TV Continental, canal 9, em 1959, ano de sua fundação. Acho que a estreia da TV Continental foi com a transmissão do jogo Brasil 2x0 Inglaterra, em 1959, em que o Julinho entrou vaiado (porque "barrou" o Garrincha) e saiu aplaudidíssimo (porque foi o melhor jogador em campo).

Quando foi anunciada fiquei entusiasmado com a perspectiva de que fosse o que são hoje o Sportv e a ESPN, exibindo na TV toda a excelente programação da Rádio Continental, uma das líderes das transmissões esportivas, com Waldyr Amaral, Benjamin Wright, Clóvis Filho, Carlos Marcondes, Teixeira Heizer, cujo primeiro nome era Hitler, Raimundo Mendonça e muitos outros. Mas, confesso, foi uma decepção, pois não havia tanto esporte transmitido ao vivo. Não foi páreo para a TV Tupi, canal 6, nem para a TV Rio, canal 13, as outras estações existentes na época. O endereço era na Rua das Laranjeiras nº 291, onde fui algumas vezes para responder sobre regras de futebol no programa do Armando Marques. Cheguei a ser sorteado e acertando a resposta ganhei um rádio de pilhas. O Conde di Lido também tem alguns casos interessantes a contar sobre a TV Continental. Assim como o Docastelo e o Eraldo.

O estúdio era enorme e abrigava até uma piscina, onde se apresentou a equipe de balé aquático do Fluminense, sob o comando de Eloá Dias. A equipe de reportagem, tal como na rádio, era comandada por Carlos Pallut.  Havia muitos programas musicais. A transmissão de jogos de futebol pela TV criou um problema para o Waldir Amaral, cuja locução sempre foi bastante atrasada em relação aos lances que se desenvolviam no campo.  Lá em casa o "velho" assistia sempre ao programa do cantor português Francisco José, que toda vez cantava "De quem eu gosto nem às paredes confesso..." Gilson Amado também teve um programa que fazia sucesso na TV Continental. Salvo engano aos domingos à noite era exibido “Ivanhoé”. Quando apareceu o vídeo-tape era exibido o jogo de futebol da rodada.

Como Rubem Berardo era do PTB, após 1964 a coisa complicou para o lado dele e, no início dos anos 70, a TV Continental desapareceu.

 

Aos domingos a mesa-redonda chamava-se "Prova dos 9", salvo engano.   
Comandada por Carlos Marcondes, o comentarista que tira a prova dos nove, tinha o locutor Clóvis Filho, que ao contrário do Waldir Amaral, seguia o lance de perto, Avelino Dias e o ótimo "Repórter que Sabe de Tudo", o Luiz Fernando.
Tinha transmissão de futebol, luta de boxe com o Tércio de Lima e outros esportes.

Luiz Bonfá tinha um programa na Continental e suas instalações eram ótimas. Por exemplo, seu grande estúdio contava com ar condicionado (os artistas não apareciam brilhando de suor sob refletores como nas outras emissoras) e até piscina para realização de programas que exigissem água (balé aquático, cenas de teatro e seriados foram alguns casos). Seus equipamentos eram avançados para a época (por exemplo, captavam em estéreo, um luxo!) e sua programação, pioneira. Apresentava Hebe Camargo como "animadora de auditório" no “Hebe comanda o espetáculo” e “O mundo é das mulheres”, Jô Soares como entrevistador-comediante, o humorista Miele, e o locutor Heron Domingues, a Nicete Bruno como protagonista de um seriado (Dona Jandira).

Tinha dramaturgia de excelente qualidade e atores idem (Francisco Milani, Joana Fomm, Paulo Goulart). Nos musicais, foi imbatível, com sensacionais shows comandados por Agnaldo Rayol, Elizeth Cardoso, Ivon Cury, Caubi Peixoto, Vicente Celestino e outros tanto quanto.



A TV Continental fez uma das melhores coberturas dos temporais de 66 e 67, pois ela estava exatamente no meio da destruição. Em 1966 uma câmera foi colocada na porta e mostrava carros, árvores, pedaços de construção descendo a Rua das Laranjeiras Já em 1967 sua equipe de reportagem foi a primeira a chegar na tragédia do desabamento dos prédios no fundo da General Glicério, novamente por estar do lado da emissora.

Vemos a entrada de um bloco no Programa Silvio Mendonça, transmitido pela TV Continental. Possivelmente o bloco era do Jacarepaguá Tênis Clube. Foto garimpada pelo Tumminelli na feira da Praça XV. 


Vemos a Distac, autorizada Volkswagen que possui o mesmo endereço da extinta TV Continental (canal 9): Rua das Laranjeiras nº 291 Tel. 25-7230, em foto já do século XXI.

A Continental foi uma das 3 primeiras emissoras de televisão depois da TVTupi, canal 6, e da TV Rio, canal 13. Pertencia a Rubens Berardo e seus irmãos Carlos e Murilo.  Foi ao ar a partir das 19h do dia 30 de junho de 1959. A TV Continental desligou suas antenas em 1972, quando não estava mais neste local, mas no Boulevard 28 de Setembro nº 258, em Vila Isabel.



35 comentários:

  1. Pequena correção: queda dos predios em Laranjeiras foi em 1965.Cordiais saudações Paulo Franca

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    1. Do blog de andredecourt, 2 de janeiro de 2010:

      "A foto de hoje, do arquivo do Globo, mostra a destruição causada pelo escorregamento de uma grande massa de terra, rochas e vegetação, que em duas etapas, arrancou das fundações 3 prédios de apartamentos nas Ruas Gal. Glicério e Belisário Távora no grande temporal de 1967.
      (...)[C]onheço razoavelmente a da cidade do Rio que é, pelas fotos dos jornais, análoga à da Ilha Grande. Nosso relevo é constituído de grandes morros de gnaisse, cobertos por uma grossa capa de sedimentos, que, com com o passar dos séculos, vai se avolumando e retendo frondosa vegetação, o equilíbrio é precário, por mais que seja preservado esse sistema. Basta o enfraquecimento de uma pequena parte da adesão entre a capa e o leito rochoso para, principalmente no caso de muita chuva, ela se soltar e levar também um longo trecho abaixo.
      É o que vemos na nossa imagem e nas de hoje nos jornais. Uma grande clareira composta de rocha nua e uma trilha de destruição que tudo leva, numa avalanche que vai ganhando mais força ajudada pela gravidade e a massa do deslizamento que cada vez fica mais pesada.
      Em 1967, a grande cabeça d’água atingiu o Vale de Laranjeiras, como áreas vizinhas, tais como Silvestre, Catumbi, Rio Comprido, Santa Teresa em geral, Glória, Flamengo. Tendo havido repercussões também na área de Humaitá, Botafogo e parte de Copacabana.
      Meu pai estava acabando de erguer, para clientes, duas casas na Rua Itamonte, no alto Cosme Velho, área atingida por uma dessas torrentes de lama que veio do Silvestre. Uma das casas, térrea, de grande tamanho, foi varrida do mapa, só o piso e fundações sobraram. A outra só não teve destino igual porque duas grandes árvores que não haviam sido removidas do terreno tombaram formando uma barreira na torrente de lama, mas a casa foi muito avariada, perdendo quase todas as paredes de alvenaria simples do primeiro pavimento. A Rua Itamonte desapareceu, ficando uma profunda cava, todos os paralelepípedos, tubulações, postes, meios-fios e até mesmo muros de casas foram tragados e levados quilômetros abaixo do vale. Meu pai conta que um dos carros estacionados na rua foi achado praticamente irreconhecível perto do Largo do Machado.
      Ao mesmo tempo a primeira leva arrasava dois prédios de pequeno porte na Rua Belisário Távora, se encostando, os destroços misturados com muita terra e vegetação, em um prédio logo abaixo, na Rua Gal. Cristóvão Barcelos, quase esquina com a Gal. Glicério. Prédio este que resistiu à pressão, sendo interditado pelo Corpo de Bombeiros.
      Esse prédio tinha sido construído por um amigo de meu pai, que rompeu o cordão dos Bombeiros, como engenheiro do EGB, para inspecionar o prédio e pegar documentos da irmã, que nele morava. Nesse momento, a segunda leva escorregou do topo do morro levando a Rua Couto Ferndandes, o que sobrava da Belisário Távora e ganhando grande velocidade na rocha nua, atingindo os escombros abaixo e o prédio, que apesar de boa estrutura teve seus pilares arrancados da fundação, sendo jogado no meio da rua e soterrado pelos destroços e lama. Meu pai perdeu o amigo...
      (...)O Rio tem um histórico de grandes temporais, que produzem grandes deslocamentos de terra nos morros, documentados desde as Águas do Monte, no séc. XIX. A última grande tragédia foi em 1967; 1988 e 1992 foram episódios medianos.
      Enquanto isso, nossos governantes se abrigam nos questionáveis guarda-chuvas de “entidades” manda-chuva, seguros de sua impunidade, que um dia cessará."

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  2. Olá, Dr. D'.

    Canal 9 para mim só a partir da TV Corcovado, do SS. Depois, por um tempo, MTV, e a partir do começo dos anos 90, rede OM e por fim CNT. O canal físico em VHF foi desligado recentemente e o sinal atual vem do UHF.

    Eu tenho o álbum com o original dessa primeira foto, que mostrava também a fachada das outras emissoras da época do IV Centenário.

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  3. Bom dia a todos. Vamos aguardar os "causos" dos mestres Conde di Lido, DoCastelo e Eraldo, e outros comentaristas. Eu só assistia este canal em dias de jogos, que eram raros naquela época serem transmitidos ao vivo.

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  4. Em tempo: falando em TV Tupi, temos desde a semana passada uma coisa bizarra na TV por assinatura da Claro / NET do Rio, com parte da programação da rádio Tupi transmitida simultaneamente em dois canais. Quase uma "TV" Tupi...

    FF: se não tivesse comorbidade, hoje seria o dia...

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  5. Meu pai não gostava da TV Continental, principalmente das transmissões esportivas. Implicava com o Carlos Marcondes dizendo que ele comentava "sem a dentadura". O Waldir Amaral pelo que consta foi contratado pela Rádio Globo em 1961. Eu particularmente gostava muito das "irradiações" do Waldir Amaral , principalmente de alguns de seus bordões: "o visual é bom, tem bala na agulha" ou então "chutou mal, pé torto, saca-rolha". Ele mantinha-se imparcial, ao contrário de Jorge Cury que torcia descaradamente pelo Flamengo.## No número 258 da Avenida 28 de Setembro existe um prédio de apartamentos construído no final dos anos 50 e que possui uma galeria de lojas no térreo. FF: A perseguição ao "Serial Killer" Lázaro que mobiliza a mídia nacional teve ontem um fato que mostra a hipocrisia de algumas instituições, em especial a "Defensoria Pública". A citada instituição pediu à Vara de Execuções Penais "garantias" para que o criminoso, caso seja capturado, fique em cela separada, não seja exposto à mídia, e seja acompanhado por psicólogos". Só faltou pedir "acomodações especiais e quatro refeições por dia". "Isto é Brasil".

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  6. Pode ser engano da minha parte, mas esse endereço de Vila Isabel é (ou foi) sede de uma emissora de rádio do ramo evangélico.

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  7. Esse canal era pouco visto nas paragens de Campo Grande e outros bairros da antiga Zona Rural simplesmente porque "não pegava" bem. Na época ainda não havia a antena repetidora do Mendanha e a distância para o Sumaré, somado ao paredão do Maciço da Pedra Branca, não permitiam a boa recepção. O sinal chegava cheio de chuviscos e múltiplos fantasmas, isso quando chegava. Nem as grandes antenas "espinha de peixe" e boosters poderosos davam jeito. As emissoras que tinham o melhor sinal, na ordem, era a Tupi, Globo e TV Rio.

    Quanto as transmissões parciais para o Flamengo, vem de longa data; Ary Barroso já fazia isso lá nos anos 50. Aliás, essa "fleuma" dos flamenguistas sempre existiu, desde que eu me conheço por gente. Maria Alcina cantando "Fio Maravilha", Jorge Ben, Ciro Monteiro, era um massacre, que se estende até hoje. Depois, nos anos 70 eles iniciaram a moda, que existe até hoje, de colocar o tal "manto" nas personalidades internacionais que chegavam no Rio. Era engraçado ver a cara de constrangimento dessas personalidades, que tinham que vestir a camisa "espontaneamente"...

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    1. Lembro do Ary Barroso dizendo quando o Flamengo sofria um contra-ataque: "Não quero nem ver!". E ficava mudo. Devia estar com os olhos fechados...
      Wagner, você esqueceu do Gilberto Gil mandando um abraço para a torcida do Flamengo e do Aldyr Blanc, vascaíno doente, numa delas começava com "Quando você gritou mengo, No segundo gol do Zico,
      Tirei sem pensar o cinto, E bati até cansar..."
      Quanto ao manto, o tricolor Nelson Rodrigues escreveu "Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

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  8. Realmente, quando estava no Maracanã assistindo aos jogos e acompanhando a narração do Waldyr Amaral pelo radinho, ele sempre estava atrasado em relação aos lances no campo. Lembro de um Botafogo x Fluminense, que até comentei com meu pai, que o Felix tinha batido o tiro de meta bem na frente da torcida do Botafogo, a bola já estava no meio de campo e Waldyr Amaral narrava: "bate o tiro de meta Félix....". Juntamente com Jorge Cury, foram os dois maiores narradores de futebol que ouvi em toda aminha vida. Ao final dos anos 70, a Rádio Globo conseguiu reunir os dois e nos clássicos dos domingos, cada um narrava uma etapa. Era simplesmente sensacional. que saudade que eu tenho destes locutores! na época, estava surgindo José Carlos Araújo, com grande potencial, que narrava os jogos das rodadas das quartas feiras a noite, sempre confrontos de um time grande contra um pequeno. A mesa redondas de debates esportivos, comandadas pelo Marcondes da TV Continental era muito boa sim.

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    1. Doalcei Bueno de Camargo foi outro grande narrador de futebol no rádio. Eu não gostava da transmissão do Waldyr Amaral.

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  9. Até os anos 70/80 essas "preferências" de locutores e comentaristas esportivos poderiam ser tomadas como "inocentes", apesar de arbitragens tendenciosas e mesmo criminosas serem constantes. Após o advento da "Nova República" onde a corrupção desenfreada, o tráfico de influência, e de "otras cositas más", tomaram conta do Brasil, o futebol não poderia ficar de fora. Figuras como Havelange, Ricardo Teixeira, Eduardo Viana, Eurico Miranda, Dunga, Ronaldo, Galvão, Tite, e outros elementos, deram a tônica e pintaram o quadro atual do Futebol Brasileiro. As "preferências" se transformam em corrupção, associação criminosa, e outras coisas. ## O comentarista "anônimo" das 08:10 acabou "botando a cara".

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  10. Luiz, permita-me uma pequena correção no início do texto, a transmissão inaugural foi com a encenação da peça Orfeu do Carnaval. Lembro bem pois coincidiu com meu aniversário. Outra lembrança que guardo era a do jornalismo, comandado pelo Carlos Palut famoso pelos furos.

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  11. Nos anos 60 por duas vezes atendi pesquisadores de audiência na porta de casa e uma para TV foi justamente na hora que meu pai estava assistindo o citado programa de "mesa redonda" da Continental quase na hora do almoço de um domingo. A outra foi de rádio e ele estava sintonizado na Rádio Guanabara, para a transmissão de um jogo. Nesse caso eu acho que o pesquisador era da Globo ou da Tupi, nada comentou, mas "torceu o nariz".

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  12. O papo hoje é sobre futebol, terreno incógnito para mim. Para não passar em branco, lembro aquela outra famisa música do Francisco José: "Teus olhos castanhos / De encantos tamanhos / São pecados meus. / São estrelas fulgentes / Brilhantes, luzentes / Caídas dos céus" etc.

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  13. A CBF é uma vergonha internacional desde a década de 80, ou até antes.
    O tri de 70 fez "crescer os olhos" de muitos dirigentes, o que deve ter contribuído muito para o jejum de 24 anos em Copas do Mundo.
    Agora está surgindo um novo Clube dos 13 (nessa versão seriam uns 40), querendo organizar o Brasileirão e a Segundona.
    Em 1987 a CBF criou uma grande confusão ao informar que não organizaria o campeonato brasileiro e depois que o Clube dos 13 assumiu a "criança" e a deixou arrumadinha, os cartolas da confederação entraram no meio e criaram a grande confusão de arrumarem os confrontos entre os campeões e vice da 1ª. divisão contra os da 2ª., coisa que, que pelo menos a princípio, o Clube dos 13 não aceitou.
    A dupla Fla e Inter apenas mantiveram a palavra de não jogar contra Sport e Guarani.
    Teoricamente o Sport Recife é único clube campeão das duas principais divisões em uma mesma temporada.
    No ano 2000 a CBF saiu fora outra vez e o Clube dos 13 voltou a organizar o Brasileirão e teve um famoso clube que saiu direto da terceira para a primeira divisão.

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    1. Campeão e vice da primeira divisão contra o campeão e o vice da segunda divisão? Quer dizer que o Guarani, vice campeão brasileiro de 1986 estava na segunda divisão no ano seguinte? E o América, terceiro em 1986 também foi "rebaixado" e estava na segunda em 1987? Curioso....

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    2. O Fluminense caiu em 1997. E disputou a Segunda Divisão. Caiu em 1998, e, para espanto de uma opinião pública descrente, disputou e ganhou a Terceira Divisão, tendo a correr pela beira das várzeas em que jogou com um técnico tetracampeão do mundo. Estava o time preparado para disputar a Segunda, em 99, quando um imbroglio jurídico - por sinal, mais uma vez envolvendo até a medula o vestal Botafogo, do ínclito Bebeto, e o São Paulo do nem tão ínclito Sandro Hiroshi. Patrocinado pelo Gama (DF), prometia inviabilizar a realização do Brasileiro de 2000. À semelhança de 87, com a Copa União, optou-se por entregar ao Clube dos 13 a organização do Brasileiro, que recebeu a redentora alcunha de Copa João Havelange. Foram muitos os convidados, afinal a JH contou com a oceânica participação de 116 clubes! Seu regulamento era um convite ao delírio, e possibilitou inúmeras "viradinhas" de mesa nos módulos inferiores. Foram mais de 10! A JH produziu ainda um absurdo diante do qual toda a imprensa brasileira se calou: o fato de o São Caetano ter se habilitado à Libertadores sem que houvesse disputado a Primeira Divisão. Estranho, não é?

      Se a JH serviu como base para definir os representantes brasileiros na Libertadores, por que não serviria para definir os participantes de nossa Primeira Divisão do ano seguinte?

      Em tempo: eu não sou advogado do Fluminense!.....rsrsrs

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    3. Fizeram uma covardia com o América, que em 1986 foi o terceiro colocado. Como disse na época o vampiro Bento Carneiro "Minha vingança será maligrina". Pelo menos a metade já foi cumprida: Vasco e Botafogo estão na segundona e por lá se perpetuarão...

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  14. Tem razão o autor da postagem quando menciona no introito sua decepção quanto à queda da expectativa com relação à amplitude da cobertura esportiva por essa desaparecida emissora. Falava-se então em equipamentos de última geração como, por exemplo, várias unidades móveis modernas para cobertura de eventos esportivos externos, câmeras portáteis que ainda estariam em experimentação etc.. Eram na verdade ideias visionárias que a imprensa da época e o imaginário popular ajudou a propalar. Para se ter uma ideia as primeiras câmeras portáteis no país foram usadas pela TV Globo no carnaval de anos depois, e foram apelidadas de "globetes" pelo diretor Walter Clark.
    Mais tarde, com a constatação do fracasso dessas expectativas, atribuiu-se a uma orgânica falta de recursos das Organizações Rubens Berardo que teriam usado de estratégia de marketing para captar publicidade. A alternativa foi a emissora se dedicar a uma programação comum às demais tvs, fugindo ao ineditismo esperado.

    Lembro de ter assistido ao jogo entre Brasil e Inglaterra onde a atração inicial foi a monumental vaia dos torcedores revoltados pela não escalação de Garrincha, lesionado na ocasião. Logo após o jogo, vencido pelo Brasil por dois gols a zero, um deles do jogador Henrique Frade, centro avante do Flamengo, o ponta direita palmeirense Julinho declarou que ficou revoltado com a manifestação dos espectadores. Entrou em campo com raiva e realizou talvez uma das melhores partidas de sua vida. A propósito, presente no estádio estava o futuro candidato à Presidência da República, o Gal. Henrique Teixeira Lott, que perguntado sobre o que teria achado da partida declarou que ficou impressionado com o "cidadão que se posicionava à direita do campo".

    Quando à minha primeira e única ida a um estúdio de televisão ocorreu justamente no então Canal 9, TV Continental, durante a apresentação do coral do colégio onde estudava. Como membro do referido grupo musical, e empolgado pela nova experiência, tratei de informar a parentes e amigos sobre o evento marcado para determinado dia, à tarde. O que não sabíamos era que o coral não seria a principal atração do programa, sendo mais uma atuação secundária de apoio às demais atrações. Isso resultou no encobrimento de parte do coral pelo cenário instalado pela produção, eu inclusive. Resultado: Ninguém me viu.

    Finalmente, com a postagem da última foto, pela primeira vez comento sobre um episódio que ocorreu nessa concessionária (DISTAC) que teve como protagonista uma senhora amiga da família. Por coincidência os fatos aconteceram nessa mesma época (22/06), data da véspera do seu aniversário. Tendo escolhido como presente um modelo dessa marca (Gol 1.8, branco, s/ opcionais) dirigiu-se à concessionária onde foi abordada por um vendedor que de pronto se manifestou desatencioso com a senhora que se vestia modestamente na ocasião. Percebendo a flagrante desatenção a senhora saiu da loja e entrou em um salão de beleza. Depois do "trato no visual" trocou de roupa e voltou à concessionária, sendo recebida pelo mesmo vendedor, agora de forma bem diferente. Resultado: A senhora repeliu a abordagem, fazendo questão de realizar a compra do veículo com outro profissional, para espanto do seu incompetente colega. Uma história simples mas que se repete.

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  15. Mas pior do que as transmissões de rádio, são as transmissões na TV, ainda mais agora que arrumaram duas mulheres para fazer transmissão, que chega a dar raiva, a voz das duas é desagradável e como não conhecem os jogadores, passam mais tempo caladas ou falando abobrinhas. Atualmente assisto aos jogos sem som, pois além dos narradores me irritarem, ainda tem os comentaristas que não entendem nada de futebol, falando besteiras sobre a partida, sem contar aqueles que passam o tempo todo falando de estatísticas ou fatos passados. Como dizia o mestre Zizinho, técnico brasileiro e comentarista de futebol, falam tudo de cor e salteado o que está escrito nos livros, mas ao olharem para o campo, não entendem nada do que está se passando dentro dele. Aliás hoje também 99% dos jogadores também não enxergam nada do que se passa dentro de campo.

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  16. O atendimento nas concessionárias da maioria das marcas é muito ruim; as japonesas (Honda/Toyota) ganharam mercado, além da qualidade em geral dos carros, também por oferecer um atendimento (na venda e pós venda) melhor.

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  17. A última parte do comentário das 12:14 retrata uma situação que acontece frequentemente. No filme "Assalto ao trem pagador" de 1962, o personagem Grilo de Reginaldo Farias sofre um constrangimento semelhante em uma agência de automóveis na Avenida Atlântica. O vendedor julgou o "Grilo" pela aparência apesar do mesmo ser louro e de olhos verdes. O preconceito não foi racial e sim social. No passado as coisas eram civilizadas. Meu avô tinha um grande cofre de ferro em sua casa na Tijuca. Um Domingo de 1968 meu pai se interessou por um Gordini III que estava exposto em uma Agência da Rua José Higino com Rua Conde de Bonfim. Fechou negócio e foi buscar o dinheiro que estava guardado no cofre de meu avô. Tudo muito simples e feito de forma civilizada. E ainda existe gente que critica a forma como se desenvolvia a vida cotidiana do passado. ## Rubens Bernardo foi "cassado" pelo Governo Militar.

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  18. Boa tarde a todos!
    Já citei em outras ocasiões o caso, contado em entrevista pelo Miéle, da "fazendinha" no estúdio, que empesteou a emissora através do ar condicionado central, e (este eu assisti ao vivo) ao noticiário que saiu do ar por conta de uma piada.
    F. F.: Helio Ribeiro:
    "... "Olhos verdes são traição/São cruéis como punhais..."
    Quando garoto eu era atendido por um dentista com olhos verdes. Quando ele vinha com a broca ou a seringa, eu lembrava da música e ficava apavorado!

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    1. Salve "Lobo"! O cantor português Francisco José foi sócio de um restaurante em Copa chamado Adega de Évora (r. Santa Clara, 292). O sucesso desse tema (Teus Olhos Castanhos) foi de tal ordem que gerou um filme de 1961 com o mesmo nome. O cantor faz o papel principal e par romântico com a atriz Araci Cardoso. Luiz Delfino e Álvaro Aguiar (o "Anjo", da série do rádio) são os coadjuvantes.

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    2. Salve, Docastelo! Alguém me contou que o filme era parte em preto e branco, parte em cores, correspondendo à cegueira e posterior visão restaurada de um dos personagens.

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  19. Frases ou bordões marcantes de Waldir Amaral. No gol: "tem peixe na rede do Flamengo, indivíduo competente o Jairzinho, 10 é a camisa dele! choveu na horta do Botafogo". Lá vai o Jairzinho feliz, cantando alegria! no encerramento da transmissão: "encontra-se vazio e dormindo, o Gigante do Maracanã. Você, ouvinte é a nossa meta".

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    1. O Maracanã de todos era gigante. O atual, que não é mais de todos, apesar de que todos pagaram as suas inúmeras reformas, deixou de ser gigante.

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    2. Lá vai Jair, lá vai feliz, cantando alegria! Peçam bis ao Jair (acho que havia um programa musical na rádio (Globo?) chamado "Peçam Bis ao Muniz"

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  20. Colaborador Anônimo22 de junho de 2021 às 17:21

    O relógio maaaaarcaaaaa !

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  21. Ainda sobre o campeonato brasileiro de 1987, o Guarani aceitou disputar o torneio equivalente à segunda divisão, o América não. Só depois a CBF quis mudar o regulamento.

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  22. Permita-me: "Está deserto e adormecido o gigante do Maracanã".

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  23. Gostava do "Enquanto a bola não rola". Indo pro Maraca com o radinho. Uma vez meu filho, com 10 anos, foi sorteado e assistiu o jogo na cabine da Radio Globo com o José Carlos Araujo e Carlos Alberto Torres comentando. Muita emoção.

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