O relógio da Glória foi inaugurado no governo
Passos para arrematar as obras de aterro da velha Praia da Lapa, criando a Av.
Beira Mar, e embelezando a velha amurada construída pelo Marques do Lavradio
com balaústres retirados da Praça Tiradentes. Possui até hoje o seu maquinário
original, algo muito raro, e que em qualquer lugar do mundo seria tratado com
reverência.
Conta Dunlop que, como não havia eletricidade no bairro ainda, quando o relógio foi instalado no início do século XX, a Prefeitura apelou para a Cia. Ferro Carris do Jardim Botânico. Entretanto, a Companhia verificou que todo o dispositivo do relógio foi estabelecido de maneira a receber subterraneamente a corrente, o que diferia do modo pelo qual a eletricidade chegava aos bondes.
Querendo colaborar com a Prefeitura, mas resguardando seus interesses, mandou a seguinte comunicação: "Para não atrapalhar a inauguração a Empresa fará uma exceção, em caráter provisório, uma vez que fique estabelecido que se houver algum transtorno na nossa linha, resultante da derivação subterrânea de energia elétrica para aquele ponto, reserva-se a Companhia o direito de desligar a corrente, avisando-vos, oportunamente, para que vos digneis providenciar a fim de que seja feita de outra qualquer maneira a iluminação do referido relógio.". Ou seja, está aí um dos primeiros "gatos" elétricos da história do Rio de Janeiro.
Cartão Postal, da Casa Staffa, que circulou
por volta de 1905, mostrando a Rua da Glória e o relógio de quatro mostradores,
ainda hoje existente. Ao fundo, a Igreja de N.S. da Glória do Outeiro. Na legenda podemos ler "Caes da Glória".
Belíssima pintura de Gustavo Dalla 'Ara. Possivelmente esta
cena retrata um "promenade” domingueiro.
Reparem o belo banco de granito incrustrado na base do relógio, sem dúvida ali planejado para os que marcaram encontros no relógio pudessem sentar e esperar descansando um pouco. Sem dúvida um singelo detalhe de uma época onde o tempo corria de forma mais lenta e essa região era bem mais agradável. Atualmente as pichações agridem o pedestal do relógio, mas os motoristas do ponto de táxi do outro lado da rua ainda se sentam no banco para descansar.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirTexto interessante. A ninhada hoje está bem espalhada, com exemplos por todos os lugares e de todas espécies.
Uma solução interessante, um "gato necessário". Hoje os "gatos" são uma realidade em 25% do Estado do Rio de Janeiro. É a principal razão dos altos valores das contas de energia. Sobre a pichação do relógio, é uma realidade em um país onde a educação é semelhante a de países africanos e as leis penais são ridículas. A pichação é classificada como "Crime ambiental" e a pena máxima chega a três anos de reclusão. Como o crime é "afiançável em sede policial", e a fiança é irrisória, ninguém fica preso. Na Itália as penas para esse tipo de crime são duríssimas e as multas são de alto valor. Existe um "Departamento de Belas Artes" que possui poder de polícia para combater esse tipo de crime. No passado o bairro da Glória não era tão degradado como atualmente, pois seus moradores não primam por qualquer refinamento. Além disso é reduto e ponto de atuação de travestis, pederastas, e assemelhados.
ResponderExcluirBom dia a todos. Falar de preservação do mobiliário público no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro, é igual a chove no molhado. Em qualquer lugar do mundo um relógio antigo instalado em um local público é um ponto de atração turística, assim é em Londres, Praga
ResponderExcluirAdoro esses relógios antigos mas alguns não mais funcionam, vez que é péssima a manutenção de nosso mobiliário urbano.
ResponderExcluirO relógio e a murada são muito bonitos e como já falado, fariam sucesso se estivessem num país da Europa. Os brasileiros ficam maravilhados com a arquitetura européia, mas não dão valor ao que tem. Só para comparar uma das principais atrações turísticas de Bruxelas e o Manneken Pis. (muito sem graça, por sinal). Voltando: morei perto dali, e já a uns 50 anos as duas escadarias que têm no local fediam a cocô e mijo. O relógio ficou dezenas de anos sem funcionar (não sei se está funcionado), então não é de hoje que o local está abandonado.
ResponderExcluirBom Dia! Realmente sempre achei esse relógio muito bonito. Como faz muito tempo que vou para aqueles lados,não sei como está hoje.
ResponderExcluirA Glória tem bastante construções antigas.
ResponderExcluirAlém do relógio em foco e a citada igreja do outeiro, tem palácios, um galpão da antiga empresa de tratamento de esgoto e até igreja sem um deus, como é o caso do templo positivista.
Em cidades Norte-americanas é inadmissível a permanência de desocupados em via pública e quando isso ocorre a Polícia os conduz ao Distrito Policial. A destruição dos monumentos e do mobiliário urbano do Rio se deve à presença desses indivíduos nas ruas. Por incrível que pareça, no passado mais ou menos recente as coisas eram diferentes, tanto é que a ocorrência de depredações e de pichações era bem menor. Apesar da Lei das Contravenções Penais estar em vigor, o artigo 59 da referida Lei (vadiagem) nunca é aplicado, e o resultado disso é catastrófico. Como se percebe não é difícil "consertar a urbe" do Rio da Janeiro, o que não existe é "vontade política".
ResponderExcluirDesde que sou pequeno, e lá se vão mais de meio século, eu sempre vi componentes do mobiliário urbano do Rio mal cuidados, ou sem manutenção técnica.
ResponderExcluirRealmente o Rio é o Estado que mais possui gatos de luz, em torno de 1/4 do que é fornecido. Mas o interessante é que desse universo 55% dos gatos estão em regiões de maior poder aquisitivo, como Barra da Tijuca, Recreio, Ilha do Governador, Tijuca, Copacabana e Botafogo. Os outros 45% estão em comunidades. Imagino que muitos, autodeclarados "gente de bem", devem furtar energia achando que é algo normal ou um crime menor.
Wagner com certeza tem muita gente de classe média alta que furta energia, principalmente em pequenas atividades comerciais e industriais, mas nas comunidades é praticamente 100% das unidades que furtam energia, embora a grande maioria possua relógios instalados, mas os gatos estão quase em todas as casas, principalmente para atender a eletrodomésticos.
ExcluirInfelizmente somos nós que não fazemos gatos que pagamos essa conta, já que a companhia rateia essa perda de arrecadação com as pessoas que pagam em dia. Por isso somos o País com os custos mais altos de serviços essenciais.
O discurso de que "55% dos gatos estão em locais de maior poder aquisitivo" é falacioso e totalmente surreal. É a velha tática de "lançar ricos contra pobres" para promover uma luta de classes. Segundo a Light e a Ampla, as duas maiores concessionárias de energia elétrica do RJ, as favelas concentram mais de 20% dos furtos de energia elétrica. Nas "mansões da Barra da Tijuca" podem existir "gatos", mas a proporção da existência deles é infinitamente menor do que nas favelas, assim como a facilidade de descobrir seus autores é muito maior. A verdade é que a leniência com que o poder público encara a questão de "gatos em favelas" é notória e existem organizações e entidades (leia-se ongs e a Defensoria Pública) que defendem a "tarifa social", onde o morador de "comunidade" paga uma tarifa simbólica de R$10,00 ou R$20,00, na verdade um eufemismo que legitima esse tipo de crime. Assim "domicílios humildes" possuam quatro ou cinco aparelhos de ar condicionado que no verão funcionam 24 horas por dia. Como não existe "almoço grátis", sabe-se bem que esse prejuízo será arcado pelo cidadão de bem (sem aspas) e pagador de impostos. Simples assim.
ResponderExcluirFalacioso é contar o furto apenas sob o contexto de "número de unidades". O escape, a fuga de energia, deve ser analisada em KWh; e aí as áreas mais abastadas, por possuírem equipamentos com maior carga, consomem mais. Uma bomba de piscina, por exemplo, ligada algumas horas equivale a várias residências. Sei disso, pois já trabalhei na área de elétrica em fábrica. Grandes condomínios, alguns comércios, clubes, etc, sabem "muito bem" como esconder um "gatinho", que em realidade revelam-se grandes tigres.
ExcluirEu não defendo essa prática seja pra qualquer um; só acho que jogar tudo na conta do pobre revela um simplismo cruel.