Hoje voltamos a dar uma olhada na Rua Siqueira Campos com novas informações. Esta rua começa na Av. Atlântica e termina na Praça Vereador Rocha Leão. É a antiga Rua Barroso. Segundo Paulo Berger, foi aberta em terras de José Martins Barroso, procurava facilitar o acesso a Copacabana, substituindo o antigo caminho do Forte do Leme, que era muito desconfortável.
Barroso fora encarregado,
antes de 1874, de “fazer os consertos necessários na estrada de rodagem de Copacabana
em continuação da Rua Real Grandeza, pela insignificante quantia de 350$000 por
ano”. Entregue ao trânsito desde os meados do século XIX, somente foi
reconhecida oficialmente em 1854, tendo sido macadamizada em 1896.
O trecho entre a Rua Tonelero
e a Av. N.S. de Copacabana foi aberto pela Empresa de Construções Civis e
aceito em 26/04/189, e na mesma data o trecho entre as avenidas Atlântica e
Copacabana.
Recebeu a nova denominação em
1931, em homenagem a Antonio de Siqueira Campos, um dos “18 do Forte”.
Vemos a Rua Siqueira Campos nos anos 60,
na quadra entre N.S. de Copacabana e Barata Ribeiro. À direita vemos a esquina
com o Centro Comercial de Copacabana de um lado e o Café Pernambuco no lado mais
próximo.
À direita, fora da foto, ficava o cinema
Flórida, onde assisti ao maravilhoso “Duelo de Titãs”.
Como esta foto já foi publicada temos a
colaboração de obiscoitomolhado: vemos um Fusquinha e uma camionete DKW com
frisinhos na mala, aparecendo modestamente.
O carrão - e este era, sem dúvida, um carrão - é um
Oldsmobile 1956, provavelmente um Super 88. Em destaque, um lotação
Magyrus-Deutz, com motor a óleo Diesel e refrigerado a ar.
Ainda vemos um Mopar fazendo a conversão e um furgão Ford F-1
estacionado.
Foto de O Globo. Aspecto da Rua Siqueira Campos no final da década de 50, no trecho entre Tonelero e o Túnel Velho. O calçamento era ainda de paralelepípedos e a rua era em mão e contramão.
Lá atrás vem subindo em direção ao Túnel Velho, atrás do lotação, o bonde "Gal. Osório", o de número 14. Descendo, um ônibus da linha 64, "Leopoldina-Ipanema".
O "Shopping Center Cidade de
Copacabana", visto à direita, hoje conhecido como o "Shopping dos Antiquários",
estava em final de construção.
Esta foto já foi publicada num “Onde é?”,
mostrando a Siqueira Campos perto do Túnel Velho. Mas hoje temos uma descrição
feita pelo mestre Andre Decourt:
“O fino canteiro com esquálidas árvores era para ser uma praça, a Praça Projetada, que por anos constou nos PAs de Copacabana e que seria anexa à já construída Praça Vereador Rocha Leão, de formato ameboide, passando por oval e chegando por fim ao triangular. Isso até a duplicação do Túnel Velho, quando foi unificada com a Vereador Rocha Leão.
Ao fundo vemos os edifícios Maranguape e Piancó, projetos irmãos e na escola modernista dos Irmãos Roberto, composto por apartamentos duplex, como vários outros edifícios realizados pelos arquitetos como forma de baratear a construção, num dos seus itens mais caros à época, os elevadores, que totalmente eletromecânicos encareciam exponencialmente quando acima de 5 paradas, algo que não acontecia nesses edifícios.
Após eles a sequência de terrenos vazios, tomados
de capim, monturos de terra e varais usados pelas lavadeiras.
O fundo da imagem é tomado por edifícios do lado ímpar da Rua Tonelero, como o Manchester, típico balança construído pela Construtora Corcovado. Na esquina com a Santa Clara, o edifício que vemos em construção ao fundo é o de número 200 da Santa Clara. O mais velho deles, identificado pela cor mais escura, é do 246, construído em 1942 com sua “garagem anti-aérea”.
Os prédios baixos são todos da Rua Décio Villares
e quase todos estão ainda de pé. Vemos também o velho prédio de número
247 da Rua Siqueira Campos, que por décadas resistiu a expropriação para o
alargamento da rua, e que talvez tenha sido um dos motivos da duplicação do
túnel em galerias sobrepostas.”
Vendo a foto ampliada podemos observar
uma moto japonesa, além de um veículo tipo um caminhãozinho à esquerda das
roupas no varal. E no muro está escrito algo como “SHLVES ..ALIM”.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirDia de acompanhar os comentários. O gerente hoje não deve ter dormido muito.
Bom Dia ! Como sou quase analfabeto em Zona Sul, hoje (amanhã) mais uma vez vou acompanhar os comentários.
ResponderExcluirEu mencionei outro dia a primeira foto por ocasião da postagem sobre o Café Pernambuco, quando nesse trecho aparece um bonde "sossega leão" dobrando à direita na Nossa Senhora de Copacabana. Na foto a rua aparece asfaltada e sem buracos, contrastando com a primeira foto publicada hoje onde o calçamento é de paralelepípedo e está em péssimo estado. A foto certamente é do final dos anos 50 (1960). A foto colorida mostrando o bonde "sossega leão" pode ser "no máximo" de Fevereiro de 1963. A Siqueira Campos é o "primo pobre de Copacabana", principalmente no trecho entre Barata Ribeiro e o Túnel Velho. Eu me lembro perfeitamente quando em 1965 ia com minha mãe a um "pai de santo" que atendia na Ladeira dos Tabajaras onde uma das "subidas" fica fora da segunda foto à esquerda. A esquina que aparece à direita na segunda foto parece ser a da rua Ministro Alfredo Valadão. A Siqueira Campos não evoluiu e só piorou...
ResponderExcluirEm tempo, na última foto não poderia ser algo como "SALVE SHALIM" ou algo parecido? Agora eu reparei a mulher com o embrulho apoiado na cabeça.
ResponderExcluirA mulher era uma das muitas lavadeiras que moravam no alto da escadaria do final da Santa Clara e levavam e traziam as trouxas de roupas dos moradores de Copa.
ResponderExcluirNa Siqueira Campos no lugar do cinema Flórida funcionava um mercadinho e depois do cinema virou um supermercado.
No shopping dito dos antiquários eram destaques os teatros Teresa Rachel e o de Arena local do famoso show Carcará com João do Vale, Zé Keti e Nara depois substituída pela Betânia. E tem ainda uma igrejinha dentro do prédio.
A rua parecia uma prima pobre de Copa com oficinas mecânicas, aviários e muitas lojas de bairro. Hoje tem muitos prédios de consultórios médicos e um pronto atendimento da Unimed que funciona bem.
Até o Shopping Center construído na Siqueira Campos não correspondeu às expectativas dos autores do projeto. As lojas do chamado "Shopping dos antiquários" são em sua maioria de "pequeno comércio" e de miudezas, e os bares do andar térreo são do tipo "pé sujo". Não sou engenheiro ou arquiteto, mas observei que o material empregado na construção e o acabamento não são de primeira qualidade. O estacionamento é escuro, acanhado, e os "antiquários" são poucos e funcionam nos últimos pavimentos. Exceção à regra é o 5° Juizado Especial que funciona no último andar, cujas instalações são boas. Sem querer ser ser crítico em demasia, posso afirmar que o usuário no interior do shopping se não souber que está em Copacabana e apenas considerar as instalações nas quais está poderia dizer que em um local bem menos nobre...
ResponderExcluirNa verdade ele não é um Shopping cada loja tem seu dono, poderia ser um lugar bem melhor.
ExcluirInteressante... morava na Figueiredo na década de 1960 e andava muito pela Siqueira. Não tenho lembrança de ser pavimentada com paralelepípedos. Vc sabe quando o asfalto chegou?
ResponderExcluirMês passado estive na Paróquia Santa Cruz, que fica num terraço do shopping. Igreja com arquitetura moderna e toda envidraçada e um jardim na frente, que não é da igreja, e sim do condomínio, que conforme já foi escrito aqui no blog, aplica diversas restrições para o funcionamento do templo. Conversando com o diácono ele falou que até o som das missas é motivo de reclamação dos vizinhos, tratamento bem diferente ao que é dado a um show de pagode e forró que funciona aos sábados, na Siqueira Campos ao lado do shopping, com som altíssimo até tarde da noite, e atrapalhando inclusive o ponto final dos ônibus. Mas do forró, ninguém reclama, como também não reclamam dos bailes funk do Tabajaras. Por que será?
ResponderExcluirNão gosto do aspecto do Shopping mas reconheço que é muito útil para compra dessas coisas de casa.
ResponderExcluirO estacionamento no sub-solo é enorme e deve comportar entre 100 e 200 carros.
Anda agora sempre cheio pois é o local onde os manobristas do vizinho hospital Copa Star estacionam os carros dos clientes.
No estacionamento desse Shopping nos idos de 1989 tinha um Chevrolet Camaro da primeira safra 67/68 abandonado,meio depenado,embaixo do acesso da rampa do segundo andar...fora outros carros tmb abandonados...talvez fosse de algum morador...ficou anos lá.
ResponderExcluirDerrepente sumiu
Ou algum caloteiro escondendo seus bens.
ExcluirMeio fora de foco:
ResponderExcluirUma de minhas lembranças do cinema Flórida é o filme Summer of '42, muito bom, com a Jennifer O'Neill, uma beleza de mulher.
Pesquisando sobre ela, descobri que nasceu no Brasil em 1948, filha de mãe inglesa e pai brasileiro de ascendência irlandesa, mudou-se ainda criança com os pais para os Estados Unidos e que mantém dupla nacionalidade, brasileira e americana.
Pelas fotos, continua uma bonita senhora de 74 anos.
Ah, e casou-se 9 vezes (!).
Existe uma capela na cobertura do Shopping Copacabana, além dos antiquarios que predominam mais no segundo andar, temos um Teatro e o Juizado Especial de Copacabana.
ResponderExcluirDizem que na construção rolou uma briga entre a família Collor e os Marinhos (globo).
O Olds com certeza terminou seus dias em Nova Iguaçu ou adjacências..O caminhão parece ser um dormitório e a moto me parece Jawa Tcheca ou da família Monark
ResponderExcluirMinha sobrinha mais velha foi batizada nessa igreja na laje.
ResponderExcluirParece até um caminhão de brinquedo no terreno baldio lá no fundo da última foto e a pichação, com erros, é uma tentativa de escrever "Salve Stálin".
Paulo Roberto, acho que não. A inscrição é Salve Salim. Além de na inscrição faltar o T, Stalin termina com a letra N, e a inscrição termina claramente com M. Além disso naquela época ninguém ousaria (ainda) pichar paredes dessa maneira.
ExcluirCorretor, ele cometeu erro ortográfico. Conforme comentei, ele tentou. Tão ruim que nem as autoridades da época conseguiram perceber.
ExcluirA letra T está meio escondida pela árvore menor.
Notem uma criançada bem largada ai perto.
ExcluirBoa tarde Saudosistas. Hoje estou acompanhando os comentários, área fora da minha jurisdição.
ResponderExcluirFF. Só hoje pude ler a 2ª parte da obra do mestre Hélio Ribeiro sobre os bondes no Alto da Boa Vista, dou mais uma vez os Parabéns ao mestre Hélio pelo excelente trabalho, bem como sua dedicação em manter viva a memória deste meio de transporte que é adorado por todos os Cariocas que tiveram a oportunidade de neles trafegarem ou daqueles que só ouviram sobre eles.
A Siqueira é um ponto bem central do bairro. Muito prático. Morei ali por 21 anos. Num prédio que diziam ser o sonho de consumo da rua: Fiorenza (158). Realmente muito bem cuidado. E ainda bem localizado.
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