Nesta foto garimpada pelo Nickolas vemos o bonde 21 – Circular, nº de ordem 1742, trafegando pela Av. N.S. Copacabana, quase na esquina da Rua Siqueira Campos, em direção ao Leme.
A linha 21 tinha o seguinte
itinerário de 1959 a 1962, época da foto: Praça. Juliano Moreira - General Gois
Monteiro - Rua da Passagem – Praia de Botafogo - São Clemente - Humaitá -
Jardim Botânico - Bartolomeu Mitre - Dias Ferreira - Ataulfo de Paiva – Visconde
de Pirajá – Gomes Carneiro - Francisco Sá - N. S. Copacabana - Princesa Isabel
- Túnel Novo - Lauro Sodré - Praça Juliano Moreira.
À esquerda, fora da foto, ficava
o Centro Comercial de Copacabana. À direita, onde vemos o anúncio da Cinzano,
está o Café Pernambuco, tradicional bar de Copacabana, que existiu do início do
século XX até a década de 60.
Outra foto da mesma esquina garimpada pelo Nickolas. Lembro das muitas vezes em que, voltando do colégio, o bonde 14 – General Osório descia a Siqueira Campos e dobrava na contramão na Av. Copacabana como na foto acima e eu me espantava com o número enorme de pessoas tomando café no balcão.
Aqui vemos o aspecto do Centro
Comercial de Copacabana na esquina da Av. N.S. de Copacabana com Rua Siqueira Campos,
em frente ao Café Pernambuco.
Nesta foto do acervo da tia
Milu vemos a própria Milu brincando na Praça Serzedelo Correa tendo ao fundo o
Café Pernambuco, onde está o anúncio do Crush.
Esta foto é do acervo da Julinha,
guia turística e antiga comentarista do “Saudades do Rio”. Vemos o Café
Pernambuco que tinha como endereço Rua Siqueira Campos nº 53.
O Decourt certa vez comentou: “O
térreo Café Pernambuco, tinha certa má fama no bairro desde 1909, como podemos
ver em textos retirados de jornais da primeira metade do século passado:
1)
Próximo à estação de bondes (local onde em
meados do século XX se ergueu o Centro Comercial de Copacabana) existe um
botequim, onde se reúnem indivíduos que após se embriagarem, saem às ruas
dirigindo às senhoras pesadas e imorais palavras”.
2)
Pede-se a atenção do Sr. Comissário de
Polícia ao Café Pernambuco, onde desclassificados ficam bebericando à porta do
estabelecimento, exibindo imoralmente os bíceps às senhoras e moças que têm o
desprazer de usar aquela calçada”.
Atualmente, onde era o Café
Pernambuco, há um arranha-céu com o mesmo endereço de Rua Siqueira Campos nº
53, mas, curiosamente, a loja Boni´s Gourmet existente no térreo tem como
endereço Av. N.S. de Copacabana nº 574.
A linha de bonde 21foi a última a circular na zona sul e circulou pela última vez em 21 de Maio de 1963. Com o início da circulação dos Trolley-buses no início de Setembro de 1962, o trajeto de algumas linhas passou a ser feito pelo Túnel Velho, Siqueira Campos, e viravam à direita na Nossa Senhora de Copacabana. Com a extinção da maioria das linhas da zona sul a partir de 1° de Março de 1963, o trajeto da linha 21 foi drasticamente reduzido até sua erradicação em 21 de Maio de 1963.
ResponderExcluirvirava
ExcluirÓtimas fotos dos bondes mas chega ser espantoso lembrar que trafegavam pela contra-mão em muitas ruas.
ResponderExcluirLembro desse restaurante rotativo e de um outro no centro no Castelo. Foi uma moda que não vingou. Nunca fui e não sei direito como funcionavam.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirDia de acompanhar os comentários. Hoje propaganda ostensiva de bebida alcoólica é proibida e "Crush" tem outro significado...
Hoje o comércio em geral, com algumas exceções, está fechado.
Bom Dia ! Na Tiradentes também teve um restaurante circular.
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar do Café Pernambuco, ótima aula. "...exibindo imoralmente os bíceps às senhoras e moças...". Caramba, exibir os bíceps era imoral?
ResponderExcluirDependendo da época, até mostrar tornozelo era imoral...
ExcluirEm tempo, um dos estopins para a Revolta da Vacina foi a alegação de que os aplicadores da vacina olhavam os antebraços desnudos das mulheres (e moças) das casas na ausência do chefe da família.
ExcluirMorei em Copacabana entre 1962 (tinha então 9 anos) e 1986; minhas lembranças mais antigas desta esquina, além do "Centro Comercial", são de uma lanchonete que ficava aberta até tarde, não sei se já a Boni's ou uma antecessora.
ResponderExcluirAtualmente acho que é um misto de padaria/lanchonete e, apesar de não frequentar, acho que "gourmet" é um pouco demais ...
Com o fim da circulação de bondes em Copacabana e Ipanema em Março de 1963, o 21 passou a ter seu ponto inicial na Praia de Botafogo e o trajeto até o Leblon via Humaitá era feito pela São Clemente na ida e pela Voluntários da Pátria na volta. Esse detalhe explica a razão da garagem do Largo dos Leões ser utilizada pelos bondes enquanto a garagem do Largo do Machado abrigar os Trolley-buses. Não custa lembrar que a Concessão da Jardim Botânico e da Light expiram em 1960 e 1963 respectivamente e a CTC foi criada em 1° de Janeiro de 1964.
ResponderExcluirexpiraram
ExcluirBom dia Saudosistas. Hoje é dia de acompanhar os comentários, antigamente era comum em todos os bairros estes bares e botequins populares.
ResponderExcluirO Jason observou, na foto da Siqueira Campos, que o sobrado da Panificação Império ainda lá, firme e forte, ainda que bem descaracterizado e com uma fachada falsa. A PANIFICAÇÃO IMPÉRIO era aquela padaria que tinha uns afrescos de deuses greco-romanos… (Siqueira Campos nº 65). O fundo era meio esverdeado e havia um Mercúrio bem no meio...
ResponderExcluirO Decourt comentou que ao lado da Império havia um restaurante rotativo, onde funcionou tempos depois o “Crack dos Galetos”.
O que é um restaurante rotativo?
ExcluirPrimo, vc senta num banquinho e vai sendo levado num giro de 360º. Vai apreciando o panorama. Deve haver quem goste.
ExcluirNa foto que aparece o Centro Comercial no canto direito e encoberta pela árvore está a Kopenhagen. Atualmente é uma loja da Claro. A região da Praça Serzedelo e da Siqueira Campos Corrêa de uns tempos para cá tem sido muito degradada. A Praça nunca foi frequentada pela "elite" de Copacabana, grande dos imóveis da Siqueira Campos até a entrada do túnel é composta de imóveis antigos, maltratados, e a quantidade de oficinas mecânicas é grande. Parte do filme Tropa de Elite I tem aquela região como cenário. Junte-se a favela dos Tabajaras e a estação do Metrô e está completo o quadro de degradação urbana e social. Camelôs e moradores de rua lá "dão as ordens".
ResponderExcluirAcompanhei os comentários no grupo. A postagem resgatou várias lembranças.
ResponderExcluirEntão eu estava enganado achando que o café da esquina é que fosse o rotativo. Pelo descrito era ao lado dele.
ResponderExcluirAlguém pode explicar como funcionavam os "Restaurantes rotativos" ???
ResponderExcluirGaleterias tinham dezenas até os anos 90. Agora sobram algumas.
Andei por aquela área, pois minha avó morava na Rua Toneleiros, 330, Ed. Amaryllis. As redondezas me eram familiares, como o posto de vacinação da Figueiredo Magalhaes, hoje BPM. Comércio antigo, moradores idem. Creio que o bairro vai mudando o alvo de comércio, mais moderno a medida que chegam novos moradores de faixa etária mais jovem. Praticamente não existem mais armarinhos, e bares como esses. FF: ontem passei em frente e entrei na Rua General Barbosa Lima, em Copacabana, o morrinho atrás da Pedra do Inhangá.. Ladeira em espiral, para a qual dão os fundos de prédios da Rua Barata Ribeiro e da N. S. Copacabana. Nunca tinha entrado lá. Termina em cul de sac e é bem altinha. Ocuparam cada centímetro do morro, uma Gastão Bahiana mais baixa.
ResponderExcluirGMA, a rua citada por você e que termina na entrada do Túnel Major Rubens Vaz tem o nome de "Tonelero". É uma homenagem à batalha ocorrida em 1851 no "Passo do Tonelero" no Rio Paraná, e não "toneleiros", cujo significado é outro.
ExcluirPrezado Corretor, o assunto é polêmico, como se vê em https://www.facebook.com/arquivonacionalbrasil/posts/951327771627768/, mostrando 3 placas de rua com nomes diferentes. Como sou antigo, uso o nome que sempre vi na esquina da Anita Garibaldi, Toneleiros.
ExcluirRua Tonelero não conheço, Toneleiros sim. Outra é a Haddock Lobo, que sempre falei Haddack Lobo.
ExcluirSubstituindo estes antigos bares há agora lojinhas de café. Para mim são para lavagem de dinheiro, mas uma aqui na Montenegro tem sempre movimento. E imagino que o cafezinho não seja barato.
ResponderExcluirAcredito firmemente na hipótese "lavagem de dinheiro", tanto nestas lojinha de rua como nos quiosques dos shoppings.
ExcluirMesmo muito caro, a quantidade de expressos + eventuais acompanhamentos que teria que ser vendida diariamente para pagar só o aluguel + empregados é absurda.
A conta "não fecha".
Mário, faz sentido. É como em escala muito maior o funcionamento das grandes redes de farmácias, onde em um quarteirão funcionam cinco ou seis de cada "bandeira". Veja por exemplo a região da Praça Saens Pena: são três grandes redes, cada uma delas com quatro ou cinco filiais. Não há público suficiente para dar conta dos enormes estoques a preços baixos. Além disso há a questão do quadro de funcionários, encargos, etc. Como você afirmou, "a conta não fecha".
ExcluirExato, Joel.
ExcluirNão é razoável e acredito que nem possa ser explicado por qualquer teoria econômica séria o fenômeno da multiplicação das farmácias/drogarias que assistimos nas últimas décadas no Rio.
Nesse mato tem coelho.
Recentemente tivemos loja de chocolate com movimentação estranha de dinheiro...
ExcluirConheço Farmaceutico que fica responsável por 3 ao mesmo tempo, só na correria.
ExcluirEm paises sérios existe uma conta, número de habitantes x Drogarias, assim como Drogarias abertas no domingo. Acredito que no Brasil a lei deve existir mas....
Sobre lavagem tem coisa melhor que loja de café!!!!
O endereço original do “Café Pernambuco” era Rua Barroso nº 53 e a Praça Serzedelo Correa se chamava Praça Malvino Reis. O telefone era 7-0507.
ResponderExcluirQuanto às reclamações, também “O Beira-Mar” registrava em 1930 que “segundo consta, uma comissão de freguezes do Café Pernambuco iria levar levar ao proprietario desse antigo estabelecimento de Copacabana um abaixo assignado reclamando a apresentação dos garçons ostentando indumentarias compatíveis com a decencia e o luxo do café”.
Na outra esquina da Siqueira Campos ficava o famosíssimo “Au Bon Marché”, um estabelecimento com muitos artigos finos comestíveis e um excelente bar. O proprietário era o Manoel Nogueira de Sá. Anteriormente se chamava “O grande barateiro de Copacabana”.
Esta publicação é inédita para mim desde dos tempos do Terra. Agora duvido que o DI LIDO fosse frequentador desses bares. Duvido!
ResponderExcluirHá algum tempo o SDR publicou uma foto em p&b de 1960 mostrando a Siqueira Campos quase na esquina de Nossa Senhora de Copacabana, estando o fotógrafo voltado para o Centro Comercial de Copacabana e à direita aparece o Café Pernambuco. Na foto a esquina aparece esburacada e com o calçamento em péssimo estado. O mesmo local aparece no SDR de hoje na foto 2 com o asfalto impecável e com a rua sem vazamento de água. Esse detalhe sugere que a foto onde aparece o bonde "sossega leão" seja posterior a 1960 e provavelmente de 1962.
ResponderExcluirO Boni tinha salgadinhos e doces muito bons, quando voltei a uns anos atrás depois da reforma deixei tudo de tão ruim que estava. Por ali só frequento o Carretão, que continua excelente.
ResponderExcluirTodo bar e botequim, com alguma peculiaridade, antigamente tinha um apelido dado pelos frequentadores e vizinhos. Acho que esse merecia o apelido de Bar do Borogodó.
ResponderExcluir"Desfrute tranquilidade no Cantinho da Saudade com suaves melodias" dizia a placa pendurada na entrada do bar de Madureira. Hoje impensável...
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