O Túnel do Pasmado foi
projetado em 1938 pela Comissão do Plano da Cidade, chefiada pelo Eng. José de
Oliveira Ries, porém só foi concluído em 1952. Consta que foi o primeiro túnel
no mundo projetado por uma mulher, a engenheira Berta Leitchick.
O trânsito pelo túnel,
em muitas ocasiões em mão-dupla, às vezes era tranquilo e às vezes aconteciam
graves acidentes.
Nesta foto, colorizada
pelo prezado Conde di Lido vemos a boca do túnel que dá para o campo do
Botafogo (à esquerda) e para a bela casa (à direita), onde funciona a Escola
Eleva. O belo prédio foi projetado pelo arquiteto Francisco Joaquim Bethencourt
da Silva (1831-1912). Ali, inicialmente, funcionou a Fundação do Recolhimento das Órfãs, uma instituição da Santa Casa de Misericórdia. Depois funcionou o Colégio Anglo-Americano, seguido da Casa Daros.
Segundo o Jason, quanto
aos automóveis, temos:
NAS PISTAS SENTIDO
MOURISCO: (esquerda para direita)
Citroën 11 (é o mais
perto do meio-fio, com as “divisas de cabo” na grade); o pequeno esportivo é um
MG TD; na frente do MG, já entrando no túnel, um Chevrolet 38 (provavelmente,
carro de praça); a traseira de carro que aparece dentro do túnel (canto
inferior direito da foto) parece de um Chevrolet 53;
NO SENTIDO COPACABANA: (esquerda
para direita)
O carro mais claro é um
Ford 1949; os dois carros logo ao lado do Ford são Chevrolet (provavelmente
1946-1948).
Já nesta fotografia colorizada pelo Nickolas Nogueira, vemos mais um dia de trânsito tranquilo. Segundo nosso especialista Rouen os automóveis que aparecem são: Standard Vanguard, Fiat 1100, Fiat, Citroën e Pontiac (à direita). Segundo o Andre Decourt as luminárias do túnel são da GE, quando ainda eram as originais, usadas em vários túneis. A construção que se vê ao fundo é a antiga sede do Botafogo. É uma construção com um primeiro pavimento bem baixo, quase como um porão habitável e um segundo andar com grandes janelas ou portas, com um telhado de ardósia ou cobre no estilo dos anos 10 e 20 e quatro torretas.
Foto garimpada pelo Nickolas. Vemos o Túnel do Pasmado com sua entrada ao lado do campo do Botafogo. A favela que se vê no Morro do Pasmado foi erradicada em 1964, com seus moradores sendo removidos para a distante Vila Kennedy, perto de Bangu.
Quanto aos automóveis podemos ver um táxi Chevrolet vindo e um Hudson indo. Havia ali uma passagem subterrânea, que não sei se, já naquela época, era segura para se passar.
As fotos em P&B são
da “Última Hora” e foram publicadas no saudoso “Saudades do Rio – O Clone”.
Este ótimo fotolog que foi criado pelo A.D. – Administrador Desconhecido (que
não é o Andre Decourt, mas outro conhecido comentarista dos velhos tempos) teve, inicialmente, a motivação de substituir o “Saudades
do Rio” original durante meu período de férias. Fez tanto sucesso que continuou
na ativa mesmo quando voltei das férias.
Pesquisando nos exemplares
da “Última Hora” na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, consegui mais
informações sobre este acidente.
Nada menos que 12
automóveis se chocaram em 25/03/1953, às 23 horas, no Túnel do Pasmado. Entre
os veículos estava o que servia ao Deputado Gustavo Capanema, placa 9-09-19 e o
de placa CD-27, da embaixada holandesa, que serve ao Sr. Teline Schurman. Ambos
ficaram bastante avariados.
Dado o número de carros envolvidos julgava-se que muitas pessoas estivessem feridas. Mas foram apenas três, sendo que só duas tiveram que ser medicadas no Hospital Miguel Couto e, felizmente, com lesões leves.
A causa, segundo o jornal, foi em razão da circulação pelo túnel de muitos veículos coletivos que são abastecidos por óleo cru. Por falta de manutenção adequada o óleo vaza e fica emplastrado no piso, constituindo perigo.
O acidente foi causado
pela freada brusca de um carro com destino a Copacabana e que ficou rodopiando.
Os demais veículos que vinham na sua retaguarda colidiram uns com os outros.
Os carros envolvidos e que sofreram avarias foram os de placas: 2-70-93, 16-62-40, 10-45-28, 14-52, 4-77-54, 11-99-71, 3-31-73, 3-12-46, 3-61-61, 9-09-19, 3-65-47 e CD-27.
PS: a formatação do blogger às vezes tem vontade própria e não consigo colocar todas as legendas da mesma forma.
Na relação de placas da última foto, a 4-77-54 é de táxi e a 9-09-19 é chapa branca.
ResponderExcluirA postagem de hoje me faz lembrar da ótima exposição de carros antigos que está acontecendo no Village Mall na Barra.
ResponderExcluirÉ curioso não ter havido mais feridos já que em 54 nem havia cintos de segurança nos carros.
Por que algumas placas tinham 6 números e outras tinham menos números?
53 e não 54.
ExcluirAs placas numéricas foram recebendo novos dígitos na medida da necessidade. As placas tinham de um até 7 dígitos,; a partir daí era inviável a identificação. Aí adotaram as alfanuméricas.
ExcluirEsse é o fato, mas é uma bobagem custosa e sem graça para o proprietário. Na Inglaterra, o carro nasce com uma placa e morre com ela. E quanto menos dígito, mais fácil a identificação.
Placa de carro era como linha de telefone. Começava com numeração baixa e à medida que a capacidade estourava incluía-se mais um dígito. A regra de transição das placas numéricas para as alfanuméricas deixo para os especialistas.
ExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirPassei inúmeras vezes por esse túnel na época do saudoso 2113, depois 332, a caminho de casa.
Muitas vezes os transeuntes passavam pelos acidentes por curiosidade mórbida, mas também para anotar as placas dos carros para fazer uma "fezinha"...
Como estou em greve e a Justiça determina que apenas o essencial deva ser esclarecido, faço as seguintes notas:
ResponderExcluirFoto 1 - Já identificados pelo JV, faltando detalhe...Citroën 11 Légère 1953.
Foto 2 e 3 - identificadas.
Foto 4 - Chevrolet 52 e Packard 41-47
Foto 5 - Um Studebaker 1950 e um Oldsmobile Futuramic dividem o destaque do acidente. Um Peugeot 203 tenta se esconder na penumbra do túnel. Rouen em seus tempos enevoados.
Foto 6 - O Studebaker 1946 ficou sem água no radiador.
Foto 7 - Chevrolet 40 segurou o Chrysler Windsor 1951, mais água quente na valeta.
Pelas fotos publicadas está explicito que melhoramos em tudo ou quase tudo no entorno desse túnel. No passado era uma zorra e hoje temos as coisas mais organizadas e limpas.
ResponderExcluirCesar, no seu comentário de 7:42 na expressão "É curioso não ter havido mais feridos já que em 1954 não havia cinto de segurança nos carros", é evidente a ausência de uma vírgula. A forma correta é: "É curioso não ter havido mais feridos, já que em 1954 não havia cinto de segurança nos carros".
ResponderExcluirNa penúltima foto, no grupo à esquerda do carro acidentado, o cidadão do meio parece estar de pijama e tamancos.
ResponderExcluirSeria morador da favela que desceu para ver o acidente sem mudar de roupa?
Dizem que a remoção dos moradores da favela para a Vila Kennedy teve a "mão de ferro" da Sandra Cavalcante, que algum tempo antes promoveu um incêndio "acidental" para acelerar o processo.
ResponderExcluirQuanto a exposição de autos antigos, ocorreu um bem legal no Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos neste último final de semana.
Augusto. 08:41h ==> a regra de transição das placas numéricas pra as alfanuméricas variou de Estado para Estado. Seria longo explicar isso aqui. Mas no caso da GB, o critério foi manter os últimos 4 algarismos, acrescentando zeros para os faltantes, caso a placa tivesse menos de 4 algarismos.
ResponderExcluirQuanto às letras, aplicavam-se ao algarismos antes dos 4, substituindo faltante por A, 1 por B, 2 por C, e assim por diante. Exemplo: a placa 3-27 seria AA-0327, a 2-53-74 seria AC-5374, a 15-44-64 seria BF-4464, etc.
A exceção eram os táxis, que tinham a letra inicial T e a segunda podia ser A, B, C, D, E, F, etc.
As placas da maioria dos Estados só chegavam ao máximo de 6 algarismos, com exceção de SP, MG e PR, que chegavam a 7.
ResponderExcluirQuanto às regras de conversão nos Estados, eram várias. Alguns optaram pela ordem alfabética dos nomes dos municípios (MT, GO, PR); outros dividiram o Estado em regiões e cada uma delas começava com uma letra determinada (SP, RJ, MG, ES, BA, RS, CE); outros optaram pelo mnemônico do nome do município (SC e alguns Estados do NE). Mas havia detalhes para todos eles, que seria longo explicar aqui.
ResponderExcluirTanto esse túnel do Pasmado quanto seu irmão gêmeo, são os túneis mais simpáticos do Rio de Janeiro. Quado a manutenção e a limpeza são corretamente realizadas, o teto de ambos fica brilhante, sem a fuligem que fica ali concentrada.
ResponderExcluirAinda quanto à divisão em regiões ao serem adotadas as placas alfanuméricas, cada região tinha uma cidade-sede e englobava os municípios vizinhos. Todas as placas dos municípios da região começavam com a mesma letra atribuída a ela. No caso do RJ, as cidades-sede e respectivas letras eram: A -Niterói; B - Petrópolis; C - Campos; D - Barra Mansa; E - Nova Friburgo; F - Nova Iguaçu; G - Araruama; H - Santo Antônio de Pádua; I - Volta Redonda; J - São Gonçalo e K - Duque de Caxias.
ResponderExcluirPor volta de um intervalo de aproximadamente cinco anos, os moradores da cidade do Rio de Janeiro tiveram que mudar duas vezes as suas placas. Primeiro passando de numéricas para alfanuméricas da GB e depois para as alfanuméricas do novo estado do RJ...
ExcluirNo caso de SP, eram: de A até M, São Paulo; N - Santo André; O - São Bernardo do Campo; P - Araçatuba; Q - Bauru; R - Campinas; S - Limeira; T - Presidente Prudente; V - Ribeirão Preto; W - Santos; X - São José dos Campos; Y - São José do Rio Preto; Z - Sorocaba. A letra U não era usada.
ResponderExcluirMinha maior lembrança é que pouco antes de entrar nesse túnel podíamos apreciar a sede moderna do Botafogo no Mourisco.
ResponderExcluirPelo que entendi todos os acidentados estavam no mesmo sentido e isso amenizou os impactos.
Algum tempo depois com certeza Volta Redonda recebeu uma quantidade além do normal de sucatas de aço de carros para derreter em seus fornos.
Esse negócio de língua portuguesa é complicado. É "vírgula pra lá vírgula pra cá", erro no plural, desconhecimento de concordância, e muitas coisinhas. Todo cuidado é pouco.
ResponderExcluirÉ muito bom pegar o Túnel do Pasmado em direção a Botafogo, o que acontece de 7 às 10 da manhã nos dias úteis. Já contornar o Mourisco e enfrentar o trânsito caótico da Avenida Pasteur não é nada agradável.
ResponderExcluirO Túnel do Pasmado e o Túnel Novo são os mais bonitos do Rio, o mais feio na minha opinião é o Túnel Velho, especialmente a galeria inferior em direção a Botafogo.
A placa do meu primeiro carro (presente de meu pai) em 1972 já era alfanumérica, EF7297.
ResponderExcluirComo sempre gostei de complicar as coisas, resolvi guardar os números da seguinte forma:
O ano era: 72
daí 7 + 2 = 9 e
9 - 2 = 7
Pronto, 7297.
Esse número me faz lembrar do jingle da Insetisan que até hoje toca na minha cabeça: “297-9797 Insetisan”
ExcluirO Anônimo das 17:18 não conhece o pior túnel da Cidade: o túnel Alaor Prata, próximo à Central do Brasil. É sujo, mal cuidado, e tem uma vizinhança maravilhosa.
ResponderExcluirTúnel João Ricardo.
ExcluirAlaor Prata perto da Central? Francamente.
ResponderExcluirOs túneis da Grota Funda e o da Covanca são bem bonzinhos...
ResponderExcluir