O Cinema Americano, na Av. N.S. de Copacabana nº 743 (mais tarde nº 801), em frente à Rua Dias da Rocha, com 1215 lugares, foi inaugurado em 18/08/1916.
Este cinema deu lugar ao Cinema Copacabana em 1953.
O “Correio da Manhã” noticiou, com certo exagero, a inauguração: “Cinema Americano – talvez o maior da America do Sul, podendo comportar 2000 logares e reunindo ao mesmo tempo todos os preceitos exigidos pela Hygiene merecendo especial menção não existir um só ventilador.Funcionando quasi ao ar livre; a Empresa é brasileira, mas o emprehendimento é americano.”
É propriedade do Sr. Palmeira. Um dos primeiros filmes exibidos
foi “A Falena”, com Lyda Borelli.
Aqui vemos a imagem da
fachada do Cinema Americano, obra de Virzi. A arquitetura genial de Antonio Virzi
foi injustiçada, tendo sido considerados seus exemplares arquitetônicos como
aberrações.
Um dos que criticaram
muito seu estilo foi Lucio Costa, que em um artigo datado de 1951, escreveu: "...os
“modernismos” a que se filia Virzi são desamparados de qualquer intenção
orgânico-estrutural". Em dado momento, chama a obra de Virzi de
"modelagem em barro"!”
Pouca coisa da obra de
Virzi sobreviveu à sanha demolidora, tal como a Casa Villiot, em Copacabana, e
o Palace Villino Silveira, no Flamengo.
Plateia do Cinema Americano, o mais perto da casa de meus avós. Estaria o velho Dr. D´ devidamente engravatado, como era seu estilo, assistindo ao filme?
Foto do Cinema Copacabana no dia de sua inauguração, em 04/09/1953. O filme de estreia desta fase foi "Luzes da Ribalta", de Charles Chaplin.
A reforma do Cinema
Americano, transformando-o em Cinema Copacabana, manteve a arquitetura básica
da construção: as saídas continuaram nas laterais, perto das duas bilheterias,
as janelas laterais continuaram as mesmas, talvez só com esquadrias trocadas.
Após passar pelo porteiro,
entregar a entrada, mostrar a carteira de estudante e recolher aquele panfleto
típico do circuito Severiano Ribeiro, estávamos em um salão, com a bombonnière
de um lado e, do outro lado, o bebedouro e um telefone público, daqueles de
parede. Entrando na sala de exibição por uma das duas portas, tínhamos a
plateia e o balcão. As escadas de acesso ao balcão eram de Virzi.
Nesta foto o filme em cartaz no
Cinema Copacabana é “A letra escarlate”, com Demi Moore e Gary Oldman, de meados
dos anos 90.
Ficava em frente à Sapataria Polar, que era na esquina da Rua Dias da Rocha. Ao lado do cinema, vê-se na foto a Casa Gebara. Esta loja ocupou o espaço do Mercadinho Azul.
O Cinema Copabana era o mais perto de minha casa, quando eu era bem jovem. Todos os dias passava por ele. Seja descendo do bonde pouco antes da Dias da Rocha, em frente à Spaghettilandia, ao voltar do colégio, seja passando em frente quando ia para a praia, pela Constante Ramos.
Outra foto do Cinema Copacabana, esta tirada a partir da Rua Dias da Rocha. Esta rua, pouco tempo depois, se tornou uma rua sem saída, para se fazer uma pracinha para os idosos.
Na realidade tornou o trânsito caótico, pois a rua é estreita, tem estacionamento dos dois lados e as manobras, que já eram difíceis, ficaram impraticáveis devido à abertura de um supermercado Zona Sul e de um Hortifruti.
Além disso, a tal pracinha virou local de reunião, à noite, de todos os catadores de papel e embalagens de Copacabana. Um caos.
O Cinema Copacabana sobreviveu até o início do século XXI, em 2002. O Grupo Severiano Ribeiro, que no final só programava filmes de segunda linha, alegou falta de público, insegurança, etc, tal como fizeram todos com os cinemas de rua.
A imagem do Google Maps mostra a academia de ginástica que se instalou no antigo prédio dos cinemas Americano e Copacabana.
Dos cinemas de rua de Copacabana, como o Caruso, o Alvorada, o Riviera, o Alaska, o Royal, o Rian, o Copacabana, o Ritz, o Art-Palácio, o Metro, o Flórida, o Condor, o Bruni, o Paris-Palace, o Ricamar, o Danúbio, o Leme, só tinha sobrado o Roxy, que está nos estertores, com obras para ser transformado numa casa de “shows”, embora haja um tentativa de muitos apreciadores do Rio Antigo para que seja tombado.
Fontes:
Palácios e Poeiras - Alice Gonzaga
Acervo do Correio da Manhã
Foi um Rio que passou - Decourt
Saudades do Rio blogspot
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirContinuando a acompanhar os comentários. Já falei em postagens anteriores dos cinemas de rua da minha infância e adolescência, principalmente em Madureira.
O Cinema Copacabana fez parte do circuito de exibição de filmes do Festival de Cinema realizado em 1968, evento que foi promovido pela Secretaria de Turismo do Estado da Guanabara. Minha mãe trabalhava na época na Secretaria de Turismo e ajudou a organizar o evento. ## Se não me falha a memória funcionou entre 2004 e 2006 nesse espaço um Bingo oficial. Nessa período os Bingos tiveram seu funcionamento regularizado em razão de medidas cautelares (liminares). Nessa época também funcionou um estabelecimento semelhante na rua Visconde de Pirajá na altura da Garcia D'Ávila.
ResponderExcluirFicou a saudade dos cinemas de rua. Não tem volta, embora ir ao cinema em shoppings seja um programa caro.
ResponderExcluirMas ainda enfrentar a concorrência do streaming é muito difícil.
TVs de qualidade, conforto em casa e ampla possibilidade de escolha são adversários de peso.
E ficar em casa permite ficar longe dos ruídos vindos dos baldes de pipoca e da falta de educação geral.
Bom Dia! Fui a quase todos os cinemas do Rio, mas não lembro de ter ido a este.
ResponderExcluirCopacabana e Tijuca devem ter sido os bairros com mais cinemas de rua. Mais que a própria Cinelândia?
ResponderExcluirEssa fachada me lembra um pouco da entrada do Zoo do Rio, atualmente BioParque.
Da Casa Gebara, ao lado do cinema, a propaganda e seu bordão ficaram marcados: “Ninguém, ninguém segura o Kallil!”, pelo próprio dono da marca.
Bom dia a todos!
Bom dia Saudosistas. Dos cinemas de Copacabana os que eu mais frequentei foram o Caruso e o Rian, acho que fui uma ou duas vezes no cinema Copacabana. Gostava de ir tanto no Caruso quanto no Rian devido na época terem as melhores poltronas de cinemas da cidade.
ResponderExcluirLuiz, não sei como vc ainda tem vontade para fazer tanta pesquisa no momento atual do blog.
ResponderExcluirAntigamente havia mais comentaristas citando coisas interessantes como discussões sobre a obra de Virzi ou trocando gozações entre si.
Não era raro ter mais de cem comentários.
Acho que este canal de comunicação está esgotado.
Infelizmente.
Tendo em vista o teor do comentário das 12:54, só posso discordar totalmente por inúmeros motivos. Em primeiro lugar o SDR é uma referência por se tratar de um blog por excelência que cultua a memória de um Rio de Janeiro que não existe mais e que pode ser relembrado por fotos, documentos, e depoimentos de comentaristas que "viveram esse passado". Se há poucos comentários, os motivos são vários, entre os quais podemos elencar a falta de conhecimento, a incapacidade de comentar, a timidez, ou mesmo covardia, pois muitos lêem o blog diariamente mas preferem silenciar, ou manifestar-se anonimamente com comentários muitas vezes inadequados que "de cara limpa não teriam coragem de publicar.
ResponderExcluirÉ de se lamentar os poucos comentários, mas os números do contador lá de cima mostram muitas visitas. Gerações não se interessam por história e quando confrontadas ignoram o passado recente. Há uma camada socio-economica que gosta, frequente e comenta, mas o publico cultural em geral está rarefeito. Vejo no Teatro Municipal, do qual sou frequentador, muitos buracos na plateia. Agora vem um espetáculo contemporâneo top, o Momix; vai pra Barra. Em geral $ e cultura não se aproximam muito.
ResponderExcluirMas aqui considero lugar de excelência da cultura e história carioca e não abro mão de frequentar, e se possível e necessário, colaborar.
Não há como duvidar que o decréscimo social e a decadência sócio-cultural da população brasileira são fatos irretorquíveis! Os motivos são bem conhecidos, e se eu me alongar neles o "gerente" vai se indignar. Mas o que falta em termos de um publico que prestigie devidamente "este sítio", sobra nos shows da Anitta, do Pablo Vitar, da Ludmilla, e na vasta audiência do "Big Brother" e de "A fazenda". Eu recebi um Zap que dizia sobre as gerações que estão "indo embora" com sua educação, sua cultura, seus valores morais, e toda a sua vasta experiência de vida". Nós somos os membros dessas gerações que estão indo embora. Será que quem nos substituirá terá a mesma "consistência"?
ResponderExcluirJoel, a própria escrita em geral,esta em situação alarmante.Essa nova geração,não lê...não escreve.leio comentários no youtube,entre outros e fico estarrecido...Estamos cada vez indo nais para o buraco..
ExcluirBoa tarde.
ResponderExcluirO Copacabana (onde assisti ao primeiro Alien, acho que em 1979) depois de uma última reforma, ficou muito ruim, apertadissimo e se alguém alto sentasse na sua frente, adeus filme.
Concordo com o Lino, o Rian (também pela localização) e o Caruso eram os melhores cinemas.
Quanto aos comentários, fica aqui meu compromisso de - a partir de abril, quando me aposento de FURNAS - ser mais frequente na participação.
Este espaço é " tudo de bom", aprendo e me divirto um bocado aqui.
Vida longa ao Saudades do Rio!
Amem ! E já passou de um milhão e meio de visualizações. E não ligo para postagens anônimas.
ExcluirNão dá pra fixar o nome no campo “Comentar como:”, o login da a mensagem “ Não foi possível fazer login para comentar. Verifique se as configurações do navegador permitem o login. Saiba mais. Você pode comentar anonimamente ou com seu nome e URL.”
ExcluirPeço desculpas porém enchi o saco de repetidamente colocar o nome. Já pedi assistência mas não recebi.
Clicar em "nome"/ colocar o nome/continuar/escrever a mensagem/publicar. É isso.
ExcluirEsqueceram o Cine Jóia?
ResponderExcluirO Cine Joia não é da velha guarda. Foi inaugurado em 1969, acho que como Cine Hora.
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