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sábado, 4 de fevereiro de 2023

DO FUNDO DO BAÚ - LOJAS

LOJAS ANTIGAS, por Helio Ribeiro

OBS: Esta foi a mais difícil postagem que já fiz, em virtude da escassez de dados confiáveis sobre as lojas e de fotos delas. Por exemplo: não consegui informações sobre "A Exposição", “Casa Mattos”, “Camisaria Progresso”,  “À Colegial” e por isso não as coloquei na postagem.

Nota do editor: como eu consegui alguma coisa, falo sobre estas lojas ao final.

As sucessivas recessões econômicas, a competição acirrada, a mudança nos hábitos e gostos do consumidor, as compras e fusões de empresas, o comércio online e outros fatores determinaram a extinção de muitas lojas famosas de antigamente. Hoje vamos relacionar algumas delas.

Os dados de inauguração e encerramento se referem às lojas da cidade do Rio de Janeiro, a menos que expressamente citado algo em contrário. Em alguns casos fica difícil determinar a data de encerramento, porque o processo se arrasta durante anos, com idas e vindas, até mesmo com reaberturas e reencerramentos.

1) Sears


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: 1949

Encerramento: década de 1990, quando as lojas passaram a ser do Mappin ou de alguns shopping centers.

Comentários: A Sears, Roebuck and Company foi fundada em Chicago em 1886 (ou 1893, há controvérsias), pelos relojoeiros Richard Warren Sears e Alvah Curtis Roebuck. Foi a primeira loja de departamentos a vender por catálogo e a possuir quase tudo em suas lojas. Na década de 1960 tornou-se a maior varejista do mundo, sendo ultrapassada apenas em 1991 pela Walmart. No Brasil, usava o slogan "Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta" e foi líder de mercado até o início dos anos 1980.

2) Mesbla


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: 1912, no número 83 da rua da Assembleia

Encerramento: faliu em julho de 1999. A loja-sede, no Passeio Público, fechou em 13 de agosto desse ano. A última loja a fechar foi a filial de Niterói, em 24 de agosto do mesmo ano. Houve uma tentativa abortada de reabertura em 2009/2010. Em 3 de maio de 2022 foi lançado o site Mesbla.com, numa outra tentativa de ressuscitar a empresa, agora com plataforma de marketplace, com 250 categorias de produtos.

Comentários: O nome é uma fusão de Mestre e Blatgé, empresa francesa que deu origem à filial brasileira, e foi escolhido num concurso interno realizado em 1939 e vencido por uma secretária do administrador da empresa na época. Nos anos 1980 tinha 180 pontos de venda e empregava 28 mil pessoas. Suas lojas raramente ocupavam menos de 3 mil metros quadrados. Em 1986 a revista Exame a considerou a melhor empresa do Brasil. O som do relógio da Mesbla Passeio, a cada quarto de hora e hora cheia, era famoso e chegava ao longe.

3) Casa Garson


OBS: As informações sobre a Casa Garson não são totalmente confiáveis.

Ramo: varejista de eletrodomésticos, móveis e discos

Inauguração: 1930

Encerramento: adquirida em 1995 pelas Casas Bahia

Comentários: O fundador se chamava Samuel Garson, que por coincidência era casado com uma prima da minha sogra. Inicialmente ele tinha um pequeno negócio de conserto de pianos. Empregou seu sobrinho Abraham Medina, ao qual ensinou o mister. Por volta de 1932, dado o sucesso de vários cantores, Abraham sugeriu ao tio investir na venda de aparelhos de rádio. E assim a Casa Garson progrediu. A empresa patrocinava cantores como Cauby Peixoto e Ângela Maria, além de programas de rádio e TV. Abraham Medina, então diretor da empresa, patrocinava na Rádio Nacional o programa dominical do cantor Francisco Alves, de quem era fã, e posteriormente abriu sua própria rede de lojas, a Rei da Voz, cujo nome era uma homenagem ao cantor. Com a morte de Samuel Garson, a empresa começou a definhar.

4) Rei da Voz


OBS: As informações sobre o Rei da Voz não são totalmente confiáveis.

Ramo: varejista de eletrodomésticos, principalmente discos, rádios e eletrolas

Inauguração: final da década de 1950

Encerramento: ?

Comentários: O fundador foi Abraham Medina, sobrinho de Samuel Garson, dono da Casa Garson. Medina fugiu de casa ainda adolescente, em virtude dos maus tratos recebidos da madrasta, e foi morar com o tio Samuel. Quando este fundou a Casa Garson, Medina tornou-se diretor. Ele patrocinava na Rádio Nacional o programa dominical do cantor Francisco Alves, de quem era fã, e posteriormente abriu sua própria rede de lojas, a Rei da Voz, cujo nome era uma homenagem ao cantor. O primeiro presidente da empresa foi Samuel Garson, que depois saiu da sociedade. Medina foi um dos criadores do famoso programa de TV Noite de Gala e patrocinou inúmeros shows e eventos na cidade. Seus filhos Rubem, Roberto e Ruy se tornaram empresários de sucesso em seus ramos. Roberto idealizou o primeiro Rock in Rio, em 1985.

5) Ducal


Ramo: roupas masculinas

Inauguração: 1950

Encerramento: 1986, já como Bemoreira-Ducal, criada em 1966

Comentários: O nome era a junção de "duas calças", pois a loja vendia uma segunda calça mais barata para quem comprasse um terno. O fundador foi José Vasconcelos de Carvalho, junto com dois primos. A empresa fez muito sucesso nas décadas de 1950 e 1960. A Ducal era um grande grupo empresarial, envolvendo fábrica de roupas, de eletrônicos, supermercado (Dado - o primeiro do gênero no Rio), varejo de utilidades domésticas, imobiliárias, serviços de banco de dados (Datamec), consultoria jurídica e de crédito, agência de publicidade e até galeria de arte (Petite Galerie). A derrocada ocorreu nos anos 1960, quando a inflação galopante começou a dar prejuízo à empresa, cujo sistema de crédito era de prestações fixas. Em 1966 juntou-se à empresa mineira de eletrodomésticos Bemoreira, mas a inflação continuou afetando os negócios e levou-a à falência.

A Ducal lançou mão de pessoas famosas em seus anúncios. Abaixo vemos Pelé divulgando a criação Sparta, em 1972.


6) Casa Tavares



Ramo: roupas masculinas

Inauguração: 1938

Encerramento: anos 1990

Comentários: A Sociedade era constituída pelos senhores. Orlando Tavares Ferreira, Oswaldo Tavares Ferreira e Alfredo Vaz de Carvalho. Os dois primeiros trabalhavam em alfaiatarias e o terceiro, com 18 anos, iniciou sua vida comercial na então primeira casa Tavares. A Organização possuía, além da loja da rua São José, a da rua Senador Dantas, inaugurada em 1943, a da Rua da Quitanda, e a de Copacabana, inaugurada em 1959 na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. O símbolo da empresa era o simpático cãozinho da raça terrier escocês. Ficou famosa a propaganda em que uma beldade puxando o cachorrinho pela coleira cruzava com um mancebo e este perguntava: "Qual é o telefone do cachorrinho?".

7) Casa Sloper


Ramo: (vide no item "Comentários", abaixo)

Inauguração: 1899

Encerramento: 2014 (?)

Comentários: Foi fundada em 1899 pelo inglês Henry Willmott Sloper, numa pequena loja de 30 metros quadrados na  Rua do Ouvidor. Com o tempo, expandiu-se para outros bairros e Estados. Oferecia uma diversidade de produtos: acessórios como cordões, pulseiras, anéis, cosméticos, vestuário feminino, masculino e infantil, roupa de cama e mesa, brinquedos, cristais e objetos de decoração. Um presente da Casa Sloper era sinônimo de bom gosto. As atendentes estavam sempre elegantes, com penteados impecáveis e uniformizadas, além de serem famosas por sua beleza e qualidade no atendimento. Com o tempo, perdeu espaço para lojas como as Americanas e Mesbla e no início dos anos 1990 iniciou sua derrocada.

8) LOBRÁS (Lojas Brasileiras)


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: 1944

Encerramento: 29/07/1999 (parte da LOBRAS virou Marisa)

Comentários: Foi fundada por Adolfo Basbaum. Tinha com concorrente as Lojas Americanas, que atuavam no mesmo segmento de negócio. A família Goldfarb, dona das Lojas Marisa, comprou o controle acionário das Lojas Brasileiras em 1982. As duas marcas coexistiram até 1999, com a LOBRAS atuando como loja de departamentos e a Marisa no ramo de moda e roupa íntima feminina. Em 29 de julho de 1999 as Lojas Brasileiras encerraram as atividades, após uma série de prejuízos financeiros. Ao fechar, havia 63 filiais em vinte Estados. Parte das unidades das Lojas Brasileiras foi repassada à Marisa.

 9) Casa Cruz


Ramo: papelaria e livraria (livros didáticos)

Inauguração: 06/12/1893

Encerramento: 08/2017 (lojas físicas) e 2018 (lojas virtuais)

Comentários: Fundada por José Rodrigues da Cruz. A loja da rua Ramalho Ortigão sofreu ao longo dos anos diversos incêndios, o último em dezembro de 2007. Em 2001 foi criada a loja e site virtuais. Em agosto de 2017 todas as lojas físicas foram fechadas, mantendo apenas as virtuais, que por sua vez saíram do ar em 2018.

10) Ultralar


Ramo: inicialmente, venda de botijão GLP. Posteriormente, loja de departamentos.

Inauguração: 1956

Encerramento: 2000

Comentários: Fazia parte do grupo Ultragás e inicialmente vendia apenas botijões de gás GLP. Os negócios progrediram, tornou-se loja de departamentos e nos anos 1970 chegou a abrir em São Paulo um hipermercado, o Ultracenter, mais tarde comprado pelo Carrefour. Quando fechou, em 2000, a maioria das lojas foi comprada pelas Casas Bahia.

              ---------------  FIM  DA  POSTAGEM  ---------------

ADENDO DO SDR:

11) Camisaria Progresso


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: última década do século XIX.

Encerramento: Depois do presidente Carlos Brandão que construiu o atual prédio, o negócio foi transferido para o comerciante José Tufick Simão, um forte atacadista e arrematador nos leilões da Alfândega do RJ e SP, que possuía um comércio de importação na Rua Gonçalves Ledo nº 57. Após a morte deste, em 1969, a presidência da Camisaria foi transferida para seu filho mais velho Tufy Simão Neto e seus irmãos que indenizaram integralmente todos os 80 ou 100 empregados, inclusive os mais antigos sendo a firma desativada “e não falida” e o ponto comercial negociado com Ban-tan Ramenzoni uma industria tradicional de chapéu que por algum motivo, decidiu montar uma filial aqui no Rio de Janeiro.

Comentários: Fabricante especial de roupas brancas para homens, senhoras e crianças, e importação direta das principais fábricas da Europa. Visitem as nossas grandes exposições. Praça Tiradentes nº 2-4, esquina da Rua da Carioca. Vendas a preços fixo. Telefone 1880.  Peçam nossos catálogos. Castro Lopes & Brandão. Em 1958 um grande incêndio atingiu a loja da foto, destruindo-a. Em seu lugar ficou um prédio muito feio.

12) À Colegial


Ramo: loja de trajes esportivos e uniformes escolares.

Inauguração: ?

Encerramento ?

Comentários: tradicional loja de uniformes escolares em meados do século XX, era concorrente de outra loja famosa “O Pavilhão”.

13) Casa Mattos


Ramo: livraria e material escolar

Inauguração: 1916

Encerramento ?

Comentários: Propriedade de Ferreira de Mattos & Cia. Ltda. Famosa pela venda de material escolar, a “Casa Mattos”, originalmente na Rua Ramalho Ortigão, tinha muitas filiais. Na foto vemos uma delas em frente à Praça General Osório, em Ipanema. Tempos depois a loja de Ipanema se mudou para o quarteirão seguinte, entre Teixeira de Melo e Farme de Amoedo. Denise e Zé Augusto Salinas, dos últimos donos, foram meus amigos.

14) A Exposição

Ramo: loja de departamentos

Inauguração: primeira metade do século XX.

Encerramento: ?

Comentários: A EXPOSIÇÃO foi fundada pelo cearense Lauro de Souza Carvalho. A foto é de 1971, de Gyorgy Szendrodi. O "slogan" era "Basta ser um rapaz direito para ter crédito na A  Exposição". Esquina de Avenida com São José.

48 comentários:

  1. Faltou nesse rol a Casa José Silva.## Havia uma loja de A Colegial na Tijuca, na Conde de Bonfim quase esquina da Rua Pareto. ## A extinção de grande parte dessas redes de lojas pode ser creditada a varios fatores, entre os quais o exponencial aumento da carga tributária a partir do final dos anos 80.

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  2. Bom Dia! Senti falta das lojas Miveste. Conheci algumas ,Madureira Méier, S. Pena. Zona Sul não sei se teve alguma. Teve também a Casa José Silva,que à noite o luminoso da fachada anunciava primeiro Casa José Silva,apagava e surgia Epson a camisa modelo.

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  3. Bom dia, Dr. D'.

    Mais fácil citar as que não vi (A Exposição, Camisaria Progresso ou Rei da Voz) ou não entrei (Lobras).

    Outras eu tenho dúvida se já entrei, como A Colegial. As demais eu cheguei a entrar, seja em Madureira ou outro bairro.

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  4. Somos um país sem memória. Uma prova disso é a dificuldade relatada pelo Helio para encontrar material para essas lojas famosas.
    Por isso a importância do SDR que conta tanta coisa sobre nosso Rio.

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  5. Em tempo: não lembro de ter Lobrás em Madureira mas Marisa com certeza. Ia muito na Casas Cruz ou Mattos em época de começo de ano letivo, assim como na Freitas Bastos.

    Tenho a sensação de já ter ido a uma Sears, mas não lembro em qual. Tinha Ducal em Madureira mas não lembro se já fui em alguma filial.

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  6. Pelo jeito, em breve, a lista será atualizada com as Lojas Americanas. Lembrei também da Arapuã, de uma época mais recente.

    À medida que for lembrando vou relatando.

    FF: Mais tarde irei em uma missa em Marechal Hermes em ação de graças pelos 90 anos de uma tia. Minha mãe teria feito há duas semanas.

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  7. Conheci Abraham Gardon, filho de Samuel , que tocou a Casa Garson até o fim. Uma simpatia, mas não aguentou a concorrência. Lembro da Gaio Marti, as Lojas Helal e o Gabriel Habib.

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  8. Na foto da Casa Mattos um Pontiac Chieftain Catalina 1950 está com o para choque dianteiro "beiçudo" talvez uma barbeiragem da patroa...

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  9. A Constituição Federal de 88 foi um dos grandes "fomentadores" do desemprego no Brasil, e o fechamento das grandes redes de lojas está diretamente ligada à oneração da folha de pagamento das empresas. Somando-se a isso existe uma legislação trabalhista na qual "o empregador é o vilão". Ao custo da contratação de um empregado "de carteira assinada", é somado "o custo Brasil". Um empregado formal tem para o empregador o custo de três. Isso é um claro incentivo à informalidade. Além disso o Brasil é o único país onde existe "Justiça do Trabalho", com seus tribunais de estrutura faraônica, juízes que recebem salário acintosos, um MP de igual quilate, e advinhem quem paga tudo? Nos EUA as questões trabalhistas são analisadas na esfera do Direito Civil e o desemprego até a pandemia era mínimo. É de se espantar que ainda existam no Brasil grandes redes de lojas...

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    1. Joel está coberto de razão em suas observações acima. A carga tributária imposta as empresas é absurda e a Justiça do Trabalho, como diz um amigo advogado, a mais perversa do judiciário brasileiro, penalizando sempre quem gerou o emprego e por vezes penhorando o benefício INSS de idosos que recolheram o tributo social ao longo de 35, 40 anos ininterruptamente, estando agora em situação delicada, a maioria sem poder ter sequer um seguro saúde. O comentarista das 10:30 talvez nunca tenha tido uma empresa e desconhece tais detalhes.

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  10. Bom dia Saudosistas. Fica fácil entender nesta postagem de hoje o esvaziamento econômico da cidade e do estado do Rio de Janeiro. O mestre Joel Almeida citou apenas um dos fatores, alta carga tributária, bem como os altos custos da empresa para efetuar o controle e pagamento de todos esses impostos. Porém outros fatores contribuíram para isso, a justiça trabalhista a qual faz com que o Brasil seja o País com maior número de processos desta natureza no mundo, recentemente verifiquei que no Brasil transcorria na justiça cerca de 200 vezes mais processos trabalhistas do que nos USA, o City Bank encerrou suas atividades no Brasil por este motivo. E outro fator que os empresários não costumam relatar, porém que não só atrapalham o dia a dia da empresa e sugam o suor e o lucro dos empresários, que são a fiscalização e a perseguição destes fiscais a empresas que não coadunam com o pagamento de propinas.
    FF1 - Da mesma forma poderemos fazer uma lista imensamente maior de grande Indústrias que abandonaram o Rio e o Brasil por estes mesmos motivos.

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    1. Onde quer que você vá verá legiões de ambulantes que ocupam as calçadas oferecendo mercadorias de todos tipos, e muitos possuem até "funcionários". Quanto o Estado deixa de arrecadar em impostos? Quantos desses ambulantes poderiam estar ocupando uma vaga de emprego formal se não houvesse esse "custo Brasil?" Desde Janeiro grandes empresas estão fechando as portas e demitindo funcionários. Recebi uma estatística mostrando a proporção de vagas de empregos formais em cada Estado e comparativamente o número de "auxílios e bolsas" recebidos. Os Estados do sul, sudeste, e centro-oeste, detém um número de pessoas ocupando vagas formais de emprego muito maior do que de indivíduos que recebem "auxílio do governo", enquanto nos Estados do Norte e Nordeste o número dos que detém algum tipo de "bolsa alguma causa" e bem maior do que o número de empregados formais. Isso parece ser do interesse desse governo, enquanto é evidente que que o investidor pensa duas vezes antes de investir aqui. Como acham que essa realidade pode ser revertida? No passado não faltavam empregos nos diversos segmentos do mercado de trabalho. Mas e nos dias atuais?

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    2. Onde quer que você vá verá legiões de ambulantes que ocupam as calçadas oferecendo mercadorias de todos tipos, e muitos possuem até "funcionários". Quanto o Estado deixa de arrecadar em impostos? Quantos desses ambulantes poderiam estar ocupando uma vaga de emprego formal se não houvesse esse "custo Brasil?" Desde Janeiro grandes empresas estão fechando as portas e demitindo funcionários. Recebi uma estatística mostrando a proporção de vagas de empregos formais em cada Estado e comparativamente o número de "auxílios e bolsas" recebidos. Os Estados do sul, sudeste, e centro-oeste, detém um número de pessoas ocupando vagas formais de emprego muito maior do que de indivíduos que recebem "auxílio do governo", enquanto nos Estados do Norte e Nordeste o número dos que detém algum tipo de "bolsa alguma causa" e bem maior do que o número de empregados formais. Isso parece ser do interesse desse governo, enquanto é evidente que que o investidor pensa duas vezes antes de investir aqui. Como acham que essa realidade pode ser revertida? No passado não faltavam empregos nos diversos segmentos do mercado de trabalho. Mas e nos dias atuais?

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    3. Em resumo: quando virou o relógio do dia 31 de dezembro para 1 de janeiro os empregos sumiram? Hahaha

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  11. A foto da Loja Ducal é da inauguração, em 1963, da filial de Juiz de Fora. A loja ficava na Avenida Barão do Rio Branco, ao lado do edifício Clube Juiz de Fora.

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  12. Estou aqui morrendo de pena dos empresários. Acho que vou fazer uma doação.
    Afinal só têm margem de uns 50% de lucro, além de pagarem uma miséria para os trabalhadores.
    E ainda fazem manobras contábeis, subornam fiscais e compram parte do legislativo.

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  13. Em pouco tempo os comentaristas já citaram várias lojas que não constam da postagem. Um dos aspectos que tenho de considerar quando faço alguma é a quantidade de itens sobre o assunto. Eu tenho a tendência a escrever muito, mas preciso me policiar para a postagem não ficar extensa demais. Isso acaba me obrigando a deixar de fora alguns itens. Às vezes me dá dor no coração deixar algum deles de fora e se estabelece uma briga entre o diabo me mandando colocar os itens e o anjo me aconselhando a não fazer isso. O resultado depende de quem vencer a batalha.

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  14. Sobre a citação à Gaio Marti, feita pelo GMA, eu pensei em fazer uma postagem especificamente sobre as redes de mercados e supermercados antigos, mas desisti diante da dificuldade de obter dados e fotos de alguns deles. Além do mais, poderia ficar meio cansativo para os visitantes ter uma postagem especificamente sobre isso, já que não seria muito diferente da de hoje.

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  15. Quanto às regras tributárias e fiscalização de tudo quanto é sorte, são realmente fatores inibidores, até porque são prato cheio para chantagens e pedidos de propinas. Esse cipoal de leis, normas, regras, o diabo a quatro, é feito adrede para dar margem a propinas. Lembrei-me de um caso ocorrido, se não me engano, com a Viação Redentor, quando um fiscal do trabalho chegou à empresa e foi logo dizendo algo do tipo:
    - Existem não-sei-quantas mil leis na CLT. Vocês têm certeza de que não infringiram nenhuma delas?
    Saiu de lá com uma gorda propina.

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    1. Isso sempre existiu e faz da cultura do brasileiro.

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  16. Outro fator inibidor, mais recente, é a quantidade de assaltos sofridos pelo comércio, desde grandes lojas até o botequim da esquina. Ninguém escapa da sanha dos bandidos, acobertados pelas inócuas leis, por políticos e por parte da população.

    Ao lado da minha vila tem um senhor que montou um espetinho, com mesas e cadeiras na calçada. Só funciona à noite. Eu não tenho coragem de ficar sentado ali. Virou moda passar um carro ou moto e os caras darem tiros a esmo para dentro de bares e restaurantes. Da mesma forma, do outro lado da rua tem um casal que faz um pastel delicioso. Não fico ali. Peço para eles entregarem aqui em casa.

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  17. Na rua aqui ao lado tem uma padaria simples, existente há várias décadas. Um dos antigos donos recebia todo fim de tarde uns PM's ainda na época das joaninhas. Eles entravam, pegavam pão, queijo prato, presunto e mortadela e não pagavam. Um dia o dono se invocou e comunicou que eles teriam de pagar. Não sei com que tom ele fez isso. O fato é que uma semana depois houve um assalto na padaria e o dono foi assassinado.

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  18. Na verdade, se formos enumerar todas as mazelas desse Brasil varonil de céu de anil escreveríamos uma enciclopédia. Depois querem que eu seja patriota. Vade retro. Dessa praga não morrerei.

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  19. FF: Nestes últimos dias estou um pouco ausente do SDR porque me dediquei a fazer algo que amo. Estou selecionando músicas antigas (décadas de 1950/60/70) para gravar alguns CD's. Descobri um link do You Tube que posta vídeos das músicas que fizeram sucesso, mês a mês, durante aquelas décadas, e até de outras mais à frente. Também posta o segundo colocado. Com isso, escutei trechos de 10 a 12 segundos de 600 músicas daquelas três décadas. Selecionei 90 e agora estou me preparando para gravar 3 ou 4 CD's, ainda não sei ao certo. Isso porque eu já havia antes gravados 3 CD's dessas mesmas décadas, num total de 76 músicas. Somando tudo, serão 166 músicas. Ô, beleza! Estou mais feliz do que pinto no lixo. Ou criminoso no Brasil.

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    1. Helio, instale o Spotify no celular.
      Por 20 reais mensais vc monta listas com todo tipo de música que existe, que ficam em sua biblioteca.
      Depois compre uma pequena caixa de som de alta qualidade e vc vai se deliciar.
      Apos algum, “vendo”’ seu gosto musical, o próprio Spotify sugere novas listas.
      Coisa de primeiríssima.

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    2. Prezado Anônimo, obrigado pela sugestão, que já me havia sido apresentada por um amigo. Mas sou antiquado e não gosto de celular. Prefiro baixar do You Tube, gravar CD e escutar na minha "potente" aparelhagem de som, que comprei há 42 anos (receiver e caixas de som), tendo o CD player "apenas" 26 anos. Um garotão, ainda.

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    3. Não basta "baixar as músicas". É preciso que após salva-la você a passe por um programa de remasterização que remove ruídos e equaliza à maneira de um estudio profissional de gravação. Depois é só salvar. É fácil de baixar e de operar. O programa tem o nome de Goldwave e é grátis.

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    4. Não sou tão sofisticado assim. Depois de baixar pelo aTube Catcher eu ajusto o nível de áudio e corto os trechos em silêncio no início e fim das músicas usando o Audacity ou o mp3DirectCut e depois gravo pelo Ashampoo Burning Studio 22. Para mim é o suficiente.

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    5. Existe um baixador de músicas que tem o nome de MP3 Juice no qual você baixa a música que quiser, bastando para isso digitar o nome ou versão. Depois de baixar, passe a música pelo Goldwave, salve no pen drive, e terá a música "limpa" pronta para arquiva-la ou grava-la em CD.

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    6. Muito trabalho. Com o Spotify é só um clique.

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  20. À Colegial e Camisaria Progresso são as únicas que não consigo lembrar.
    Compras mesmo eu só lembro na Mesbla e na Casa Cruz.

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  21. Só por curiosidade, os fundadores das lojas A Exposição e Ducal eram, respectivamente, pai e filho.

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  22. O Helio citou mercados e supermercados. Seria interessante uma postagem específica. Muitos mercados cresceram, mas outros fecharam ou foram engolidos pelas redes maiores.

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  23. Boa tarde.
    Uma loja de roupa masculina de boa qualidade foi a Adônis, acho que durou bastante tempo.
    Quando eu trabalhava em uma multinacional de elevadores, recebi um fiscal do trabalho que foi pela mesma linha, tipo "achei isto e aquilo, posso infernizar a vida de vocês, vão provavelmente ganhar no final mas vão gastar uma grana e perder tempo ... vamos acertar entre nós."
    Não levou a propina, multou a empresa, ganhamos no final o recurso, levou "só 2 anos" e honorários advocatícios + um número considerável de homens-hora de trabalho.
    Mas foi uma satisfação não dar dinheiro ao patife ladrãozinho.

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  24. Para pagar a conta do Milagre Brasileiro: cair de joelhos frente ao FMI em 1982, criar planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e II e finalmente o Real.
    Um demorou para sair por motivo eleitoral e outro foi esticado demais, e estragou tudo, pelo mesmo motivo, mas a maioria foi ruim mesmo.
    Todas essas fases levaram muitos à falência.

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  25. Estive em várias dessas empresas e lojas, principalmente em Madureira e em Bonsucesso, nos arredores da Praça das Nações.

    Além dos fatores já elencados para a desestruturação e futura falência de algumas empresas, cito a mudança que o Plano Real fez na economia nacional, que apesar de trazer uma normalização da economia, acabou desmascarando algumas situações financeiras das empresas.

    Essas empresas estavam acostumadas a ganhar muito dinheiro nas aplicações, entre elas o over-night, que faziam em períodos de inflação muito alta.

    Atrasavam pagamentos e alocavam esses valores em aplicações, depois negociavam a dívida em juros menores, ameaçando nem pagarem se não fosse assim.

    Muitas empresas quebraram em não saber viver com inflação mínima.

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  26. Tinha também "O Príncipe", cuja propaganda dizia "O Príncipe veste hoje o homem de amanhã".

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  27. Os empresários têm de lidar não só com o Custo Brasil como também com o Custo Rio de Janeiro, meca das quadrilhas de roubo de carga.

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  28. Faltou a loja masculina Segadaes e Segadaes Junior, que ficavam em Copacabana. Quando adolescente, precisava comprar roupas e sapatos para ir a uma festinha e minha mãe me levava na Segadaes Junior, que ficava na Av. Copacabana, ao lado da Escola Pública Cócio Barcelos. No nosso bairro, o Leblon, o comércio de lojas masculinas era incipiente.

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  29. E a 5ª avenida, ao lado do Roxy, na Av. N S Copacabana. Por conta de uma foto antiga muito veiculada ela sempre aparece.Aliás, ontem passei pela Rua Domingos Ferreira e constatei que o Bob´s jaz sob um China In Box!

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  30. A loja A Esplanada era bem conhecida. Ficava Sete de Setembro. Nos anos 70 passou a se chamar New Splan. Tem a inda a Impecável "maré mansa" Sobreviveu até os dias de hoje

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  31. Eu gostava de comprar no Dragão da Rua Larga, no Bazar 606, na Parc Royal, no Mundo das Louças e na Superball.

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  32. A Citycol, loja de roupas de pior qualidade, ao invés de desaparecer, expandiu.

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  33. Um capítulo à parte seria a Brastel, cujo dono se envolveu no famoso caso Coroa-Brastel, um dos grandes escândalos do regime ditatorial, com participação inclusive de ministros dos governos dos generais.
    Observação: todo o custo Brasil é pago pelo consumidor, nada deixa de ser repassado pelo empresário (indústria, comércio, transporte) e até acontece de alguns cobrarem e não repassarem, casos conhecidos como sonegação.
    Resumindo: quem gera empregos é quem consome produtos e também contrata serviços. E por isso a frase "o freguês tem sempre razão".

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    1. Conheci um dos filhos do dono da Coroa-Brastel pelo que vi ficou ruim pra ele, vendia quentinhas em um Fiat Prêmio, isso em 1998.
      Lembro das casas José Silva de roupa masculina e Pernambucanas. Está última existe em alguns estados mas não é o mesmo grupo empresarial, no Rio era da família Ludgreen.
      Vamos ver o que acontece com as Lojas Americanas.

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