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segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

CINEMAS

CINEMAS POEIRINHAS, por Helio Ribeiro.

Nesta postagem vamos excursionar por plagas desconhecidas pela maioria dos visitantes deste SDR. E nos depararemos com uma série de cinemas de rua, daqueles que o povo se encarregou de chamar de "poeirinhas". O Rio de Janeiro teve centenas de cinemas de rua, muitos deles autênticos poeirinhas. A penosa seleção foi feita por mim, e posso ter classificado dessa maneira algum cinema que não a mereça. Neste caso, o comentarista que discordar sinta-se à vontade para me contestar com veemência.

Chegou a hora de os visitantes da Zona Norte se apresentarem e darem sua valiosa contribuição à postagem.

Onde possível, o Luiz abrilhantou cada foto com os dados obtidos no famoso livro da Alice Gonzaga, "Palácios e Poeiras".

Apertem os cintos porque a viagem vai ser longa. Comecemos.

OBS: depois que recebi a excelente postagem do Helio, a quem mais uma vez agradeço a contribuição,. fui ao excepcional livro da Alice Gonzaga, "Palácios e Poeiras (que recomendo muito a todos os interessados na história dos cinemas cariocas), e complementei algumas informações. Alguns dos cinemas citados foram grandes salas de exibição em sua época.

1) Cine Anchieta (antigo Cine Tropical, inaugurado em 1947)


Endereço: Estrada Marechal Alencastro Guimarães nº 4211

Bairro: Anchieta

Inauguração: 11/07/1955

Fechamento: 09/04/1978

Capacidade: 280 lugares

Moisés M. Marinho foi um dos frequentadores deste cinema. Conta que assistiu muitos filmes e fez muitas bagunças neste cinema. Ele foi aluno do ginásio, nos anos 60, do Colégio Pereira Mendes, e diz que hoje Anchieta está irreconhecível.

2) Cine Beija-Flor / Madureira 3



O "Beija-Flor" em seus primeiros tempos.


O "Beija-Flor" em foto de 1958.


Já como "Madureira 3" em foto de 1994.

Endereço: Rua Lopes nº 169, renomeada Rua Antônia Alexandrina nº 167 e Rua João Vicente nº 15.

Bairro: Madureira

Inauguração: 1915

Fechamento: 21/09/1986 (transformou-se no cine Madureira 3)

Capacidade: 710 lugares (1937), 480 lugares (1960)

Alice Gonzaga conta que em meados do século XX, na parte da Central do Brasil, Madureira era o subúrbio mais beneficiado, pois tinha nada menos que quatro cinemas bem instalados (Alfa, Beija-Flor, Coliseu e Madureira).

3) Cine Bruni Méier (antigo Cinema Méier de 15/11/1919 a 06/11/1963)

O antigo  cinema Méier.


Endereço: Rua Amaro Cavalcanti nº 105 (antigo nº 25)

Bairro: Méier

Inauguração: 07/11/1963

Fechamento: 16/01/1977

Capacidade: variou em 450 e 650 lugares.

OBS: A partir de 17/01/1977 voltou a ser Cine Méier. A partir de 01/07/1981 voltou a ser Bruni Méier.

Na década de 60 a palavra “Bruni” era tratada como sinônimo de cinema. O padrão de suas salas era “jovem”, com “conforto moderno”. Em uma década 12 cinemas “Bruni” foram inaugurados, alguns aproveitando salas antigas, como o do Méier.

4) Cine Comodoro


Endereço: Rua Haddock Lobo nº 145

Bairro: Tijuca

Inauguração: 17/07/1967

Fechamento: 02/11/1988

Capacidade: 816 lugares.

Cheguei a ir a esse cinema umas poucas vezes. Numa delas, assisti à ópera-rock "Tommy", do conjunto "The Who". Numa outra, fui enganado pelo anúncio de jornal, entrei para ver um determinado filme, e quando percebi após os trailers começou a passar o nefando "Independência ou Morte", com Tarcísio Meira. Saí muito "pê" da vida do cinema. Paguei ingresso à toa.

5) Cine Guarabu

Foto tirada em 1982.

Endereço: Rua Sargento João Lopes nº 826

Bairro: Ilha do Governador

Inauguração: 20/04/1950

Fechamento: 14/05/1982. Depois Studio Ilha de 11/06/1982 a 25/11/1984

Capacidade: 380 lugares

Os antigos comentaristas do “Saudades do Rio” dizem que o fusquinha era do Celsão, o “Manitu”, fã incondicional da Lucelia Santos.

6) Cine Guaraci

Foto tirada em novembro de 1982.

Endereço: Rua dos Topázios nº 56

Bairro: Rocha Miranda

Inauguração: 10/02/1954

Fechamento: 03/01/1989

Capacidade: 1.379 lugares

Alice Gonzaga cita o Cine Guaraci como “um palácio cinematográfico em grande estilo. A sala, uma das mais belas da cidade, foi a única que combinou elementos de “art-nouveau” e “art-déco”.

7) Cine Irajá



Endereço: Avenida Monsenhor Félix nº 454

Bairro: Irajá

Inauguração: 1941

Fechamento: 12/06/1983

Capacidade: 1146 lugares

Segundo Alice Gonzaga, Vital Ramos de Castro, o mais bem sucedido dos exibidores independentes, caracterizou-se por fazer cinemas de fachadas simples, cujo padrão era uma suavização do "art décô", trabalhando em cima de figuras geométricas básicas.

Não posso deixar de transcrever relatos do prezado “Irajá” a respeito deste cinema:

“A primeira lembrança é de entre os anos de 1949 a 1953, quando o Cine Irajá ainda possuía tela quadrada e eram projetados filmes em preto e branco como “O Monstro da Lagoa Negra”, “Roy Rogers’, ‘Zorro’, desenhos animados do Mickey, chanchadas da Atlântica e a Atualidades Atlântica. Entre os filmes brasileiros marcou-me o Tico-Tico no Fubá, deixando-me para sempre um grande gosto pela valsa Branca. Mas o mais marcante em todos esses anos, foram as sessões das quintas e sextas feiras da Semana Santa. Nestes dias, revestido de muita pompa e contrição, era exibida a Vida de Cristo, versão ainda do cinema mudo e com baixa sequência de quadros, o que fazia as pessoas caminharem aos trancos, como nos célebres filmes de Carlitos. A época um bairro tradicionalmente católico, nossos pais praticamente nos impunham assistir este filme. O pior é que, considerando ser um dia de comedida alimentação, não nos deixavam levar pipocas ou balas para a sala de projeção. Para completar, exigiam-nos um estado contrição durante toda a exibição.”

“A segunda lembrança se faz quanto da reforma do cinema em início de 1954. Mês de férias e o cinema fechado foi um assunto de grande protesto para a garotada, privada que estava das suas boas tardes de domingo. Mas a espera foi compensadora. No dia da reabertura a fila ultrapassava a linha dos trens da Rio D’Ouro, o que fazia uma estranha interrupção da mesma, pois logicamente ninguém ficou sobre os trilhos. Os bondes chegaram cheios de gente de Vaz Lobo e de trem muitos vieram de Vicente de Carvalho e Colégio. Para mim foi um delírio: O primeiro sinal, o segundo sinal e ao terceiro, com luzes coloridas piscando nos abajures de gesso laterais, a projeção da logomarca do novo tipo de filme, em Cinemascope, sobre as pomposas cortinas vermelhas. De imediato a abertura desta cortina e já sob os aplausos, assobios e alguns berros da garotada, a apresentação de “O MANTO SAGRADO”.”

“A terceira foi quando eu e um colega de muitas aventuras, após semanas de expectativa, desde que fora anunciada a sua exibição, projetamos ludibriar o porteiro do Cine Irajá e assistirmos um filme para nós ainda proibido. Ambos tínhamos então 17 anos e meio, e o filme, tremendamente censurado, era proibido a menores de 18 anos. O velho porteiro já nos conhecia de muitas e muitas vezes pagando meia entrada e provando ter mais de 14 anos. Compramos inteira para não ter que apresentar a caderneta escolar. Ao passamos pelo porteiro e já entrando na sala de projeção ouvimos dele apenas: “Rapazes, por que vocês pagaram inteira?”. Sentamos e aguardamos ansiosos ouvindo alguns dos sucessos de Frank Sinatra. Veio o primeiro sinal, o segundo, o terceiro, as luzes piscando, a projeção sobre a cortina vermelha e esta se abrindo e... Fogo no topo da cortina, as labaredas se propagando, o tumulto, o calor intenso. Na fuga da sala uma mulher berrava: “Isso aqui virou um inferno”. Após a chegada dos bombeiros de Campinho, sentados na calçada do outro lado da rua assistindo o trabalho de combate ao incêndio, lendo o grande cartaz do cinema, nos ríamos ao limite da dor de barriga. Título do filme: A Caldeira do Diabo.”

8) Cine Marajá (antigo Mignon Cinema, de 1911)

Foto tirada em 16/09/1982.

Endereço: Rua Ana Néri nº 910

Bairro: Engenho Novo

Inauguração: 25/01/1951

Fechamento: 31/05/1970

Capacidade: 628 lugares

9) Cine Palácio Campo Grande


Endereço: Rua Augusto de Vasconcelos nº 139

Bairro: Campo Grande

Inauguração: 12/08/1962

Fechamento: 30/09/1990

Capacidade: 1749 lugares

OBS: Consta ter sido o maior cinema do Rio de Janeiro. Segundo Alice Gonzaga, jornais do bairro assim escreveram: “Agindo como porta-voz da população local, diremos que a nova casa de diversões decepcionou a todos. Arquitetura primária, de mau gosto, com fachada bastante feia, o novo cinema ganhou o apelido carinhoso de “armazém”. As cadeiras são de madeira (...), pois o proprietário acha o público campo-grandense pouco evoluído para desfrutar de poltronas estofadas.”

10) Cine Regência

Foto do início dos anos 1990

Endereço: Avenida Ernani Cardoso nº 52

Bairro: Cascadura

Inauguração: 06/01/1956

Fechamento: (ainda em funcionamento)

Capacidade: 690 lugares

O Cine Regência foi o ponto de partida para a grande cadeia de Livio Bruni. Depois dele arrendou o Rivoli, Royal e o primeiro Mello. Pouco depois aconteceu o inevitável consórcio com outros pequenos exibidores independentes, necessário à alavancagem de uma grande empresa.

11) Cine Santa Cruz 



Foto tirada em 1994.

Endereço: Rua Felipe Cardoso nº 72

Bairro: Santa Cruz

Inauguração: 1924

Fechamento: fechou em 1979, virou um tempo evangélico, reabriu no início dos anos 1990 e fechou novamente no fim desse mesmo período.

Capacidade: 288 lugares

12) Cine São Geraldo


Endereço: Rua Alfredo Barcelos nº 572

Bairro: Olaria

Inauguração: 23/03/1949

Fechamento: 04/1991

Capacidade: 381 lugares

Alice Gonzaga não registra, mas um morador da região afirma que antes teve o nome de Cinema Oriente, e após o fechamento do Cine São Geraldo, funcionou no local a danceteria Kremlin, e após o fechamento desta, a Academia do Pagode.

13) Cine Todos os Santos



Foto dos anos 1980.

OBS: Era conhecido como "Todinho" ou "Metro Todos os Santos" (haja pretensão!!)

Endereço: Rua Getúlio nº 18

Bairro: Todos os Santos

Inauguração: 31/07/1944

Fechamento: 29/01/1984

Capacidade: 474 lugares

Foi adquirido por Roberto Darze que, com a decadência da cadeia Bruni, apresentava-se como opção para compra ou arrendamento. Foi um grande exibidor, por uma época. Associou-se à Horus Filmes, famosa distribuidora de filmes eróticos. Conseguiu driblar a censura e firmar o gênero, atuando no Cineac Trianon desde meados da década de 60. Assim se difundiriam os impagáveis títulos...

14) Cine Vitória Bangu


Endereço: Avenida Santa Cruz nº 1745 (antiga Estrada Real de Santa Cruz nº 231

Bairro: Bangu

Inauguração: 26/07/1928

Fechamento: 16/08/1981

Capacidade: inicialmente 837 ou 790 lugares, dependendo da época

15) Cine Fluminense

O Cine Fluminense em seus primeiros tempos.



Endereço: Campo de São Cristóvão nº 105 (antigo nº 69)

Bairro: São Cristóvão

Inauguração: 17/12/1916, fechado para reformas e reaberto em 19/03/1932

Fechamento: 31/05/1981 (virou estúdio de televisão).

Capacidade: 1.500 lugares

 

 

33 comentários:

  1. Sou obrigado a discordar da inclusão do Cine Comodoro nessa lista de "poeiras". O Comodoro era um cinema de bom nível, com poltronas confortáveis, e ótimo sistema de ar condicionado. Ficava em frente ao Madrid, do qual era concorrente. Faltam nessa lista o Cine Ideal na rua Barão do Bom Retiro em frente ao Colégio Pedro II e o Cine Santo Afonso na rua Barão de Mesquita.


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    1. Realmente, o Comodoro não era poeira. Neste eu vi Laranja Mecânica e Contatos Imediatos...

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  2. Poeira, cinemas sem ar-condicionado, cadeiras de madeira, luz entrando na sala de projeção, só conheci o Pirsjá, o Ipanems, o Danúbio e o Leme.

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  3. Uma curiosidade: não existem fotos disponíveis do Cine Santo Alfonso. Tenho pesquisado há longo tempo sem sucesso.

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    1. Joel.o cine Santo Afonso éra onde hoje é o Mundial. Não é?

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  4. O Cine Palácio de Campo Grande era realmente enorme, mas o acabamento deixava mesmo a desejar. Vi vários filmes lá, mas este cinema demorava a entrar no circuito dos filmes mais badalados; quando os exibia o povo já tinha visto em outras salas, principalmente da Zona Sul/Centro. No final da vida passou a exibir somente pornôs.
    Quanto ao Cine Vitória Bangu marcou a minha memória quando vi a minha musa Sandra Barsotti bem "a vontade" num filme em meados dos anos setenta.

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  5. Bom dia, Dr. D'.

    Depois de um roteiro de terror, uma postagem sobre cinemas.

    Da lista, frequentei, mais ou menos vezes, o Beija-Flor / Madureira 3 nas duas versões e o Regência. Fora da lista, fui uma vez em um que havia em frente ao Mercadão de Madureira, na Edgard Romero, cujo nome não me lembro no momento, e em um outro, em Marechal Hermes, em 1985, o Cine Lux. Isso para ficar na zona norte. Não se encaixando na categoria "poeira", incluo os Madureira 1 e 2, e Art Madureira 1 e 2.

    Para os demais da lista, acompanharei os comentários.

    Bangu, Santa Cruz e Campo Grande são bairros da zona oeste "ocidental", antiga zona rural.

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    1. Não lembro se esse em frente ao Mercadão era o Astor, mas lembrei desse nome agora.

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    2. Augusto, nesse "pedaço" de Madureira, acho que era o Bristol, embora o Astor também estivesse inserido por aí.

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    3. Bristol, mais um que tinha me fugido. Não lembro se já fui nele. Se for o em frente ao Mercadão, provavelmente sim.

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  6. Bom Dia ! Quando tinha 11/ 12 anos, minha diversão favorita era : Durante a semana, ao voltar da escola, soltar pipa ou jogar bolas de gude. Nas férias escolares gostava de ir até a estação que meu Pai estivesse trabalhando, para ver de perto os trens e seu funcionamento. Já aos Domingos era dia de cinema. Como sempre gostei de andar, cada Semana era um cinema diferente. Dos acima citados só não fui a três. Lembro ainda de mais alguns que ia de vez em quando. Roulien ( hoje fechado) , Cachambí ( hoje um sacolão), Mascote (hoje uma galeria de lojas),Para Todos ( hoje uma igreja) ,Vitória (no Jacaré) (não lembro mas tem alguma coisa funcionando lá), Rin Tin Tin (hoje um fabrica de letreiros luminosos) . Com toda certeza esqueci de citar alguns.

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  7. A título de curiosidade, o cine Fluminense, de São Cristóvão, como dito no texto, era a sede / estúdio do SBT no Rio. A emissora se mudou para um prédio no Centro nos últimos meses. Não sei se o prédio em São Cristóvão ainda tem alguma atividade.

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  8. O ex-comentarista Irajá falou sobre o filme "O Monstro da Lagoa Negra". Típico filme classe B, que eu assisti no cinema da igreja de Cosme e Damião, na rua Leopoldo, no Andaraí. Minha tia na época morava na rua Andaraí número 45 (ou 145). As sessões de cinema eram no início da noite, em determinado dia da semana. Naquela noite, após ver o filme, fui dormir na casa dela. Mas quem disse que consegui? Qualquer barulhinho eu achava que era o monstro entrando no apartamento. Maior sufoco.

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  9. Bom dia Saudosistas. o Cine Comodoro não deveria ser classificado como um cinema poeira, era bem confortável e bem equipado.
    Dos cinemas listados acima, como já falei acima o Comodoro não deveria fazer parte da lista, os outros, acho que só fui ao Bruni Meier onde assisti Lucio Flavio, os demais não conheci.
    Se a série continuar, poderia incluir os cinemas do Centro da Cidade e da Zona Sul, estes eu conheci a maioria.

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  10. Dos postados hoje só fui no Cine São Geraldo em Olaria, uma vez quando ainda criança, na década de 60.
    A informação dos mais velhos na época é que o Cine Oriente era outro, na mesma rua, só que do outro lado da linha da Leopoldina (lado de cima), numa construção bem antiga bem. Pela internet vi que ainda estaria lá, agora como sede de uma escola de samba, a Independentes de Olaria, de cores azul e branco como o clube da Rua Bariri.
    Nenhum dos filmes em cartaz nas fotos de hoje eu assisti em sala de cinema. Vi Luz del Fuego na TV à cabo. Posso até ter assistido Os Vagabundos Trapalhões, na Globo, quando meus filhos eram pequenos, mas são tantos os filmes dos Trapalhões que não sei dizer qual é qual.

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  11. Nesse cinema da igreja de Cosme e Damião eu assisti aos seriados "Flash Gordon no Planeta Marte" e ao "Flash Gordon no Planeta Mongo". Hoje seriam risíveis, pois foram feitos na década de 1930.

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  12. Na praça Saens Peña havia o famoso Tijuquinha (1909/1966), famoso poeirinha da área. Hoje é um shopping. E no fundo de uma pequena galeria no início da rua Desembargador Isidro tinha o Britânia/Studio Tijuca (1963/1981). O primeiro não cheguei a frequentar, mas o segundo, sim.

    Lembro que no primeiro encontro de namoro com minha primeira esposa, em agosto de 1975, eu fiz hora no Britânia enquanto esperava que ela terminasse de dar aula numa escola da área.

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    1. É o Shopping 344. O Tijuquinha tinha a vitrine de cartazes em madeira. Foi inaugurado dois anos antes da Praça Saens Pena. Eu me lembro que após a desativação se transformou em um Shopping de frutas.

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  13. Se a memória não me falha, a nave espacial do Flash Gordon aterrissava numa espiral descendente, soltando fagulhas pela traseira. Maior barato, na época.

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  14. Também me lembro de ter ido com meu padrasto a um poeirinha na rua Haddock Lobo, perto da Machado Coelho, ver um filme passado na África. Não sei se era do Tarzan. Num determinado momento, um tigre saltava sobre o herói. Mas deu pra notar perfeitamente que jogaram uma pele de tigre sobre ele. Kkkkkkk

    E o fundo musical, que nunca esqueci, tinha como refrão as palavras "Tanganika iarabô, Tanganika" (ou assim me parecia), repetido várias vezes.

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    1. Hélio se chamava Cine Haddock Lobo, ficava ao lado da Vila onde a minha esposa morava quando era criança.

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  15. Minha rota de cinemas nos anos 1970 e 1980: Madureira, Olaria e Tijuca. Às vezes no Centro e raríssimas na Zona Sul. Tudo antes dos Shoppings Centers.

    Mas como o assunto é Poeira, existia um chamado Carmoli, que ficava na Av. Brás de Pina com Av. Vicente de Carvalho, na região da Praça do Carmo. Eu passava em frente quando era criança, mas nunca entrei nele. Era Proibido!!

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  16. Em Braz de Pina, na Rua Itabira, em frente a estação de Trens, havia o Cine Santa Cecília, que depois virou Igreja Universal. Não sei se poderia classificar como "Poeira", mas há grandes chances.

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  17. E no bairro de Vista Alegre havia um "Poeira", na Estrada da Água Grande, próximo ao Restaurante 401. O Cine Vista Alegre. Abriu em 1965 e fechou em 1978, da Empresa de Cinemas River Ltda.

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  18. Ninguém falou do Cine Roma na rua Mariz e Barros. Era um "poeira" que ficava nos fundos da Igreja de Santa Therezinha. Não tinha ar condicionado. Um outro cinema não citado foi o Bruni Tijuca na rua Major Ávila 455. Ficava na galeria do edifício recém construído e foi inaugurado em 1964. Não confundir com o outro Bruni Tijuca inaugurado em 1968, funcionava nos fundos da galeria do prédio inaugurado na mesma época, e que fica na esquina da Conde de Bonfim com General Roca. Não sei se os dois cinemas chegaram a funcionar simultaneamente ou o primeiro deixou de funcionar após a inauguração do segundo. Nenhum dos dois era "poeira".

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  19. Boa tarde!
    Ia ao Cine Guarabu quando criança, principalmente para ver o Festival Tom e Jerry aos domingos de manhã. Tentou retornar em 1982, com filmes dos circuitos grandes (Tootsie, Guerra nas Estrelas, Danton, O Retorno de Jedi etc.), além de instalar ar condicionado, começar a substituir as cadeiras de madeira por poltronas estofadas, mas parece que não deu certo: algum tempo depois passei em frente e vi alguns cartazes de filmes eróticos.
    Creio que o Prof. Jaime Moraes tem uma foto do Cine Itamar, também na Ilha, na Freguesia, que funcionou até pelo menos até 1969 (final do meu curso científico no Mendes, às vezes dava para gazetear lá). Janelas grandes eram abertas através de cordas entre as sessões, para ventilar a sala. Um cartaz abaixo da tela advertia: "De ordem da Polícia - É proibido fumar!".
    E, nos anos 60, fui muito ao " Cine São Sebastião" na Ilha. Explico: para angariar dinheiro e dar continuidade à construção da nova Igreja de São Sebastião tiveram a ideia de passar filmes no salão. Missa e catecismo de manhã, filme à noite. Lá assisti Molokai, a Ilha Maldita, Esse Sargento é de Morte, Os Três Garimpeiros e vários outros, quase todos em preto e branco.

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  20. Como colaboração, menciono alguns cinemas de rua do meu tempo de jóvem, idos de 65, perto do Largo do Estácio onde eu morava:

    1 - Cine Colombo, situado a alguns metros do Meretrício (zona) na rua Pinto de Azevedo( bem significativa o nome da rua), 2- Cine Haddock Lobo( onde hoje fica ou ficava a Auto Modelo da WW), 3- Cine Avenida, ficava na esquina da Paulo de Frontin com rua Haddock Lobo, 4 - Cine Madrid ficava junto ao Bar Divino, encontro da Jovem Guarda e enfrente ao Cine Comodoro aqui mostrado. De todos esses o único que possuia ar condicionado e poltrona estufada era o Madrid.

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    1. Corretor Ortográfico9 de janeiro de 2023 às 16:32

      Meu caro Menezes, em nome da boa escrita e em defesa do vernáculo, eu tenho que chamar sua atenção sobre o texto de seu comentário no trecho que menciona que o cinema Madrid ficava "enfrente" ao cinema Comodoro. O correto seria em frente.

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    2. Menezes, o Comodoro também possuía ar condicionado e poltronas estofadas.

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    3. Grande Lino, recebido e anotado sua observação.
      Quanto ao Corretor Ortográfico seu comentário está lavrado em Ata. Quanto aos agradecimentos, esses serão feitos pelo meu Assessor de assuntos aleatórios Sr.Conde Di lido a quem passo a palavra.

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  21. Dos cinemas antigos, só lembro de ter ido ao Paratodos no Méier. Meu pai levou eu e meu irmão para ver "Uma Cilada para Roger Rabbit". Aposto que só nos levou, pois ele gostava de desenho animado. rsrsrs

    Estou preparando um roteiro turístico chamado "Do Sagrado ao Profano". Na altura da Haddock Lobo com a Matoso, comento sobre os cinemas antigos, o Madrid, Comodoro e o Cinema Avenida.

    Tive a oportunidade de entrar no Comodoro, acho que as cadeiras são de madeira (já faz um tempo que entrei no local).
    O legal é ver toda a estrutura antiga do cinema intacta: balcão superior, o palco onde ficava a tela, a sequência das cadeiras, o piso antigo da entrada (acredito que seja o original), etc.

    Lembro de ter lido em algum lugar também que o primeiro cinema da região ficava no número 10 da rua Haddock Lobo.

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    1. No lugar do Comodoro tem Igreja Universal e o nome do cinema ainda está no alto da entrada da galeria. Cliquei no link dela nesse local no Maps e apareceram fotos do hall de entrada e de uma porta lateral onde é possível ver lá dentro poltronas aparentemente bem estofadas.
      Quanto ao n°. 10 da Haddock Lobo nem um vestígio de construção antiga, infelizmente o trecho inicial do lado par foi ao chão e agora tem novas construções.

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  22. Menezes e Lino Coelho ==> o poeirinha que citei no filme sobre a África era mesmo o Haddock Lobo, conforme vocês escreveram, porque eu lembro de ser ele situado onde depois veio a Auto Modelo.

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