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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

LAGOA - CLUBE DOS CAIÇARAS

 

A terra retirada para a construção do canal do Jardim de Alá deu origem, na década de 1930, à Ilha dos Caiçaras que, mais tarde, se transformou num clube de lazer.

As origens do Clube dos Caiçaras remontam ao ano de 1929, quando na casa da Sra. Maria da Glória de Souza Paiva, localizada na Rua Visconde de Pirajá nº 578, três famílias (os Souza Paiva, os Castro Lima e os Vieira) se reuniram e seus membros decidiram se organizar para jogos de ping-pong e futebol na areia da praia de Ipanema, num clube denominado Pranto Club. 


Em novembro de 1931, quando o Pranto Club já estava praticamente extinto, o Comandante Castro Lima propôs aos antigos sócios a fundação de um clube maior, para ampliar a prática de esportes no bairro e criar uma seção social.

Por proposta do jornalista Jarbas dos Aymorés de Carvalho, foi fundado o “Caiçaras”, tendo o Comandante Castro Lima como seu primeiro presidente.

A ocupação da ilha só se deu em 12/07/1935, por aforamento concedido pelo interventor Pedro Ernesto, que era sócio-benemério do clube. De 1932 a 1935 o clube funcionou na Rua Nascimento Silva nº 556, em terreno de propriedade dos grupos Sul-América e Lar Brasileiro, segundo Mario Peixoto.

Em junho de 1935, aconteceu a grande festa de inauguração da Sede, no coração da Ilha.

Esta foto, enviada pela Cristina Pedroso, é de 1935 e uma das primeiras que mostram o clube.


Esta foto, do acervo D´, já mostra a sede do Clube dos Caiçaras em 1947, com acesso por uma ponte de madeira.


A ainda "pequena" ilha do Clube dos Caiçaras, somente com suas quadras de tênis e piscina, além do prédio da sede. Nos anos seguintes a ilha aumentou muito de tamanho com sucessivos aterros. Nas águas da Lagoa podemos ver rastros deixados pelas lanchas de motonáutica, esporte praticado pelos associados do clube.

Nesta fotografia de Milan Alram, de 1960, já vemos o aumento da área do Clube dos Caiçaras. O bem cuidado Jardim de Alá, naquela época, era bastante utilizado pelos cariocas, sendo uma praça muito agradável, bem diferente de hoje em dia quando está praticamente abandonado.  O prédio em primeiro plano, à direita, é da Escola Municipal Henrique Dodsworth, que funciona até hoje. A orla da Lagoa e Ipanema ainda se caracterizavam por casas e prédios baixos. Ao fundo, a Favela da Catacumba e a pedreira da Lagoa, perto do Corte do Cantagalo.



Este foi um projeto para modernização do Clube dos Caiçaras, proposto por Oscar Niemeyer, em meados dos anos 1950.


Imagem de projeto para o Clube dos Caiçaras também dos anos 1950.



Foto provavelmente dos anos 50, mostrando a entrada do clube.


Também nos anos 50 resolveram implantar na portaria social, uma balsa com cabos, movida a motor. Já o acesso de serviço continua por uma ponte de madeira, distante uns 50 metros desta.


Um aspecto da área da piscina nos anos 50. Instalações ainda modestas. 


Esta foto do Arquivo Nacional mostra a área do Jardim de Alá, em frente ao Clube dos Caiçaras.Talvez as obras sejam para a construção da ponte no prolongamento da Epitácio Pessoa, que seria a quarta ligação entre Ipanema e Leblon, já na década de 60. A primeira foi a ponte da praia, em 1918, que uniu os dois bairros. A segunda  ponte demorou ainda 20 anos para ser construída, agora ligando a Ataulfo de Paiva com a Visconde de Pirajá, em 1938. Tardaria mais outros 20 anos para ser construída a ponte entre a Prudente de Morais e a San Martin, no final da década de 50.


A já conhecida foto do Simca, em 1964, junto à piscina do Caiçaras.

Pouco tempo depois, em 1966 ou 1967, se não me engano. assisti aí no Caiçaras um sensacional "show" de Bossa Nova, no ginásio do clube, absolutamente inesquecível. Todos os grandes nomes se apresentaram num sábado à tarde.


Foto de Roger Wollstadt, de 1971, mostrando a sede do Caiçaras e a balsa na entrada social do clube.


Esta foto já é de 1976. Ao fundo, entre o Corte do Cantagalo e a Curva do Calombo, a pedreira ainda não tinha sido encoberta pelos grandes prédios que começaram a ser erguidos já na década de 80 (o primeiro foi o Vivendas Villa Lobos). Em 1976, na frente da pedreira  funcionava a Concessionária Volkswagen Auto-Modelo. A Favela da Catacumba já havia desaparecido e aquele edifício feio e altíssimo já estava lá.

Foto do "site" do Clube dos Caiçaras. Com as melhorias e aterros feitos nas últimas décadas, segundo o "site", "o clube dispõe hoje de ginásio poliesportivo, campos de futebol, quadras externas poliesportivas, quadras de areia, quadras de saibro, garagem náutica com atividades de vela e equipamentos recreativos livres (pedalinho, caiaque, stand-up), sala de ginástica e balé, sala de lutas, salas de Pilates, sala de musculação e sala de spinning, além de bocha, salão de sinuca, salas de carteado e sala de pôquer. A área mais frequentada é, claro, o Parque Aquático, com três piscinas. Dispõe ainda de salões de festas, espaços gastronômicos – o restaurante Caíque, o Bar Aloha e os novos Bar da Náutica e Terraço Panorâmico, SPAs masculino e feminino, salão de beleza, cineclube e parque infantil.

 




18 comentários:

  1. Puxadinho de rico pode. Seja no Caiçaras, no Piraquê ou no Iate, entre outros, foram muitos aterros e ajudinhas de políticos influentes, que sempre recebiam títulos honorários.
    Frequentei o Caiçaras como convidado em festas e no carnaval. Havia um baile infantil famoso.
    Também já adulto participei de um grupo que jogava futebol society à noite.
    O título de sócio é caríssimo.

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  2. Um grande escândalo aconteceu quando numa festa de casamento realizado no Caiçaras o noivo, recém-casado, foi flagrado beijando apaixonadamente um convidado. Nem Nelson Rodrigues escreveu algo assim. Foi um desastre de proporções bíblicas.

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  3. Acompanhando os blogs há tempos é bom verificar a quantidade e a qualidade de fotos do Rio de antigamente. Antes era publicada apenas uma por vez e às vezes de baixa qualidade.
    O ruim foi que desapareceram as gozações entre os comentaristas que ensejavam boas risadas nos inúmeros comentários.

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  4. Fui ao Caiçaras apenas duas vezes, sendo a última delas em 2018 na festa de 90 anos de minha tia. Realmente o local é muito bem cuidado e suas instalações são bem administradas.

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  5. Bom dia, Dr. D'.

    O famoso bordão do sumido JBAN já foi usado hoje na forma afirmativa. Outro poderia ser aproveitado: "Quem tem padrinho não morre pagão". Neste caso, sócio benemérito...

    Como a área fica fora da minha jurisdição, hoje é dia de acompanhar os comentários.

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  6. Bom dia Saudosistas. De puxadinho em puxadinho se dá boa parte da história do Clube. O JBAN não aparece mais para comentar.
    FF. Certa vez falei dos puxadinhos dos clubes do RJ, com amigos na mesa de bar, várias críticas etc e tal, lá pelas tantas um dos participantes, se vira e diz, mas o puxadinho de rico acaba melhorando o que já existia antes, o de pobre além da origem já ser uma m****, com o puxadinho sempre fica pior, todos acabaram rindo.

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  7. Impressionante a redução do espelho d'água da Lagoa ao longo dos anos.
    A última foto está parecendo uma propaganda do Sinca Rallye.

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  8. Mas "as coisas mudaram". Atualmente o "puxadinho de pobre" é que "está com a bola toda". As construções irregulares em favelas são incontáveis e a maioria deles não pode ser chamado de "puxadinho" e sim de "empurrão". Há tempos um colega que é Perito Criminal e era responsável por exames periciais em imóveis que são objeto de ocorrências policiais na região de Jacarepaguá, comentou com muita propriedade que a favela de Rio das Pedras poderia ser chamada de "a Pisa brasileira", já que a quantidade de edifícios construídos com inclinações estruturais visíveis é tal que poderia ser comparada à famosa cidade italiana, além de que existe grande variedade de "Pagodes Chineses" de grandes dimensões. E não pense que tais "pérolas da arquitetura nordestina" não possuem apoiadores na mídia e em alguns nichos do poder público, "visse"?

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  9. Nunca fui sócio mas frequentei o clube como convidado e quando criança e depois adolescente, nos ótimos e afamados bailes de carnaval.

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  10. "Puxadinho de pobre" pode sim, é só acompanhar o crescimento vertiginoso e exponencial das "comunidades", sejam verticais, horizontais, provenientes de invasões de prédios existentes, etc
    É o "puxadinho do puxadinho", a segunda geração do puxadinho.
    O telhado dos puxadinhos é de vidro.

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  11. Deve ser o clube mais chato para entrar e frequentar no Rio. Quando tinha regata de optimist e alguns pais ficavan no bar e lanchonete sempre havia reclamação. O iatismo do Rio deve muito ao seu diretor de vela, Castelo Branco. Na sua época havia vários eventos náuticos diferentes como as 24 horas da lagoa de laser e dingue.

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  12. Pelo que entendi a balsa continua lá, firme e forte.
    Lembrando que se aproxima o reinado de Momo, não consigo lembrar de bailes de carnaval famosos no Caiçaras, mas o vizinho Monte Líbano era muito citado nas colunas sociais e outras páginas da imprensa e programas de TV.
    No século 21 os clubes em geral foram abandonados pelos foliões e até matinê eu acho que acabou.
    O mais próximo que sócios querem nos feriadões é a Região dos Lagos e, em menor número, Angra ou Paraty.
    Raríssimas devem ser as exceções entre os que podem sair da cidade.

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  13. Em tempo: estacionamento para os frequentadores do Caiçaras é só em vagas públicas da Epitácio Pessoa?
    Em dia de evento deve ser complicado.

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  14. Olhando de cima é possível ver uma quarta piscina, bem menor, que deve ser para os pimpolhos da primeira infância, tem a outra que deve ser para 6 a 10 anos, acima disso fica na maior piscina, com os "atletas" nadadores e outros afoitos. Tem também uma separada para "senhôras" sem filhos pequenos, que não querem ser perturbadas por nenhum dos frequentadores citados anteriormente.

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  15. Fui sócio na adolescência. Era um bom clube com opções de diversão variadas. O título hoje me parece caro. Os clubes enfrentam as mudanças de gerações, os apartamentos pequenos sem área de lazer. Falando em concessão, lembro o Clube Marimbás, nesga com vista deliciosa para Copacabana, sacada na época do Getulio. Acho que já mandei boa foto para o Redator-Chefe. FF: impressionante o estado da praia do Recreio no fim de semana. Sujeira. Esperto é o sujeito que estacionou caminhão de gelo na Rua Gomes Carneiro . A turma sai do metrô com os iglus e outros semelhantes, cerveja a 1 real no Guanabara, compra o sacão de gelo, anda só um pouco até a praia e manda ver na gelada em Ipanema.

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  16. Estive no último domingo em um almoço comemorativo do aniversário de um grande amigo de infância, que aconteceu no apartamento da mãe dele, uma senhora de 92 anos e se estendeu das 3 da tarde às 8 horas da noite.
    O apartamento fica no primeiro andar da Av. Vieira Souto, entre Montenegro e Joana Angélica.
    A visão da praia de Ipanema, tomada ao longo de toda minha permanência no apartamento por uma multidão bebendo, gritando, se deslocando aleatoriamente, foi de arrepiar.
    Situação inexorável - recentemente muito bem descrita aqui pelo Helio Ribeiro - e triste para quem viveu outra realidade há relativamente pouco tempo.






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    1. Considerando os comentários das 11:45 e 14:45, o que se pode dizer além de que "o Soweto é aqui?" Quanto ao evento no Recreio dos Bandeirantes a Prefeitura informou que o evento ocorreu sem a devida autorização e os responsáveis pela selvageria serão multados. Segundo foi apurado, teria o grupo de pagode "Clareou". Irônico, não?

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  17. FF1: aproveitando alguns comentários, a prefeitura baixou hoje no quiosque da orla do Recreio que teria sido responsável pelo "show ilegal" do fim de semana e o lacrou. Estaria em processo de perder a alvará de funcionamento.

    FF2: corre sério risco de o antigo prédio da Mesbla ficar desocupado, com a crise e o rombo bilionário nas Lojas Americanas.

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