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quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

LAPA - AVENIDA MEM DE SÁ

A Av. Mem de Sá começa no Largo da Lapa e termina na Rua Frei Caneca. Tem origem no Dec. 1165 de 31/10/1917.

Conta Berger que, apesar das obras de demolição do Morro do Senado terem sido iniciadas em fins de 1900, foi na administração de Pereira Passos que o seu arrasamento se completou. Assim construiu importante via diagonal que ligava a Lapa à Tijuca e São Cristóvão, a qual deu o nome de Av. Mem de Sá.


Nesta foto, dos anos 30, vemos a Praça dos Governadores, atual Praça João Pessoa, na confluência da então Rua Gomes Freire (viraria avenida em 1940) com a Avenida Mem de Sá. Bem ao fundo temos parte dos Arcos da Lapa.

Podemos observar o ritmo vagaroso da cidade naquela época, com o bonde de registro "361", da linha "Barcas", com todos os passageiros de paletó, dirigindo-se para a Praça XV. Na lateral do bonde um anúncio da peça teatral “O Boccacio”, de Franz Supée, no Teatro República, com a “vedeta” Clara Weiss como protagonista.

Mais atrás, o bonde de registro "385", da linha "Praça da Bandeira", com o motorneiro coçando o queixo, avaliando a situação.

À esquerda, mulheres em seus vestidos compridos observam a vitrine de uma loja de roupas. Mais uma vez vemos o hábito de utilizar "sombrinhas" para proteção contra o sol. Observar também o belo poste de luz na esquina.

Alguns desse sobrados existem até hoje na Av. Mem de Sá, alguns recuperados, outros em péssimo estado. 

 

  Detalhe do bonde "Barcas" de nº 361.

  Detalhe do bonde "Praça da Bandeira" de nº 385.

Imagem do Google Maps mostrando aspecto atual da Praça João Pessoa.


Aqui uma pergunta para os especialistas: o bonde 29 estaria na Av. Mem de Sá? Alguns defendem que está na Av. Gomes Freire.


Aqui, salvo engano, estamos no encontro das ruas do Senado, General Caldwell e Avenida Mem de Sá.

30 comentários:

  1. Não sei por que mas achava que a Mem de Sá era mais antiga.
    Acho que a Lapa é um bairro que poderia ser uma atração do Rio, mas dá a mim a impressão de ser perigoso.

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  2. Bom dia, Dr. D'.

    Por muitos anos peguei o 201 para o Rio Comprido na Frei Caneca, justamente nesse trecho final da Mem de Sá. Outras vezes, quando ia na Feira Rio Antigo, na Lavradio, via o outro trecho. O "miolo" eu percorri raras vezes no 410. Isso há mais de dez anos. Não sei como está atualmente.

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  3. Me parece que na quinta foto o bonde está na Av. Gomes Freire que até hoje é bastante arborizada.



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  4. Se dependesse só de fotografias e pinturas eu diria que o Morro do Senado é uma lenda, pois pelo menos eu não consigo imagens de sua existência.

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    1. Existem raros registros fotográficos do morro do Senado e até do seu desmonte, no começo do século XX. Como era mais "afastado" do centro da cidade não era tão retratado como outros locais.

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  5. A Mem de Sá é um exemplo clássico de como uma região pode se deteriorar, principalmente no que se refere ao estado das construções. Até mesmo um ferro-velho funciona em um imóvel quase na esquina da Frei Caneca. A penúltima foto é na Gomes Freire e salvo engano foi durante as filmagens de "Maria 38" em 1959.

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  6. Temos um desafio para a foto 5, que para mim é num local com todo o estilo da Gomes Freire, porém, se os prédios do outro lado da rua não existirem mais, será difícil confirmar. Até colunas, para abrir portas de lojas, e marquises têm sido demolidas ao longo do tempo.
    Quase é possível ler o que está escrito na claquete da equipe de filmagem.
    A memória de alguns comentaristas que aqui aparecerem pode ajudar, a respeito da rua e do filme.

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  7. Bom dia Saudosistas. Fotos espetaculares, uma pena o fotografo não ter enquadrado o sinal de trânsito que ficava no meio da rua, na primeira foto, deveria estar a uns 2 ou 3 metros de distância da lateral do bonde Barcas. A foto do bonde 29, afirmo com 100% de certeza que está na Av. Gomes Freire, no trecho entre a R. do Resende e a R. da Relação, para quem não conhece o trecho como eu conheci na minha infância basta observar a concentração de árvores na rua, muito maior do que na Av. Mem de Sá.
    A foto da R. do Senado mostra o Ármazem Cruz de Ouro, que depois passou para a Gaio Martim e fechou já nos anos 80, hoje não sei o que funciona no local.

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  8. Curioso que Lapa é nome fantasia. Toda essa região é considerada Centro. As correspondências chegam como bairro Centro.

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  9. No final de 1987 fui trabalhei no ICCE, que na época funcionava no 152 da Rua dos Inválidos e curiosamente também tinha uma portaria no n°152 da Mem de Sá. Em razão disso fui testemunha de parte da decadência da região. Funcionava na Mem de Sá em frente ao n° 152 a antiga 5 D.P, um antigo imóvel que na época já "estava na ultimas". Havia também naquele "correr" muitas lojas de refrigeração, lojas de tintas, bem como um famoso restaurante que ficava na esquina com Ubaldino do Amaral: o Nova República. Mais diante o conhecido restaurante Capela, e as "boites" Cachimbão e Carrossel, que apresentavam atrações artísticas de gosto duvidoso, inclusive um "cover" de Roberto Carlos, sem contar as "meninas" para todos os gostos. Mas os tempos mudaram e essa região tornou-se um inferno, principalmente às Sextas-feiras, em razão da proximidade com a Lapa, onde a enorme quantidade de ocorrências policiais de todos os tipos são a regra.

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    1. O "viver" de Roberto Carlos se chama "Carlos Evaney", usa madeixas semelhantes às que RC usava nos anos 70, e oferece "cruzeiros dançantes" na baía de Guanabara. Se não me falha a memória ainda está em atividade.

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  10. FF (?): a partir de hoje a região da Glória passa a fazer parte da subprefeitura do Centro, saindo da influência da subprefeitura da zona sul. Não sabia que a subprefeitura do centro também englobava as regiões de São Cristóvão e "Vasco da Gama"...

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  11. Av. Mem de Sá, para mim. começa pelo "Bar Brasil", com seu maravilhoso "kassler", acompanhado de um chope.
    Descendo a avenida, do lado direito, lembro das aulas no Instituto Médico Legal, durante a faculdade.
    Mais adiante lembro do desaparecido restaurante "Casa Urich", onde almoçava semanalmente nos meus tempos de trabalho no Hospital da Cruz Vermelha. O restaurante ficava quase na esquina da Mem de Sá com a praça. A matriz da "Casa Urich" sobrevive até hoje na Rua São José.
    E, finalmente, lá no final, perto da Rua de Santana, à esquerda, os meus tempos de 6º ano de Medicina, fazendo internato na Casa de Saúde Santa Luzia.
    Logo após a Casa de Saúde, na mesma calçada, havia um restaurante em que almoçava de vez em quando (o dinheiro era curto na época). Não lembro o nome dele. Ficava quase em frente à Rua de Santana. Poderia ser "Bairrada"?

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    1. Dr. D', o Bairrada era uma adega restaurante, hoje só tem as paredes frontais, depois de um incêndio.

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  12. Esse modelo de bonde representado pelo 361 e pelo 385 dominavam inteiramente as linhas do centro da cidade, com poucas exceções. Ao que parece, foram fabricados pela United Electric, de Londres. A série 300 era formado praticamente só por eles, sendo que os de número mais baixo circulavam na área de Jacarepaguá. O 385 era, desse modelo, o de número mais alto na série. De 386 em diante, até 435, eram os bondes alemães comprados pela Vila Isabel e incorporados pela Light.

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  13. Com o tempo, esse modelo foi reformado e vários se transformaram nos chamados bataclãzinhos, do qual o 290, da foto da avenida Gomes Freire, é um exemplo.

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  14. AVISO AOS INTERESSADOS: o "post" de amanhã será sobre o Morro do Senado.

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  15. Toda essa área, desde a Lapa até o Estácio, via Mem de Sá, Riachuelo, Frei Caneca, Salvador de Sá e transversais, sempre foi muito feia e decadente.

    Minha mãe era lavadeira e tinha como fregueses, entre outros, um casal de idosos residentes num sobrado da rua General Caldwell, quarteirão entre Frei Caneca e Mem de Sá. Volta e meia eu a acompanhava na entrega e recebimento de roupas desse casal. Íamos sempre à noite, pegando o bonde 66 - Tijuca. Isso na primeira metade dos anos 1960.

    Por sua vez, um tio-avô morava com a esposa e filho numa casa de cômodos na rua Frei Caneca, número 380, quase em frente à entrada lateral do antigo presídio ali existente.

    Para piorar, uma tia-avó (irmã desse tio-avô acima citado) morava numa casa tétrica na rua Viscondessa de Pirassununga, número 33, no Estácio, quarteirão entre Salvador de Sá e Santa Maria. Eu só faltava ter pesadelos quando ia visitá-la. Ô casinha ruim! A casa ainda existe. A título de curiosidade, o telefone dela era daqueles de parede, de madeira, no qual se falava por um bocal fixo na caixa do aparelho e se escutava por um cone que se colocava no ouvido e que ficava ligado ao aparelho. Quando não estava em uso, esse cone era dependurado num gancho na lateral da caixa. Daí vem a expressão "fora do gancho".

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    1. Algumas dessas casas eram de "estilo compoteira". Fui algumas vezes à uma dessas casas localizada rua General Caldwell, cujo dono era um advogado amigo de meu pai. A casa era de "porta e janela" e era de frente de rua. Tinha sala de jantar e vários quartos ao longo de um corredor, os quaia não tinham janelas, mas apenas uma clarabóia. O banheiro único ficava no fundo e junto à cozinha. Esse tipo de construção foi proibida na administração de Pereira Passos.

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    2. Exatamente, Joel. A casa dessa minha tia-avó na rua Viscondessa de Pirassununga era assim mesmo. Horrível.

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    3. Consultando mapas com cartas cadastrais dos imóveis do século XIX era normal ver esses imóveis com frente mínima e um corredor "infinito" para o interior do terreno.

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  16. A título de curiosidade, a casa da Frei Caneca 380, que citei no comentário anterior, ainda existe, porém agora parece ser uma firma, talvez fechada. No Google Maps o número está pintado na porta de ferro alaranjada. Fica ao lado de uma oficina, o 376.

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  17. No início da década de 1940, nesse cruzamento entre rua do Senado e avenida Mem de Sá, havia um funcionário da Light cuja missão era colocar a agulha dos desvios dos bondes na posição apropriada, já que várias linhas passavam por aí. Isso evitava que o bonde tivesse de parar e o condutor descer e virar a agulha, caso ela não estivesse favorável à linha do bonde.

    Como se vê na foto, havia um cruzamento muito grande de trilhos, envolvendo a Mem de Sá, Senado e General Caldwell.

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  18. Dessa região, aprecio a parte do Lavradio, de dia, onde vez ou outra, aos sábados, vou no Rio Scenarium degustar uma feijoada e curtir um ótimo samba de raiz, um pagode das antigas e uma batucada dos antigos sambas-enredo, tudo tocado ao vivo. De meio dia às 17h é um bom programa. À noite, não conheço!

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    1. "Dugustar" não combina com feijoada / samba de raiz/ pagode e batucada...
      É comer mesmo.

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    2. Verdade!!! Tens razão! Começo degustando, mas, ao fim, é comendo mesmo!

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  19. É interessante observar os imóveis existentes no entorno do Morro do Castelo. Algumas casas eram tão estreitas que não tinham mais de 2 metros de "testada" e dois e às vezes três andares. É uma pena que não sobrou nenhum exemplar...

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    1. Dizem que essa frente estreita era porque o valor do imposto dependia da testada do imóvel. Parece que em algumas cidades europeias isso também era verdade, então os proprietários construíam casas estreitas porém com vários andares. Eram chamadas de torres. Existem várias na cidade de Regensburg e de Lübeck, na Alemanha, e também na cidade de Bergen, na Noruega.

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  20. Em Ghent, na Bélgica, fiquei numa casa estreitíssima, com 3 andares. No térreo uma saleta e uma mini-cozinha. No 2º andar um quarto e um pequeno banheiro. No 3º andar um quarto com claraboia.
    Era uma rua com casas para professores e alunos.

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