Este é o hidroavião Dornier DO-X que visitou o Rio em 1931.
Este voo teve tal repercussão que, nesta imagem enviada por
Richard Hochleitner para o “Saudades do Rio”, vemos que a chegada ao Rio foi tema de uma reportagem da edição do
"The New York Times", Sunday,
July 5, 1931.
A legenda diz: "The
DO-X comes into port at last; the giant seaplane, which letft Switzerland last
November to fly across the Atlantic, and met a series of mishaps which delayed
the crossing, flying over Rio de Janeiro (Associated Press).
Em tradução livre: “O
DO-X chega ao porto finalmente; o hidroavião gigante, que deixou a Suíça em
novembro último para voar através do Atlântico, e teve uma série de acidentes
que atrasaram a travessia, voando sobre o Rio de Janeiro”.
Vemos o Rio de um ângulo
muito pouco usual, com o fotógrafo talvez no topo de algum edifício da
Cinelândia (talvez o Regina). Vemos os tetos do Teatro Municipal, do Museu de Belas
Artes, o Palace Hotel, o Teatro Fênix, a ponte Alexandrino Alencar, no fundo.
Bem à esquerda vemos o Edifício Guinle.
Foto de Ferreira Júnior,
enviada por Sidney Paredes para o "blog" do Decourt. Vemos o gigantesco hidro Dornier DO-X,
fundeado na Enseada de Botafogo em seu voo de propaganda em 1931.
O enquadramento da foto,
com o comprimento do Dornier coincidindo com as extremidades do Pão de Açúcar e
do Morro da Urca, é uma obra de arte.
O DO-X chegou ao Rio em
20/06/1931, despertando extraordinário interesse da população. Foi escoltado até
a Enseada de Botafogo por esquadrilhas da aviação naval e da militar. Convidados
do Sindicato Condor ficaram no Pavilhão de Regatas da Praia de Botafogo. Antes
da chegada o DO-X evoluiu sobre Copacabana, Ipanema, Tijuca, a Av. Rio Branco, até
seu destino final, a Enseada de Botafogo.
Em 1931 houve uma grande
movimentação no Rio com a chegada do hidroavião DO-X. Naquela época a Alemanha
queria dar ao mundo uma demonstração prática de sua capacidade técnica
aviatória, com uma viagem transatlântica. Outras travessias já tinham sido
feitas, mas o objetivo desta era realizá-la sem os riscos das anteriores, mas com
a tranquilidade e a beleza de uma viagem segura.
O avião, sob o comando do
Comandante Christiansen, partiria da Alemanha, de Friedrichshafen, rumando para
a Holanda, a Inglaterra, costearia a França, chegando a Lisboa. Nesta capital o
incêndio de sua asa esquerda retardou a partida para o Brasil.
Após os reparos partiu de
Lisboa, para fazer escalas nas Ilhas Canárias, em Bolama (Guiné-Bissau), em
Fernando de Noronha, em Natal, no Recife, na Bahia, em Vitória e chegaria ao
Rio de Janeiro.
O avião tinha 40 metros
de comprimento e cerca de 10 metros de altura. Pesava 48 toneladas e as
distâncias das suas asas, medidas de ponta a ponta, atingia 48 metros. Sua
construção foi iniciada em 1928 por Claude Dornier. Dotado de 12 motores “Curtiss
Conqueror”, de 600 cavalos cada, alcançava uma velocidade média de 180 km/h e
velocidade
Sobre o nome: D e O são as duas primeiras letras do nome Dornier, proprietário da fábrica. A cada tipo de avião e hidroavião fabricado colocava-se uma letra do alfabeto.
O DO-X tinha internamente três níveis. O mais alto foi dividido em cinco compartimentos para os 12 ou 14 tripulantes (formado pelos pilotos, navegadores, homens de rádio e engenheiros).
O segundo pavimento foi ricamente equipado para o luxo e requinte dos ricos passageiros e com área para transportar suas volumosas e pesadas bagagens. Neste pavimento o DO-X possuía quartos de dormir, quarto para fumantes, um bar, banheiros, uma cozinha, um elegante salão que também poderia ser convertido em uma área para receber berços de dormir durante os voos noturnos e uma sala de jantar.
A terceira plataforma foi utilizada para o armazenamento de combustível, de lastro, de óleo e de equipamentos.
Imagem obtida no "blog" "TOKDEHISTÓRIA".
Nesta foto vemos outro ângulo do DO-X sobre o Centro do Rio. Em sua primeira viagem ao Brasil, o
avião que comportava 170 passageiros, teve como convidado o Almirante Gago
Coutinho, um dos primeiros transvoadores do imenso oceano. Iriam com ele, F.W.
Hammer (gerente no Brasil da Condor), Major Cracau e um engenheiro dos serviços
aéreos da Iugoslávia. A tripulação, além do Comandante Christiansen, contava
com os pilotos H. Merx e C. Schildhauser, o navegador W. Niemann, o
radiotelegrafista O. Eitel, o engenheiro H. Brewton, os mecânicos H. Fischer,
F. Jaeger, E. Daberning, F. Schmidt, H. Brombeis e H. Marquardt.
Outra imagem do "blog" "TOKDEHISTÓRIA".
O hidroavião DO-X,
durante sua estadia no Rio, realizou vários voos com cerca de 100 pessoas de
cada vez. O Presidente Getulio Vargas visitou o avião. Foram muitas as
homenagens à tripulação e eventos de propaganda do Sindicato Condor. Houve,
também, desavenças sobre o trajeto de retorno e o futuro do hidroavião, sendo o Comandante
Christiansen substituído pelo Comandante Hauner. Christiansen retornou à Europa
de navio e o hidroavião rumou para os Estados Unidos em 05/08/1931.
O DO-X
deixou o Rio com destino a Nova York, fazendo várias escalas pelo Brasil, em
locais distintos dos da vinda.
O desenvolvimento no
projeto dos aviões terrestres e a grande quantidade de pistas construídas tornaram
completamente obsoleto o transporte aéreo de longo curso com hidroaviões.
Bom dia senhores. Deixo para os mais "velhos" os comentários sobre essas belas Aeronaves, pois não é do meu tempo. Com a palavra o desaparecido JBAN.
ResponderExcluirFF: Respondendo ao prezado RICARDO GALENO em postagem anterior, perguntando-me o que existia na rua Haddock Lobo 49 ? : Um Hotel cujo o nome era Estoril Hotel. Até a ultima vez que passei pela Haddock o citado imóvel estava fechado.
Se não estou enganado ali funcionou uma empresa de taxis.
ExcluirImagino o espanto dos cariocas ao verem este monstro voador em 1931.
ResponderExcluirComo funcionavam essas 12 hélices?
A passagem devia ser caríssima. Chegou a fazer viagens transatlânticas para o Brasil de forma comercial?
Muito resumidamente, as hélices da frente (tratoras) "puxam" e as de trás (impulsoras) "empurram" o avião.
ExcluirLembro que lá pelo final dos anos 40 cheguei a ver um bem mais modesto que esse.
ExcluirA tecnologia alemã sempre primou pela sua excelência, tanto pelos projetos como pelos materiais empregados. Nos anos 30 e início dos anos 40 o Brasil flertava com a turma do "Fascio" e por pouco esse "flirt" não terminou tragicamente. FF: O "calvário de verão" pelo qual os moradores de Copacabana costumam passar teve ontem mais um episódio. Como se já não bastassem a insegurança e a desordem proporcionada por crackudos, moradores de rua, e vagabundos em geral, o vandalismo e por que não dizer o banditismo praticado por moradores de favelas da zona norte ao vandalizar ônibus nas ruas do bairro, teve ontem mais um capítulo.
ResponderExcluirJoel, queria ver as forças de segurança prender 1.200 desses "terroristas" num fim de semana na orla da zona sul.
ExcluirÉ Lino, "isto aqui" acabou como sociedade organizada". E durante a tarde, um desses ônibus chegou a ser escoltado por duas viaturas da PM na viagem de volta e a razão disso? Pasme! Não foi para prender as dezenas de marginais que ali se encontravam e sim para que a "súcia criminosos" pudesse viajar em paz e chegar "em segurança" às suas favelas de origem. O que mais se pode dizer?
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirA montagem dos motores em "tandem" é muito interessante e permitiu a montagem de 12 motores no "mesmo espaço" de 6.
Agora, a manutenção requerida não devia ser brincadeira.
Esse avião era o jumbo de época ...
O fabricante (Dornier) projetou e construiu alguns aviões de bombardeio usados pela Alemanha no segunda guerra, entre eles o Dornier 17, que pela sua silhueta comprida e extremamente esbelta, recebeu o apelido de "lápis voador".
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirO ensanguentado JBAN perguntaria novamente: "Aqui é o Voando para o Rio?"...
Mais uma aula (ou facada). Viagens aéreas eram verdadeiras Odisseias, comparadas às marítimas de séculos atrás. Lembrando que os voos de avião tinham pouco mais de vinte anos desde a "popularização" desse meio de transporte, se é que a expressão já podia ser aplicada...
Pela relativa proximidade com o continente africano, Recife e Natal eram uma escala natural nos voos.
Ficarei acompanhando os comentários.
Belíssima pesquisa, como de hábito. Parece aquele momento de indefinição de tendências. A impressão é que, no início, voar era morar em casa aérea, com os ambientes domésticos adaptados.a economia não permite! Assim como era chique morar nos andares térreos dos prédios (vide praia do Flamengo ). Hoje voamos em quitinetes. No Há 50 anos de hoje no Globo, Chagas aumenta gabaritos dos prédios no Centro.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Acho que abri o blog errado.
ResponderExcluirAqui é o Voando para o Rio?
Achei espetaculares as fotos do New York Times e a foto do Dornier a frente do Pão de Açúcar e Morro da Urca. Acho que foi uma festa na cidade, que até hoje fica alvoroçada quando aparece uma novidade.
Pelas características do avião e o número de escalas percebe-se que o consumo do bichão era altíssimo e a autonomia não muito grande. Talvez por isso tenha se escolhido Bolama e não Dakar como o último porto antes de cruzar o Atlântico. Não imaginava que Noronha já apresentava recursos logísticos em 1931...
ResponderExcluirMenezes, muito obrigado!
ResponderExcluirTinha dito outro dia que estou pensando em um roteiro para a região.
Quando passo pelo local, fico admirado com o portão de entrada em arco romano no centro do prédio.
Imagino que o prédio deve ser muito antigo. Talvez a entrada servia para carruagem, carroça etc.
Sei que nesse número já foi o Colégio de Mlles Rouanet. Era um externato, internato e semi-internato (isso até 1902).
Parece que depois virou uma tinturaria, depois um prostíbulo e o hotel.
Porém, o Mauro Xará disse que ainda foi uma empresa de táxi.
Morreu aos 95 anos em Roma Gina Lollobrigida.
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