Na década de 1920 o colégio se
mudou para a Rua da Estrella nº 63.
Em 1926 o colégio se transferiu
para um palacete à Rua Santa Carolina, esquina da Rua São Miguel nº 58, “no
alto e salubre bairro da Tijuca, com grandes accommodações de hygiene, refeições
fartas e variadas, grande jardim arborizado e cercado de montanhas, matta
virgem, pomar e linda vista para a cidade. Mobiliario esplendido e completo. Não
tem enxoval, nem uniforme. Bondes Tijuca e Alto da Boa Vista. Entrada para automóvel.
Pagamento mensal e adeantado. Telefone 8-1797”
No dia 20 de dezembro de 1926 o colégio comemorou seu Jubileu com uma grande festa com “cançonetas, comedias, dansas, gymnastica sueca e escada da vida pelos alumnos e alumnas, terminando com um baile ao ar livre, abrilhantado pela banda de musica do Corpo de Bombeiros”.
Na foto acima aparecem os diretores na ocasião: Deolinda e Estevão Campiglio, descendentes
da fundadora.
Em 1932 houve mudança da
numeração, passando o endereço do colégio para Rua São Miguel nº 652.
Em 1940 o Colégio se transferiu
para Rua Valparaizo nº 80.
Em 1943 faleceu Deolinda Campiglio.
Não sei até quando o colégio funcionou, mas, certa ocasião, o Menezes comentou: “Cheguei ao Rio
de Janeiro em julho de 1956 portanto 3 anos depois desse registro acima. A
família foi morar na Rua Santa Carolina, transversal da São Miguel, bem próximo
a este Colégio. Lembro-me ainda que meu pai foi comigo até esta escola na
tentativa de me matricular, mas como estávamos no meio do período letivo não
foi possível. Tenho ainda a lembrança da fachada do Colégio.”
Nesta foto de final da década de 1930 vemos Moema Leite, mãe de minha amiga Lucia Beatriz, toda charmosa, no tempo em que freqüentava este Colégio que ficava na Rua São Miguel 652, na Tijuca.
Registro do fornecimento de marterial escolar em março de 1938, da aluna Moema Leite.
De Leticia Carvalho recebi, há uns dez anos, as
duas fotos acima, com o seguinte texto: "Meu avô José Alves Magalhães e
seu irmão Ari Alves Magalhães estudaram no colégio interno “Nossa Senhora da
Estrela”, de 1950 a 1956. O colégio era na rua Valparaiso nº 80, na Tijuca.
Os meninos e as meninas dormiam na casa do diretor que era na mesma rua no nº 45. Meu avô mora em São Paulo, mas sempre procuramos os amigos que ele tinha na infância. Procuramos perfis de pessoas com o mesmo sobrenome, mas as buscas foram infrutíferas. Inclusive encontramos uma senhora parecida com a D. Bonel que na época era a supervisora da escola do senhor Mario Novaes e sua esposa D. Hebe. Seus filhos eram Mario Novaes Filho, Marcia Novaes e a Sonia Novaes.
Estamos enviando essa foto que é uma relíquia, para relembrar da escola que não existe mais e, quem sabe, encontrar agora depois de muitas procuras, algum amigo de infância apareça e que possamos nos reencontrar. Aqui estão os nomes de alguns alunos da época:
Mario Novaes Filho - (filho do diretor)
Marcia Novaes
Sonia Novaes
Paulo Kengi
José Takachi
Olympia Rosa Lemos
Ieda Vanderlei Costa
Rui Seraphim
Elizabeth
Lucival
Cidinei (apelido “Mico Estrela”)
Aurea
Celso Baleia
Irmãos Inacio e Fabiano
Irmãos Sergio Moreira e Sandra Moreira
Denise
e as professoras: D. Lear, D. Dalva, D. Elza.
Obrigada
pela atenção."
Nunca tinha ouvido falar desse colégio que teve vários endereços na Tijuca.
ResponderExcluirDeve ter sido complicado mudar tanto de endereço.
O Zezinho era melhor aluno que o Arizinho. A aluna Moema era bonitinha.
Até a banda dos Bombeiros foi tocar na festa do cinquentenário. Que prestígio.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirAula interessante, sem trocadilho. Dia de acompanhar os comentários. A discussão ficará acalorada em algum momento.
Hoje é o dia internacional do rádio e aniversário da banda de Ipanema.
Era um tempo em que instituições de ensino privadas ofereciam a modalidade de internato, algo que perdeu o sentido com o passar do tempo, e por volta dos anos 60 desapareceu por completo. Eu não tenho maiores informações do Colégio N.S. da Estrela, mas imagino que tenha sido nos moldes de instituições de ensino do passado, tendo em vista o que consta na "grade" de disciplinas. O "Asyllo Isabel", onde estudou minha avó paterna, era uma instituição nos mesmos moldes. A mudança de numeração ocorrida no decorrer do Século XX pode causar uma certa confusão, mas é bom lembrar que até o início do Século XX em uma data que não posso precisar, a rua Conde de Bonfim se iniciava na esquina da "Rua do Uruguay" e era a continuação da "Estrada do Andarahy pequeno".
ResponderExcluir“Mico Estrela” é bullying. As crianças são más. É cada apelido pior que o outro: Quatrinho, Baleia, Orelha, Saci, Cegueta, Sarará, Cheiroso, Bicudo, etc
ResponderExcluirExcelente resgate. Nunca ouvi falar desse colégio.
ResponderExcluirQuanto a bullying, durante todo meu tempo de estudante não lembro de ter visto isso, tão em moda atualmente. No máximo colocavam algum apelido, mas não pegava. Em mim tentaram botar o apelido de Ferrugem, porque eu era um pouco sardento. Mas como sempre fui de poucos amigos e caguei pro lance, o apelido não vingou.
Com referência ao comentário das 07:33, apelidos ou alcunhas eram comuns no passado escolar. Uns criavam apelidos que podiam ser óbvios e unânimes. "Saci", "Tiziu", "telefone', "baleia" "girafa", "charuto", e muitos outros. A "zoação" inocente acabou sendo criminalizado e uma simples brincadeira virou um "grande mimimi". Decerto que alguns apelidos são tão óbvios que dispensam comentários não há como não achar engraçado, ainda que intimamente...
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Dia de acompanhar os comentários.
ResponderExcluirMuitos colégios foram criados e se perderam no tempo.
ResponderExcluirNa Tijuca deve ter milhares assim.
Engraçado o texto se referir ao Pedro II e ao Gymnasio Nacional separadamente.
Que eu saiba era a mesma instituição, pelos menos nos anos de 1890.
Que bullying ô cacete! na minha rede de voleibol todos têm apelido e a gente se diverte. Sempre existiram os apelidos e hoje em dia essa palavra bullying virou na moda. Faça-me um favor...
ResponderExcluirNa época que cheguei do Ceará, idos de 56, esse colégio tinha uma visão espetacular, alias a rua Santa Carolina era um sonho. Lembro-me que o Rio Trapicheiro passava a céu aberto vindo lá do alto da Boa Vista e sua água era límpida e fria em qualquer época. Minha diversão e pegar pequenos peixes e os levava para casa onde tinha um aquário. Na mansão da rua São Miguel, o casal proprietário ou herdeiro acolhia a criançada da redondeza e promovia banho coletivo de piscina que era toda de granito. Era um programa que todos adoravam fazer pois sempre havia um lanche fornecido pelo proprietários. Inesquecível para mim, já com meus 10 anos de idade e recém chegado ao Rio. O Rio Trapicheiro foi canalizado e hoje não se vê mais.
ResponderExcluirVocê está enganado. O Rio Trapicheiro corre a céu aberto em muitos pontos da Tijuca, inclusive junto à rua Santa Carolina.
ExcluirMenezes, meu avós maternos moraram num casarão na esquina da Rua São Miguel com a Rua São Rafael, onde hoje está instalado o Colégio Palas. Por acaso, essa mansão da Rua São Miguel não era de propriedade da Dona Delfina? ela era amiga de meus avós e nos deixava cair na piscina da casa dela.
ExcluirJOEL. Convido a vc.dar uma passada na Santa Carolina. Em meu comentário citei que na Santa Carolina, no idos de 57, ele corria a céu aberto. Hoje o que sobrou em outras ruas sim mas são verdadeiros canais concretados de esgotos, mais nada.
ExcluirMAURO, sim, pode ser possível. Para identificarmo-nos melhor, a casa que me refiro foi durante alguns anos uma casa de festa ou comemorações. Ela na fachada é toda de pedra. Seria essa?
Ao Joel e Mauro peço desculpas pois esse comentário acima foi de minha autoria. Anônimo só temos um aqui, mas o DI LIDO sabe quem é.
ExcluirSim Menezes, concretado, mas a céu aberto. O Rio Trapicheiro a céu aberto e com seu leito original só mesmo até os anos 50.## Existem outros "anônimos" ou que se escondem sob pseudônimos e frequentam "este sítio", dos quais só posso dizer que um deles mora em Copacabana e acredito que muita gente já sabe quem é, e outro mora na "zona oeste" e "não é o Augusto".
ExcluirSim, Menezes, a casa da Dona Delfina era toda de pedra. Na época, anos 60, era uma casa de família.
ExcluirMinha esposa, por ser muito magra na época escolar, recebeu apelidos de Macarrão, Nadadora, etc. Ela retribuía colocando apelidos piores ainda em quem a chamava assim. Aí desistiam.
ResponderExcluirNa vila onde minha esposa morava, um garoto colocou numa das filhas dela o apelido de Bode, por ter um tufo de cabelos no gogó. Em represália, minha esposa o apelidou de Zé Piru, porque ele vivia coçando o saco. A gracinha com a filha dela acabou logo.
ResponderExcluirNa VARIG um colega me botou o apelido de Chá de Boldo, porque eu gostaca de tomar essa bebida após o almoço. Como ele era baiano, comecei a chamá-lo de Exceção. Quando perguntou o motivo do apelido, respondi que dizia a música que baiano burro nascia morto, mas ele era exceção. Acabou rapidinho a gracinha.
ResponderExcluirAté onde sei, só minha avó materna e suas irmãs mais novas estudaram em colégio interno e assim mesmo no Stella Matutina em Juiz de Fora, onde passou muito medo com bombardeios na Revolução de 1930. Na época meu bisavô tinha fazenda na divisa de Minas com Espírito Santo e escola de alto nível só na "capital" da Zona da Mata Mineira. Até recuperar o investimento os meus tios-avós mais velhos já tinham perdido a chance de estudar em local melhor.
ResponderExcluirQuando surgiu o termo bullying imaginei que fosse sobre estar bulinando (bolinando) alguém, o que tempos atrás também se resolvia a questão com tapa e/ou bolsada na cara, chute no saco e xingamentos e até podendo terminar o caso na delegacia.
Apelido é para ignorar ou aceitar numa boa, mas algumas tentativas de fazer "colar" uma alcunha podem ser ofensivas, dependendo a que se refere, do contexto e de como as pessoas falam.
Observação: coincidência ou não o futebol brasileiro era bem mais eficiente quando muitos jogadores tinham apelidos. Nos times amadores eram todos, até porque antigamente era muito Zé e João. Tinha que ter um diferencial.
Esse ato descrito por você como "bolinação" foi criminalizado em 2015, inserido no Código Penal através do Artigo 215 - A, e tem a tipificação de "importunação sexual". A pena máxima é de cinco anos de reclusão, o crime é inafiançável, e o sujeito passivo (vítima) pode ser homem ou mulher. No passado era comum a brincadeira de "passar a mão ou enfiar o dedo" no colega desavisado, e "a porrada comia solta". Hoje em dia é crime inafiançável. Atualmente as pessoas são dadas a "melindres", "mimimis", e "frescuras". Xingar alguém, ainda que de brincadeira, também é criminalizado, e se o objeto da "troça" for negro, nordestino, homossexual, anão, indígena, oriental, travesti, ou algo do gênero, as penas são igualmente pesadas, e fica inviável atualmente qualquer tipo de brincadeira.
ExcluirSem essa lei algumas vezes a própria vítima ou pai ou irmão partiam para a defesa da honra, com risco de acabar em morte. E dizem que homossexuais contrariados preferiam lâminas de barbear e um famoso usava a navalha.
ExcluirUm caso engraçado ocorreu também na VARIG: tinha dois irmãos gêmeos tão parecidos que a gente confundia um com o outro. E tinha um chinês de Taiwan. Aí um dia estávamos num grupo conversando e um dos gêmeos passou. Um de nós comentou:
ResponderExcluir- É univitelino.
O chinês então falou:
- Univitelino? Que nome esquisito.
A risada foi geral.
Bullying é "bom" ou "inocente" quando é com os outros. Hoje pessoal se esmera na criatividade dos apelidos.
ResponderExcluirSim. Pois é, só com empatia para se compreender isso. Eu, se fosse negro, não gostaria de ser chamado de "saci" ou "tziu"...
ExcluirSe eu fosse branco pálido não gostaria de ser chamado de "vela" ou "arroz". Se eu fosse magro não gostaria de ser chamado de "macarrão" ou "palito". Se eu fosse baixo não gostaria de ser chamado de "anão de Jardim" ou de "meia foda". Seria preciso empatia para suportar tanto tormento e tanta humilhação?
ExcluirSim. É muito complicado chamar tão somente pelo nome, ou "camarada", ou "amigo", ou "xará", ou "marcão", ou "luizão", ou outra alcunha não ofensiva ou pejorativa?...
ExcluirAugusto na minha época que trabalhava no chão de fábrica, o cara pisava na área de trabalho antes da hora do almoço já tinha um apelido, e passava a ser chamado pelo apelido, até os chefes tinham apelido, mas não eram chamados pelo apelido, afinal o amor ao trabalho sempre vinha primeiro.
ExcluirTinha um trio que olhava para o cara e definia um apelido. Na minha época de faculdade, também colocávamos apelido em todo mundo. Não tinha briga, sabíamos que alguns não gostavam, mas não reclamavam abertamente.
Lembram daquele chocolate que imitava cigarro, depois mudou para outra coisa. Pois bem pediu falência.
ResponderExcluirMenezes, o Rio Trapicheiro teve partes concretadas no início do Século XX e outras não. Existe uma foto de 1928 muito conhecida na internet mostrando o Rio Trapicheiro já concretado na Avenida Heitor Beltrão entre Professor Gabizo e São Francisco Xavier, sendo que não havia pista de veículos, apenas mato e casas. Na chamada "Rua Nova", que era a continuação natural da Heitor Beltrão entre a São Francisco Xavier e Alzira Brandão e que foi construída na mesma época, o leito do Rio Trapicheiro era concretado. Porém a partir daí e subindo em direção ao Alto da Tijuca, ele continuava em leito natural. Tanto é que no trecho na altura da rua Marquês de Valença havia a "Vila das Lavadeiras, onde o rio corria a céu aberto, em estado natural, e onde as Lavadeiras realizavam ali o seu mister. Com a abertura do trecho da Heitor Beltrão entre São Francisco Xavier e a Praça Saens Pena, e as obras da estação do Metrô São Francisco Xavier no final dos anos 70, tudo ali foi arrasado, e o Rio Trapicheiro foi levemente desviado, mas continua "mais ou menos" no mesmo trajeto, tendo sido canalizado e concretado.
ResponderExcluirÉ verdade Joel, hoje os Rios na Cidade Maravilhosa só nos referenciam a um passado exuberante. Águas límpidas e alguns deles se pescava o almoço, pegando lambaris. De uma forma geral, todos foram para o brejo ou melhor para o mangue. As maiores atrocidades do poder publico juntamente com a expansão da cidade levaram esses Rios a serem peças de escritores sobre a história desses sistemas . O Rio Carioca por exemplo é fétido na sua foz junto ao aterro do Flamengo. Pena mesmo.
ExcluirInteressante a história desse Colégio fundado um pouco antes da Lei Áurea. A Tijuca até hoje tem uma quantidade expressiva de colégios.
ResponderExcluirQuanto ao bullying e a apelidos, existe uma grande diferença. O bullying tem intenção agressiva, ofensiva e de exclusão. Deve ser combatido sempre. Já apelidos podem ser carinhosos, humorados e até marcantes pelo resto da vida.
Um amigo de faculdade até hoje se identifica com o apelido da época: "Faustão". Ele mesmo chega no zap e manda: Faustão na área...
É de certa forma curioso, mas muitas vezes quem usa o apelido nem tem intenção de ofender.
ResponderExcluirEntretanto, para o apelidado, sempre é ofensivo.
Por isso deve ser evitado, a não ser que seja um apelido aceito de bom grado, como o “Faustão” citado.
Não conheço a área, mas como sempre bela pesquisa . A vida privada carioca no séc.XX (no caso também XIX)
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