Hoje vemos a Rua Marechal Mascarenhas de Morais, em Copacabana, no trecho perto da esquina da Rua Tonelero. Segundo Paulo Berger, ela começa na Rua Inhangá e termina 376 metros depois da Rua Conrado Niemeyer. Já teve os nomes de Rua Otto Simon e Rua Tibiriçá.
Foi aberta por Duvivier&Cia., em 1881, de acordo com o loteamento oferecido em 1874 por Alexandre Wagner. Recebeu, então, o nome de Rua Tibiriçá, em homenagem ao indígena que muito ajudou os colonos, ao lado de Anchieta e Nóbrega, a fundarem a cidade de São Paulo.
Mais tarde recebeu a denominação de Rua Otto Simon, que foi diretor da Empresa de Construções Civis e ao qual se deve a abertura da maior parte das ruas de Copacabana.
Alemão, em 1851, veio para o Brasil, casando-se com D. Elvira Wagner, filha do já citado Alexandre Wagner. Em 1891, mudou-se para Copacabana, para a rua por ele aberta e que depois receberia seu nome.
Um dado muito curioso é que a rua sofreu uma mutilação no seu início, cedendo um trecho para formar a Rua Fernando Mendes (em 1923) e, por outro lado, foi prolongada além da Rua Conrado Niemeyer (em 1942). Mas, dirão nossos atentos leitores, a Fernando Mendes não se comunica com a atual Mascarenhas de Morais. Acho que consideravam como certo derrubar todo o morrete do Inhangá, o que tornaria a rua uma só, desde a praia até o morro.
Esta casa era do avô de meu saudoso e grande amigo Plinio. Ficava na esquina da Rua Tonelero tendo, à direita, Rua Mascarenhas de Moraes.
A foto é de 1961, feita pelo Plinio, meu colega de turma desde o início dos anos 50 no "Curso Infantil", da D. Eva, que ficava na Travessa Santa Leocádia.No final da década de 50 fomos para o Colégio Santo Inácio onde estudamos muitos anos juntos. O Plinio, filho dos simpaticíssimos Dr. Mauro e D. Nancy, morava no edifício de nº 43 da Rua Tonelero, em frente a esta casa, que pertencia ao avô dele, o Sr. Fidelis Botelho Junqueira.
Durante muitos anos a frequentamos, explorando seus diversos andares, brincando
à vontade, e, mais tarde, desfrutando de uma ótima mesa de bilhar. E, na época, "explorávamos" a quase deserta Mascarenhas de Morais morro acima.
O avô do Plinio, Sr. Fidelis Botelho Junqueira, tinha também a fazenda Arapoca, perto de Além Paraíba, onde passávamos ótimas férias, andando a cavalo, pedalando bicicleta pelas estradas de terra,
tomando banho de rio,jogando futebol, mergulhando no rio (que era desviado na fazenda para encher uma piscina), atirando com espingarda de chumbinho, enfim, aquela
maravilha que todas as crianças gostam.
No lugar da casa, há muitos anos, existe um enorme prédio de apartamentos.
Esta imagem de uns anos atrás mostra o prédio do restaurante Peixe Vivo, na esquina da Mascarenhas de Morais com Tonelero. A segunda casa, subindo a Mascarenhas de Morais, colada no Peixe Vivo, também sobreviveu. Ali funciona o Café Empório 76.
Esta foto, publicada pelo Tumminelli, é do acervo da família de Antonio Carlos de Oliva Maya. É dos anos 40 e mostra a Rua Mascarenhas de Morais no trecho entre Tonelero e o morro. O carro, um Ford 1939, versão Standard de quatro portas, era da família de Antonio Carlos e o menino no estribo é seu irmão, José Carlos.
A casa da foto era a
residência do Min. Jacques Singery, construída na segunda metade dos anos 30,
com projeto do arquiteto Robert Prentice. Observem a suave ladeira deste trecho, que se acentua depois da Conrado Niemeyer.
Essa região contava com um grande número de casas modernistas que, se tivessem
sido preservadas, formariam um conjunto homogêneo, como os quarteirões decô do
Lido. Mas a especulação imobiliária dos anos 60 e 70 destruiu praticamente todas.
PS: acho que o Conde di Lido, se aparecer por aqui, vai falar do maravilhoso apartamento de cobertura, com piscina, que ele quase comprou neste trecho da Mascarenhas de Morais.
Nunca tinha ouvido falar desse traçado da Fernando Mendes até a Mascarenhas.
ResponderExcluirPassei um reveillon no apto. de um amigo que fica ao lado da sede do Radar nessa rua lá no alto. A vista é deslumbrante para a praia de Copacabana e ver os fogos de lá foi lindo.
O ruim de morar lá é ter que fazer tudo de carro ou enfrentar a ladeira íngreme a pé.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirDia de acompanhar os comentários.
O Radar fez história no futebol de praia com grandes nomes como Rafael Magalhães e o Eurico louro. O outro Eurico era um beque ruim de bola e um polêmico presidente. Teve um episódio que não me lembro bem onde ele se queimou num incêndio lá no Radar.
ResponderExcluirO clube também foi importante no desenvolvimento do futebol feminino.
Nada como uma boa casa espaçosa - no mínimo com mesa de bilhar...- delícia de texto e fotografias.
ResponderExcluirNo tocante ao carro, o 39 é um dos raros anos em que o modelo Standart tinha a cara do ano anterior (38) enquanto o De Luxe tinha uma frente bem diferente. Creio que foi o último ano em que a Ford vendeu seu motor pequeno de 60 HP, exclusivo do Standart, que acabou finalmente no Simca Vedette francês e, mais finalmente ainda, no Simca Chambord brasileiro. Nunca deu certo, era problemático na origem.
Contando é difícil de acreditar mas as fotos comprovam que Copacabana era uma beleza com ruas só de casas.
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ResponderExcluirNão sou especialista nessa região de Copacabana. Fui algumas vezes em meados dos anos 70 a bailes do tipo "Discoteca" no Radar". FF: "A chapa está fervendo em Curicica". A PCERJ está operando na região e arredores.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Hoje vamos só acompanhar os comentários dos especialistas da área.
ResponderExcluirMorei no período de 1962 a 1986 na Avenida N.S.de Copacabana entre a rua Inhangá e a rua Rodolfo Dantas, em um apartamento que dava fundos para o que restou da Pedra do Inhangá, a parte alta da rua General Barbosa Lima.(rua sem saída que sobe "em caracol" a partir da Barata Ribeiro próxima à esquina da Inhangá).
ResponderExcluirNo meu quarto, não parecia estar em Copacabana: silêncio, vista de árvores frondosas e canto dos pássaros que faziam ninho nas árvores.
Mesmo depois da construção de um prédio no alto da General Barbosa Lima e de um condomínio aonde funcionava o Colégio Cirandinha, que frequentei no primário, com entrada pela Barata Ribeiro e segundo bloco dando fundos para a Pedra do Inhangá, o local continuou razoavelmente arborizado e tranquilo.
Existe ao lado do antigo Cinema Ricamar, atual sala Baden Powell, uma escadaria que dá acesso à General Barbosa Lima.
Nos tempos anteriores ao Condomínio, quando ainda existia o colégio, havia também uma ponte (!) que ligava o final da General Barbosa Lima aos fundos da Rua Rodolfo Dantas, descendo em outra escadaria.
Local pouco conhecido de Copacabana, mas que era espetacular.
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Copacabana ainda tem lugares espetaculares, como disse o Mario.
ResponderExcluirPor exemplo, o Bairro Peixoto, a Cinco de Julho, as ruas que ficam entre a praça Cardeal Arcoverde e o morro.
Com certeza, Anônimo.
ExcluirEsse lugares que você citou - mesmo sofrendo com a inevitável especulação imobiliária e com a (evitável) degradação da cidade como um todo - ainda são muito bons.
Acrescentaria alguns poucos quarteirões no Posto 6, compreendidos pelas ruas Rainha Elizabeth, Francisco Sá, Bulhões de Carvalho e Barata Ribeiro, com ruas bem arborizadas e prédios antigos com ótimos apartamentos.
Tendo morado em Copacabana dos 9 aos 33 anos e assistido a partir da década de 80 à progressiva decadência do bairro, dou meu testemunho que - nos anos 60 e primeira metade dos anos 70 - era um dos melhores bairros do Rio para se morar.
ResponderExcluirComércio, bancos, colégios, médicos/dentistas, cinemas, restaurantes, boates, meninas bonitas ... tinha tudo, com segurança, além da praia espetacular.
Eu não poderia ter escolhido outro lugar melhor para passar infância, adolescência e início de vida adulta.
Saudosismo sim, mas também pura constatação.
Concordo plenamente, naquele tempo Ipanema também era ótimo, talvez até melhor (vivia sempre por lá mas nunca morei).
ResponderExcluirHoje moro no baixo Leblon, é muito bom, porém não aguento mais tomar banho de esgoto (eu vou a praia toda manhã). Acho que vou trocar minha rotina e mergulhar no vaso sanitário ao invés de ir a praia!
O Rio pode voltar a ser uma cidade maravilhosa, mas seria necessário fazer uma grande brigada contra o crime, eliminar o tráfico, os milicianos, os políticos corruptos, eleger vereadores, deputados estaduais e federais descentes e comprometidos com a reestruturação da cidade, com a melhoria da segurança, transporte, saneamento, educação e construção de moradias populares, incentivar a economia, principalmente a indústria e o comércio, para geração de empregos. Isso pode ser feito e digo em menos de uma década.
ResponderExcluirLino, essa tarefa é algo inimaginável e não há perspectiva de qualquer melhora, principalmente porque "não há interesse para que essa situação se resolva, já que muitos lucram com ela. A situação que não era boa piorou assustadoramente nos últimos três meses. Você tem dúvida?
ExcluirFF: situação caótica na região de Quintino, Piedade e arredores, com bloqueio da Clarimundo de Melo e uso de ônibus como barricadas.
ResponderExcluirSe a moda do RN pega...
ExcluirLino para Prefeito!!!
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