O "Do fundo do baú" de hoje traz a lembrança do Circo Bombril e do palhaço Carequinha, programa de enorme sucesso nas décadas de 50 e 60 na TV Tupi do Rio de Janeiro.
Alegre e ingênuo, Carequinha era um ídolo da garotada da época.
O grande parceiro do Carequinha era o palhaço Fred, que funcionava como "escada". A grande atração era mesmo o Carequinha, famoso por dar uma cambalhota sem colocar as mãos no chão.
Durante o programa havia um concurso para a garotada, que tentava imitar o ídolo, na maioria das vezes sem sucesso.
O grupo tinha, além do Carequinha e do Fred, o Oscar Polidoro como apresentador do circo, com sua cartola e seu chicote. O comediante Zumbi e o anão Meio-Quilo eram outros personagens habituais.
Era uma época mais ingênua, inocente, com o Carequinha se apresentando em programas de TV, de rádio, em festas de aniversário e de final de ano das empresas. Eu assisti uma dessas, para os funcionários da Imprensa Nacional, em festa realizada, salvo engano, no Teatro Ginástico.
Cantando com Carequinha está a Angela Maria.
Carequinha e Fred com uma aniversariante. Certamente cantaram uma das músicas mais famosas do Carequinha:
O bom menino não faz xixi
na cama.
O bom menino não faz pipi
na cama
O bom menino não faz
malcriação
O bom menino vai sempre à
escola
E na escola aprende
sempre a lição
O bom menino respeita os
mais velhos
O bom menino não bate na
irmãzinha
Papai do céu protege o
bom menino
Que obedece sempre,
sempre, a mamãezinha
Por isso peço a todas as
crianças
Muita atenção para o
conselho que eu vou dar:
olha aqui: Carequinha não
é amigo de criança que passa
de noite da sua cama pra
cama da mamãe.
E também não é amigo de
criança que rói unha e chupa
chupeta.
Tá certo ou não tá?
Tá!
Eu obedeço sempre a mamãezinha,
Então aceite os parabéns
do Carequinha.
O bom menino não faz pipi
na cama
O bom menino não faz
malcriação
O bom menino vai sempre a
escola
E na escola aprende
sempre a lição
Por isso peço a todas as
crianças
Muita atenção para o
conselho que eu vou dar:
Olha aqui: Carequinha só
gosta de criança que respeita
mamãe, papai, titia e
vovó e seja amigo dos seus
amiguinhos
E também que coma na hora
certa, e durma na hora que a
mamãe mandar.
Tá certo ou não tá?
Tá!
Eu obedeço sempre a
mamãezinha,
Então aceite os parabéns
do Carequinha.
Viva o bom menino!
A concorrencia do Carequinha durante um periodo foi com o palhaço Arrelia, da TV Rio.
Naquela época os programas infantis não tinham esta violência que vemos hoje nas séries e filmes. Era a época da "Gladys e seus bichinhos", onde ela contava histórias desenhando magistralmente a história em si num grande cartaz branco, ou até a Virginia Lane, como o "Coelhinho Teco-Teco".
Carequinha foi um gênio a seu tempo, bem diferente das atrações atuais com videogames que só disparam a adrenalina com tiros e mortes, resultando numa criançada cada vez mais emburrecida, violenta e alienada.
Era um tempo no qual as crianças primavam pela inocência. Elas eram puras e desprovidas de qualquer malícia. O que mais se poderia dizer diante da atual realidade onde crianças são diuturnamente vítimas de criminosos sexuais?
ResponderExcluirGrande lembrança. Eu era fã.
ResponderExcluirEra um tempo em que as crianças eram crianças e não adultos pequenos.
A violência, a erotização precoce, as “músicas” atuais, as telas viciantes, em nada contribuem, na minha opinião, para um desenvolvimento saudável.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirEram onipresentes nas festinhas infantis as músicas do Carequinha (depois substituídas pelas da Xuxa...) e acompanhei (um pouco) o programa dele na saudosa TV Manchete, há 40 anos. Nessa época os desenhos exibidos já faziam um sucesso maior.
Todos (ou quase todos) os comentaristas e "voyeurs" do SDR tiveram o privilégio de viver uma infância pura e repleta dos sonhos e fantasias próprias da tenra idade. Durante muitos anos e paralelamente às minhas atividades na PCERJ, eu trabalhei em uma grande escola de dança com várias filiais, onde o corpo discente incluía crianças a partir de sete anos. Fui testemunha ocular da deterioração daquele ambiente escolar a partir dos anos 90. No decorrer dos anos a inversão de valores foi tamanha que acabei por me indignar e "jogar a toalha". Nunca me conformei com a doutrinação infantil praticada pela pela direção da escola, no qual a diretora e uma das donas vivia inebriada com o "sucesso artístico e comercial da escola", mas tolerava e admitia rotinas absolutamente inadequadas, para não dizer criminosas que ocasionalmente ocorriam. O uso de linguagem neutra era comum, e até um vídeo que foi divulgado internamente por um travesti ou algo do tipo, fazia propaganda de um curso para "crianças transexuais" que seria implementado. Não é preciso dizer que fui alvo de hostilidade "surda" e mesmo de intrigas, tendo em vista meu perfil conservador. Infelizmente essa é uma dura realidade em grande parte dos meios escolares.
ResponderExcluirO último parágrafo do texto da postagem de hoje é definitivo, retrata com perfeição o vem acontecendo:
ResponderExcluir"Carequinha foi um gênio a seu tempo, bem diferente das atrações atuais com videogames que só disparam a adrenalina com tiros e mortes, resultando numa criançada cada vez mais emburrecida, violenta e alienada."
Bom dia Saudosistas. Assisti a muitos programas do Carequinha, inclusive um ao vivo numa festa da escola no primário.
ResponderExcluirAcho que a Xuxa começou a sua trajetória em programas infantis no programa do Carequinha.
Infelizmente as crianças hoje não tem a oportunidade de viverem essa fase das suas vidas, devido a todas as mudanças ocorridas nas últimas décadas, a violência das ruas, novos brinquedos que na sua grande maioria são brinquedos individuais, que impedem a sua socialização com outras crianças, os afazeres dos pais, que diminuem o contato deles com os filhos, tudo isso reunido e outras influências externas, tiraram das crianças uma das melhores fases da vida.
Cabe aos pais a dura e muitas vezes impossível tarefa de manter as crianças o mais afastadas possíveis das "atrações" atuais.
ResponderExcluirUm dos maiores sucessos da TV a cabo hoje é uma série derivada de um violentíssimo jogo de videogame, com enorme quantidade de violência explícita praticada pelo personagem de uma adolescente (e, "by the way", lésbica).
Corretor ortográfico:
Excluir... o mais afastado possível...
... pela personagem ....
Havia no programa uma espécie de concurso para o menino que executasse a cambalhota mais parecida com a do Carequinha. O procedimento de tirar o chapéu antes e recolocá-lo na cabeça após a cambalhota era fundamental para o sucesso. Um fundo musical e palmas para as crianças mais perfeitas davam o clima ideal aquela competição inocente que não me sai da cabeça. Não me recordo se havia prêmio. Só sei que tentei em casa algumas vezes, mas se o fizesse hoje iria direto para o pronto socorro.
ResponderExcluirCarequinha não era "parente do Kojak" nem daquela famosa atriz da Globo, apesar de semelhança do sobrenome, e era oriundo de São Gonçalo, uma região no passado bastante bucólica e progressista.
ResponderExcluirJá que o assunto é Circo, vale a pena ver o filme "Água para elefantes", um filme de 2011 com o excelente Cristoph Waltz, uma história real que retrata a dura rotina de um circo no meio oeste Norte-Americano na época da depressão. Imperdível.
ResponderExcluirImperdível mesmo. Para mim o Cristopher Waltz é um dos maiores atores contemporâneos, vide Bastardos inglórios, e ultimamente a série da Amazon "O consultor". Pudera, ele tem "apenas" 2 Oscars, 2 Screen Actor, 1 em Cannes e 2 no Critics' Choice. Não é para qq um.
ExcluirNos tempos em que morava na Urca, anos 50, costumava ver o programa ao vivo na Tv Tupi, a garotada do bairro podia frequentar. Bons tempos!
ResponderExcluirQue delícia de postagem! George Savalla era um sucesso. Via sempre na TV. UM dia fui convidado para uma festa de amiga de colegio, no play ground do prédio Estrela de Brilhante, na Praça Eugenio Jardim. Era filha do Marcos Tamoyo. A atração não era filme da Correa Souza Filmes, mas o Circo do Carequinha "oficial". Não me esqueço. Ao vivo, a cores, todos esses personagens. Todos vidrados. O máximo de violencia na época era a série "Combate". Depois veio Guerra Sombra e Água Fresca. Hoje os video games espirram sangue da tela, num realismo impressionante. Foi-se o tempo. Fazemos parte da historia, aproveitamos muito.
ResponderExcluirAcho que já contei uma vez, que, quando eu tinha 10 ou 11 anos de idade, andando pela rua vi algumas crianças menores que eu em volta de um senhor que não reconheci. Ele tinha uma boa quantidade de cabelos, nem mesmo "entradas" para uma futura calvície. Só quando cheguei bem perto ouvi sua voz, naquele momento único meio de entender que ali estava o famoso palhaço Carequinha.
ResponderExcluirEstava a procura de um casal de malabaristas da vizinhança, que costumava aparecer em seus shows.
Antes de ir embora ainda distribuiu algumas fotos autografadas de seu personagem, mas só para os que tinham menos de 7 anos, pois não tinha quantidade para todos.
Quanto aos shows naquela época, assisti um num clube perto de casa e outro, se não me engano, na Quinta da Boa Vista.
Esse post trouxe memórias guardadas desde criança, do fundo do baú mesmo!
Excluir“Voce sabia que o Carequinha não é careca?” Para mim isso foi uma revelação estupefante, foi talvez a primeira vez na vida que me dei conta que a realidade possa ser diferente do que se experiência. Creio que para alguns essa experiência deve ter ocorrido quando souberam que Papai Noel não existe.
uma das grandes lembranças que tenho da infância foi uma festa de aniversário, 9 ou 10 anos, que, de repente apareceram o Carequinha, o Fred e o Zumbi. Minha mãe de ter pago uma nota para isso. Foi sensacional! Jamais esquecerei!
ResponderExcluirCarequinha e Xuxa tinham programas distintos na Manchete. Circo do Carequinha e Clube da Criança. A propósito, nos próximos dias a Xuxa completa 60 anos...
ResponderExcluirPaulo Roberto, 11:17h ==> minha esposa teve uma experiência péssima ao tentar falar com o Carequinha, na casa dele. Mas ela pediu para eu não sujar a memória dele.
ResponderExcluirEra arrogante igual ao Renato Aragão.
ExcluirAté que com a garotada no meio da rua ele foi atencioso, não fez festa, mas também não ignorou os fãs.
ExcluirMais adiante o Carequinha se envolveu na criação do clube Gurilandia, na São Clemente. Acho que não deu muito certo.
ResponderExcluirBoa tarde, garotada!
ResponderExcluirHavia também outro anão, maior que o Meio Quilo, o Zumbizinho, com um camisolão semelhante ao do Zumbi. E o Oscar Polidoro também apresentava, se não me engano, o humorístico "Ali Babá e Os Quarenta Garções" (uma boate, cuja maior atração era "Marilin", personagem da Nádia Maria), às sextas, na Tupi.
Não querendo polemizar nem sabendo das circunstâncias às vezes a abordagem também pode ser abusiva.
ResponderExcluirSem querer ser inoportuno, ficaria mais adequado você apor uma vírgula, pois assim daria sentido ao texto. "Não querendo polemizar nem sabendo das circunstâncias, às vezes a abordagem também pode ser abusiva".
ResponderExcluirNão querendo ser inoportuno, houve algum erro ortográfico? Ausência de vírgula, que eu saiba, não é questão ortográfica. Então, com licença, vai ...
ExcluirRs, Rs, Rs, klac, Klac, Klac,.....
ExcluirAugusto, aceita que dói menos!
ExcluirO "anônimo" acima poderia fazer companhia ao corretor.
ExcluirTinha uma outra variação dessa musiquinha:
ResponderExcluir"Então, tá muito bom
Tá muito bom,
Não podia ser melhor!
Que belezinha,
O Carequinha, só gosta de criança
Que respeita a mamãezinha!
Nos anos 60, todos os anos tinha apresentação do Circo do Carequinha na festa de Natal do Laboratório Roche, que era situado no quarteirão das ruas General Canabarro e Moraes e Silva. Eu e meu irmão ficávamos ansiosamente esperando a chegada deste dia.
Coincidência: post sobre circo e morte do criador do Circo Sdruwz, Juca Chaves.
ResponderExcluirHoje, 27/03 é o dia nacional do circo e aniversário da Xuxa (60 anos).
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