Primeira postagem em homenagem aos que suavam para ganhar a vida nas ruas do Rio de antigamente. Eram cariocas ou brasileiros chegados de todos os estados. Eram estrangeiros, vindos principalmente de Portugal, Espanha ou Itália, além dos judeus e do grupo sírio-libanês, entre outros.
Muitos conseguiram, com este custoso trabalho, dar uma vida melhor para seus descendentes ou mesmo só sobreviver.
Merecem aplausos e admiração.
PS: com a colaboração de "Saudades do Rio - O Clone".
O tocador de garrafas,
geralmente, se virava no Largo da Carioca. E sempre atraía um grupo de
office-boys, contínuos das repartições da cidade, além do grande número de
passantes, desocupados ou não. O som variava de tonalidade conforme a
quantidade água contida na garrafa.
O Conde di Lido é exímio neste
mister. Tira som de violino ao passar o dedo molhado, de leve, pela borda de
taças de cristal de Baccarat.
Um amolador de facas cuida do seu oficio em uma rua do Rio de Janeiro. Muito comuns há alguns anos, hoje são raros de se ver, embora ainda haja alguns resistentes que continuam a empurrar o carrinho pelas ruas e fazer o seu ruído característico, passando uma lâmina de aço pelo rebolo. Em Ipanema, há um que passa pela Rua Alberto de Campos em direção à Rua Farme de Amoedo, de vez em quando. Curioso que, na foto, tinha plaquinha com registro 2067.
Estes resistem bravamente
no século XXI. São fáceis de ver na porta de lojas de material de construção e
carregando todo o equipamento para os camelôs que trabalham nas praias.
Trabalho muito pesado. Este da foto carrega baús de madeira e uma mesa. O que
haveria dentro desses baús?
Na extremidade das feiras
ficavam estes carregadores com seus cestos e um pano enrolado para proteger a
cabeça e dar firmeza e equilíbrio na carga. Foram os precursores dos meninos com carrinho
de rolimã, que veremos em outra postagem.
Foto de Genevieve Naylor mostrando um funileiro em 1941. Estes continuam bravamente com seu serviço. Aqui em Ipanema há um na esquina da Montenegro com Visconde de Pirajá, um na esquina da Farme de Amoedo com Barão da Torre, outro no Bar 20. É capaz de haver mais.
Outra foto de Genevieve Naylor. Um vassoureiro mostra
seus produtos em frente a outdoors de propaganda no Rio de 1940.
Vassouras de todo tipo, palha, piaçava, vassourinha para banheiro, espanadores,
espanadores para o teto, etc. Também resistem por aqui em Ipanema.
Será que nos dias de hoje ainda é possível transformar uma carrocinha de frutas num gugante como o supermercado Zona Sul?
ResponderExcluirÉ notável o esforço de alguns que nad
Meu comentário foi incompleto.
ResponderExcluirÉ notável o esforço de alguns que nada tinham e deram uma vida melhor para seus descendentes. O filho da minha diarista está na universidade para orgulho dela.
Muitas dessas atividades quase desapareceram ou se tornaram desnecessárias. O "vassoureiro" ainda pode ser visto com frequência em muitos locais da zona norte. O importante é que no passado não havia ninguém desocupado ou ocioso. Por mais elementar que fosse a atividade elas eram necessárias.
ResponderExcluirInclusive antes de 1888 havia escravos então desemprego era inexistentes. Olha que maravilha.
ExcluirEu estive com a Princesa Isabel outro dia. Ela te mandou um abraço.
ExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirAlguns exemplos mostrados ficaram somente nas lembranças e nos registros fotográficos ou cinematográficos. Outros continuam nas ruas, mesmo que adaptados aos tempos atuais.
Ainda vejo vendedores de vassouras (e outros artigos) e os "burros sem rabo". Amolador de facas é mais raro.
Agora os "funileiros" passam em veículos com sistema de som.
O tocador de garrafas é novidade para mim.
Bom dia.
ResponderExcluirConheço vários casos em que filhos e/ou netos de empregados domésticos chegaram à universidade pública, a maioria beneficiada pelo regime de cotas.
Se eu era crítico do regime de cotas inicialmente, ao ir percebendo que pessoas de baixa renda e origem muito humilde, independente de raça, puderam "chegar lá, mudei de posição.
Só acho que o principal (único ?) critério que deveria ser adotado é o de renda familiar.
Mário, sou contra o regime de cotas justamente por privilegiar apenas pessoas de etnia negra e ignorar que a pobreza independe de raça, cor ou credo. O sistema de cotas mereceria aplausos se fosse abrangente. A intenção do legislador parece ser a de "dividir a sociedade" e provocar tensões raciais. O que dizer do "branco pobre" e do nordestino "branco e louro" em situação de pobreza que não é contemplado pela Lei de cotas? O motivo alegado para a promulgação da "Lei de cotas" foi a de que tínhamos uma "dívida histórica" que precisava ser reparada. Nada soa mais falso, já que ninguém é responsável por "atos praticados por terceiros no passado" nem tampouco por suas consequências.
ExcluirExistem ainda "cotas" para travestis, transexuais, gays e assemelhados, tendo os mesmo direito a receber uma "bolsa" no valor de cerca deR$ 1.800,00. Somando-se à essas "curiosidades" ainda existem "cotas" para o preenchimento de vagas no serviço público. Querem maneira mais eficaz de dividir uma sociedade?
ExcluirMais um comentário típico. Impressionante a fixação desse comentarista. Freud explica?
ExcluirO direito à livre manifestação está previsto na Constituição Federal.## Apesar da ironia, Freud explica quase tudo, até mesmo a tolerância que deve existir para com pessoas de comportamento semelhante ao seu. Pelo menos não se esconde atrás de pseudônimo...
ExcluirBom Dia ! Fora o tocador de garrafas ( o ultimo que vi foi no Largo da Carioca e já faz alguns anos) , os demais ainda são vistos por aqui. Tem também uma entrega de leite (leite mesmo) direto de um sítio que fica em Japeri. Vem numa garrafa pet de dois litros e depois de fervido produz uma nata que dá para encher um copo.
ResponderExcluirA substituição do reparo/conserto pela substituição pura e simples do bem, seja um par de sapatos ou panela até uma televisão, liquidou algumas profissões.
ResponderExcluirNão citei o par de sapatos por acaso, os sapateiros estão desaparecendo, ninguém mais coloca uma meia sola ...
(os"sapatos de tênis" como chamava meu pai, têm sua responsabilidade no processo)
A obsolescência programada também contribuiu para a extinção de várias profissões.
A que mais me impressiona pelo esforço necessário é a dos burros sem rabo. Carregam um peso enorme por ruas esburacadas e perigosas.
ResponderExcluirNo Flamengo ainda existe vassoureiro.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Onde moro ainda vejo de vez em quando o vendedor de vassouras, o paneleiro e o burro sem rabo, carregadores de compras só os entregadores de supermercados, mas estes hoje andam de triciclos ou carros de entrega. Na década de 80 havia um senhor que ficava na esquina da Afonso Pena c/ Haddock Lobo que fazia afiação de facas e tesouras.
ResponderExcluirMuitas outras atividades de antigamente que desapareceram ou são raras nos dias de hoje, que pelo texto serão motivo de outras postagens, cujo os que as exerciam com todo o sacrifício, mantinham suas famílias com dignidade e ainda deram melhores condições de vida aos seus descendentes.
Em ritmo de Semana Santa, os cestos dos carregadores de ponta de feira também faz lembrar dos peixeiros ambulantes.
ResponderExcluirOs baús podem ser de imigrantes iguais aos de um casal de portugueses, que vi chegando uma vez num de nossos vizinhos patrícios, meados da década de 60.
Haja carregador para tudo aquilo. Além do vestuário, só pode ter vindo também roupas de cama, mesa e banho para tanto baú.
Últimos tempos de travessia regular por navio.
O caso do amolador de facas é bastante específico, já que alguém que precise afiar uma faca, com uma caminhada de no máximo 500 m encontrará um quiosque de chaveiro, que também oferece esse serviço. (Não sei o motivo dessa proliferação).
ResponderExcluirPara mim uma surpresa nessa edição foi o comentário de que o DI LIDO era um "entendido" em tirar o som com o dedo molhado. O que mais ele tirava com o dedo molhado? Cartas para a redação.
ResponderExcluirNão conheci o avô materno da minha esposa, porém ela conta que ele era um português xucro cuja ocupação era ser burro sem rabo, na área de Vila Isabel. Por conta disso, pegou mais de uma insolação e foi atropelado três vezes, sem maiores consequências. Morreu aos 94 anos de idade, de velhice, como se diz. A esposa dele era lavadeira. Moravam na rua Oito de Dezembro, em Vila Isabel, bem defronte ao quartel do Corpo de Bombeiros ali existente. Os soldados e oficiais eram fregueses dela.
ResponderExcluirAqui onde moro, das profissões acima só vejo o vendedor de vassouras, periodicamente. Há também um ou dois que puxam carrinhos com rodas de pneu, tipo burro sem rabo, porém a carga normalmente é material reciclado que eles levam sabe-se lá para onde.
ResponderExcluirNa feira-livre aqui perto há consertadores de panelas, o que é um pouco diferente de funileiro.
Carregadores de compras de feira-livre não existem por aqui.
Pertenço a um grupo de colecionadores de placas de carro. Se eles pudessem conseguir uma placa de amolador, como a da foto, ficariam mais felizes do que pinto no lixo. Valeria muito dinheiro para eles.
ResponderExcluirO que mais abunda, aqui nesta cidade do Rio de Janeiro fora dos cartões postais, é crackudo ladrão. Roubam de tudo: fiação de operadoras de telefonia (dá tristeza e revolta ver os fios cortados e dependurados dos postes), pestanas dos sinais de trânsito, portinholas de alumínio de caixas de água ou gás, canos de cobre de instalações de gás, botijões, portões e telhas de alumínio, hidrômetros, containers de lixo, grelhas de ralos de rua, etc, etc. É a "profissão" que mais cresce no Rio. Verdadeira praga.
ResponderExcluirDos últimos dias de outubro até princípios de novembro de 2021, crackudos entraram aqui na vila e roubaram a portinhola do relógio de luz (prejuízo de R$580,00) e a da caixa do hidrômetro de uma casa (prejuízo do próprio morador).
ResponderExcluirAí colocamos concertina: R$1.300,00 de despesa.
Não demorou muito, conseguiram entrar e levar os dois latões de lixo: prejuízo de mais de R$900,00.
Esse é uma das dezenas de problemas enfrentados pelos moradores do Rio fora do circuito Elizabeth Arden.
Hélio, "uma profissão e tanto". Eles são protegidos por um sistema "político/judiciário de causar inveja, já que são "intocáveis" como as vacas sagradas na Índia. Em uma nação séria teriam o tratamento que é dispensados aos criminosos.
ExcluirO problema dos viciados em crack é complicadíssimo.
ExcluirÉ inaceitável tolerar seus crimes, mas por outro lado são vítimas do vício.
Deve-se tratá-los? Como?
Por todos na cadeia?
Fuzilá-los como em algumas parte do mundo?
Combater o tráfico?
Controlar as fronteiras?
Não há soluções simples para problemas complexos.
Você diz que "não há soluções simples", mas enquanto se discute "o sexo dos anjos" as pessoas estão morrendo, a sociedade está se esfacelando, e nenhuma solução séria é apresentada. Medidas duras e leis draconianas devem ser votadas com urgência sem qualquer "melindre", e para fazer um omelete é preciso quabrar vários ovos: não há como combater um câncer com Doril ou Benegrip", e sim com remédios muito amargos. Eu percebo que muitos comentaristas visualizam o Rio de Janeiro como o dos tempos em que Jean Manzon e Walt Disney por aqui aportaram e não percebem que aquele Rio acabou, e nem mesmo "visto de cima" vai prestar para alguma coisa" se não houver uma mudança traumática. As causas do caos brasileira estão à vista de todos e as soluções para a violência e para o tráfico de drogas também, mas fica a critério de cada admitir que não haverá futuro se o problema não for enfrentado seriamente. É uma discussão que jamais poderia se preocupar com o destino de crackudos quando colocam em perigo a vida e o patrimônio das pessoas de bem. O Brasil esta prestes a se tornar um "narco-estado" em razão de que os interesses para que isso se concretizem se tornaram bem maiores do que o ideal de Nação próspera, civilizada, e pacífica.
ExcluirFalou tudo, Joel. O governo e as leis devem priorizar a sociedade, e não indivíduos. O Brasil está num estado de caos total, e não vejo nenhuma perspectiva de sairmos disso. O Rio já é um narco-Estado, e em breve o Brasil será um narco-pais. Quem sobreviver, verá.
ExcluirBons tempos do amolador de facas. Sabíamos que ele estava por perto quando ouvíamos ao longe ele tocar Asa Branca e outras músicas amolando as facas em seu equipamento.
ResponderExcluirDignos trabalhadores . No JB tem vassoureiro . Entrevistei o rapaz ; 25 anos de rua, educou os filhos. Cidade muito difícil. As cotas são problemáticas. Compreendo a ratio, mas diminui o nível da faculdade, pela inevitável defasagem .
ResponderExcluirÉ exatamente o que eu penso GMA. Todos os Países que avançaram na educação da sua população, investiu fortemente no ensino de base. Hoje o governo suspendeu a nova reforma do ensino médio, a alegação é de que as escolas e os professores não estavam preparados, para dar início ao novo programa.
ExcluirOra, a reforma foi aprovada em 2016, estamos em 2023, logo 6 anos se passaram, e não houve preparação para a mudança?
Como disse o GMA as cotas na Universidade só serve para nivelar para baixo a já baixa qualidade do ensino Universitário brasileiro. Na minha opinião as cotas deveriam ser usadas para dar prioridade as crianças pobres a escolherem as melhores escolas públicas com maior infraestrutura e que possibilitem elas terem melhores condições de aprendizado.
Ficamos 4 anos sem ministros da Educação.
ExcluirUm dos grandes problemas da internet é que todos se julgam especialistas em tudo.
Discutem Economia, Bolsa Família, Lei Rouanet, Reforma Curricular, guerra na Europa, Inteligência Artificial, viagem à Lua, como se fossem luminares em todos os assuntos.
Menos, menos.
"Ficamos quatro meses sem Ministro da Educação?" Amigo, se liga. Há mais de trinta anos o Brasil não tem mais Ministério da Educação.
ExcluirSó uma pequena e singela lembrança: a cota é para o indivíduo "entrar" na universidade, seguindo o princípio da oportunidade igualitária e eliminando as incongruências sociais e raciais. Uma vez dentro da universidade, não há diferenciação de ensino, não há métodos diferentes para o aluno A das do aluno B.
ResponderExcluirLogo, todos os alunos, sejam os que entraram por cotas ou não, tiveram a mesma formação.
É de conhecimento geral que o ensino público no Brasil é deplorável e em verdade não há o menor interesse em reverter esse quadro. Considerando essa realidade, as crianças e os jovens residentes em favelas, "comunidades" e "futuros cotistas", por conseguinte cursam péssimas escolas de 1° grau e sofríveis colégios de 2° grau, onde além de pífio, a qualidade do ensino está distante "anos luz" dos estabelecimentos privados, e ao final basta que o candidato "se declare negro, pardo, ou indígena", para ter acesso à uma universidade pública, fazendo com que inúmeros candidatos muito melhor preparados e que cursaram ótimos colégios sejam preteridos em razão de "não serem negros ou pardos". Normalmente a grande maioria abandona a faculdade no primeiro ano por "razões mais do que compreensíveis". A realidade dos colégios públicos no Brasil está nas páginas policiais e a vida de um professor é eivada de tensões em razão do ambiente degradado das escolas, e muitos são agredidos e até assassinados. Onde está a suposta "justiça social?"
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