Vemos o Cadillac, o carro de luxo que teve seu auge, no Rio de Janeiro, na década de 1950. Na foto de Jean Manzon podemos ver ao volante a cantora francesa Juliette Gréco, que aqui esteve nos anos 50. O modelo é de 1949, um Cadillac Series 62 Coupé Fastback. Está descendo a ladeira do Mundo Novo em direção à Rua Assunção ou Rua Marquês de Olinda.
Esta "tournée" mereceu o seguinte comentário na sua biografia: "A la fin de l’année 1950, Juliette obtient son premier contrat en dehors de la Rose Rouge : Elle s’envole pour le Brésil, habillée par Madame Schiaparelli. Le soir de son premier récital, une foule incroyable se presse : le bruit a couru que la chanteuse se produisait sur scène dans le plus simple appareil! Cette méprise ne l’empêche pourtant pas de prolonger son contrat de deux mois".
Enquanto alguns andavam de Cadillac, a maioria dirigia um fusquinha e usava esta tranca para quebra-vento, que as novas gerações não saberiam identificar.
O modesto fusquinha era incrementado com capas Procar, mudança da alavanca de mudanças, troca do volante por um do tipo F-1, colocação de pneus tala larga, escapamento Kadron para fazer muito barulho, uma bandeja para o gravador ou para o toca-discos de 45 rpm, um plástico do motel Playboy no parabrisa traseiro e outro plástico com o escudo do time de preferência no vidro lateral traseiro. Imprescindível também era o “chega prá cá, meu bem”, suporte para cobrir o freio de mão e facilitar o namoro numa “corrida de submarinos”. Isso sem falar nos faróis de milha Cibié “tremendão- sealed beam”, rodas aro 13, buzina de cornetas da FIAM e alto-falantes por todo o carro. O rádio tinha que ser bom (Blaupunkt, Philips Turnunlock, Telespark, Invictus ou Motorádio) para sintonizar o Big Boy na Rádio Mundial - 860 KZ ou a Rádio Tamoio para ouvir “Músicas na Passarela”.
Entre os penduricalhos colocados nos automóveis antigamente (e ainda os há por aí) estavam estes imãs para o painel. Muitos motoristas colocavam fitas do Bonfim presas no retrovisor e tinham um "tigre" perto do vidro traseiro, que acendia os olhos ao pisar no freio. E havia os que usavam aquele rabicho de borracha no parachoque traseiro para descarregar a eletricidade estática, além de encontrar espaço para um boneco "MUG" ao lado do "tigre".
Bom dia, Dr. D'. Como não sou especialista (muito pelo contrário) em carros nem no etc, ficarei acompanhando os comentários.
ResponderExcluirOutro acessório praticamente onipresente era o adesivo de janela ou na lataria com algum escudo de time de futebol. Também havia as propagandas de motéis, não necessariamente frequentados pelo proprietário, que o dava uma certa imagem de "pegador".
Havia também espaço para "provérbios populares".
Você nem sabe dirigir. Não tem carteira.
ExcluirO que o ** tem a ver com as calças? Precisa saber dirigir para entrar em um carro? Por não saber dirigir seria proibido de ir em exposições de carros antigos? Com certeza, mesmo sem carteira, sei mais itens do código de trânsito do que muitos com carteira.
ExcluirCada um que aparece...
Entre os plásticos mais vistos nos vidros havia o da propaganda da Shell com o Pelé dando aquela bicicleta, o do Rock in Rio, o do barquinho “Sail a Laser”, o da “inveja é uma merda”, “Deus é fiel”.
ResponderExcluirO tigre que acendia os olhos quando se pisava no freio era dos mais cafonas. Igual aos cachorros que balançavam a cabeça.
E não podemos esquecer aquele troço de bolinhas que se punha sobre o banco com a finalidade de evitar dor nas costas.
Tem algo aí que "não está batendo": nunca ouvi falar de "toca-discos 45 rpm em carro". Nunca ouvi falar. Mas toca-fitas "de cartucho" eu me lembro. Meu avô tinha um. As buzinas Fiam de duas e três cornetas era a coqueluche nos anos 70. Em tempos de "grana curta" o interior do carro tinha que ter confortos imprescindíveis para um "amasso". Hoje em dia nem pensar.
ResponderExcluirPor falar em acessórios vocês lembram da campanha veemente que o Millor fez contra a obrigatoriedade de usar cinto de segurança? Como um cara inteligente como ele poderia ser contra?
ResponderExcluirE qual era o grau de utilidade daquele farol que ficava perto da janela do motorista nos carros americanos antigos?
E o que dizer da obrigatoriedade do kit de primeiros socorros que deve ter enriquecido uns poucos?
Tocador de disco, só os CD players que penavam com a buraqueira das estradas e ruas brasileiras. Somente os modelos com amortecedores de impacto proporcionavam uma experiência prazerosa, sem pulos.
ResponderExcluirA ideia do kit não era ruim. O problema foi a obrigatoriedade.
Quando o cinto ficou obrigatório, alguns malandros tentaram burlar até com camisa de clube. Outros colavam no vidro papel com "cinto abdominal" mas não usavam o mesmo.
Idiossincrasias de uma época; seriam "boko-moko" hoje em dia...
ResponderExcluirJoel, tinha sim um tocador de discos compactos, porém so aceitavam os discos americanos com furo largo. Apenas no Brasil, se não me engano, fabricaram compactos com furo pequeno e 33 RPM. Estse tocadiscos de 45 RPM eram ainda mais sensíveis do que os primeiros players de CD. Qualquer imperfeição da rua, fazia o disco pular como pipoca. Depois vieram os players de cassete, onde o TKR de bandeja era o rei. Na tampa que cobria o compartimento de bagagem do fusca, eram instalados 2 altofalantes Novik 6:9. Era o grande som da época, melhorado algum tempo depois pelos amplificadores Tojo.
ResponderExcluirEm relação à foto 2, o Luiz descreveu os meus fuscas. Apenas um detalhe diferente. Tive um amigo que destruiu sua Mercedes num acidente. Das poucas coisas que sobraram havia a buzina Mercedes que era inconfundível. Resgatei para mim e sempre que a tocava, as pessoas achavam que era uma Mercedes.
Eu tive vários toca-fitas de marcas diversas, mas para ouvir com prazer só com o carro parado, atualmente um "prazer proibido". O TKR "cara preta" era bem popular, mas a qualidade sonora deixava a desejar. Por mais paradoxal que possa parecer, atualmente o furto de equipamentos de som decaiu bastante em razão de muitos deles serem inúteis caso sejam arrancados. Como é necessário um código para fazê-lo funcionar, muitos furtadores desistem da idéia.
Excluirtem razão!
ExcluirPosso até estar confundindo as coisas, mas me lembro de ter visto com a coleção do meu pai uma espécie de adaptador "de buraco" para colocar no toca discos.
Excluirsim, mas não funcionava nos players de carro. Só tocavam os de buraco grande. O adaptador que diminuia o buraco só funcionava em casa se vc tivasse um toca discos que tivesse 3 opções de rotação . 33, 45 e 78 RPM.
ExcluirSim. No toca discos de casa. Foi o que eu quis dizer. Meu pai teve um que tocava até 16 rpm. Mas nunca vi um disco para essa rotação.
ExcluirNa foto 4 do blog de ontem aparece um carro que me despertou a curiosidade. Cadê o biscoito?
ResponderExcluirNão entrei no SDR ontem, por razões um tanto obscuras. O carro da foto 4 é um conversível europeu, quase que certo que é uma carroceria especial e sem a grade fica muito difícil identificar. O mais provável é ser um francês, Talbot, Delage, carros muito raros por aqui. Fico devendo essa.
ExcluirLino, veja o meu último post de ontem
ResponderExcluirVi, eu escrevi errado, porém eu sabia que era no Algarve. Acho que foi porque estava pensando num Pera Manca da Cartucha no Alentejo. rs,rs,rs,rs,rs,
ExcluirJuliette Gréco era muito bonita. Morreu em 2020, aos 93 anos de idade. Em um dos dois CD's de músicas francesas que gravei, tem uma dela, "Moulin Rouge". Mas acho que a canção mais conhecida dela era "Sous le ciel de Paris". Yves Montand também foi um dos inúmeros intérpretes dessa canção, cuja letra é uma descrição de Paris.
ResponderExcluirEu tinha um amigo de 16 anos que era motorista do fusca da mãe dele. Pra fazer a tala, ele colocou o lado de fora do aro dos pneus pra dentro. Um belo dia o carro voltou da oficina com os aros na posição original, que resultou no capotamento seguido da queda num abismo na descida do Alto da Boa Vista.
ResponderExcluirsempre inverti as rodas dos meus fuscas. Nunca tive problemas. Quando lançaram as rodas de magnésio aderi a elas sem nunca ter tido problemas. Depois dos fuscas entrei para os Chevetes. Outra coisa. A primeira linha voava, ao contrário da segunda versão que era paralítica. Saudades do meu primeiro chevette e da minha Yamaha 350. uma besta praticamente incontrolável...
ExcluirSempre fui careta com carros. Nada de supérfluos nem de extravagâncias. Inclusive quando comprei um Voyage que vinha de fábrica com um toca-fitas Bosch, falei que só tiraria o carro da concessionária quando eles removessem o toca-fitas. Fizeram corpo mole, me cobraram por isso e demoraram 16 dias para me entregarem o carro, mas me deram o toca-fitas em mãos. Seis meses depois me arrombaram o carro para levar o toca-fitas. Deram com os burros n'água. Três anos depois me roubaram o carro. Vendi o toca-fitas para um colega de trabalho.
ResponderExcluirkkk!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ExcluirPor falar em roubo de carro todos conhecem o “Kit PM”?
ResponderExcluir???
ExcluirO kit pm era triângulo, chave de rod, e extintor de incêndio. Os carros apreendidos quando eram recuperados faltavam sempre esses itens. Dizem que eram roubados pelos pms.
ExcluirE rádio.
Excluirteste
ResponderExcluirentendi
ExcluirBiscoito presente.Toca-discos em carro nunca prestou, só funcionava parado. Tala larga era a opção da juventude em um mercado de automóveis sem opção. Era um envenenamento barato e de resultado sofrível. Sobrevivi sem elas.
ResponderExcluirMuito diferente foi a Cadillac sedanete 1949 que tive, excelente automóvel, foi da coleção da Fluminauto, depois foi para Ribeirão Preto e hoje está na Ilha do Governador.
Talvez tenha sido a mesma que a Gréco dirigiu, impossível saber... mas fui a São Paulo buscar o carro, vim dirigindo sem o menor problema e ouvindo no rádio a válvulas uma vitória do Piquet na Fórmula 1. Placa RD-1949, minhas iniciais e meu ano. Inesquecível!
Roberto, em relação à foto à foto 4 de ontem, vc conseguiu identificar o carro?
ResponderExcluirChegando na soirée, lembro do toca fitas Beltek. Ter um bom som no carro era um sucesso. Ar condicionado então, o máximo. Tenho conhecidos da turma da placa preta, de carros de colecionador, e a moda é a elaboração de réplicas, a partir de impressora a laser 3 D , etc. Está dando briga judicial. O MP Lafer era cópia do MG 52, salvo engano, mas foi autorizado. É um caso de fair use de cópia de carros...Pra mim carro bom, não fosse o tráfego do Rio, é o Smart. Me basta.
ResponderExcluirDizia-se em certa época que alguns dirigiam de vidros fechados para dar a entender que o carro tinha ar condicionado e, no Rio, que na zona norte o cidadão trafegava de faróis acesos para simular que era da zona sul, tendo atravessado o túnel ....
ExcluirOs motoristas se matavam no trânsito, mas antigamente faziam questão de avisar quando o farol estava aceso ou quando a porta está mal fechada. Vá entender...
ExcluirO que eu não entendo é a razão que alguns imbecis andam a noite sem ligar os faróis!?
ExcluirE os que trafegam com pisca-alerta ligado?
ExcluirOu vão devagar pela faixa da esquerda da estrada?
Ou ultrapassam pela direita?
Não há educação de trânsito.
Pode ser em parte devido ao fato de agora eu dirigir muito pouco, mas tenho a impressão de que o "motorista médio" no Rio melhorou bastante nas últimas décadas; no início da década de 70, meu começo na direção, acho que era pior.
ExcluirAtualmente existe uma "raça" de motoristas que tira qualquer um do sério: os motoristas "por aplicativo", mais conhecidos como "Uber". São inábeis, desconhecem as ruas do Rio, e grande parte é envolvida com o crime. De acordo com dados de inteligência dos órgãos de segurança pública, muitos traficantes "investem" dinheiro comprando carros, cadastram na Uber, e os colocam em mãos de terceiros que pagam diárias. Muitos motoristas de Uber usam tornozeleiras. Embarcar em um "Uber" é um contrato de risco, pois qualquer problema que haja e o usuário precisar acionar a empresa, terá de fazê-lo através de "Carta Rogatória", já que a sede da empresa é no exterior. Mais seguro é utilizar o Táxi Rio, um aplicativo regulado pela Prefeitura do RJ, os táxis são amarelos, e existem penalidades para os motoristas infratores que podem chegar à perda da permissão ou da "autonomia".
ExcluirE completando o comentário, os táxis amarelos nunca são assaltados e tem "trânsito livre" em qualquer favela. Já os "Uber" não possuem qualquer identificação à distância, são frequentemente alvejados por tiros de fuzil e muitos motoristas são sequestrados, mortos, e até desaparecem...
ExcluirO único aplicativo que uso atualmente é o Táxi Rio, pelas razões apontadas pelo Joel.
ExcluirBom dia Saudosistas. Embora tenha tido carro desde os 18 anos, nunca fui muito chegado a enfeitar meu carro, a exceção de um fusquinha branco, que já comprei com ele todo equipado.
ResponderExcluirGosto de carro para andar e não me criar problemas, hoje normalmente fico com o carro por uns 5 a 6 anos e troco, antes de começar os problemas. Nunca coloquei adesivos nos meus carros.