Augusto Rodrigues, diretor da “Manchete Esportiva”, escreveu em 1958:
“Durante décadas havia muito
preconceito impedindo que o esporte feminino florescesse, muita vocação era
sufocada. “O lugar de mulher é no lar” deixou muitas gerações de quase futuras
campeãs ausentes das quadras, piscinas e estádios.
Merecem um tributo especial
as pioneiras do esporte feminino no Brasil, aquelas que faziam frente a todos
os preconceitos e sem assistência técnica adequada, sem o necessário conforto
moral, atravessaram todas as vicissitudes para lançar os fundamentos do esporte
feminino no Brasil. Hoje elas sabem que o suor vertido deixou um sulco de
glória na história do esporte brasileiro.”
Este “post” é uma pequena
homenagem a elas.
Fotos da "Manchete Esportiva" e da "Internet".
A campeoníssima Maria Ester Bueno que ganhou vários torneios em Wimbledon. No final dos anos 50 e início dos anos 60, colocou o tênis brasileiro no alto do pódio.
A nadadora Maria Lenk na capa da revista argentina "El Grafico". Brilhou na década de 1930, sendo a única brasileira no Swimming Hall of Fame. Foi a primeira nadadora brasileira a estabelecer um recorde mundial.
A equipe de basquete feminino liderada por Hortensia, Paula e Janeth fez história. A foto é do pódio do Pan-Americano de Cuba.
Teodora Breitkof, Liliam
Poetscher, Ary Façanha de Sá e Hannelore Poetscher treinam no campo do Fluminense, nos anos 50. Curioso observar que só o atleta masculino está uniformizado.
Time do Fluminense campeão de
basquete feminino em 1957. Dirigido por Antenor Horta, as jogadoras foram Marta, Marli, Maria Lucia,
Edir, Atila, Laura e Helê.
Foto da final do campeonato de basquete feminino, de 1955, entre Botafogo e Fluminense. Marli, uma das grandes da época, que jogava tanto volei quanto basquete, num tempo em que a exigência dos treinos era muito menor do que hoje, considerava o basquete mais violento que o futebol feminino.
Acompanhei muito o basquete e volei femininos lá pelos anos 60. No basquete o Botafogo e o Fluminense tiveram timaços. O Botafogo tinha a Marta, casada com o Borer, e fazia duelos sensacionais com o Fluminense. Não lembro do time de basquete do Vasco. O do Flamengo só foi mais competivo quando chegaram a Angelina e a Norminha.
ResponderExcluirNo vôlei Flamengo, Botafogo e Fluminense se alternavam nos títulos. Gostei de ter achado a foto da Leila com o número 45, líder do time do Flamengo ao lado da Rosinha, casada com o John O´Shea, que jogava no masculino.
O Antenor Horta foi um grande técnico, bem como o Zoulo Rabelo, muitas vezes campeão.
Era muito boa esta época em que os grandes clubes cariocas disputavam os campeonatos, pois mais tarde vieram as empresas e sempre achei difícil torcer para a Atlântico-Boavista, SESI isto ou aquilo, Parmalat e outras marcas que patrocinaram as equipes, embora reconhecendo que o dinheiro ajudou a desenvolver o esporte.
Jacqueline e Isabel foram excepcionais, bem como, mais adiante, Leila e Virna, jogando pelo Flamengo.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirÓtima postagem. Certamente o tema vai bombar. Ontem bateu a marca de um ano para a abertura dos jogos Paris 2024, com várias perspectivas de medalhas femininas.
A prática do esporte por pessoas do sexo feminino é salutar em todos os sentidos. Mas "há esportes e esportes", e a essência de cada um deles determina sua diferenciação. Existem esportes que pelas suas características acabam se tornando "inadequados" para a natureza feminina. Posso citar entre eles o "fisiculturismo", o "pentatlo", e o "futebol". Não vou me alongar nos porquês, mas pergunto se algum dos comentaristas se sentiria "confortável" para se relacionar sexualmente com uma fisiculturista...
ResponderExcluirGrande postagem que me faz relembrar minhas idas ao ginásio do Mourisco, o melhor se comparado com os acanhados ginásios do Fluminense e do Flamengo na Gávea. Este ficava sob as arquibancadas e não cabiam mais de umas 100 pessoas.
ResponderExcluirNos anos 60 tive uma namorada, embora ela nunca tivesse tomado conhecimento deste fato, que jogava volei pelo Flu. Chamava-se Sandra e morava na avenida Atlântica, no posto 5. Era onde íamos à praia. Ela lá e eu cá. Coisas da adolescência.
Havia também viagens mais longas para assistir jogos nos ginásios do Municipal e do Tijuca. Eram os dias de pegar os ônibus Grajaú ou Barão de Drummond.
Não havia a menor preocupação com assaltos nos ônibus.
O esporte pode mudar as pessoas, e isso pode acontecer em vários sentidos. Há cerca dois meses eu assisti uma matéria na TV Globo (sempre ela) na praia de Ipanema onde estava sendo um torneio de Vôlei "misto", no qual atuavam em times "mesclados" mulheres e transsexuais. A organizadora e coordenadora do torneio era ninguém menos do que Jaqueline, que aparece na última foto, e que foi entrevistada pela repórter, e acabou "vendendo o seu peixe", fazendo uma espécie de propaganda sobre esse tipo de evento. Como eu disse no início do comentário, "o esporte pode mudar as pessoas"...
ResponderExcluirMaria Ester seria uma bilionária se ganhasse cinco títulos em Wimbledon nos tempos de hoje. A campeã deste ano ganhou mais de dois milhões de libras.
ResponderExcluirNa minha opinião são valores irreais, assim como o que ganham os jogadores de futebol.
ExcluirPaulo não existe salários irreais, se alguém está te pagando e você o recebendo honestamente, fruto do seu trabalho.
Se tem quem pague, este é o seu valor de mercado. Alguns podem se assustar, mas citem o nome de Messi em qualquer lugar do mundo, por exemplo, e veja quantos o conhecem, compram suas camisas, ficam expostos a seus patrocinadores.
ExcluirPaulo Almeida, são valores absurdos. Há milhões de pessoas famintas e oprimidas pela miséria e pela ganância que poderiam ter parte de seus problemas resolvidos com esses valores.
ExcluirNada tenho contra a orientação sexual das pessoas. Cada um faça o que quer desde que respeite os outros. Mas um homem trans não deveria disputar competições esportivas com mulheres. Leva muita vantagem, em geral, pela força física, tal como há ou havia um que jogava em Minas.
ResponderExcluirÉ perfeito o seu comentário. A biologia é imutável.
ExcluirSim, existia esse preconceito de mulheres no esporte. Tenho o exemplo de minha irmã mais velha, campeã por duas vezes dos Jogos da Primavera jogando voleibol pelo Colégio Santa Úrsula, sendo um dos destaques do time e cobiçada por Fluminense e Botafogo. Meu pai mesmo sendo botafoguense fanático não viu com bons olhos a ida de minha irmã, vez que, segundo ele "o ambiente não era propício, repleto de fanchonas", termo muito usado à época, no final dos anos 60.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Estas mulheres ajudaram o desenvolvimento do esporte feminino no Brasil, muito se deve a estas desbravadoras. Só sou contra trans jogarem junto com as mulheres, visto que a uma disparidade física muito grande.
ResponderExcluirFF1- Hoje na Copa do Mundo Feminina a Nigéria venceu as donas da casa por 3x2, com esta derrota a Austrália corre sérios riscos de não se classificar para a próxima fase.
FF2- Sábado nossa Seleção vai jogar contra a França, com retrospecto bastante desfavorável, nos 7 jogos anteriores o Brasil perdeu todas. No sábado se perder, corre também sérios riscos de ser eliminada já na fase de grupos.
Sobre o jogo de sábado, mesmo que perca, as brasileiras têm grandes chances de classificação, tendo que vencer a Jamaica na última rodada, missão mais fácil do que vencer a França... Na primeira rodada França e Jamaica empataram, tendo ambas um ponto.
ExcluirBrasil não perdendo já é um bom começo. O último jogo acabou empatado no tempo normal, com a França ganhando na prorrogação.
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ExcluirNossa seleção feminina invariavelmente é cercada de ótimas perspectivas, tanto em Mundiais quanto em Olimpíadas e acabamos fracassando. A verdade é óbvia, não somos tão bons no futebol feminino quanto somos, ou melhor fomos, no masculino.
ResponderExcluirResultado de décadas de atraso no desenvolvimento. Poderíamos estar em um "patamar" parecido com o de outros países. O pior é ver que mesmo assim o Brasil "sobra" na América do Sul...
Excluircresci ouvindo falar na Maria Ester de Bueno. Meus pais eram fãs dela.
ResponderExcluirPena que não tinha transmissão internacional de TV na melhor fase dela.
Isabel e Jaqueline ajudaram a popularizar o vôlei na minha juventude. Jogávamos até em terreno vazio, moças e rapazes misturados e até faixa de propaganda da Telerj foi retirada do alto usada como "rede".
Basquete feminino eu acompanhei a partir de 1971. Tinha a Norminha como destaque.
Jogos de futebol feminino vi alguns pela TV na década de 80 e depois num estádio do interior o Flu jogando com um time que tinha até a Suzane Werner, que também era atriz e depois seria esposa do goleiro Júlio César, ex-Fla e seleção brasileira.
Vi ontem alguns minutos de Holanda x EUA e reparei que o nível técnico dos dois times é bem alto. Vale a pena ver essas duas seleções.
ResponderExcluirEntão, assim como no masculino, a seleção brasileira feminina está com a França "engasgada na garganta"?
É mais um motivo para assistir amanhã, conferir se as francesas estão decadentes ou se as jamaicanas estão em ascensão ou, ainda, se as brasileiras evoluíram em relação aos jogos anteriores contra a França.
Já as narradoras do futebol ainda estão faltando acertar um estilo para dar um diferencial. Não pode ser uma versão feminina das narrações dos marmanjos.
Cesar, não foi só você que teve algumas namoradas sem que elas soubessem. Eu também tive.
ResponderExcluirVi muitos jogos de basquete e voleibol feminino nos anos 50 e até meados dos anos 60. Uma curiosidade é que a jogadora Marly, citada na postagem, jogou por algum tempo basquete pelo Botafogo e voleibol pelo Fluminense. Uma vez, a convite do treinador Nininho, que fora meu treinador na AABB, completei co dois amigos um treino da seleção carioca de voleibol treinando com Lucia Mendes de Morais, Hilda Lassen e Norma Vaz, entre outras. A disparidade de forças era muita grande, tínhamos até que maneirar um pouco, isso no começo dos anos 60. Vinte anos depois, em 1980, nosso time de Furnas treinou contra a seleção brasileira feminina e a história já era outra. Do outro lado enfrentamos Isabel, Jaqueline e Regina Uchoa. Perdemos por 3 x 0 apertado, mas o saque já era a grande diferença.
ResponderExcluirNa final do futebol feminino na Olimpíada de 2004 o Brasil foi prejudicado pela arbitragem. O tempo normal terminou em 1 x 1, mas houve um gol de Pretinha ou Roseli que foi anulado em que não houve impedimento. Na prorrogação houve um lance em que uma atacante do Brasil driblou a goleira e completou para o gol, mas uma defensora dos Estados Unidos defendeu com as duas mãos fazendo uma verdadeira ponte e a juíza deixou passar. Acabamos perdendo por 2 x 1. No pódio era visível o constrangimento das americanas depois do jogo.
Acho as narradoras muito ruins, tanto quanto boa parte de seus colegas masculinos. Parecem que estão na era do rádio.
ResponderExcluirAs narrações europeias são mais simples e objetivas.
Aqui ficam citando nomes de telespectadores que estão assistindo, o que não me interessa.
Divulgam estatísticas inúteis como na década de 70 o time X ficou invicto não sei quanto tempo. O que isto tem a ver com o time atual?
Berram feitos alucinados o tempo todo.
Leem comerciais a toda hora.
A melhor tecla do controle remoto é a MUTE.
Gostaria que disponibilizassem a opção só de som ambiente.
Nenhuma delas se compara a um Waldir Amaral ou Jorge Curi, apesar da parcialidade deste último. Quanto às comentaristas nem é bom comentar. João Saldanha, Luis Mendes, e Zoulo Rabelo, o "professor de bola", eram incomparáveis.
ExcluirEu a muito tempo só assisto jogo pela TV sem som, não preciso saber o nome dos jogadores e muito menos escutar os comentários que na maioria das vezes repetem o óbvio, sendo que a maioria deles não consegue ver o que está acontecendo dentro de campo. A mesma coisa são a maioria dos nossos técnicos de futebol, como dizia o falecido mestre Zizinho, se você conversar com a grande maioria dos técnicos brasileiros, eles te falam de cor e salteado e até de trás pra frente sobre teorias e esquemas táticos. Mas quando estão na frente do gramado, não conseguem enxergar o que está acontecendo dentro de campo.
ExcluirAinda acho estranho escutar uma narração feminina. Não que as masculinas atuais estejam muito melhor. Comparar com a velha guarda é até covardia.
ResponderExcluirZizinho era melhor que o Didi, dizia o meu pai.
ResponderExcluirGrandes craques nunca assumiram cargo de técnico, além do próprio Zizinho: Nilton Santos, Bellini, Gerson Canhotinha, Rivelino, Dirceu Lopes e o Tostão, que com toda a razão preferiu exercer a medicina.
Sobre narradores de TV que narram como se estivessem numa transmissão de rádio, lembro que isso era motivo de gozação nas décadas de 60 e 70. É possível achar na internet VT's daquela época com narrações bem mais tranquila do que as de uns tempos para cá.
Luciano do Vale, ainda na Globo voltou à "era do rádio", fez sucesso junto ao povão, o Galvão copiou e os sucessores acharam melhor manter esse padrão para garantir o ibope e, consequentemente, o emprego.
El Gráfico era uma revista muito boa. Tratava de todos os esportes, lamentavelmente a internet acabou com ela com 99 anos, não chegou aos 100.
ResponderExcluirgrande resgate! fotos magníficas!!!
ResponderExcluirA prova de que uma rivalidade sadia pode melhorar performances é Magic Paula x Rainha Hortência. Apesar dos jogos acirrados, muitas vezes estimulados pela imprensa em transformá-las em inimigas, o respeito entre as duas sempre foi destacado por ambas. Foram várias disputas entre elas e quando jogaram juntas levaram o nome do Brasil ao topo do basquete mundial.
ResponderExcluirÓtima lembrança para resgatar o poder das mulheres esportistas, lembrando que muitas ficaram de fora.
Quanto ao futebol feminino brasileiro, a modalidade vem crescendo nos últimos anos. Espero que conquistem uma boa colocação nesta Copa do Mundo.