Por volta de 18h30min de 31/12/1957,
Geisa Martins Rocha e Laurênio Fontes, que se encontravam na Praça Tiradentes,
alertaram um funcionário da Camisaria Progresso sobre fogo no prédio. Foi acionado o Corpo de
Bombeiros, que prontamente acudiu. Mas houve problemas com a falta de água para o combate: era como
um exército preparado para a guerra, mas sem munição, disse o proprietário da Camisaria Progresso.
O fogo, iniciado com a casa já fechada, começou pelos andares mais altos e, por conta da mercadoria extremamente inflamável e da estrutura interna em madeira, rapidamente se alastrou e colapsou a estrutura interna, causando o desabamento do prédio.
O incêndio da Camisaria
Progresso, na Praça Tiradentes, foi de uma violência incrível, atingindo a
altura de 50 metros, enquanto grossos rolos de fumaça acompanhados de fagulhas
que se elevavam ao céu. Segundo o "Correio da Manhã", não obstante a pronta e verdadeiramente titânica intervenção dos
bombeiros para impedir que o fogo se alastrasse, este atingiu prédios vizinhos
como os das firmas “A Escolar”, “Casa Oliveira”, “Bombonière Gaby”, “Centro
Paulista”, “Casa Barbosa” e “Lojas Americanas”.
Em novembro de 1952 outro incêndio aconteceu no Edifício Delamare, situado na Av. Presidente Vargas nº
446, no Centro.
Oito pessoas ameaçadas de
perder a vida por asfixia foram salvas pelos bombeiros. O fato se verificou no
6º andar. Às 8 horas da manhã um funcionário da firma Otto Marinetti, depósito
de materiais plásticos, notou fios de fumaça dentro de um armário. O incêndio e
a fumaça se propagaram rapidamente e muitos conseguiram fugir pelas escadas e
pelos elevadores.
Outros, mais lentos,
ficaram retidos, pois logo os elevadores foram interditados. O fogo teve origem
na sala 603, propagando-se às salas 604, da Organização Joaquim Figueiredo,
Representações, Loteamento e Depósito da “Globo Filme” e 605, da Impex,
Importação e Exportação Ltda., enquanto a fumaça enchia todas as salas do 6º
andar.
A atuação dos bombeiros
do quartel central, sob o comando do Capitão Abel, permitiu salvar todos os
envolvidos. Compareceram ao local guarnições do Serviço de Rádio-Patrulha,
autoridades do 8º Distrito Policial e uma equipe do Gabinete de Exames
Periciais.
A jovem de 20 anos, Carmem Lima Dias, que trabalhava na sala 605, foi impedida de se jogar ao solo por um dos bombeiros. O bombeiro Oswaldo Batista da Silva, nº 1109, foi retirado por um colega, já sufocado, apesar de ter utilizado a máscara contra gases.
O Sr. Militão dos Santos
foi o último a ser retirado, pela escada Magyrus, e retornou à sua residência,
na Rua Visconde de Pirajá nº 153, em Ipanema, são e salvo.
Esses incêndios são terríveis. O calor e a fumaça são tão desesperadores que muitos se jogam para terminar o sofrimento.
ResponderExcluirLembro dos incêndios do edifício Astória e da boate Vogue que já foram tema do SDR. As fotos eram terríveis.
Será que é feita manutenção dos hidrantes no Rio? Aqui perto de casa vejo alguns com péssima aparência, tortos, faltando peças.
E as mangueiras dos prédios passam por alguma inspeção?
Quando trabalhei no Centro, num andar alto, vivia preocupado. Certa vez um aparelho de ar condicionado pegou fogo mas foi logo controlado, felizmente.
Por coincidência, logo após ler o comentário do Cesar, leio no jornal que está para ser inaugurado um arranha-céu na Malásia com 670 metros de altura (com o nome de Merdeka 118). Só ficará atrás do Burj Khalifa que tem 828 metros.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirTema incômodo. Instalações elétricas de prédios mais antigos e alguns recentes geralmente deixam a desejar no quesito manutenção. Fora as instalações hidráulicas. Extintores fora da norma técnica e etc.
Bom dia.
ResponderExcluirNa última foto tenho a impressão de ver pessoas nas janelas de andares inferiores à esquerda.
Se for isso mesmo, porque já não teriam evacuado o prédio pelas escadas?
Bom dia Saudosistas. O tema de hoje é bastante triste, não só pela perda de vidas, mas também pelas perdas materiais e financeiras.
ResponderExcluirNo RJ tivemos outros incêndios pavorosos, porém um que me deixou muito impressionado, foi no início dos anos 60 uma loja de venda de fogões na R. do Lavradio, cujas chamas chegavam a uma altura 4 a 5 vezes a altura do imóvel, que era um prédio de 3 andares que também desabou internamente.
Mário, algumas já estavam na escada descendo. As outras foram retiradas a seguir.
ResponderExcluirNo passado o nível de exigência para a obtenção de alvarás era mínimo e não havia vistorias periódicas do CB como nos dias atuais. Atualmente o nível de profissionalismo do CBERJ é alto, e se existem "lacunas" elas podem ser atribuídas à "falha$ humana$".
ResponderExcluirBom Dia ! Assisti a vários incêndios em lotações e ônibus. É muito triste ver o patrimônio das pessoas virando cinza, e depois a luta para receber o seguro.
ResponderExcluirO capitão Abel, citado no texto, no futuro, já como coronel, assumiria o comando da corporação em 1963.
ResponderExcluirFF: durante a madrugada morreu João Donato.
ResponderExcluirNunca vi acontecerem essas vistorias periódicas do Corpo de Bombeiros conforme citadas acima pelo Joel. São realizadas nos prédios do Centro do Rio? E nas casas e prédios residenciais dos bairros? Nunca ouvi falar delas.
ResponderExcluirSó presenciei um incêndio de maiores proporções uma única vez. Uma loja de baterias para autos, num domingo nos anos 1980. As chamas atingiram o prédio acima e o do lado da loja. A loja ficou toda destruída e os bombeiros conseguiram controlar o incêndio e evitaram maiores danos nos apartamentos atingidos.
ResponderExcluirO incêndio do Museu na Quinta e o do alojamento dos jovens jogadores do Flamengo são os que me recordo recentemente, com vítimas fatais, além da destruição do patrimônio do Museu.
ResponderExcluirFF2: também morreu hoje o ex-jogador Palhinha, o dos anos 70 e 80, do CAM, Cruzeiro e Corinthians, entre outros clubes.
ResponderExcluirGrandíssimo jogador.
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