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terça-feira, 17 de abril de 2018

GARAGEM DE BONDES




 
Nas fotos de hoje vemos a garagem da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico no Catete.
Esta garagem ocupava quase que completamente o quarteirão delimitado pelo Largo do Machado (Rua do Catete), Rua Machado de Assis (antiga Rua do Pinheiro), Rua Dois de Dezembro e a atual Rua do Pinheiro.
Na última década do século XIX a Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico enfrentava sérios problemas para manter os seus 1300 animais de tração com alimentação de qualidade. Os gastos na compra da alfafa importada eram muito altos. Isto, entre outros fatores, levou o Dr. Coelho Cintra, gerente da companhia, a buscar nova forma de tração para os seus carros, substituindo os animais pela eletricidade. O processo iniciou-se em 1890 e em 1892 foi realmente implantado. A eletricidade era gerada por uma central termelétrica localizada à Rua Dois de Dezembro, no Largo do Machado, e o sistema utilizado era chamado Thomson-Huston e fornecido pela General Electric Company.  Às 13 horas do dia 08/10/1892 partia o primeiro bonde elétrico das imediações do Teatro Lírico, no Largo da Carioca, até a Rua Dois de Dezembro, o bonde 104, no qual seguia, entre outros convidados ilustres, o Vice-Presidente da República, o Marechal Floriano Peixoto
“Seguem algumas características dos bondes da Jardim Botânico (uma empresa à parte, mas controlada pela Light), segundo o “expert” Helio Ribeiro:
a)      Todos os carros motores médios, como o da foto, tinham um letreiro de grandes dimensões e um pouco recuado, em cima da capota, e isso desde o início de circulação deles, por volta de 1906/7. Havia muitos carros motores com essa característica na Light propriamente dita, porém nesta também havia dois outros tipos de letreiro. Ou seja: na Jardim Botânico havia uniformidade de letreiro; na Light, diversidade.

b) Alguns carros motores médios da Jardim Botânico tinham em seus truques duas rodas de menor diâmetro que as outras duas componentes do truque. Esses bondes eram chamados de "pé-de-anjo" porque diziam que seu rodar era mais macio que o daqueles com 4 rodas de mesmo diâmetro nos truques.

c) Exceto em seus primórdios, a Jardim Botânico nunca teve carros motores pequenos. Somente os bondes muito antigos eram de pequeno porte, porém deixaram de circular no início da década de 1920.

d) Os carros motores médios da Jardim Botânico sempre tiveram para-brisa como proteção ao motorneiro. Já os da Light somente adotaram isso por volta de 1940/41, sendo que até então o motorneiro e os passageiros sentados no primeiro banco ficavam expostos às intempéries, principalmente a chuvas. Tanto é que os motorneiros da Light são vistos, em algumas fotos, trajando uma capa impermeável preta
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17 comentários:

  1. No mapa o Largo do Machado aparece como Praça Duque de Caxias, que atualmente é a do panteon do mesmo, em frente ao prédio do antigo Ministério da Guerra.
    O portal da garagem, em estilo art deco, acabou ficando feio por falta de conservação.
    Pelo avanço dos passageiros na última foto, imagino que era um dia de greve de motoristas de ônibus.
    Como a primeira foto já foi postada, provavelmente no Terra, se não me falha a memória os sobrinhos disseram que a Tia Nalu é aquela jovem que espera a saída do bonde e a menina de mão dada com a avó é a sumida Evelyn.

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  2. De que ano seriam as fotos?O serviço parecia estar nos seus momentos finais.Hoje,em vez do Biscoito,deveremos ter o comando do professor Helio...
    O reclame seria de alguma "brilhantina"?

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    1. Bom dia ! Pelo nome, "Superfixo(a)", Belletti, deve ser de fixador de dentaduras...

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    2. Fixador de dentaduras,Muller,não deixa de ser um espanto!!!!

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  3. Estou meio perdido. A saída defronte ao Largo do Machado seria então ao lado do prédio do cinema São Luiz?

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    1. Sim, mas agora tem uma rua ao lado, que não existia no tempo do mapa postado acima.

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  4. Bom dia.

    Vou aproveitar a garagem dos bondes e garantir meu lugar no Clouseau. Passei algumas vezes no Largo do Machado para ir no IPP ou no Oi Futuro, mas nada que tenha a ver com as fotos de hoje...

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  5. Bom Dia! Faz pouco mais de dois meses, estive no apartamento de um amigo, de onde se pode ver o atual abandono deste grande terreno que depois de abrigar os bondes,serviu de garagem para a CTC e também durante um período foi onde se faziam as vistorias anuais dos ônibus e taxis.

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  6. Embora me atrevendo a comentar recentemente, acompanho este sítio a tempos. Tiveram outras tentativas de mudança na tração dos bondes Cariocas, a primeira delas foi a tração a vapor, a qual não vingou e somente foi utilizada por cerca de 3 anos, voltando a tração animal. Uma outra forma de tração foi por meio de baterias, que foi utilizado na linha que atendia até o Largo dos Leões. Já a primeira linha elétrica, seria a do Centro até o Alto da Boa Vista, visto que a tração animal não suportaria ao esforço de subida, para isso se construiria uma Usina Elétrica neste local, razão pela qual deu origem ao nome desta região da Tijuca, porém como tal obra foi paralisada e suspensa e esta, que seria a primeira linha de bondes elétricos da América Latina, só vem a entrar ao serviço em 1898. Coube, então, à The Botanical Garden Railroad Company a honra de, em outubro de 1892, fazer circular pela linha do Flamengo o primeiro bonde elétrico da América Latina”.

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  7. Os carros de pequeno porte, citados no texto e que pararam de circular na década de 1920, vieram para a Ilha do Governador em 1922, quando a Companhia Melhoramentos inaugurou a linha de bondes entre a Ribeira e a Freguesia.

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    1. Os carros da Ilha (STIG) eram semelhantes aos do STR (Campo Grande). Eram menores e de dois eixos, mas algumas vezes levavam reboques. Circularam até meados de 65.

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  8. A greve de ônibus ocorreu em 1961. Dá para ver o Bonde Avenida sem reboque. Quanto à circulação dessa linha simultaneamente aos ônibus elétricos em algumas ruas da zona sul, continuo a pesquisar. Adianto que a garagem dos bondes remanescentes da zona sul passou a funcionar no Humaita no prédio da atual Cobal entre março e Maio de 63.

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  9. Interessante é que a garagem da Companhia Ferro Carril do Jardim Botânico, ficava no Catete. Ou havia outra no bairro do nome dela ?

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  10. Tambem lembro dessa garagem onde e hoje a Cobal.Aqui na Tijuca só existia uma pequena garagem na Muda.

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    1. A garagem da Muda nunca foi uma garagem propriamente dita. Apesar do grande espaço, servia como oficina e ponto final de uma única linha: a 60, Muda - Marquês de Abrantes. Se eu estiver enganado, me corrija o mestre Hélio Ribeiro.

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  11. Três coisas no mapa chamaram minha atenção: a atual Rua Gago Coutinho chamava-se Carvalho de Sá; o atual colégio Amaro Cavalcanti chamava-se Escola José de Alencar e o atual Largo do Machado chamava-se Praça Duque de Caxias.

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  12. Existe uma garagem de bonde na praia de Botafogo, acho que fica entre a Voluntarios e a descida do viaduto para rua da Passagem ( era fechada essa passagem quando eu crianca 1960 fazia balet no orfanato Colegio Imperial).

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