No aniversário do JBAN, nada como fotos do Zeppelin para homenageá-lo e
relembrar os tempos do “Voando para o Rio”.
Na primeira foto (seria uma montagem?) vemos o Graf Zeppelin - LZ127
sobrevoando o Palácio Tiradentes. Ele é mais alongado, a cauda termina em ponta
e a gôndola abriga a cabine de comando e de passageiros. Media cerca de 275
metros. A foto poderia ter sido tirada do edifício do JB na Av. Rio Branco? A
parede branca do lado direito seria do Ed. Guinle? E a fachada neoclássica do
lado direito seria daquele prédio grande que havia na esquina da Rua do Ouvidor?
Há uma série de casas na parte de baixo da foto que devem ser na Sete de
Setembro. Mas é interessante a série de telhados "europeus", com
águas-furtadas, que parece ser uma "vila", porque não passa nenhuma
rua por ali.
A
segunda foto é uma cópia do bilhete de uma viagem do Zeppelin em nome do
proprietário de famosa mansão em Copacabana, William Nordschild, em 1º de julho
de 1933, Friedrichshafen, Pernambuco, Rio de Janeiro.
A
terceira foto mostra o Graf Zeppelin em 25 de maio de 1930, pousado no Rio.
Foi a primeira viagem entre a Alemanha, de onde decolou de Friedrichshafen no
dia 18 de maio, e a América do Sul. Após pousar em Recife no dia 21, chegou ao
Rio no dia 25, onde desceu no Campo dos Afonsos. Os alemães construíram o campo
de pouso de 80 mil metros quadrados em Santa Cruz, onde edificaram um hangar de
270 metros de comprimento, mais de cinquenta de altura e outros tantos metros de
largura. Recebeu o nome de aeroporto Bartolomeu de Gusmão, atual Base Aérea de
Santa Cruz. No local instalaram, ainda, uma fábrica de hidrogênio para
abastecer os dirigíveis e uma linha ferroviária, ligando-o à estação D. Pedro
II.
Na
última foto, em mais uma estupenda colorização do Reinaldo Elias, vemos o Graf
Zeppelin em 25 de maio de 1930, no hangar de Santa Cruz. O Zeppelin tinha mais de 200m de comprimento,
5 motores, transportava 24 passageiros e cerca de 45 tripulantes e um volume de
105.000 m³, sendo o maior dirigível da história até a data de sua construção em
1928. Sua estrutura era baseada numa carcaça de alumínio, revestida por uma
tela recoberta por lona de algodão, pintada com tinta prata, para absorver o
calor. Dentro dela, existiam 60 pequenos balões inflados com gás hidrogênio,
juntamente com os seus 5 motores Maybach, com 12 cilindros, desenvolvendo até
550 HP (máximo) cada, alimentados com um combustível leve, o Blau Gas e
gasolina, que o mantinham no ar, a uma velocidade de até 128 km por hora. Tinha
capacidade de carga para até 62 toneladas.
Quem
observava de fora a silhueta elegante e inconfundível do Graf Zeppelin, não
imaginava o conforto que a gôndola proporcionava para os passageiros. Possuía
banheiros, sala de jantar e estar, cozinha, e salas de rádio e navegação. O
Graf Zeppelin, contava ainda com 10 camarotes, com dois beliches cada um, que
confirmavam a fama de "hotel voador". A passagem, na época, custava
6.590 réis. Não era permitido fumar a bordo durante toda a viagem. Era
verificado no embarque se nenhum passageiro portava isqueiros ou fósforos.
Os
números da obra para a construção do aeroporto em uma área de cerca de 80.000
m², doada pelo Ministério da Agricultura, no bairro de Santa Cruz, eram
faraônicas: o hangar, assentado sobre 560 estacas de sustentação, media 270 m
de comprimento e tinha 52 m de largura interna, todo ele construído com peças
de aço trazidas semi-prontas por navio desde a Alemanha. O vão livre central
tinha 70 m. Os portões, em ambas as extremidades, eram constituídos de duas
folhas. O portão principal, no setor Sul, podia ser aberto em apenas seis
minutos, com o auxílio de motores elétricos. Tudo isso já estimando a sua
utilização para a operação do Hindenburg D-LZ129, de dimensões ainda mais
extravagantes do que as do já extraordinário Graf Zeppelin.
Cerca
de 5.000 homens trabalharam alternadamente na construção do complexo aeroviário
do hangar. Um terço da mão de obra era de origem alemã. O brasileiro Augusto
Mouzinho Filho, que esteve presente desde o início das obras e durante todo o
tempo em que o Zeppelin frequentou o Brasil, contava que a Luftschiffbau
Zeppelin pagava um tostão para cada metro quadrado do terreno e 16 contos de
réis para cada viagem que realizasse para o Rio. Uma espécie de taxa de
utilização do aeroporto, estipulada de "pai para filho", e que servia
para amortizar os 30.000 contos de réis que o governo havia adiantado à própria
empresa, encarregada ela mesma de construir o hangar via Companhia Construtora
Nacional Condor.
As novas instalações previam ainda a
construção de uma usina com capacidade de produzir 3.000 m³ de hidrogênio por
dia, além de depósitos de gasolina e óleo, mastro de amarração e outras
instalações. No ano seguinte, graças aos recursos financeiros liberados pelo
governo brasileiro, somados à preciosa tecnologia alemã, o Aeroporto Bartolomeu
de Gusmão, como seria batizado, em Santa Cruz, estava praticamente concluído.
No momento do pouso, mais de uma centena de homens postavam-se
disciplinadamente espalhados pelo terreno, aguardando ansiosamente pelo momento
em que os cabos de bordo fossem lançados. A proa era então atracada a uma torre
de amarração telescópica de até 21,5 m de altura e a popa era engatada em um
carro gôndola, que trazia o dirigível para o interior do hangar, onde então os
passageiros podiam desembarcar em total segurança.
Fonte:
http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/a-memoravel-passagem-do-zeppelin-pelo-brasil_737.html#ixzz4VudeFkqf
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Não vi o Zepelim vondo, mas fui no aniversário de 80 anos do hangar. Impressionante de qualquer ponto de vista. E muito bom verificar o carinho de nossa Força Aérea na manutenção da construção e na preservação da história.
ResponderExcluirTenho inveja de quem conseguiu voar no Zeppelin. A vista de cima do Rio naquela época deveria ser algo estonteante. Também é difícil para mim imaginar o tamanho dele, pois mais de 250 m de comprimento é coisa como mais de um quarteirão da praia de Ipanema ou do Leblon.
ResponderExcluirNão voei no Zeppelin mas em um dirigível similar em 2000. A base era no aeroporto de Jacarepaguá. A sensação era indescritível.
ResponderExcluirNos anos 40, muitos moradores dos subúrbios ao observarem o sobrevoo de alguns dirigíveis "Blimp" acreditavam ser o Zeppelin... Lembro disto!
ResponderExcluirParabéns ao grande JBAN com votos de felicidades e saúde.A homenagem é justa e feita na medida certa:montagens,montagens,montagens...
ResponderExcluirBoa tarde.
ResponderExcluirFacada! No bolo de aniversário...
Durante a época em que tivemos corridas de F-Indy na cidade (aliás está acontecendo neste momento as 500 Milhas de Indianápolis), era normal aparecer por estas paragens o dirigível da Goodyear, algo que vi algumas vezes. Em 2002 a governadora colocou no ar um blimp para monitoramento.
Recentemente apareceu na cidade um dirigível em testes para transporte de cargas. No dia da fortíssima ventania que assolou a zona oeste da cidade, ele estava no Campo dos Afonsos e foi arrastado até a rede aérea da Supervia em Deodoro (ou arredores).
A última foto (a colorização) não pode ter sido tirada em Santa Cruz, se era de 1930, já que no parágrafo anterior é dito que o pouso foi no Campo dos Afonsos e o hangar só ficou pronto anos depois.
O hangar só ficou pronto em 1936. O campo, certamente bem antes.
ResponderExcluirEntendo, mas faria sentido descer no Campo dos Afonsos e depois ir para Santa Cruz?
ExcluirAlguns links interessantes sobre as viagens dos dirigíveis na década de 30.
ResponderExcluirhttp://brasilianafotografica.bn.br/?p=12075
http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/visualizar-grupo-trabalho/146
http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/visualizar-grupo-trabalho/147
Fica o agradecimento tardio pela homenagem
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