As
fotos são do magazine Au Parc Royal, o mais "chic" da época no Rio de
Janeiro do final do século XIX e início do século XX. As colorizadas,
estupendas, são do Conde di Lido e do Reinaldo Elias.
Os
anúncios diziam: “Armazens do Parc Royal - Os mais vastos do Brazil - Artigos
de uso - Para senhoras, homens e crianças. Exposições - Preços marcados - Entrada franca nos
armazens-galerias e oficinas. Salões de descanço. Elegantes toilettes.”
No
Largo de São Francisco havia dois prédios da Parc Royal que funcionaram juntos,
provavelmente com departamentos distintos. Na atual Rua Ramalho Ortigão ficava
a sede, em um prédio imponente. A filial funcionava onde é hoje o Edifício
Patriarca.
Uma
das fotos é de outra filial, a loja erguida em 1906 na Av. Central, chamada
"Armazéns Au Parc Royal". Funcionava no prédio do “O Paiz”, onde
depois foi construído o prédio da Generalli.
As
instalações da Vasco Ortigão & Cia. Parc Royal estiveram instaladas desde
1875 (ano de sua fundação) no Largo de São Francisco, passando para um outro
edificio bem na sua frente onde comportava 32 secções e perto de 500
funcionários (ao lado da Igreja de S. Domingos) até ao fatídico dia do incêndio
que o destruiu. Foi em 09/07/1943. Cinco bombeiros morreram quando uma parte do
prédio desmoronou no momento em que apagavam o incêndio e a loja acabou por
encerrar as atividades.
Chegou
a ter uma filial em Paris, na Rue Trevise. O total de seu efetivo superava um
milhar de pessoas por volta de 1912.
Vasco
Ortigão, proprietário da casa comercial "Parc Royal", era filho do
escritor Ramalho Ortigão.
Numa
das fotos vemos o interior de uma loja em 1911. A quantidade de seções era
imensa, como se pode ver pelas placas de "miudezas de armarinho",
"rendas, bordados, galões, guarnições", "fitas, luvas,
leques", "cintos, ligas, bolças (sic), carteiras",
"calçados senhoras", "galões, lenços", "vestidos
criança", etc. Devia ser o programa da época visitar alguma dessas grandes
lojas, num tempo bem diferente do estilo de um "shopping-center" de
hoje.
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Imagino que a foto 1 e 3 fossem da loja na Avenida e que a foto 6, onde se lê 10-12 fosse de um dos prédios do Largo de São Francisco - imagino apenas me baseando na arquitetura das casas vizinhas à época.
ResponderExcluirAli, no Largo, outras casas comerciais pegaram fogo, se não me engano a Casa Mattos, de materiais escolares. A loja vizinha, Casa Cruz, sobreviveu (mas pode ser o contrário).
O Rio dessa época era uma cidade quase europeia. Mesmo com temperaturas mais baixas usar essas roupas devia ser um sacrifício.
ResponderExcluirO impacto do Parc Royal devia ser impressionante.
Bom dia.
ResponderExcluirFoi lançado recentemente um livro sobre o Parc Royal. Era "chic" ter uma filial na Avenida, que era a vitrine principal da cidade.
Elogiar as colorizações é chover no molhado. Gostaria de ter uma mínima capacidade de fazer algo parecido.
PS: ontem teve lei do ex...
Um dos lugares preferidos da desaparecida Tia Alcyone,ontem lembrada aqui pelo Ceará,individuo.É interessante frisar que o sobrinho Moleque Travesso informava que ela,Tia,andava muito por todas as seções e especulava bastante,mas comprar era em outra freguesia:camelô.Sem espanto!!!!
ResponderExcluirExistem alguns climatologistas, doutores em meteorologia, como o professor Luiz Carlos Molion, que refutam essa teoria do aquecimento global. Segundo eles, o co2 não tem nada a ver e quem influencia tudo é o astro rei e os oceanos. Dizem que vivemos ciclos de aquecimento e resfriamento e que na verdade, vejam só, estaríamos atualmente entrando num momento de resfriamento. Acho que o uso dessas roupas era completamente cultural, costumes da Europa. Devia ser um sacrifício, com menos disponibilidade de água e sem luz para ventiladores (ar condicionado nem existia). A saída devia ser um banho de mar, rio ou cachoeira... rsrsrs
ResponderExcluirWagner, alguns aspectos têm que ser considerados. Há mais de cem anos, havia muito mais vegetação na cidade, o que baixava a temperatura média, por exemplo.
ExcluirE a circulação do ar, sem os arranha-céus, era outra. Imagine a brisa do mar chegando até às montanhas de Copacabana sem a barreira dos prédios.
ExcluirNaquele tempo o comércio não era vergastado com uma incidência tributária imoral como é hoje em dia. Lojas de departamentos como essa poderiam existir em quantidades em maior quantidade, haja visto a "suavidade tributária". É certo que os direitos trabalhistas, quando existiam, eram pífios. Quanto ao aspecto das "caras antigas", eram bastante estranhas. Meu pai dizia que eram pessoas "sem graça" e com "cara de bunda". Mas "bundas à parte", essas pessoas levavam uma vida pacífica e tranquila, sem receio de assaltos, arrastões, e de terem seus direitos previdenciários tungados. Lima Barreto em uma crônica de 1921, conta sobre um seu conhecido, funcionário público mediano, que encontrou nas proximidades do Largo da Carioca e perguntado por quê estava "sumido", contou que "como o senhorio aumentou o aluguel da casa em que morava com a mulher e os filhos de forma exorbitante. Como não podia dar conta do aluguel, procurou bastante e conseguiu encontrar uma a seu gosto, onde podia acomodar a família: só que era em Petrópolis! Fez a conta do quanto gastaria em passagens, percebeu que tudo ficava dentro do seu orçamento, e decidiu ir para lá! Mas já estava atrasado, pois não queria perder o trem das cinco horas." Essa narrativa seria impossível nos dias de hoje pelas inúmeras razões que aconhecemos, apesar de quase cem anos passados. Afinal "eram outros tempos"...
ResponderExcluirBom dia a todos. Belas colorizações, o Parc Royal foi a prévia de Mesbla, Sears, Slopper, que viriam a ocupar este espaço décadas após. Em outras partes do mundo, lojas magazines contemporâneas do O Park Royal, ainda sobrevivem nos dias de hoje, mesmo tendo que competir e também a aderirem ao mercado via internet. Já no Brasil, não me recordo de momento nenhuma grande empresa que tenha sobrevivido a mais de 150 anos no mercado, tudo contribui para que elas desapareçam após a morte do fundador, a principal delas são os herdeiros.
ResponderExcluirNa foto da loja "10-12" o que significa "preços fixos sem competência"?
ResponderExcluirPreços imbatíveis, sem concorrência.
ResponderExcluirVivendo e aprendendo. Sem competição...
ExcluirOlá! Creio que o Parc Royal, inaugurado em 1911, veio substituir o antigo, que ficava onde hoje temos o Edifício Patriarca. Digo isso, porque em 12/10/1915 foi inaugurado o Rio Palace Hotel, neste local. Também em anúncios da época, vemos referências às novas instalaçõesdo magazine.
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