Hoje vemos várias fotos
da Rua Teixeira de Melo, em Ipanema. Aberta em 1917, inicialmente foi chamada
de Rua 4 de Dezembro. Começa na Av. Vieira Souto e termina junto à Rua Barão da
Torre.
Na primeira foto o
fotógrafo estaria na atual Praça General Osório.
Na segunda foto podemos
ver os trilhos por onde passava o bonde de nº 14, o "General Osório",
no trecho imediatamente antes de atravessar a Rua Barão da Torre para fazer a
volta no sopé do morro (é curioso observar na foto que no trecho final o trilho
era único).
Este bonde fazia o
seguinte trajeto: Tabuleiro da Baiana - Senador Dantas - Luís de Vasconcelos -
Augusto Severo - Largo da Glória - Russel - Praia do Flamengo - Tucumán -
Senador Vergueiro ou Marquês de Abrantes - Praia de Botafogo - Marquês de
Olinda - Bambina -São Clemente - Real Grandeza - Túnel Velho - Siqueira Campos
- N. S. de Copacabana - Francisco Sá - Gomes Carneiro - Visconde de Pirajá -
Teixeira de Melo - Praça General Osório.
Na terceira foto, tirada
a partir do morro, vemos à esquerda o prédio onde hoje está uma loja da
Hortifruti e onde, por décadas, funcionou a oficina do Manuel. À direita,
escondido pelas árvores, também há uma construção que tem mais de cem anos,
onde funciona um bar na esquina, ao lado de uma loja de bicicletas e depósito
de gelo. É um trecho de sobreviventes.
A última foto, de Malta,
mostra o bonde Ipanema, registro 195, na parada junto à Praça Ferreira Vianna,
atual Praça General Osório, num bairro quase deserto naquela época. Acho
curiosíssimo aquele banco de espera colocado junto ao meio-fio. Não se vê o
Chafariz das Saracuras que foi instalado nesta praça em 1911, seja porque não
estivesse lá, seja porque ficasse fora do ângulo do fotógrafo. O trajeto do
bonde na época era: "Via Cattete - M. Abrantes - R. Passagem". À
direita, um anúncio de "Tennis - 200 réis".
A foto é muito
interessante, porque mostra dois típicos "chalets" praianos, muito
comuns nas orlas das praias cariocas nas primeiras décadas do século XX. Em
Copacabana foram logo demolidos, mas em Ipanema e no Leblon ainda permaneceram
alguns exemplares até o início nos anos 60. Muitos eram de inspiração normanda,
inspirados nos chalets de montanha, enquanto outros tinham como características
comuns janelas amplas, alpendres para se aproveitar a brisa marinha, telhados
com sótão para isolar a casa do calor e pisos elevados com porões habitáveis,
que permitia isolar a casa da umidade do terreno.
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Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirÁrea fora da minha jurisdição, simplesmente de passagem, exceto por uma vez que fui no apartamento de uma colega de universidade para estudo, na Henrique Dumont.
A Teixeira de Melo no trecho entre Visconde DE Pirajá e Barão da Torre, pode ser considerada a "cloaca de Ipanema" por razões óbvias. Eu passava por ali praticamente todo dia em 1970 e 1971 e o lugar já era "depauperado". Não sei a razão de mudarem o "rodo" dos bondes para a Teixeira de Melo, já que ao redor da praça era mais adequado. A partir de 03 de Setembro de 1962 todas as linhas bonde que se dirigiam à Copacabana e Ipanema e que circulavam pelo Túnel Novo passaram a utilizar o Túnel Velho, assim como o "General Osório", já que pelo Túnel Novo passariam as linhas de "Trolley-buses" e que fariam seu ponto final na Rua Inhangá. É lamentável o estado em que ficou o final da rua, principalmente depois de se observar a foto 2. A junção das favelas do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho foi um golpe do qual Ipanema jamais se recuperará.
ResponderExcluirAinda sobrevivem alguns destes chalets normandos em Ipanema, precisamente na Garcia D'Ávila, próximo á Lagoa e em outras ruas.
ResponderExcluirNão me lembro do local e a única referência é que uma fiel da minha igreja foi gerente da citada loja do Hortifruti antes de mudar para Vix.
ResponderExcluirVendiam-se bungalows em Ipanema! Achei anúncios nos jornais da época.
ResponderExcluirNa foto 2 imóveis aparentemente só comerciais, que eu não imaginava que existiam tantos assim, em Ipanema, mesmo nos velhos tempos.
ResponderExcluirIpanema e Leblon eram bairros modestos que uns poucos utilizavam como balneários. Muito pouca gente ia até Ipanema para passear antes da abertura dos túneis. Mesmo hoje em dia o comércio não tem a pujança do de Copacabana. Nunca fui de bonde até Ipanema mas meus pais diziam que era "uma África", pois além da baldeação no Largo da Carioca, a viagem demandava muito tempo. Mercado? Só as Casas Gaio Marti. Costumo hoje em dia frequentar a região e com a existência da estação do Metrô e das linhas de ônibus suburbanos, a diferença entre passado e presente é "abissal", seja nos hábitos e costumes variados e principalmente na educação das pessoas. É possível em uma calçada estar em meio de pessoas educadas e bem vestidas, e atravessando a rua "dar de cara" com "tipos exóticos" de sexualidade duvidosa, ou "caucasianos descamisados" "flanando", egressos da favela ao lado. Uma "Babel" em todos os sentidos, "um espanto"...
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