Esta bela foto de Malta,
de 1915, mostra a Padaria Maia, no Largo do Rio Comprido. Podemos ver o poste
com a marca branca, bem na esquina, indicando a parada do bonde. Chamam a
atenção a fiação exposta, o bem cuidado gradil do 2º andar, o traje dos passantes
(o do menino, à direita, é especial: chapéu, paletó, calças curtas, meias altas
e sapatos), os trilhos de bonde, inclusive com desvio de linha. O calçamento
era de paralelepípedos.
A caixa presa na parede
era uma caixa onde se lia "Socorros Policiaes", coisa da virada para
o século 20. Foram todas roubadas porque a fiação - para os contatos com a
polícia - era de platina, o que valia e vale muita grana. Só os "fiscais
de quarteirão" tinham a chave. Abriam a caixa e chamavam a polícia em caso
de necessidade.
Quanto ao local temos uma
informação da Sheila Castello: “Os trilhos do bonde, que estão em linha reta, estão vindo da Rua Itapiru. A esquina da Padaria Maia é a
da Rua da Estrela. Aquelas casas ficam na mesma calçada da Escola Pereira
Passos, a padaria era onde hoje é o prédio da Lanchonete Ondina. Voltemos aos
trilhos, eles vinham reto, no sentido contrário ao atual trânsito, chegavam no
Largo pela calçada da farmácia Max, entravam na Av. Paulo de Frontin,
circulando a praça e paravam em frente à Escola Pereira Passos, onde ficava o
ponto final. Agora percebam que entre os trilhos retos, há dois em curva: são
os que iam e vinham da Rua Santa Alexandrina e que também circulavam a praça
antes de seguir seu itinerário.”
Esse prédio continua no mesmo local mas está um pouco descaracterizado, pois lá funciona um estabelecimento popular que vende pães, bebidas, frango assado, etc. A rua Aristides Lobo se chamava no passado "rua Malvino Reis", a Rua Haddock Lobo, a Rua do Bispo, e a Rua da Luz, eram as principais ruas desse então aristocrático bairro. A Rua da Luz deu lugar à "Avenida Canal do Rio Comprido" (atual Paulo de Frontin) em 1919. Em 1915 meu avô morava na Rua da Luz e contava detalhes dessa região, inclusive dessa padaria. Contava ele que os doces, em especial os quindins, eram muito concorridos.## Na verdade os trilhos não vem da rua Itapiru e sim da rua da Estrela, pois a rua Itapiru começa no final da rua da Estrela no entroncamento com a Barão de Petrópolis. A rua Santa Alexandrina era uma via praticamente sem saída onde solares e até chácaras faziam com que a região fosse quase um paraíso. Essa região em 1962 por ocasião das obras de abertura do túnel Santa Bárbara o tráfego de bondes nessa região sofreu uma estranha modificação.
ResponderExcluirNão consegui localizar o prédio atualmente. Na esquina da rua da Estrela com o Largo do Rio Comprido existe um edifício de sete andares com um comércio embaixo, parecendo um bar ou lanchonete.
ExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirPassei por mais de dez anos pela região na época que trabalhei na rua Itapiru. Por muito tempo comprei jornal aos domingos em um "banca" na rua Estrela.
Em tempo: ontem fez 50 anos que o cardeal D. Eugênio Salles assumiu a arquidiocese do Rio em substituição a D. Jaime Câmara. Ele ficou anos e anos. Cheguei a vê-lo ao vivo uma vez em uma Feira da Providência. A casa oficial do cardeal ficava ali perto do largo do Rio Comprido, com acesso pela Rua do Bispo. O papa João Paulo II ficou hospedado lá em 1997 e o vi passando pela rua Itapiru voltando de algum compromisso.
ResponderExcluirD Eugênio, nas festas de Santo Antônio, depois da missa que ele presidia, dispensando os seguranças,vinha só, visitando várias casas no entorno da Igreja.
ExcluirNa "Rua da Luz" após o cruzamento com a rua do Bispo existe a igreja de São Pedro e na época da foto funcionava o "Colégio Diocesano", um colégio católico administrado por padres cujas instalações podem ser vistas até hoje. A "Rua da Luz" não tinha saída trafegável em sua parte final naquele tempo. Em 1919 com a abertura da Avenida Canal do Rio Comprido e com a duplicação da via, foi aberta uma pequena passagem ligando a Avenida com o final da rua Santa Alexandrina.
ResponderExcluirCom satisfação vi um comentário feito ontem num "post" antigo sobre o palacete Pareto pelo "primo" Bouhid, antigo comentarista do "Saudades do Rio". Vai daqui um abraço para ele.
ResponderExcluirBom Dia! Não era permitido funcionamento de Padarias em lojas que tivessem construções em cima. Mesmo assim conheci algumas que conseguiram burlar esta norma. Atualmente todos os supermercados tem uma seção de padaria.Isso ajudou a matar as padarias.Na minha área eram quatro, hoje apenas uma sobrevive. Faltam 9 dias.
ResponderExcluirAs padarias tradicionais, de fato, estão acabando. As que restam, em grande parte, são as que adicionaram outras atividades ao negócio. Numa pesquisada rápida nas minhas memórias lembro de três padarias próximas da minha casa que fecharam nos últimos anos.
ExcluirPassei de carro por ali há pouco tempo e o lugar está muito mal tratado.Tem uma feirinha de miudezas que está tampando a visão da praça.Tem muito mendigos há muita sujeira.
ResponderExcluirA Rua Itapiru termina no cruzamento com a Barão de Petrópolis O início é junto ao Cemitério do Catumbi.
ResponderExcluirSobre o Rio Comprido só lembro que uma das minhas tias morou uns meses na casa do sogro aí por perto, um casarão aliás, em meados dos anos 60. E fui no casamento da cunhada dela, ali na Igreja de São Pedro, nos tempos ainda sem o elevado.
ResponderExcluirOlhando bem, não vemos a chaminé da padaria, então o forno talvez ficasse em outro local, liberando a venda de pães e similares em imóvel com um segundo andar.
ResponderExcluirEntão não é de hoje o furto de cabos. Não sabia que havia cabos de platina. Hoje são de cobre e, mesmo assim , geram grandes lucros.
ResponderExcluirO texto está correto quando localiza a esquina como sendo a R. Estrela, não diz que é a Itapiru, apenas diz que os trilhos estão vindo da Itapiru, é uma questão de interpretação.
ResponderExcluirCinemas viraram IURD; padarias estão virando Pacheco, Farmais, DrogasMil,..
ResponderExcluirDe onde veio o topônimo "Rio Comprido"?
Do rio que vem da Floresta da Tijuca e deságua na Baía de Guanabara.
ExcluirRio sendo Rio, as caixas policiais não duraram por furto da fiação. Triste.
ResponderExcluirPrezados bom dia. Foto muito antiga, nenhum de nós era nascido na época, porém olhando este prédio, e buscando minhas memórias do local dos anos 60, posso garantir com grande certeza que o mesmo não se situava nas esquinas de ruas citadas no texto, não afirmo que não seja no Rio Comprido, mas posso afirmar com quase 100% de certeza que o mesmo nunca existiu nas esquinas citadas.
ResponderExcluirLino, acho que você está enganado. A Sheila foi lá e confirmou estas informações com antigos moradores da área.
ExcluirSó se este prédio ficasse no local onde hoje existe um edifício, na esquina de Rua Estrela com a Praça Condessa Paulo de Frontin, que já existia nos anos 60, quando conheci o local. Pelo que havia entendido inicialmente este prédio ainda estava de pé nos dias de hoje.
ExcluirPadaria grande: 3 portas de frente e 7 de lado.
ResponderExcluirAqui onde moro existem duas padarias. E tem um rapaz que traz muitos produtos de padaria num cesto fixado na traseira de uma moto. É tão pontual que eu o apelidei de "dez para as duas", hora em que ele buzina avisando de sua chegada.
Quando eu morava na rua Dona Delfina, na Tijuca, havia duas padarias na área: a Laís, na esquina das ruas José Higino e Antônio Basílio, e a Elba, na esquina da José Higino com Conde de Bonfim.
ResponderExcluirA Laís deixou de existir e, após obras, virou uma extensão da clínica ortopédica Tijutrauma. A Elba existe até hoje.
A Laís tinha sopas variadas, doces finos, e aceitava encomendas para buffet. Acabou vendendo o imóvel que hoje faz parte do Tijutrauma. A Elba ficou "de frente para a saída da estação do Metrô.
ExcluirDa padaria Laís partia, toda manhã bem cedo, um padeiro chamado Carlos (na época um senhor de uns 60 anos ou mais), empurrando uma carrocinha de três rodas de madeira, com um cesto de pães em cima e doces e outras guloseimas dentro do corpo da carrocinha.
ResponderExcluirAinda bem cedo, ele deixava no interior do nosso portão um embrulhinho de seis pães franceses e uma garrafa de 1 litro de leite CCPL.
À tarde, por volta das 3 horas, ele voltava. Às vezes meu irmão pedia uma bananada ou outro doce. Ele anotava tudo num caderninho e vinha cobrar ao final do mês. Quando minha mãe descobria que meu irmão ou eu havíamos pedido algo sem consentimento dela, era bronca na certa.
O engraçado é que ele se anunciava falando "padeiro", porém com um sotaque estranho, impossível de descrever em palavras, mas que parecia algo como "padiro", com o "i" anasalado.
Muitas vezes mandávamos leitões ou perus para assar no forno da padaria Laís, nas festas de fim de ano.
ResponderExcluirPadaria, panificadora, confeitaria, delicatessen, etc...
ResponderExcluirMuitas padarias aqui no bairro (Vila da Penha) que só vendem os pães, pois algumas são pequenas demais para atender uma clientela maior, além de concorrer com supermercados e ambulantes com bicicletas de cesto de pães e até kombis com uma variedade maior de produtos.
As antigas daqui ou cresceram e se transformaram em grandes empresas de vendas de vários itens ou fecharam as portas e viraram outro tipo de comércio.
Passei agora um bom tempo no Street View tentando localizar algo parecido na região, sem sucesso. Na esquina da rua Estrela com a praça está o prédio citado pelo Helio. Procurei em outras esquinas também sem sucesso. Na região existe a rua Maia de Lacerda, mas também nada por lá.
ResponderExcluirOcasionalmente a mente humana prega peças, principalmente quando a idade chega. Essa padaria nunca saiu de minha mente desde que eu recebi de presente em 1978 esse livro de Lima Barreto. Mostrei a foto ao meu avô, que passou a infância na região e a havia descrito com minúcias e desde então ela ficou em minha cabeça. Esta noite ao voltar para casa pelo Rebouças resolvi descer pela Santa Alexandrina para observar o prédio e conferir com a foto e tive uma surpresa: o prédio da foto que eu sempre tive vivo em minha mente "não estava lá". Aliás desde o final dos anos 40 não estava mais lá. E eu que conheço a região desde sempre fixei a foto da velha padaria, nunca tinha me dado conta de que ela só
ResponderExcluirexistia em foto. O comércio, o frango assado, e tudo mais estão lá, só que o prédio não é o da foto. Existe uma construção antiga, provavelmente do final da década de 40. Parei o carro e tomei um café, estou impressionado até agora...