Todas as fotos de hoje são do acervo D´.
Esta mostra uma final vencida por bico de proa, de um "oito com patrão" do Flamengo. Repetindo o sucesso de décadas anteriores, nos anos 60 e início dos 70, as regatas mobilizavam um grande público, pela rivalidade entre Flamengo, Vasco e Botafogo. O esquema de treinamento, capitaneado pelo Buck, no Flamengo, assim como nos outros clubes, era alucinante. Para remar era preciso acordar às 5h30min, pegar a bicicleta para ir para a garagem de remo, colocar o barco n'água para cerca de 1 hora de treino. Duas vezes por semanas havia exercício de meia hora subindo e descendo as arquibancadas do campo de futebol. Para aguentar tudo isso, diariamente tínhamos uma gemada reforçada na própria garagem dos barcos. Mesmo assim, não havia regata em que alguém do barco não passasse mal depois da linha de chegada, tal o esforço.
Na
orla da Lagoa ainda se veem as palafitas das favelas então ali
existentes. Ao fundo, à esquerda, o edifício da Av. Epitácio Pessoa, bem em
frente ao Clube Caiçaras, que permanece inalterado até hoje.
Já com as favelas removidas, no final dos anos 60, vemos o "dois-sem" do Flamengo com meu amigo Nelson Parente e Carnaval, no final de uma prova tendo ao fundo os clubes AABB e Monte Líbano.
O “ROWING” (remo) foi o
esporte soberano no Rio do início do século XX. Dia de regata era dia de festa, fazendo-se o corso na Av. Beira-Mar, onde rodavam,
em procissão, as vitórias, os landolets, os double-phaetons, os cabriolets, os
tíburis.
Como diria o saudoso General Miranda, grande entusiasta deste esporte, "no domingo luminoso de sol e bafejado por uma viração benigna a vida sportiva do Rio se manifestava de uma forma brilhante e intensa. No mar feria-se o prelio das sociedades de remo em uma regata disputada valorosamente e concorrida pela escól carioca. No varandim do pavilhão de regatas premia-se uma multidão risonha de movimento e dos tons garridos dos trages feminis".
Foto também dos anos 60. Não lembro o nome do remador do "single-skiff", mas na época um dos destaques nessa modalidade era o Harry Klein, que anos depois era um dos donos dos pedalinhos que ficavam no Corte do Cantagalo.
Este "quatro-com" do Flamengo tinha uma guarnição muito vencedora. Na sota-voga remava o Antonio Maria, filho do famoso jornalista e depois ele próprio jornalista do JB, e na sota-proa novamente meu amigo Nelson Parente.
Já "mortos", ao sair do barco, tínhamos que carregá-lo até a garagem. Aí o sádico treinador dos iniciantes, um ex-remador qualquer, sem nenhum preparo científico, pois não havia como hoje os fisiologistas, fisioterapeutas, preparadores físicos, nutricionistas, etc, resolvia fazer um "circuito" de 10 exercícios de um minuto, com carga máxima, com 30 segundos de intervalo: flexões, polichinelos, abdominais, etc. No dia seguinte, às 5 da manhã, com todos os músculos do corpo em frangalhos e bolhas nas mãos, era hora de voltar para o treino...
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirSou completamente leigo no assunto. Só sei que o remador brasileiro estaria disputando as provas durante a madrugada (aqui). Não sei o resultado. Acordei com a notícia de mais um bronze no judô. Daqui a pouco vou ver a ginástica feminina.
Complementando, o remador brasileiro disputou a bateria ontem à noite, mas não se classificou.
ExcluirBom dia a todos. O remo era um esporte popular no Brasil no século passado muito embora nunca chegou a popularidade que existe em alguns países Europeus e USA, principalmente entre algumas Universidades no UK e USA. Nesta Olimpíadas o nosso melhor remador não foi para o Japão, o JBAN nosso representante do SDR continua treinando aqui no Brasil na Lagoa Rodrigo de Freitas, infelizmente estava contundido nas seletivas para as Olimpíadas. Vale salientar que o nosso JBAN é um atleta bastante versátil, compete no remo, ciclismo e canoagem, o Brasil assim perdeu a oportunidade de conquistar 3 medalhas nestas modalidades. Segundo informações de bastidores em breve estará começando a competir também na modalidade de Triatlon.
ResponderExcluirApós a Pandemia estarei me preparando para as Olimpíadas de Paris, pretendo competir na modalidade de levantamento de Peso, nas categorias de levantamento de copo de cachaça, taça de licor, taça de vinho e champanhe, copo de cerveja, tulipas de chope, canecas de chope de 500ml até 5,0 LT. Já comecei a preparação do física contratando uma equipe para tratar do fígado, bixiga e estomago, espero não me contundir durante a preparação com uma cirrose. RS, RS, RS
ResponderExcluirNão sei se existe coisa mais miserável que favela em palafitas.
ResponderExcluirSobre o remo vamos torcer por eles afinal no resto do ano só se fala em futebol.
Esse problema existe há 400 anos, foi agravado no final do Século XIX, se estabilizou até meados do Século XX, se agravou no final do Século, e saiu totalmente de controle no Século XXI sem qualquer perspectiva de resolução, ainda mais quando se sabe que grande parte o poder público, do judiciário, da mídia, e principalmente do poder legislativo, além do tráfico obviamente, lucra bastante com o principal produto comercializado nas mais de mil favelas do Rio: as drogas! Em razão disso as necessidades das pessoas que lá residem, sua educação, sua ascenção social, e seu progresso, ficam postergados "para as calendas gregas".
ExcluirAscensão. O preenchimento automático às vezes "prega peças".
ExcluirQuando trabalhei em Belém do Pará, no ano de 1967, isso era (e ainda deve ser) muito comum. No meu caso, as palafitas eram no bairro do Perpétuo Socorro. Quando a maré da Baía de Guajará baixava, a área ficava apenas com lodaçal; mas quando a maré subia, aí virava piscina. A garotada mergulhava direto de dentro das casas para as águas marrons. A amplitude da maré em Belém era bastante grande: 3,80 metros de diferença entre a baixa e a alta. Além de a correnteza ser muito forte, na enchente e na vazante. Tínhamos uma chata (lá eles chamam de alvarenga) fixada por quatro âncoras dentro da baía, a uns 100 metros da margem na maré baixa. Uma noite, um trabalhador entrou num bote a remo para ir da chata até a margem. Era maré enchente e ele foi arrastado com o bote, ficando engastalhado na vegetação de tajás que bordeava a baía.
ExcluirAinda com relação a esse meu período em Belém, lembro um dia em que eu estava fazendo a marcação do trajeto que a tubulação de esgotos que estávamos instalando iria percorrer. Por azar, uma casa em palafita ficou bem no meio do caminho, e iria ser derrubada. Nela morava um casal bem idoso. Comentei com eles o que iria acontecer. Ao invés de se abalarem, me convidaram e ao meu ajudante para comer uma cabaça de sopa. Por sinal, muito gostosa. Fiquei abalado com a simplicidade, a generosidade e a calma deles.
ExcluirMas o pior cenário de palafitas que vi foi o do bairro de Peixinhos, em Recife, no ano de 1966. Bem pior que as de Belém. Fui até lá num ônibus elétrico, a passeio, porque amava andar nesses ônibus. Coisa horrível de se ver.
ExcluirNessa época quase não existia tráfico e a miséria imperava nesses lugares.
ResponderExcluirPois é, parece que falta para muitos no Brasil entender a realidade da miséria brasileira; devem achar que é coisa de "comunista" quando se mostra...
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