Total de visualizações de página

sábado, 11 de setembro de 2021

EXPO DE 1922 - PAVILHÃO DOS ESTADOS

Mais uma estupenda garimpagem do Henrique Hübner, um estudioso do Rio Antigo. Vemos um autochrome de Marc Ferrez mostrando o Palácio dos Estados na Expo de 1922, ladeado pelos pavilhões da Administração e Distrito Federal (lado direito) e das Grandes Indústrias (lado esquerdo).

Era o prédio mais alto da Expo, projeto do engenheiro Hippolito Pujol, abrigou por muitos anos a sede do Ministério da Agricultura, tendo sido demolido por insistência de arquitetos modernistas. Era conhecido pelo apelido de “Bolo de Noiva”.

Recomendo um álbum do prezado FlavioM, comentarista desaparecido do “Saudades do Rio”, mas sempre presente no grupo do FRA-Fotologs do Rio Antigo, no link https://www.flickr.com/.../flavi.../albums/72057594110117239

Conta o Flavio que Marc Ferrez fez os primeiros "autochromes" do Brasil pouco antes da morte de sua mulher, em 1914. Em 1915 foi morar na França, só voltando em 1920, já adoentado. Morreu em janeiro de 1923.

Um postal da coleção do Klerman W. Lopes, mostrando o Pavilhão dos Estados.

O objetivo da Expo de 1922 era comemorar o centenário da nação brasileira, mediante a exibição de todos os avanços que o país conhecera nos mais variados campos, definindo-se, contudo, como principais os do trabalho, da educação, saúde e higiene. Durante os seus preparativos, a ideia de expor ao mundo um Brasil moderno e equiparável aos países mais desenvolvidos foi tema de grandes debates na imprensa, em virtude dos altos custos que isso implicava.


Outra imagem do Malta mostrando o do Pavilhão dos Estados. Este local serviu ao Presidente Geisel no período imediatamente antes de assumir a Presidência da República. 

O prédio foi demolido ainda na época da Ditadura, no final dos anos 70. Na época arquitetos modernistas como Lucio Costa fizeram uma grande campanha para demolir muitos prédios do Rio Antigo.  Em parecer de 1972, sobre o prédio do Ministério da Agricultura, ele afirmava que a demolição daquela “almanjarra de concreto” lhe “seria do maior agrado”. Em outro parecer, de 1978, que sacramentou sua derrubada, dizia: “Por sua falta de estilo, por sua desproporção, por sua feiura congênita, já nasceu bastardo”. O edifício foi demolido no final dos anos 1970. Ainda bem que o Municipal, a Biblioteca Nacional, o MNBA e uns poucos outros escaparam.


 O prédio do Ministério da Cultura em 1978, pouco antes da demolição.

19 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    O link informado no texto não deverá abrir.

    A década de 70 foi ingrata para vários prédios famosos da cidade.

    Posso citar pelo menos o Monroe, o Derby Club e o Jockey Club no eixo da Rio Branco e o Ministério da Agricultura, citado acima.

    Fora o que foi abaixo nas obras do metrô.

    ResponderExcluir
  2. Em tempo, só fui passar pelo local pouco mais de dez anos depois da demolição. Infelizmente...

    ResponderExcluir
  3. Com todo respeito ao arquiteto Lucio Costa, atribuo seus comentários a respeito do prédio do Ministério da Agricultura, aqueles famosos cinco minutos de burrice que estamos sujeitos em um determinado dia.

    ResponderExcluir
  4. A Exposição de 1922 tinha por objetivo mostrar ao mundo os avanços conquistados pelo Brasil nos últimos 100 anos em diversos setores. E qual seria o objetivo em uma hipotética Exposição em 2022? "Respostas para a portaria deste jornal".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito interessante a pergunta, infelizmente não tenho resposta, estou um bocado desanimado não só com a péssima situação atual do Brasil, mas também com o futuro do mundo, principalmente com as consequências devastadoras da mudança climática que estão ocorrendo com mais frequência.

      O que vem em mente são títulos pessimistas como “Colapso da Civilização”, “A Destruição do Planeta Terra”, etc.

      Como gostaria que alguém me convence-se que estou errado. É bom nem pensar…

      Excluir
    2. Dante Ferman, a pergunta não é difícil, difícil é responde-la "sem papas na língua".## José Rodrigo de Alencar, como homem inteligente evoluido que sou eu não tenho ídolos, ao contrário de "alguns" que não conseguem raciocinar, seja por teimosia ou "defeito de fabricação".

      Excluir
  5. Bom dia a todos. Impressionante como perdemos belas obras urbanas no País, assim como ele não gostava das obras dos outro, acho as suas obras uma bela porcaria, também tenho vontade de derrubar a todas, começando por Brasília, não existe nada mais feio do que a nossa capital e depois a Barra da Tijuca outra obra sem qualquer identificação com a cultura da nossa cidade.

    ResponderExcluir
  6. Olhando com mais atenção a última foto, fiquei em dúvida a respeito do prédio que aparece à direita, em primeiro plano em relação à igreja (ao fundo). Seria o (ainda) atual MIS?

    ResponderExcluir
  7. Bem melhor do que os caixotões de vidro do padrão americano de arquitetura.
    Porém na década de 70 o pensamento era outro em relação aos prédios históricos.

    ResponderExcluir
  8. Em 1922 o Brasil era o país do café, praticamente monocultura, de poucas indústrias, praticamente só do setor têxtil.
    A república envelhecia rapidamente e justo naquele mesmo ano tornou-se uma senhora ainda mais caquética a ponto de provocar o início dos primeiros movimentos dos tenentes. Foi para o estado de coma no final de 1929 e a insistência em manterem seu "status" acelerou a sua morte em 1930, quando teve seus "aparelhos" desligados na marra.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A "República velha" já nasceu uma "anciã". O Império "caiu de podre" em 1889 mas embora a proclamação da República tenha promovido algum saneamento no país, trouxe vícios bem piores. A Constituição de 1932 trouxe inegáveis avanços como o voto secreto e o voto feminino. Sufocou uma guerra civil e alguma agitação política até decretar acertadamente o Estado Novo em 1937. ## Estou assistindo as comemorações dos 20 anos dos atentados de 11 de Setembro. Sem me alongar percebo o nível de conscientização do povo americano, vejo a diferença abissal que separa os dois países, e concluo que atualmente a sociedade brasileira é uma "obra malcheirosa".

      Excluir
    2. Quem "comemora" os vinte anos dos atentados? O Talibã?

      Excluir
    3. Solenidades patrióticas são atos comemorativos em países como os EUA. Comemora-se atos de heroísmo, de patriotismo, e principalmente a memória dos que tombaram e o que representam para os ideais ufanistas de Tio Sam, algo absolutamente incompreensível para sociedades atrasadas como a nossa. Como em sempre afirmo que "quem nasceu Benedita nunca viverá como Margareth". Simples assim.

      Excluir
    4. Isso, tão "adiantado" como "comemorar" aniversário de bomba nuclear...

      Excluir
    5. Enquanto alguns "comemoram", outros prestam homenagens.

      https://oglobo.globo.com/mundo/joe-biden-barack-obama-bill-clinton-prestam-homenagem-as-vitimas-do-11-de-setembro-no-marco-zero-em-nova-york-1-25193685

      Excluir
    6. Uma das mazelas que tornam o Brasil refém do atraso endêmico em se encontra é a "limitação de possibilidades culturais de alguns por não conhecerem o vernáculo". E de acordo com o Google, fonte de consulta utilizada por uma grande maioria, transcrevo a definição do termo "comemoração" para que possa enriquecer vocabulários ora desatualizados. "Comemoração: Homenagem; evento que busca premiar ou homenagear algo ou alguém. Memoração; ação de lembrar novamente, de trazer algo à memória".

      Excluir
  9. Participei de cursos de direito autoral, e falei sobre obras efêmeras (fogos de artifício, esculturas de gelo e areia e tapetes de flores). Recentemente incluí esses prédios na categoria de obras efêmeras. Foram construídos para serem logo destruídos...

    ResponderExcluir
  10. O pensamento do LC reflete bem aquela época do "neo bota-abaixo" das décadas de 60 e 70.
    O Brasil cresce "em soluços", ou, como alguns gostam de dizer, em vôo de galinha.
    Mas, no frigir dos ovos, os tais crescimentos sempre acabam privilegiando apenas alguns. Coisas básicas como saneamento de verdade, reforma agrária de verdade e infra estrutura sempre ficam "pra depois". Há uma dificuldade muito grande em "incluir"; quando isso começa a dar sinais, rapidamente uma elite rastaquera se mobiliza para frear. Há um pensamento aqui, tipo "tal coisa não é pra qualquer um". Muitos vêem uma favela como um problema do pobre preguiçoso, e não como um problema sócio-estrutural, a qual todos são cúmplices. E vamos, assim, seguindo como um dos países mais desiguais do mundo...

    ResponderExcluir