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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

IGREJA SÃO FRANCISCO DE PAULA - BARRA DA TIJUCA






Maquetes da Matriz de São Francisco de Paula, na Av. Olegário Maciel, na Barra da Tijuca. Conforme conta I. Fontes, "numa pequena aldeia que se chama Paola, na Calábria, Giácomo D´Alessio e Vienna de Fuscaldo eram muito estimados entre seus habitantes pela vida santa que levavam. Eles sonhavam em ter um menino e, após esperarem 15 anos, em 27/03/1416, nasceu um menino. Como devotos de São Francisco de Assis deram ao mesmo o nome de Francisco. Este, por sua docilidade e por sua obediência chegou ao extremo da humildade. Seu compromisso era o de servir a Deus. Era admirável o seu amadurecimento espiritual. Tornou-se um eremita e, aos 19 anos, iniciou a fundação da instituição religiosa que, mais adiante, tornar-se-ia a "Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula".

A igreja na Barra teve projeto de Giulio Cellini aprovado em 1961 e a construção do templo iniciou-se em 1963. A Igreja Matriz de São Francisco de Paula seria inaugurada em 16/11/1969. Por esta época, Frei Giuliano Accardo soube congregar a colônia italiana, sobretudo os oriundos da Calábria, que colaborou não só na construção como na formação do serviço social".

A família do desaparecido JBAN é originária da cidade de Paola.


Vemos a Igreja de São Francisco de Paula e a Praça Euvaldo Lodi ainda em seu formato original sem ter sido cortada pelas pistas da Av. Armando Lombardi, que teve seu trajeto retificado quando passou a fazer parte da auto-estrada Lagoa-Barra. Como já contou o Decourt, o projeto original da Auto-Estrada previa que ela entrasse pelo bairro pela Av. Gilberto Amado, depois contornando a Praça Prof. José Bernardino, seguindo pela Av. Alda Garrido até se encontrar com a Av. das Américas na ponte de Marapendi

Em fotos antigas e até pelo mapa percebe-se que esse seria o trajeto mais lógico, mas para não impactar o Jardim Oceânico e o Tijucamar com tráfego de passagem, preferiu-se usar um trajeto radial, mesmo que tivesse que aterrar áreas do canal da Barra da Tijuca.


Conta o JBAN que “a devoção a São Francisco de Paula é muito forte na Itália, principalmente no Sul, de onde ele é originário. Coincidentemente, minha família italiana é da cidade de Paola, a mesma do santo. Tive a oportunidade de conhecer a basílica velha e a nova (uma bela e moderna igreja) quando fui visitar parentes em uma viagem à Itália.

Muitos milagres são atribuídos ao santo: Por exemplo, uma fonte próxima à Igreja que teria sido "criada" por São Francisco ao bater com o seu cajado no chão. Os operários que trabalhavam na igreja estavam sem água e a obra iria parar... Uma bomba caiu dentro da Igreja durante a 2ª Guerra e não explodiu... Como podem ver o Santo é forte.

Todo o primeiro domingo de Maio é celebrada a festa de São Francisco, que é o padroeiro da colônia italiana no Rio de Janeiro. É uma quermesse típica, para angariar fundos para a Igreja. No passado o dinheiro era usado para a construção, que levou anos e que até hoje tem aquele ar de obra inacabada.

Minhas avós e tias tinham uma barraca nessa festa onde vendiam cachorro-quente e iguarias italianas. Pizza, Fraguno, Morinjana (Beringela em conserva), Turdido, Cassateda, rosquinhas de mel e outras iguarias que só de escrever o nome já me deixam com água na boca e lágrimas nos olhos. Íamos para lá e fazíamos a festa, nos empanturrando daquilo tudo. No final do domingo saia a procissão pelas ruas do Jardim Oceânico e terminava com uma missa solene na igreja.

Até hoje a festa acontece e é muito animada. Sempre que posso, dou uma passada por lá para matar as saudades da comida da minha avó, comprar uns quitutes para congelar e comer durante o ano e ver aqueles carcamanos e seus filhos todos juntos. Algumas cenas me transportam para uma aldeia no Sul da Itália.”

Ilhas Fontes, em "Lembranças do Rio de Janeiro", conta que em 1955, quando o Cardeal Câmara foi presidir a festa inaugural do Dispensário Lourenço Jorge (que ficava na Praia da Barra, ao lado do Grupamento Marítimo de Salvamento), aproveitou para mandar colocar uma cruz de madeira na Praça Euvaldo Lodi, assegurando ali o levantamento de uma futura igreja. Foi então construída uma capela que, nos primeiros anos da década de 60, foi substituída pela igreja de alvenaria, em projeto de Giulio Cellini. A Igreja Matriz foi, finalmente, inaugurada em 16/11/1969, já na administração Negrão de Lima. Nesta igreja se reúne a colônia italiana, sobretudo os oriundos da Calábria.

25 comentários:

  1. Só conheço essa igreja externamente mas nunca a visitei. Quanto aos fenômenos espirituais que a Igreja Católica chama de "milagres" e que acontecem desde o aparecimento do "Homo Sapiens" na face da terra, vou comentar mais tarde.

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    1. Muitos estudiosos afirmam que "as religiões foram criadas para submeter o homem comum pelo medo do desconhecido". Os livros religiosos de diversas religiões mencionam "milagres", ainda que sob linguagem hermética ou dogmática. Grande parte dos comentaristas aqui é de viés católico mas duvido que sejam "fundamentalistas". Vou citar por exemplo o "Gerente deste Blog", que como médico e conhecedor de anatomia, homem esclarecido e com "larga visão do mundo", sabe muito bem que um corpo físico que foi a óbito não pode "voltar à vida" no sentido estrito da expressão nem tampouco "subir aos céus" como é relatado na "Ressurreição de Cristo". O que certamente ocorreu e foi testemunhado por algumas pessoas foi a visão de Cristo "em espírito" e que nessas condições são perfeitamente plausíveis. Até a própria Igreja de Roma reconhece a existência do Plano Espiritual e de fenômenos a ele relacionados. O espírito é imortal e pode atuar benéficamente para auxiliar encarnados de acordo com seu merecimento. O Dr. Bezerra de Menezes é um conhecido médico desencarnado que atua no plano espiritual realizando curas através de operações espirituais. Os "milagres" ocorrem no "universo dos homens encarnados" sejam eles de qualquer viés religioso e não são de "exclusividade de A, B, ou C", nem tampouco de qualquer religião ou seita.

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  2. Dizem que um paraquedista pulou de um avião e ao puxar o cordão do paraquedas ele não se abriu. Desesperado e vendo o chão se aproximar, ele rogou ao seu santo de devoção:
    - Valei-me, meu São Francisco!
    De repente surgiu dos céus u'a mão gigantesca, que aparou a queda, e ouviu-se uma voz tonitruante:
    - São Francisco de quê?
    - De Assis - respondeu o paraquedista.
    - Eu sou de Paula - disse a voz.
    E a mão sumiu.

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    1. Estava na cara que alguém iria contar essa velha e surrada piada que foi o carro-chefe do show do Chico Anysio um bom tempo.

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    2. Não, meu caro Anônimo, essa piada minha é nova. A do Chico Anísio era com Assis e Xavier.

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    3. Mestre Hélio, saiu-se melhor que pensava.

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  3. Olá, Dr. D'.

    A igreja se destaca na vizinhança. Passava até recentemente por ela.

    Era essa igreja que tinha a confraternização dos jornaleiros?

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  4. Bom dia a todos. Nunca entrei nesta igreja, embora passe constantemente a sua porta. A devoção na Itália pelos Santos Francisco é muito grande, agora tem até um Papa Francisco Argentino.
    FF. A foto 1, jamais foi na Praça da República, conheci prédio a prédio que existiam naquela região nos anos 60, época da foto.

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    1. Também acho que a identificação do local mostrado ontem na foto 1 merece a intervenção do VAR.

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  5. Também nunca adentrei essa Igreja porque pouco vou a Barra e a arquitetura dela não me agrada, não me estimulando a conhecer.

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  6. Tutta la famiglia calabresa do Rio faz seus batizados e casamentos nessa igreja?
    Confesso que não conheço esse templo, assim como a maioria das coisas da Barra.

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    1. Eu idem. Barra e Recreio são terra ignota para mim. Principalmente depois que alguém sem ter o que fazer resolveu rebatizar as principais vias, anulando o já parco conhecimento que eu tinha daquelas lonjuras.

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  7. A primeira foto está cheia de carrinhos Matchbox para serem identificados.

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  8. JBAN, o desparecido, renegou a fé católica. Largou São Francisco de Paula e hoje é filho de Ogum com Iansã. que seja feliz!!!

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  9. Fui nessa igreja quando do batizado de um dos meus sobrinhos. Também acho sua arquitetura de gosto duvidoso, aliás, como muitas coisas por lá, rs.

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  10. Lá pelos anos oitenta toda vez que passava por essa construção, logo depois do cartaz "Sorria, você está na Barra", tinha a forte convicção de se tratar de uma Mesquita, e não de uma igreja.
    Apenas um comentário da postagem de ontem: o local da segunda foto é Penha, e não Penha Circular, como descrito pelo gerente a partir da informação do jornal.

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  11. Meu bisavô materno veio da Calábria, não sei de que cidade nem em que ano, mas certamente segunda metade do século XIX. Famiglia Morelli, que tem alguns mafiosos com esse nome.

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  12. Em 1980 e 1981 eu costumava ir à boite "Maracujina" bem ali no Largo da Barra e quase em frente à Igreja. Muita gente parava o carro naquele pátio para "dar uns amassos". Naquele tempo era bem tranquilo e não tinha problema.

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  13. Quanto às legendas do Correio da Manhã o estagiário é o culpado.

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  14. FF: Começou a promoção de Natal do STF: o Zé Trovão foi para prisão domiciliar, com aquelas restrições "me engana que eu gosto" de não entrar em redes sociais nem falar com os demais investigados. Aguardemos até o Natal a libertação ou anulação de todos os processos do Sérgio Cabral. Se não der tempo, talvez fique para o Ano Novo ou para o Carnaval. Aliás, Carnaval é um bom nome para a justiça dos tribunais superiores da Bananolândia. Eles fantasiados de carrascos e nós de bobos da corte. Ah, sim, e os condenados por corrupção fantasiados de vestais.

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  15. Mais uma vez, usando meus fantásticos dotes investigativos, descobri o mistério da foto publicada ontem no SDR, pretensamente como sendo a Praça da República. A foto está catalogada no Arquivo Nacional, acervo do jornal Correio da Manhã, pasta 527, foto número 21. Está datada de 31/10/1965 e o local é a avenida Ernani do Amaral Peixoto, em Niterói. O prédio, atualmente, é ocupado pela 76ª Delegacia Policial.

    E como este sapientíssimo detetive desvendou o mistério? Observando atentamente o lotação, notei que a faixa central dele, apesar de em tom cinzenta, não condizia com a tonalidade esperada das usadas aqui no Rio, que eram marrom, verde escuro ou branca. Além disso, a placa do dito cujo estava com a siga RJ, e não GB. Daí em diante foi fácil como desviar dinheiro público e sair impune. Elementar, meu caro Watson.

    A propósito: o José Rodrigo de Alencar não mora no Canadá.

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    1. Minha área está sendo invadida.Mas tem que concordar que Niterói ainda é o melhor lugar para se morar.

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  16. Congratulations Mr. Holmes! Belo trabalho. Niteroi é uma boa cidade. Pena que fica entre o Rio de Janeiro e São Gonçalo.

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  17. Fizemos o projeto do acréscimo, residência dos padres e salões paroquiais, frei Arto Sardinha e fei Dino, estavam à frente dos trabalhos, considero que o resultado ficou muito bom, porque o acréscimo atendeu a necessidade da paróquia e não descaracterizou o projeto original. Paulo Musa Arquiteto

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