Vemos a Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correia) na virada para o século XX com algumas das casas pioneiras de Copacabana e a igreja de Nosso Senhor do Bonfim (construção mais alta à esquerda), ainda em sua forma original de capela, com um estilo que lembra o Manuelino.
Saída da missa em 1924. À missa dominical das 11 horas da
manhã dava-se um verdadeiro “rendez-vous” entre as famílias do bairro. Imagens
da revista “Beira-Mar” mostram senhoras, senhoritas, rapazes e crianças
impecavelmente vestidos e em clima de confraternização.
Foto publicada pelo Tumminelli, do acervo da família
Antonio Carlos e Toty Maia. A revista “Beira-Mar” assim noticiou este casamento
dos pais do Antonio Carlos:
"O casamento da senhorinha Nair Barros Martins
Costa, filha da viúva Major Clemente da Costa, com o Dr. Tenente Tito Ascoli de
Oliva Maya, filho da viúva Antonio de Almeida de Oliva Maya, foi um dos mais
importantes realizados até hoje em Copacabana. O aspecto da matriz era deveras
encantador.
Figuras de destaque do nosso “grand-monde” enchiam o mais
lindo templo do mais formoso bairro do mundo. O movimento do trecho comprehendido
entre as ruas Hilário de Gouveia e Siqueira Campos era intensíssimo. Tinha a
impressão duma sahida da missa aos domingos, dada a elegância e belleza que se
revestiu o acto religioso (...)".
Foto garimpada pelo Reinaldo Elias na Biblioteca Nacional
da Holanda. Vemos a Rua Hilário de Gouveia em dia de feira, com a Praça Serzedelo Correia à
esquerda e, à direita, a igreja matriz de N.S. de Copacabana. Ao fundo a “Agulhinha
do Inhangá”.
Foto do húngaro Gyorgy Szendrodi, por volta de 1970, mostrando a igreja em seus últimos dias neste local.
Segundo Brasil Gerson, a paróquia de N.S. de Copacabana e Santa Rosa de Lima foi criada em 1908 por decisão do Cardeal Arcoverde. Havia no local, desde 1894, uma capelinha na Praça Malvino Reis (depois Praça Serzedelo Correa) construída por devotos da Irmandade do Senhor do Bonfim de São Cristóvão.
Em 1909 começou a construção da Matriz definitiva segundo
um projeto do arquiteto Gastão Baiana. É a que aparece nesta foto.
Logo após esta foto a igreja foi demolida levantando-se no seu lugar, junto com um edifício comercial para o financiamento de suas obras, uma outra igreja de estilo muito moderno, simples, segundo projeto do arquiteto Maurício Roberto, inaugurada em 1977.
A igreja em estilo gótico era muito mais bonita. O edifício comercial é um borror, abrigando um comércio estranho. Não sei se ainda continua, mas havia até uma loja de sexo explícito. Parte do edifício, além de estacionamento rotativo, abrigou a sede do Metrô Rio. A atual igreja ficou espremida no meio da quadra defronte à Praça Serzedelo Correia.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirMais uma aula sobre um ponto de Copacabana que desapareceu. Especulação imobiliária atinge a todos. Alguns aproveitam melhor.
Dia de acompanhar os comentários.
No início do século XX Copacabana tinha poucos moradores. De onde terá vindo o dinheiro para a construção dessa igreja?
ResponderExcluirA praça Malvino Reis tinha na outra esquina a estação de bondes da rua Barroso. Era bem no centro do bairro.
Acho que os padres fizeram um bom negócio com a venda, mas a igreja antiga era mais bonita.
O número de igrejas católicas no Rio de Janeiro é muito grande e pode ser explicado pela grande influência da colonização portuguesa. A partir do final do Século XX o "boom" das igrejas pentecostais fez com que o número de templos evangélicos superasse o número de templos católicos. Além disso o número de "denominações" de diferentes templos evangélicos é muito grande. Se a quantidade de igrejas mensurasse o nível moral da população, o Brasil seria a maior nação do planeta. É mais ou menos uma lógica parecida com a de Neném Prancha: "se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano terminaria empatado".
ResponderExcluirFF: hoje é o último dia de expediente bancário normal. Em outros tempos teríamos a tradicional chuva de papel picado nas ruas do centro. Consequência: bueiros entupidos e trabalho redobrado para os varredores de rua.
ResponderExcluirDizem algumas línguas viperinas que seria a destruição de provas acumuladas durante o ano. Hoje, como quase tudo é digital, ficou algo anacrônico.
Bom dia.
ResponderExcluirMorei em Copacabana dos 9 aos 33 anos, de 1962 a 1986.
Meus pais, minha irmã e eu íamos à missa das 10 aos domingos nessa igreja..
Por volta dos 14/15 anos de idade deixei de ir, ia era para a praia com a turma.
A nova igreja construída na década de 70 carece de qualquer identidade, é quase uma loja na entrada de um (horroroso) edifício comercial.
A região da praça está bem degradada e tem já há muito tempo sérios problemas de segurança,como aliás Copacabana de um modo geral.
Rubem Braga foi profético: Ai de ti, Copacabana.
Mário, era previsível que chegássemos a esse ponto por motivos que todos tem conhecimento. Para que alguns não se sintam atingidos em seus "melindres", não vou enumera-los. A Praça Serzedelo Correa e toda a região de Copacabana terão uma grande prova no próximo fim de semana devido ao "Réveillon". As forças de segurança vão empregar drones, detetores de metais, "reconhecimento facial" revistas pessoais, e câmeras nas fardas dos policiais, em um esquema de segurança nunca visto antes. Será que "agora vai"?
ExcluirSempre aprendendo por aqui, não sabia que a velha igreja tinha durado até por volta de 1970.
ResponderExcluirPra mim o prédio comercial é da paróquia, que aluga as lojas e salas.
Rapazes de olho nas moças na saída das missas também era um costume.
Os protestantes mais tradicionais dedicavam um bom tempo ao bate-papo após os cultos deles, não sei se continuam assim. A sensação é que os luteranos e os presbiterianos originais, entre outros protestantes de igrejas mais antigas, estão em extinção.
A localização geográfica das ruas obviamente não teve alterações, mas seus nomes sim. A Praça Malvino Reis atualmente é o "sítio" localizado entre as ruas Barão do Bom Retiro, José do Patrocínio, Gurupi, e Professor Valadares. No primeiro quartel do Século XX a atual rua Aristides Lobo se chamava "rua Malvino Reis". A linha de bondes Malvino Reis se referia ao "sítio" do Grajaú. Desconheço as razões desse tipo de alteração, mas acredito que não confunda o público. No "antigo Estado do Rio" 80% das ruas, praças, travessas, vielas, pinguelas, e qualquer espaço onde haja trânsito, tem o nome de Amaral Peixoto. Era muita idolatria...
ResponderExcluirAo Amaral Peixoto eu acrescentaria Roberto Silveira, outro governador idolatrado por eles.
ExcluirCom o fim do ano se aproximando, tenho a expectativa de rever a jovem elegante andando no meio do papel picado no centro da cidade que no post de 30 de dezembro de 2017 - por sugestão do Eraldo, imediatamente acatada pelo gerente - foi declarada a musa 2017 do SDR e, a partir daí, passou a fazer aparições regulares nesta época.
ResponderExcluirNão devemos esquece-la.
Mário. convidei-a a aparecer sábado por aqui.
ExcluirCom certeza o amável convite será por ela aceito.
ExcluirÉ triste o que fizeram com uma igreja tão bonita, com um bairro tão bonito, com uma cidade tão bonita, com um país tão bonito, com um mundo tão bonito. Os homens estragaram tudo…
ResponderExcluirEssa igreja tem ar condicionado, missa sem sofrer o calor do Rio.
ResponderExcluirAcho que foi a igreja onde fiz o curso para o casamento.
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