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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

RIO 1966

As imagens de hoje são do filme "Rio, Verão e Amor", uma comédia musical dirigida por Watson Macedo, que retrata o Rio de então, com muita praia e a música numa "guerra" entre os adeptos do "iê-iê-iê" e da "bossa nova". 

O filme é de 1966 e tinha no elenco Milton Rodrigues, Elizabeth Gasper, Walter Foster, Anabela, Augusto César, Suzy Arruda, etc.

 Participações musicais: Renato e Seus Blue Caps, Zumba-5, The Brazilian Bitles e Bossa-3.

O cartaz do filme foi desenhado pelo Ziraldo.


 A maior parte do final se desenrola no trecho entre o Castelinho e o Arpoador. O calhambeque vermelho que vem em direção ao Castelinho era de um dos personagens do filme.


 O trio de "bossa-nova" é o famosíssimo Bossa 3, com Luiz Carlos Vinhas ao piano. Este trio acompanhou grandes artistas e fez temporadas brilhantes em locais como o "Flag", em Copacabana.


O grupo de jovens está no Barril 1800, que substituiu o folclórico "Mau Cheiro", em meados da década de 60.
 

 Vemos um dos galãs do filme descendo do carro naquele Posto Shell, da confluência das ruas Gomes Carneiro, Rainha Elizabeth e Vieira Souto, que sobreviveu até há poucos anos.


 Aqui o grupo do "iê-iê-iê" esta no Bar Castelinho, nos últimos tempos em que Ipanema era ainda a Ipanema dourada. A partir de 1967 este local seria invadido por turistas, nacionais e estrangeiros, e de local "in" passou a ser "turistão", com um chope caríssimo.


O Arpoador da minha juventude, um pedaço do Paraíso. Pouca gente sabe que as pedras do Arpoador tinham nome: Samarangue, Piscininha, Pontal e Piniquinho. 
Para não machucar os pés andando pelas pedras o macete era usar uma "Alparcatas Roda" onde adaptávamos um cadarço para nos protegermos dos mariscos.
Nesta época, até as 14 horas, ficava estacionada junto ao Posto 7, a carrocinha da Kibon, do Souza, que à tarde ia para a Lagoa. Contam que vendia algumas "cositas" além dos produtos Kibon.

16 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    No verão de 1966, minha mãe estava grávida da minha irmã.

    Acredito que o fenômeno visto em Ipanema nessa época foi o mesmo ocorrido décadas antes em Copacabana com os os filmes estrangeiros e nacionais exaltando o exotismo local.

    Watson Macedo era tio da Eliana Macedo, apesar de eu pensar que tinha alguma ligação com a Zezé Macedo... Segundo a Wikipedia, este foi seu último filme.

    Ficarei acompanhando os comentários.

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  2. Watson Macedo era tio de Eliana Macedo, umas das atrizes mais atuantes nos filmes do tipo "chanchada", tão em voga nos anos 50 e início dos anos 60. As fotos desse filme mostram imagens de uma sociedade muito diferente da atual, sem as excrescências de costume.

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  3. Na foto 1, aparece um raro Simca Jangada, bem próximo do táxi preto, um desgastado Mopar já com vinte anos no lombo. O conversível prateado é um Oldsmobile F-85 Cutlass, 1962, um carro que foi crescendo ao longo dos anos até virar um "muscle car".

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  4. Este tipo de filme de verão lembra os filmes do Elvis daquele época. Uma historinha boba, música, romance e moças bonitas. Serviam para divertir.
    Ainda peguei o Castelinho dos bons tempos. Eu era adolescente e ainda não dava para namorar aquelas mulheres maravilhosas que andavam por lá.

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  5. Esse filme é um dos que mais gosto de assistir pois mostra um Rio que há tempos não existe mais à cores. Outro que acho interessante é "Em família" que mostra no final o interior da Novo Rio antes da reforma.

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  6. Sobre a colorização das fotos, eu notei que as cores dos automóveis não condizem com as originais. Na primeira foto e em primeiro plano vemos um Fusca anterior a 1963 com um tom de "verde abacate" que só foi lançado em 1967. Um outro Fusca que aparece estacionado sobre a calçada do lado esquerdo da foto é de um "azul celeste" que só foi lançado nós modelo 1978. O Gordini "avariado" que está entre as duas pistas também não tem o tom de "gelo" condizente com o original.

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    1. Joel, se são fotogramas de um filme não deve ser colorização. As cores devem ser originais.

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  7. Bom dia Saudosistas. Em 1966 estava começando a dar meus primeiros voos, mas Ipanema era uma distância muito grande para alçar voo sozinho. Quanto ao filme eu nunca cheguei a assistir, os locais citados nos comentários alguns frequentei já nos anos 70, junto com a turma de invasores.

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  8. Bom dia.
    Este tipo de imagem retrata uma zona sul que, criada pela combinação da idade que tínham na época, das opções de diversão sem restrições de local/horário, da quase ausência de "estrangeiros" de outros bairros e da (boa) situação financeira dos pais, era de fato um "paraíso" para os adolescentes e adultos jovens de classe média.
    Foi muito bom enquanto durou e sorte dos que estavam no lugar certo, na hora certa e na idade certa.
    Hoje, mais de 50 anos depois, ficaram as lembranças e uma saudade que às vezes chega "a doer".
    Mas, como bem diz um amigo, estamos preparados e aguardando: que venham os próximos 50 !

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  9. O enredo não me é estranho, mas não consigo lembrar de ter assistido esse filme.
    Tenho quase certeza que a respeito de praia nessa época eu não passava do Posto 6 e Ipanema / Arpoador no máximo um passeio sem pisar em pedras e nem mesmo na areia.
    Não consigo ver o preço da gasolina no Posto Shell para saber se vale a pena viajar no tempo e encher o tanque. Em tempos pré 1973 era baratinho, mas eu acho que os motores de hoje poderiam ter sérios problemas de "digestão".

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  10. Bom Dia ! Vou acompanhar os comentários. Como disse o Mario no comentário das 9.52 , sou estrangeiro. Apesar de ter visto o filme, não é minha área.

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  11. Eu vi o filme, acho que tem no Youtube. É colorido na origem.

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  12. Época que este espaço do Rio de Janeiro era um enclave, um principado.
    O filme está no YouTube, com uma qualidade muito boa.
    Assim que comecei a ver o filme, ao notar as figuras humanas passa-se a impressão a um desavisado que é uma utópica praia tropical na Suécia ou Noruega...rsrs

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  13. Ja vi esse filme algumas vezes...aparecem nele uma Plymouth 57 2 portas amarela e preta de parar o trânsito e um Impala 59 conversivel branca linda tmb...

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  14. O comentário das 9:52 é contundente (para alguns) e descreve perfeitamente a realidade daquela época. Em outras ocasiões já houve comentários mais contundentes e realistas sobre a zona sul, o Mário foi até "parcimonioso com suas tintas", e vou acrescentar alguns ítens que contribuíram para o fim do "Shangrilá tupiniquim". Em 1966 o Túnel Rebouças ainda não havia sido inaugurado, a Ponte Rio-Niteroi só seria oito anos depois, os acessos ao Túnel Santa Bárbara eram modestos, e a Auto Estrada Lagoa-Barra era ainda um projeto. Os enormes contingentes de moradores das favelas do Alemão, do Complexo da Maré, do Jacarezinho, e da Penha que lotam dezenas de ônibus que tem o seu ponto final na Francisco Otaviano, faziam parte de um pesadelo alojado em um futuro distante, bem como as estações de Metrô de Copacabana, Ipanema, e Leblon. Só esses fatores físicos seriam suficientes para destruir qualquer paraíso terrestre, e somar-se a isso os fatores morais e ideológicos, "seria covardia"...

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  15. Se me lembro bem, a pedra do Arpoador se chamava "pontão" e não "pontal".

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