Todos conhecemos a paixão do amigo Gustavo Lemos por motos e automóveis. Paixão herdada do pai dele, Aluizio Lemos, dono da famosíssima Lemos&Brentar.
Hoje veremos alguns desses veículos da família Lemos.
Aluizio Lemos, na famosa curva do cotovelo no Circuito da Gávea, em 1946. Ele está pilotando uma Triumph Tiger 500.
Em pé à direita, Haroldo Pokstaller, sentados no estribo: meu pai Aluizio Lemos (de colete), meus tios Afrânio e Lídia. O carro é um Ford 1935. A turma tinha acabado de ajudar a colocar o veleiro do meu avô no teto do Ford, na Rua Frei Veloso.
A foto é de 1939, também na Rua Frei Veloso. e mostra o Ford do avô do Gustavo. A cadelinha fox-terrier é a Toots.Av. Atlântica 1933. Na foto a avó do Gustavo e seus dois filhos homens (Aluizio ao lado do estepe) O carro é um Cord LN 29 1932 e está estacionado em frente ao Edifício OK, na esquina da Praça do Lido.
Afrânio, tio do Gustavo, na Rua Dias Ferreira, em 1948, com um Simca 5.Um dos fuscas do pai do Gustavo estacionado aparentemente na areia da Praia de Ipanema, na confluência da Vieira Souto, Francisco Otaviano e Francisco Bhering. Vemos, à direita, o antiquíssimo Edifício Marambaia.
Gustavo, a mãe e a irmã, por volta de 1960. O carro é um Porsche 356A conversível.
Em primeiro plano temos um BMW e ao seu lado uma Norton Manx. A BMW está com a descarga livre e devia fazer um barulhão. As duas motos eram o sonho de consumo dos jovens da época. A rua é a Souza Lima, em 1940.
Os tios do Gustavo no Arpoador. Falta identificar os automóveis.
Rallye dos 1000 Km Fluminenses/1972. Gustavo e o pai venceram o Prime desta prova e ganhamos um belo troféu. Este carro no Postinho era conhecido como "Viúva Negra". É um VW TC 1700 cc?
Foto de autoria de Hugo, pai do prezado JRO, feita em 1947 no Arpoador. Nela aparecem Afranio Lemos, D.Rose, mãe do Zé Rodrigo, na moto de seu marido, e na outra moto Arlindo Pereira Carneiro. O Arpoador era o “point” dos motociclistas nesta época. As motocicletas eram, a partir da esquerda, uma Victoria 350, uma DKW DS 350 e uma NSU 500. Era comum colocar o nome da moto sobre o paralama dianteiro, como vemos: "La Conga" e "Tabu".
As três últimas fotos são da oficina Lemos & Brentar, na Rua Jardim Botânico. Um texto do Gustavo, transcrito no final da postagem, dá todas as informações sobre ela.
Texto do Gustavo Lemos:
“Vemos a instalação no corredor de entrada da Lemos & Brentar de um Puma em 1968. Ele permaneceu aí até 1980, quando foi removido, mudou de cor, e transferido para a fachada do prédio à direita onde está o letreiro Formad. O carro era meia carroceria que a Puma enviara de presente para os novos concessionários no Rio e substituiu um Fusca que estava pendurado no mesmo lugar.
Na época eu tinha quinze anos e estava aí acompanhando a instalação. Meu pai está de costas sobre o muro, na altura do capô do táxi DKW. A foto provavelmente foi tirada pelo Albino Brentar.
Lemos & Brentar em três tempos. A primeira fase foi de 1957 a 1968, com o Fusca pendurado em 1959. A segunda com o Puma que foi de 1968 a 1980. A terceira de 1980 a 1986.
Em 57, Aluizio Lemos e seu sócio em uma locadora de automóveis, Edgard Torres, compraram uma oficina na Rua Jardim Botânico nº 705, telefone 26-4351, que se chamava Auto Super, para fazer manutenção dos carros da frota. Em 59 a sociedade foi desfeita e na partilha dos bens meu pai ficou com a oficina, que resolveu explorar com o sócio remanescente da Auto Super, Albino Brentar.
Foi criada a Lemos & Brentar, especializada em VW, principalmente em preparação e montagem de Kits Okraza no motor e lanternagem para companhias de seguro, com as quais Aluizio tinha ótimo relacionamento. A ideia de colocar o Fusca pendurado surgiu de um carro que deu entrada na oficina com o lado direito totalmente destruído e a seguradora deu perda total. Compraram o carro por uma ninharia no estado, cortaram ao meio e penduraram na entrada.
Não se sabe de qual dos dois surgiu a ideia, já que ambos discutiram a autoria até a morte. O fato é que foi um grande sucesso, que atraiu a atenção da VW, que tinha acabado de inaugurar sua fábrica de São Bernardo. Tornaram-se concessionários da marca.
A fase Puma começou em 1968, pouco depois do lançamento do modelo com chassis VW. A L&B tornou-se a segunda concessionária da marca no país, perdendo apenas para a Comercial MM de São Paulo, que pertencia a dois sócios da fábrica. Venderam mais de 6.000 Pumas até o fechamento da fábrica.
Em 1979, compraram o contrato de locação da Formad, loja ao lado do corredor de entrada, e resolveram trazer a concessionária de motos Honda que tinham na Gávea (Setemo) para o local. A nova loja foi inaugurada em 1980.
Em 1986 foi vendida para a Auto Modelo, que estava desesperada atrás de um local para a concessionária VW da Lagoa que foi desativada para construção de prédios.
Albino faleceu em 2001, faltando um mês para completar 70 anos. Aluizio, meu pai, em 2007, com 80 anos.”
Uma reportagem do JB dava conta que “Albino é o sócio técnico e Aluizio o financeiro. Os dois entendem de Volkswagen, pois inclusive Aluizio tem todos os cursos, mas como ele mesmo diz, “o Albino é mais profundo”. Albino também reconhece que Aluizio, em questão de contas e impostos, é melhor e assim vão vivendo, cada qual, porém, com direito de meter o bedelho na parte alheia.
Tanto um como outro, ou seja, o Lemos e o Brentar, são hoje sossegados chefes de família. Assistem corridas e confessam-se inquietos quando ouvem uma motocicleta passar roncando pela rua. Sublimam, porém, a paixão dos motores no trabalho da oficina. E concluem: um homem deve fazer aquilo de que gosta na vida. E nós gostamos de motores.”
Sensacional.
ResponderExcluirAdmiro as motos, mas hoje o risco é enorme. Tanto pelo trânsito quanto pelos roubos.
A diversidade de modelos de carros da família é espantosa.
Foto 5 Rua Dias Ferreira, mostra o Edifício Irene, que dobrava a direita, em direção à Rua General Artigas, onde havia uma outra portaria. Neste exato local da foto, hoje temos o Supermercado Zona Sul.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirPostagem sensacional. Quase sem "trabalho" para o biscoito. A história dos carros pendurados volta e meia aparece neste espaço, mas sempre é bom recordar.
Há uns dez anos (aproximadamente) eu via um Mini pendurado na Avenida das Américas...
Bom Dia ! Depois de dias com o computador na oficina ,estou de volta. Muito bom ,vou ler mais tarde com calma.
ResponderExcluirPossuir concessionárias de veículos e agências de automóveis era um bom negócio no passado, e as razões eram muitas. Hoje em dia os encargos e os riscos são muitos. Muito poderia ser dito sobre esse porquê, mas "deixa pra lá".## A foto do Fusca "saia e blusa" tendo a Francisco Otaviano como fundo é bem conhecida.
ResponderExcluirSensacional essa publicação! Fez história a Lemos & Brentar, com a metade de um fusca na fachada. Acho que depois apareceu uma metade de Puma. Acho que a foto da Dias Ferreira apareceu em um Onde É? que eu acertei. E o fusca do pai do Gustavo está estacionado justo onde se realizavam as Corridas de Submarino no Arpoador.
ResponderExcluirEste comentário do Mauro sobre o computador na "oficina" me fez voltar há uns 40 anos atrás...rsrs
ResponderExcluirBelo acervo de "machinas". A respeito das motos BMW, esta marca volta e meia insistia na transmissão de potência via cardã e não por corrente, o que eventualmente, em função dos problemas de quebra, acabava em preju.
Muito feliz com esse post. Não tenho palavras para agradecer.
ResponderExcluirAs concessionarias da Volkswagen eram espalhadas pela cidade e também pelo antigo Estado do Rio. Em tempos de gasolina barata, veículos "tabelados", e praticamente sem opcionais, o serviço e o atendimento é que faziam o diferencial. Hoje compra-se carro pela internet sem ao menos vê-lo e as surpresas podem ser desagradáveis. Carro é como uma mulher: precisa ser alisado e apalpado para encontrar imperfeições na carroceria, e "ouvido" para perceber a "batida do motor". Atualmente a quantidade de fraudes existentes em transações envolvendo veículos é absurda, e as punições são "quase inexistentes". No passado a palavra dada e "um fio do bigode" bastavam para "fechar um negócio". Comprava-se carros dessa forma e praticamente os problemas eram ínfimos. Hoje em dia existe o Código de Defesa do Consumidor {Lei 8078/90} e os Juizados especiais Cíveis, mas a quantidade de fraudes é impressionante e na maioria das vezes "nada acontece".
ResponderExcluirMuito bom! Assim era o Rio nos tempos de cidade maravilhosa.
ResponderExcluirÓtima postagem com diversos ingredientes. Aprecio com moderação carros e motos, mas não há tanto fascínio. Tenho a nota de compra de um DKWVemag de meu pai. Particularmente destaco a Rua Frei Veloso, que foi parcialmente desapropriada para ser a saída do Rebouças na Lagoa. Sobrou uma nesga embaixo do viaduto, onde há um posto da Comlurb. Nunca tinha visto fotos de casas dessa rua. Todos esses "Freis" Veloso, Leandro, Solano, tem ligação com o Jardim Botânico. Aliás a Rua Abelardo Lobo tinha o nome de Greenhough, diretor da Ferro Carris do Jardim Botânico. Realmente "já deu" Bippus, Ferrez , Malta etc. As fotos caseiras retratam um Rio que ninguém viu. Ainda tem Francisco Otaviano com prédios baixos. E a Escola do Conservatório da Gávea deu lugar a uma loja da Formiplac.
ResponderExcluirA fábrica de móveis Formiplac funcionava na Avenida Automóvel Club em Acari junto à estação da E F. Rio D'Ouro, e próximo à rua Guaiuba. Atualmente funciona no local o Hospital Municipal Ronaldo Gazzola.
ExcluirO veteraníssimo Simca estava pronto, e devidamente numerado, para encarar o Trampolim do Diabo?
ResponderExcluirNão lembro de motor VW com 1700cc em tempos de TL e Variant.
Destaque também para o Porsche, afinal um sonho de consumo de muita gente, até hoje.
Aguardamos identificação dos carros no Arpoador (ficamos acostumados).
De linha, 1600 cc.
ExcluirDeslocamentos maiores nesses carros só com customização.
Os SP1 e SP 2 eram equipados com motor 1700 c.c.
ExcluirO carro em que o casal está encostado é um Opel Kapitan 1946. Mais adiante um Ford 48.
ResponderExcluirA Esquadra Invencível espanhola foi a pique.
ResponderExcluirO time da Espanha é bem fraquinho mesmo.
P.S. perderam TODOS os pênaltis.
É verdade. Francis Drake, Walter Raleigh, e outros sob as ordens da rainha virgem, salvaram a Coroa Britânica de um grande desastre. Na Copa do Mundo grandes surpresas estão acontecendo, favoritos estão sendo eliminados, e muitas surpresas irão ocorrer. O povo brasileiro e o Brasil merecem.
ExcluirBelíssima postagem . O que mais me marcou foi a foto da rua Frei Veloso, tendo como pano de fundo belas residências e uma bela mata que nos faz imaginar estar em Petrópolis dos bons tempos.
ResponderExcluirConheci muito os dois. Aluizio e Albino. Fui cliente tanto na Puma qto na Honda. Grandes pessoas, tanto profissional qto pessoal.
ResponderExcluirFiz varios passeios de moto com Aluizio e convivemos bastante mesmo depois de encerradas as atividades da L&B.
Saudades desse tempo...
A seleção da Espanha entrou para mais um capítulo que deve ser inédito na história das Copas, zero no tempo normal, zero nos 30 min de prorrogação e zero na disputa de penalidades.
ResponderExcluirJá a zebra atravessou as areias do Saara e foi morar no Norte da África.
Embora para escrever sobre automóveis eu, assim como Pero Vaz de Caminha, “para o bem contar e falar, o saiba pior que todos fazer”, ouso comentar que, do total de cerca de 12 mil unidades do modelo Volkswagen SP produzidas, apenas aproximadamente 160 foram SP-1, equipadas com motor 1600cm3. Todas as restantes eram SP-2, essas montadas com motorização 1700cm3.
ResponderExcluirParticularmente eu nunca vi nenhum SP 1. Sei que foram pouquíssimos produzidos, e suspeita-se que nenhum rodou por aqui, apenas em São Paulo. Cheguei a dirigir o SP 2, mas não gostei por ser muito baixo. Hoje em dia seria "uma teta" para os bandidos. .
ExcluirO TL tinha motor 1700, mas não era de fábrica.
ExcluirBrasileiros felizes da vida pelos 4 gols na Coreia e aí vai Portugal e manda 6 na rede da seleção Suíça que só levou 1 do Brasil.
ResponderExcluirÉ de fazer o Tite "coçar" a cabeça por horas.
Boa tarde Saudosistas. De carro nada entendo, interessante a documentação fotográfica dos carros ao longo dos anos.
ResponderExcluirFF. Jogar Tic-Tac sem craques como Iniesta, Xavi, Xavi Alonso, jogadores raçudos como Puyol e Sergio Ramos, deu no que deu, jogou 120 minutos sem criar uma jogada de gol, só não perdeu o jogo durante o tempo normal e na prorrogação porque o centro avante de Marrocos não joga nada.
A "Invencível Armada" foi a pique e muita gente está "para lá de Marrakesh"... A zebra fará hora extra no sábado, contra Portugal, que deu um chocolate suíço há pouco? Foram características diferentes, mas 6X1 contra o mesmo adversário que quase passou incólume contra o Brasil... E o CR7 boa parte do jogo no banco.
ResponderExcluirDos oito "sobreviventes", cinco europeus, dois sulamericanos e um africano.
Portugal tem entre titulares e reservas grandes nomes que jogam na Premier League e na Itália. Se o técnico organizar o time Portugal tem tudo para ir longe. O risco é o Pepe.
ResponderExcluirPara o bem ou para o mal ...
ExcluirObs.: junto com a França, Portugal tem o melhor (e mais equilibrado) elenco e, ao contrário da França, um técnico fraco mas que ontem aparentemente acertou, deixando CR7 no banco.
Minha concessionária quando comprei um Gol era a Kuhn & Cia, na Rua Leite Leal em Laranjeiras. Pequena, ótimo atendimento e o dono sempre presente.
ResponderExcluirCaro Gustavo,
ResponderExcluirA foto do tio Aloisio encostado no VW TC, ao teu lado, foi muito gostoso de se ver. Estas fotos abrem um leque de recordacoes que não param mais... aí aparecem o Kiko, o Paulo Rogerio...
Gostei muito da colecão mostrada, sendo esta em especial.
Forte abraço.