PROGRAMAS DE AUDITÓRIO, por Helio Ribeiro
Na
época áurea do rádio, houve vários programas de auditório que atraíam
multidões, fossem meros espectadores ou fãs dos artistas que se iriam
apresentar. Vários desses programas migraram posteriormente para a TV. Vamos
listar alguns. Não vou citar os mais óbvios de todos, os programas do
Chacrinha, de farto conhecimento público.
1) PROGRAMA CÉSAR DE ALENCAR
Era
um dos mais famosos. Hermelindo César de Alencar Mattos começou a carreira em
1939, na emissora carioca Rádio Clube do Brasil. Mudou-se para a Rádio Nacional
em 1945, atuando em narrações e comerciais e pequenas participações em novelas.
Mas a fama veio quando em 1948 Paulo Gracindo saiu da rádio e César de Alencar
passou a ter seu próprio programa, aos sábados.
A
música de entrada do programa fez história: "Essa canção nasceu pra quem
quiser cantar / Canta você, cantamos nós até cansar. / É só bater, e decorar /
Pra recordar vou repetir o seu refrão / Prepara a mão / Bate outra vez / Este
programa pertence a vocês".
O
auditório lotava durante a apresentação do programa. Vide abaixo.
A
foto abaixo mostra Cauby Peixoto cantando no programa.
Com
o regime militar, César de Alencar foi injustamente acusado por adversários
artísticos de dedurar dezenas de funcionários da Rádio Nacional. A partir daí
sua carreira declinou.
2) PROGRAMA PAPEL CARBONO
Conduzido
por Renato Floriano Murce, era um programa de calouros que revelou muitos
cantores, como: Os Cariocas, Dóris Monteiro, Ângela Maria, Ivon Curi, Agnaldo
Rayol, Roberto Carlos, Luiz Vieira, etc. Renato chamava os calouros de ilustres desconhecidos, tratava-os com
muito respeito e procurava encaminhá-los na carreira artística.
Renato
teve uma vida artística muito movimentada, passando por diversas emissoras de
rádio. O programa foi inspirado num filme antigo assistido por Murce, que o
adaptou para o rádio. Começou na Rádio Clube e depois migrou para a Rádio
Nacional.
3)
UM INSTANTE, MAESTRO
Lançado
por Flávio Cavalcanti em 1952 na Rádio Nacional do RJ, foi levado para a TV
Tupi em 1957. Com a ida de Flávio para a TV Rio em 1959, o programa saiu do ar,
voltando em 1965 pela TV Excelsior e logo a seguir, em 1967, retornando para a
TV Tupi.
Flávio
selecionava lançamentos musicais da semana e dava sua opinião sobre eles. Os
que não passavam pelo seu crivo tinham o disco quebrado ao vivo.
Posteriormente
foi criado um grupo de jurados para julgar as músicas.
Com o tempo, o programa evoluiu para A Grande Chance (programa de calouros) e
posteriormente para Programa Flávio
Cavalcanti.
4) O CÉU É O LIMITE
Estreou
em 1955 na TV Tupi de São Paulo, em seguida sendo repetido no Rio de Janeiro,
onde o apresentador era João Silvestre, mais conhecido como J. Silvestre. Era
um programa de perguntas. O candidato escolhia um tema e as perguntas se
sucediam, cada vez mais difíceis. A cada pergunta, o candidato podia desistir
ou continuar. A cada resposta correta, J. Silvestre imortalizou a frase
"Resposta absolutamente certa".
Patrocinado
pela VARIG, J. Silvestre tinha como assistente a bela Ilka Soares.
A candidata mais famosa foi Leni Orcida Varela, na época com 23 anos e que respondia sobre Guerra Junqueiro visando angariar dinheiro para o casamento. Ela ficou com o apelido de Noivinha da Pavuna e conseguiu um bom prêmio, sendo sua união selada diante das câmeras, em 1969, com J. SilvestRe como padrinho.
5)
CALOUROS EM DESFILE
Inicialmente
transmitido pelo Ary Barroso. O calouro era submetido a uma série de perguntas
que já o deixavam nervoso. Aí ele começava sua performance, que não
necessariamente era música, podendo ser imitações, por exemplo. Se a
performance não fosse boa, um imenso gongo era acionado. Os trajes do tocador
do gongo variaram ao longo do tempo, mas costumavam ser de orientais ou
africanos. Ele era apelidado de Macalé. Algumas vezes o candidato saía chorando
do palco.
===== FIM
DA POSTAGEM =====
Luiz D´:
Abaixo meus comentários.
1) PROGRAMA CÉSAR DE ALENCAR: os programas de auditório faziam drande sucesso. Tenho muitas dúvidas sobre o papel do Cesar de Alencar no caso da delação de "comunistas". Sim ou Não? Há muitos textos que falam desse assunto.
Cauby foi um ídolo com milhões de admiradores. O assédio a ele em público era impressionante. Eu acho que ele tinha uma voz muito bonita e algumas interpretações fantásticas como "Bastidores", do Chico Buarque.
2) PROGRAMA PAPEL CARBONO: pouco acompanhei este programa, mas os artistas citados mostram como foi importante.
3) UM INSTANTE, MAESTRO: certa vez, quando o Simonal gravou "Manias", de autoria do Flavio, ele disse que antes de ouvir tinha certeza de que quebraria o disco. Mas se rendeu à interpretação do Simonal e o convidou para cantar ao vivo em seu programa.
Na foto dos jurados acho que estão: José Messias, Iris Lettieri, Erlon Chaves, Walter Forster, Márcia de Windsor e Sergio Bittencourt.
4) O CÉU É O LIMITE: via sempre. Começava com um "Continua ou desiste" para o candidato. Se desistisse levava o prêmio (ou parte dele) que já havia conseguido. Se continuasse e errasse as respostas perdia tudo. Era um angústia. Acompanhei com interesse o Oriano de Almeida respondendo sobre Chopin. Até hoje tenho dúvidas sobre a honestidade desses programas. Será que não havia acordos entre produtores e candidatos?
5) CALOUROS EM DESFILE: o Ary Barroso não era fácil. Certa vez um candidato disse que ia cantar um sambinha. Ary perguntou qual o nome do sambinha. O infeliz candidato disse que era Aquarela do Brasil. Foi gongado antes de começar a cantar.
O Tião Macalé era o técnico do Dínamo, time de praia famoso que usava uma camisa como o do América e tinha seu campo quase na esquina da Constante Ramos. Ao lado do campo do Maravilha. Depois o Macalé participou de muitos programas humorísticos.
Agradeço, mais uma vez, ao Helio Ribeiro pela colaboração.
O J. Silvestre era um "chato". Minha avó adorava "O Céu é o Limite". A "Noivinha da Pavuna" ganhou de presente a casa que aparece na foto 8, uma casa típica encontrada amiúde em locais do "antigo Estado do Rio", casa essa que ela acabou perdendo tempos despois. O Céu é o limite era patrocinado pelas Casas Sendas.## Tião Macalé inicialmente tinha dentes, mas em programas como "Balança mas não cai" já não os tinha. Era notória a parceria dele com Marina Miranda, e seu bordão "Ô crioula difícil" ficou famoso.
ResponderExcluirQuando criança me espantava a idolatria pelo Cauby e pela dupla Emilinha e Marlene.
ResponderExcluirA Revista do Rádio era um sucesso de circulação. Aliás o rádio derrotava a TV em muitas ocasiões. Até novela se ouvia pelo rádio.
Assim como o Luiz acho que há marmelada nesses programas de perguntas.
Nunca tinha ouvido falar nesse Papel Carbono.
Senti falta do PRK30.
Bom dia.
ResponderExcluirA respeito do Sérgio Bittencourt, jurado do Flávio Cavalcanti, guardei na memoria, sei lá por que cargas d'água, que ele era hemofílico.
Filho de Jacob do Bandolim, homenageou o pai com uma bonita canção, intitulada "Naquela Mesa."
Outra composição do Sérgio conhecida foi "Modinha".
Esse "anônimo" 08:22 sou eu.
ExcluirSerá que agora vai?
ExcluirO anônimo teimoso sou eu.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirPeguei o finalzinho do Flávio Cavalcanti na Tupi e depois peregrinando por emissoras até sua morte. Mas não era do meu gosto.
Já comentei antes sobre J. Silvestre e suas perguntas sobre temas específicos a participantes. Incluindo conhecidas do meu irmão.
Sobre os demais não tenho como comentar.
Hoje a Lei Áurea faz 135 anos e é aniversário da Praça Saenz Pena, com direito a festa patrocinada pela prefeitura desde às 8 horas. Se o tempo permitir.
Desses programas eu apenas sou contemporâneo de "Um instante, maestro", do Flávio Cavalcante. Dali surgiram boas figuras da MPB, inclusive o Emílio Santiago, que eu considero como o melhor cantor brasileiro de todos os tempos.
ResponderExcluirNa época da "noivinha", a Pavuna ainda era um lugar "habitável". Atualmente, por conta da favelização de Acari (que se extende do Hospital Ronaldo Gazola - antiga Formiplac e Fábrica da Esperança - até a estação do metrô da Pavuna), da expansão do Chapadão e da Feirinha, a Pavuna virou, assim como vários outros pontos dos subúrbios do Rio, uma "mini Dheli".
Programas de auditório fui a três: um na TV Excelsior, uma apresentação da Elis Regina (talvez uma exibição de "O Fino da Bossa", no RIo), onde tocou também o Gilberto Gil.
ResponderExcluirOutro foi na TV Continental, no programa do Armando Marques, quando fui sorteado para ir no palco responder sobre uma regra de futebol. Acertei e ganhei um brinde.
O terceiro fui várias vezes. Era o "Noites Cariocas", na TV Rio. Ver de perto aquelas vedetes maravilhosas era muito bom. Depois do programa, acho que era nas sextas-feiras, ia tomar chope num bar da Av. Atlântica, perto da TV Rio, acho que o Pigalle.
Sobre o comentário 09:27 eu vou mais adiante. No início dos anos 70 eu conheci bem a região de Acari, e em especial a área da Fábrica Formiplac e a Rua Guaiúba ao lado, e que atualmente é a porta de entrada de uma das maiores bases do narcotráfico, tal qual a Nova Holanda no Complexo da Maré. Muitas vezes fui com minha mãe a um centro espírita localizado na citada Rua Guaiúba, e em em muitas delas saímos de lá em horário avançado. Não havia tráfico de drogas na região. Porém do lado esquerdo na pista de subida da antiga Avenida Automóvel Club no final dos anos 70 teve início a construção da "Fazenda Botafogo", um conjunto de mais de 80 prédios populares que nos anos seguintes acabou se tornando reduto de criminosos. A partir de 1983 no Governo Brizola, o processo de criminalização do local se acentuou. Além disso novas favelas se formaram, como o Parque Columbia na "Estrada Rio D'Ouro", uma via que faz parte da inacabada "Linha Verde" e que dá acesso à Via Dutra. O crescimento da favela existente no Morro da Pedreira que fica na Estrada de Botafogo que liga a Automóvel Club com o bairro de Costa Barros, e a sua proximidade com o Morro do Chapadão e a favela da Quitanda, acabaram se constituindo em um "cinturão do narcotráfico". A feirinha da "Robauto" em Acari surgiu nos anos 80 e era uma consequência da deterioração da região onde já nessa época o tráfico se fazia presente.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Mais uma bela e importante pesquisa do mestre Hélio Ribeiro, já podemos dizer que o SDR tem o Sábado com a Pesquisa do Hélio Ribeiro. Quanto aos programas assisti a todos, quando era criança no rádio e na TV, nem sempre por vontade própria, mas por que era o que os meus pais assistiam.
ResponderExcluirA tarde retorno para fazer alguns outros comentários sobre os programas e demais assuntos pertinentes.
Não consigo lembrar se ouvi algum programa de rádio com auditório. Já tinha o modelo que existe até hoje, o apresentador com comentaristas, repórteres e entrevistados.
ResponderExcluirNão sabia que o programa do Flávio Cavalcanti tinha passado pelas rádios.
Ele o Sílvio Santos dominavam a TV na casa da minha avó materna. E ainda moramos com ela 2 anos após o falecimento do meu avô. O suficiente para causar um trauma no início da minha adolescência, por ficar ouvindo a voz do vendedor de carnês do Baú boa parte do domingo.
os citados foram muito importantes para a TV brasileira. Hoje seriam considerados grandes influencers, se bem que o maior de todos os influencers da História, na minha opinião, foi o Ibrahim Sued que não tinha um programa totalmente seu, apenas uma participação no Fantástico que gerava altos picos de audiência. Ele ditava o comportamento, a moda e tudo mais.
ResponderExcluirTenho 2 coisas a comentar: inicialmente sobre a consideração do titular deste blog em seu comentário número 5. Nunca houve esse episódio. O fato em questão consta no stand up do José Vasconcelos no qual ele conta essa história. Era uma piada no LP "eu sou o espetáculo" do Zé. Não foi um fato real.
A segunda coisa a comentar foi o fato de eu estar noivo da minha primeira mulher em 1972, quando era assistente do José Octavio Castro Neves, então diretor de eventos internacionais da Globo. Como era um trabalho instável, precisava de algo mais seguro para garantir uma renda que pudesse servir para o sustento do meu casamento.
Minha ex sogra era amiga do Flavio Cavalcanti e conseguiu um encontro dele comigo. Ele ficou encantado com o que eu sabia do modus operandi da Globo e me ofereceu um emprego fixo com um salário excelente. Não pude aceitar, pois a condição era de servir em horário integral, incompatível com a faculdade de medicina que eu cursava. Uma pena... Quanto ao Flavio, era uma pessoa maravilhosa apesar de ter feito um tipo machão, destemido, corajoso e mau caráter. Nada disso. Era uma pessoa muito agradável. Essa reunião foi na casa dele em Petrópolis no bairro do Valparaiso onde ele tinha uma estupenda casa. Até hoje lamento não ter seguido carreira na TV, fosse na Globo, onde as ofertas que recebi também exigia horário integral e viagens ou na Tupi com o Flavio. A vida te dá opções. às vezes a gente acerta, porém erra também...
Conde, segundo meu avô e outros colegas que ocupavam o cargo de "Agente Fiscal de Tributos Federais", Flávio Cavalcante era tido como um "falastrão" entre os colegas. Segundo meu avô, Flávio era "sensacionalista" e gostava de aparecer. O caso da sessão espírita "ao vivo" onde "Seu Sete da Lira" passou o programa inteiro "incorporado", custou-lhe um "puxão de orelhas" da Censura Federal. Além disso o vexame que sofreu na fortaleza de Tenório Cavalcanti quando quis "tirar uma onda com a cara do político", poderia ter tido consequências graves. Mas também ele tinha um lado piedoso. Na casa de Petrópolis citada por você, Flávio escondeu algumas personalidades importantes durante o Governo Militar. Sorte que isso só veio à tona muitos anos depois.
ExcluirAs histórias do Conde di Lido são fantásticas.
ResponderExcluirViu o Paul McCartney fazendo xixi em Trafalgar Square de madrugada ao sair de um Rolls Royce, morou no mesmo edifício do Peter Sellers e da Elke Sommer em Paris, era vizinho da Catherine Deneuve e testemunhou o affaire com o Mastroianni, frequentou o hospital de Madame Curie com o Ahmad primo do xá da Pérsia, ouviu confidências do Pelé, ciceroneou o Astor Piazzola, acompanhou Tom Jobim nos especiais da Globo, esteve ao lado do Jackie Ickxx nas 24 horas de Le Mans, cruzou com o AG no Zona Sul do Leme, foi médico do Roberto Marinho, comeu o pato 23.000 do Tour D'Argent, foi "assim" com o Jô, foi o "mago do Photoshop", é fanático pelas montanhas-russas da Disney, foi aluno do curso de natação da Maria Lenk, tinha a carteirinha nº 1 do Le Bateau, namorou uma Miss Brasil, arrasava nos carnavais de Correas, era da "turma da Barão" junto com o Jurandir, sobrinho do Cardeal Bertoni e frequentador do Vaticano, foi protagonista principal da peça "O Rei da Abissínia e os escravos núbios", é o pianista permanente na Mansão do Alto da Boa Vista, sede do S.E.M.P.R.E., foi modelo para a propaganda do perfume Lancaster, ídolo das vovós da hidroginástica e das moças BR, e ainda teve tempo para uma carreira brilhante na Medicina.
Incrível.
Correções:
Excluir- Vi o Paul em Trafalgar Sq dando milho aos pombos depois de descer de um Rolls branco com um motorista chinês
- O Peter Sellers e a Sommer não moravam no meu prédio. Eram meus vizinhos
- Jamais conheci o Mastroianni
- Fui acom meu amigo primo do Xá em uma visita a um laboratório, nada a var com Mme Currie
- O Pelé comeu a minha então namorada em Paris. Engravidou e abortou. Não sei se era filho dele.
= Sobre o Piazzolla, confere
- Jobim e Ickx é invenção do Luiz
- AG confere
- Nunca fui médico do Marinho. Fui padrinho de casamento de uma sobrinha dele
- Pato do Argent confere
- "assim" com o JÔ depende
- Montanhas russas confere
- Conheci a Lenk dando aulas no Copa. Não fui aluno
- Carteira 1 do Bateau é papo furado
- Namorei a Gloria que não foi miss Brasil. Foi Miss beleza internacional 10 anos depois do nosso namoro
- Nunca fui a bailes em Correas
- Não era da turma da barão e sim do Camões, inimiga. Conhaci o Jurandir en passant
- Rei da Abissinia não confere
- Pianista do Alto confere
- Não fui modelo do Lancaster. Apenas usava
- Ídolo das vovós confere
- Carreira brilhante na medicina é mentira. Foi pífia.
Espero ter restabelecido a verdade. a Imaginação do Luiz é igual a de Verne.
-
Em parte do segundo semestre de 1965, a firma onde eu trabalhava como topógrafo pegou a obra de construção das linhas de esgoto e águas pluviais e colocação de meio-fio e pavimentação com paralelepípedos ao longo da rua Guaiúba, em Acari. Se não me engano, na época a rua não tinha saída, terminando num lodaçal. Eu tinha 18 anos de idade. Era uma rua de terra, larga. O calceteiro era o Trator, um negão já referido por mim outro dia. O cara tinha uma habilidade extrema para calcular a profundidade da valeta na qual jogaria as grandes pedras de granito do meio-fio, deixando-as já praticamente alinhadas e niveladas pela linha de nylon esticada anteriormente. Usando uma grande alavanca, ele conseguia mover as pesadas pedras como se fossem de algodão e habilmente as jogava dentro da valeta. Então fazia pequenos ajustes com a alavanca, dava umas cacetadas em cima dela para colocá-las no nível correto, e estava feito.
ResponderExcluirHélio, em 1965 a velha estação da E.F. Rio D'Ouro ficava em frente à Rua Guaiúba e nessa época os trens expressos da Leopoldina utilizavam o leito da Rio D'Ouro, e aquela região era bem movimentada, você lembra disso? A Rua Guaiúba continua sem saída. Nos anos 70 ainda era "de terra". Várias vezes eu ia com minha mãe à sessão espírita e por vezes voltávamos tarde da noite, e nunca houve qualquer problema. Vou mandar para o teu ZAP a foto da entrada da Rua Guaiúba e da estação da Rio D'Ouro em 1960.
ExcluirEm 1974, eu já como analista de sistemas no IBGE, fui convidado para fazer uns bicos noturnos de programação para a Formiplac, onde hoje é o Hospital Ronaldo Gazolla. Fica justamente ao lado da rua Guaiúba. Eu chegava lá já no início da noite e saía por volta das 22 horas. Sem medo.
ResponderExcluirHoje, por incrível que pareça, minha enteada mais velha está casada com um rapaz cuja família é muito antiga no Parque Colúmbia, que fica adjacente a Acari, do outro lado do rio, já considerado Pavuna. Ela mora na rua Embaú, a principal do Parque Colúmbia e onde havia um imenso depósito das Casas Bahia, hoje ocupado por várias empresas de logística. O tamanho é impressionante.
ResponderExcluirComo a família e o marido dela são muito conhecidos na área, ela já escapou de uma ou duas tentativas de assalto, pois os bandidos a reconhecem e passam direto, até cumprimentando-a.
O nível de pobreza dentro do parque é impressionante, pelo que o marido e o sogro dela contam. Quando o rio Acari transborda, é uma tragédia imensa, com famílias perdendo tudo nas águas. O sogro dela é quase um benemérito local, pois preside uma associação e socorre frequentemente as famílias miseráveis, com comida. Agora formaram times de futebol com a garotada, mas só permanece quem tira notas boas no colégio. A garotada se esforça nos estudos para não perder a vaga nos times.
Já fui lá muitas vezes. Anteriormente minha enteada morava na entrada do Parque, beirando a favela. Agora se mudou para uma casa alugada na rua principal, a Embaú.
Por essas e outras eu digo que o Rio não é nada do que se mostra nos anúncios e propagandas do circuito Elizabeth Arden. Aliás, nem precisa ir tão longe. Basta atravessar qualquer túnel e já se entra em Wichita ou Dodge City ou Topeka ou Fargo ou Tombstone. E facilmente se encontram Jesse James, Billy The Kid, Butch Cassidy, Sundance Kid. Ah, e para não sermos discriminatórios, também tem a Belle Star. Desfilam tranquilamente pelas ruas, em motos, carros e dançam em bailes funks.
Você conhece bem a realidade, mas muitos continuam a "se sentir " no circuito Elizabeth Arden". Devíamos convidar o Conde di Lido para "dar uma volta" no circuito "Colégio, Acary, Pavuna". Garanto que ele ia adorar...
ExcluirDesculpem o desvio do assunto do dia, mas o Joel puxou o fio da Pavuna e Parque Colúmbia e eu aproveitei para embarcar na dele. Para encerrar: o chefão da área foi criado com o marido da minha enteada, tendo muitas vezes, ainda criança, almoçado na casa da mãe dele, para não passar fome. Por isso, ele tem enorme consideração pelos sogros e pelo marido da minha enteada. Tanto é que na festa de aniversário dela, em 2018, ele compareceu disfarçadamente armado e verificou se o estoque de cerveja que havia encomendado para a festa havia chegado direitinho. E no casamento que iria se realizar em 2020 (cancelado por causa da COVID) ele se encarregaria da segurança da festa, a ocorrer num sítio em Tinguá.
ResponderExcluirAgora voltando à postagem: eu nunca compareci a nenhuma estação de TV ou rádio, a pretexto algum. Via os programas em casa, juntamente com a minha família, mas nunca tive vontade de conhecer artistas ou lá o que fosse.
ResponderExcluirAliás, minto: por volta de 1988 compareci à Rádio Imprensa, ali na rua Felipe Camarão, no Maracanã, uma casa velha e de andar térreo, para receber um disco de músicas alemãs, que ganhei num sorteio do programa "Bom Dia, Alemanha!", do qual eu era ouvinte e participante assíduo, escrevendo cartas e pedido músicas por telefone. Só das músicas tocadas nesse programa gravei várias fitas cassette, as de número 08, 10, 48, 49, 50, 52, 54, 55, 56 e parte da 57.
As rádios também transmitiam novelas. Minha mãe era ouvinte assídua delas. Enquanto passava roupa, ela escutava a novela, e várias vezes a peguei chorando emocionada com o tema. Lembro que uma dessas rádios tinha como introdução a novela um belo trecho do balé "A Bela Adormecida". Eu não estava acostumado a músicas de balé e sim a valsas de Strauss, das quais havia vários discos lá em casa, comprados pelo meu tio Inhô, já citado antes no SDR. Mas a beleza do trecho era tanta que até hoje eu me lembro dele.
ResponderExcluirQuanto à rivalidade entre os fãs da Emilinha Borba e Marlene, era muita. Se fosse hoje, daria morte a facadas e pauladas quando os dois grupos se encontrassem. Como se fossem os bandos de marginais das torcidas organizadas de futebol.
ResponderExcluirEu não sou fanático por imagens e sim por sons. Por isso, lembro bem dos cantores da Era do Rádio, que não precisavam de canhões a laser, gelo seco, palcos feericamente iluminados, parecendo mais um circo do que um local de exibição de músicas. Antes, você precisava ter boa voz para se tornar famoso; hoje, basta ter um conjunto de assistentes de coxas de fora, bastante luzes e, dependendo do caso, amizade de bandidos para se tornar ídolo e enriquecer do dia para a noite.
ResponderExcluirLembro da Ângela Maria, Emilinha Borba, Marlene, Carlos Galhardo, Francisco Carlos, Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira e outros menos conhecidos como Dóris Monteiro, Alaíde Costa, Ademilde Fonseca, João Dias, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Wilma Bentivegna, Sylvinha Telles, Ellen de Lima, Núbia Lafayete, Dalva de Andrade e tantos outros donos de vozes maravilhosas.
Helio, de um modo geral eu diria que só ouço músicas anteriores aos anos 70.
ResponderExcluirEu gosto de músicas de qualquer idioma e época, mas descarto alguns ritmos, como jazz e samba. Aprecio demais tangos, boleros, cha-cha-cha, calipsos, rumbas, mambos, conga. Já viu que todos são ritmos latinos e vários são caribenhos, não? Tenho especial prazer também com músicas mexicanas, inclusive as tocadas por mariachis. E com as napolitanas.
ExcluirQuanto ao que não se enquadra nisso, também gosto de centenas. No total, até hoje gravei exatamente 78 CD's, o que dá aproximadamente 2000 músicas. Fora os comprados, que são em número de 41. Além de LP's (cerca de 80) e 99 fitas cassette de 1 hora cada.
Na questão “Conde di Lido” meus advogados, Dr. JBAN e Dr. Menezes, serão encarregados da tréplica.
ResponderExcluiraguardo. O meu advogado é o Janin. Preparem-se...
ExcluirTrabalhei por treze anos no prédio da antiga sede da então Globosat, na rua Itapiru, no Rio Comprido. Lá eram gravados ou transmitidos vários programas daqueles canais, como SporTV, GNT ou Futura. Ali conheci de vista e até raras vezes de papo no cafezinho pessoas como Armando Nogueira e Alex Escobar. Certa vez até o atual prefeito, no seu primeiro mandato, deu as caras por lá, na época da escolha da sede olímpica.
ResponderExcluirNão me lembro mais aonde li alguém defendendo a tese que, em termos de gosto musical e do que ouvimos na nossa vida adulta, "paramos" lá pelos vinte e poucos anos.
ResponderExcluirDaí para frente, normalmente o que queremos ouvir é "mais do mesmo".
Bom, no meu caso é a pura verdade.
(se bem que considerando o time envolvido no cenário musical brasileiro e internacional dos anos 60 e início dos 70, é até covardia a comparação com o que veio depois.)
Com todo respeito, mas Iris Lettieri e Ilka Soares mereceriam uma postagem no Saudades do Rio. Têm muitos méritos.
ResponderExcluirLendo os comentários me pergunto se o Rio já não chegou além do ponto de retorno. A bagunça e o desrespeito à lei vai das pequenas às grandes coisas. Seria possível resgatar a cidade?
ResponderExcluirEu pessoalmente acho que não tem mais jeito.
Nem precisa ir na rua Guaiuba pois na chique Ipanema os problemas são bem parecidos quanto ao desrespeito à Lei.
Confesso que se pudesse deixaria para trás o meu Rio querido.
Prezado Anônimo, você ainda se pergunta? Eu tenho certeza de que o Rio já dobrou o Cabo da Boa Esperança há várias décadas. Agora está se dirigindo célere ao encontro ou dos piratas somalis ou de um enorme banco de corais semi-submersos. Se for o primeiro caso, vai ser uma guerra cruenta com os milhões de piratas aqui já embarcados.
ExcluirO ideal não seria deixar para trás o seu Rio querido, e sim o Brasil varonil de céu de anil. Que ele vá para a ponte que partiu.
ExcluirMuita gente pensa em deixar o Brasil pelos mesmos motivos. Também penso que não há mais solução, apesar de muitos ainda acalentarem ilusões. ### Quanto às suas fitas cassete, você pode converter seu conteúdo em CD ou MP3. Há lojas que fazem isso. Existem sites onde você pode baixar a música que você quiser. Depois pode usar um outro programa de estúdio para remasteriza-las.
ExcluirTenho uma playlist em um pen drive compilação de vários CD's de artistas nacionais e internacionais, a grande maioria das décadas de 80 e 90, com alguma coisa de 60 e 70. Mas quase nada pós 2000. Praticamente mil músicas.
ResponderExcluirIsso fora as compilações em fitas K7 de gravações diretas do rádio. Infelizmente a evolução da tecnologia as tornaram anacrônicas, sem uso atualmente encostadas em alguma gaveta. Inviável fazer a mudança para algum arquivo digital.
ExcluirPois é. Eu tenho dois tape decks: um Akai, que eu amo mas que está parado definitivamente porque as borrachinhas que são usadas para alguns componentes internos não se encontram mais no comércio e as dele estão meladas ou esticaram e perderam a tração.
ExcluirO outro é um Sony duplo deck, cujo som não se compara ao Akai, mas em que um dos compartimentos já não funciona há muito tempo e o outro só funciona na marcha-a-ré.
Isso me impede de ouvir minhas fitas cassette.
Tenho mais de 500 CD's, perto de uma centena de LP's, todos com músicas dos anos 60, 70, 80 e 90, MPB, Rock (todas as principais bandas esta época, nacionais e internacionais), Samba de Raiz . Tenho um HD com os melhores Sambas de Enredo de Todos os Tempos, desde 1947 até os dias de hoje, acredito que já tenha próximo de 800 sambas gravados.
ExcluirHelio, tenho um técnico que poria seus players zero KM. Se quiser, te passo o tel dele.
ExcluirSim, prezado Conde. Gostaria do telefone do técnico. Grato.
Excluiro zé vasconcelos gravou uma imitação do ary barroso, que está no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=1_n89O3IhBs
ResponderExcluirsimplesmente hilário!
Como não sei se hoje teremos postagem, passo para desejar um feliz Dia das Mães para quem é ou para quem ainda tem fisicamente. Aproveite.
ResponderExcluirJá pensei na minha quando acordei.
Se o Absolutamente Certo tinha alguma armação não sei dizer, mas o 8 ou 800, apresentado pela Globo nos anos 70 aos domingos, conduzido por Paulo Gracindo, tinha tudo combinadinho. Clodovil, que tinha como tema de sua participação Dona Beija, deu uma resposta a uma determinada pergunta em um programa e Paulo Gracindo disse que estava errado. Clodovil mudou a resposta, que foi então aceita e fez com quem ele passasse de fase. No domingo seguinte, a uma determinada pergunta, ele deu como resposta certa a resposta considerada errada no programa anterior. Ficou evidente a armação.
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