O tema hoje é o Edifício OK ou Edifício Ribeiro Moreira. Inicialmente era OK, assim como o Bar e Restaurante OK, que ficava no seu térreo, na esquina da Av. Atlântica com a Rua Ronald de Carvalho. Como o bar passou a ter má-fama, mudaram o nome do edifício para Ribeiro Moreira, nome dos proprietários originais.
Na expansão de bairros como Copacabana, a pressão dos
incorporadores imobiliários junto à administração pública possibilitou a concentração
dos novos edifícios, construídos nas avenidas litorâneas ao longo das décadas
de 30 e 40, e o gabarito e altura total das construções foi continuamente
ampliado.
Na década de 1950, em Copacabana, firmou-se a
tendência às construções cada vez mais altas, com mais de oito andares, com
fachadas de linhas retas e grandes janelas de vidro, com uso predominante de
pilotis, desaparecendo os apartamentos térreos. As alterações nas condições
para aluguel e venda de imóveis, com a expansão do crédito, foram responsáveis
pela proliferação de apartamentos muito pequenos, tendo-se multiplicado, em
Copacabana, os edifícios de quitinetes e apartamentos conjugados, habitações
compactas, sem luz ou aeração suficientes.
Este padrão de construção mudou a destinação elitista que fora perseguida de
início pelos incorporadores atuantes neste bairro, segundo conta M. L. Correa..
Vemos aqui num postal
possivelmente no meio dos anos 30, um trecho da orla de Copacabana, tomada da
frente do Lido. Em primeiro plano temos o Edifício OK, construído em 1928 e um dos clássicos do
art-decô carioca. Como observa o Decourt, "ainda sem nenhum puxadinho realizado em sua cobertura". Ao
lado, mais ou menos na área de sombra, temos o edifício Palacete Atlântico, um dos
primeiros da orla e demolido em 1975, depois da casa, temos o edifício Londres,
não confundir com o hotel homônimo que ficava no Posto 4, ele também foi
demolido, no meio da década de 80 e em seu lugar construído o Rio Atlântico
Hotel.
Em 1928, o escritório da construtora Gusmão
Dourado & Baldassini entrega o Edifício OK, atual Ed. Ribeiro Moreira.
Também considerado o primeiro grande edifício de Copacabana, localizado no
“quartier art-déco” de Copacabana, o Lido. Apesar de ser considerada construção
integrante da Av. Atlântica, seu endereço é Rua Ronald de Carvalho nº 21. Acervo do Rouen.
No Rio, as construções verticais tinham-se iniciado na
década de 1910, em volta da Praça Floriano, na Cinelândia, sendo que o processo
mais acentuado de construções se registrou a partir de 1920 nos bairros da Zona
Sul.Ao lado do Edifício OK vemos o Edifício
Almeida Magalhães.
Acho que a foto é da National Geographic.
Foto da LIFE, provavelmente de 1934, pois o Ed. Almeida Magalhães, Rua Ronald de Carvalho n° 45, à direita, parece estar em fase final de construção e foi inaugurado neste ano. Podemos ver um bem vestido vendedor de casquinhas com sua tradicional caixa de metal. A Avenida Atlântica ainda com os postes no meio da rua, dividindo suas pistas.
Será que o boné branco do banhista mais alto tem uma pala de plástico verde semitransparente?
Durante algum tempo, na década de 50, se usava bonés com esta forma.
Neste postal de Copacabana, em 1952, vemos, ao fundo, o Restaurante OK, bem na esquina.
O Edifício Ribeiro Moreira, antigo Edifício OK, se caracteriza por proporções atarracadas, suavizadas pelo escalonamento dos andares superiores e pela volumetria movimentada de varandas, reentrantes ou semibalanceadas, que resulta em contrastado claro-escuro.
As outras atrações do edifício são o embasamento revestido em mármore, a serralheria e as luminárias com motivos geométricos e o "hall" de acesso a dupla altura, decorado em estilo "anos 20".
O enorme hall tem uma característica interessante, nas duas pontas (ele tem forma de U) existem jiraus com belas escadas. No térreo e no jirau, portas gêmeas de elevadores. No entanto, só existe um elevador em cada ponta.
A segunda porta do térreo é apenas um armário, enquanto a da "sobreloja" dava acesso a apartamentos que foram anexados às boates, e as portas foram lacradas.
O Edifício OK é contemporâneo do A Noite, Guarujá e Pathé, prédios que apresentam muito mais características "art-déco" nas fachadas.
Confesso que não sei de onde tirei as informações acima...
Obiscoitomolhado já analisou esta foto: "Trata-se de um Ford 46.
46 a 48 os carros são iguais, com exceção da posição e formato das lanternas. Na foto, as lanternas próximas à grade, horizontais, retangulares, estão visíveis para a minha super-lupa, especialmente a do lado esquerdo, que está sem reflexo e isto indica o ano 1946.
As lanternas do modelo 47-48 são redondas e ficam abaixo dos farois. Quem não tem super-lupa, pode se contentar com a ausência nessa posição abaixo dos farois e, portanto, cravar o ano 46, já que o 1942 tinha a grade diferente, embora com as lanternas retangulares do 46.
O carro com o estepe é um Ford 1935 De Luxe Tudor. Deveria ter a cobertura do estepe, mas deve-se ter em conta que já era um carro com 17 anos. Mais no fundo há um Fiat 1100 e, atrás das moças, um Cadillac 46-47."
Como deveria ser gostoso tomar um chope no Bar/Restaurante OK, em uma mesa de calçada. À esquerda, acima, a Praça do Lido. Como era estreita a calçada que restava para os pedestres.
Um vistoso e alinhado Chevrolet 1941 ocupa o lugar de destaque. Atrás vem um Lincoln Zephyr da mesma safra.
Em foto garimpada pela Conceição Araújo e publicada no Facebook vemos três senhoras com seus recatados roupões a caminho da praia. À direita, um Bar OK ainda vazio.
A Christiane Wittel fez um grande trabalho de colorização desta foto.
Foto do acervo do Tumminelli, de 1945. Encobrindo o Bar OK temos uma caminhonete da Brasilaves. Indo para a esquerda da
imagem, temos colado a ele o Palacete Atlântico, um dos primeiros, senão o
primeiro prédio da Av. Atlântica, demolido em 1974.
Como a foto é posterior a 1938, a iluminação já estava mudada. Os antigos postes de três globos que ficavam no meio da pista, já tinham sido substituídos.
Foto publicada pelo caríssimo Lavra, o Bispo Rolleiflex, aquele que caminhava sobre as água da Lagoa.
Para este farináceo, ler comentários anteriores é sempre esquisito; de que farinha eu vim?
ResponderExcluirMas hoje, mais seco e temperado, informo que o Pontiac é 51, com aquele pedaço de grade inclinado, merecendo um ortodentista, e o Morris Oxford é 50-51.
Grande parte desses apartamentos não dispunha de vagas de garagem ou até mesmo garagens, algo impensável para os dias atuais. Mas em uma realidade na qual o estacionamento era fácil e praticamente não havia "ocorrências policiaes", quem se importava com isso?
ResponderExcluirAcho que para muitos deve ter sido uma surpresa ver um prédio deste tamanho na orla de Copacabana há quase 100 anos. Devia chamar muito a atenção.
ResponderExcluirO bar parece muito simpático e lembra outros que existiram na outrora Princesinha do Mar.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirHá o caso famoso de um prédio em Botafogo com "dois nomes".
O desenvolvimento da técnica do concreto armado permitiu a construção de prédios cada vez mais altos e, conjugado à especulação imobiliária, alterou de maneira significativa a vista das cidades.
Hoje o morador médio nem faz tanta questão de vaga em garagem. Dá mais prioridade a fácil acesso a transporte de massa, já que em uma emergência vai usar um carro de aplicativo, táxi ou não.
ResponderExcluirFalando de mudança de nome de prédios por conta de má fama, o caso mais curioso para mim é o do antigo nº 200 da Barata Ribeiro.
ResponderExcluirO prédio, "personagem" da peça de teatro "Um edifício chamado 200" de Paulo Pontes (que também virou filme) conseguiu ter, por pressão de proprietários, seu endereço mudado para Rua Barata Ribeiro, 194. (Condomínio do Edifício Richard).
Tiraram o sofá da sala ....
Hoje em dia não há mais o clima descontraído da Avenida Atlântica tal como mostrado nas fotos. A foto mostrando três mulheres vestindo "saída de praia" e uma delas segurando uma barraca enrolada, retrata a tranquilidade com que as pessoas circulavam. Pode-se dizer que o atual calçadão acabou com aquela sensação. Para se chegar à praia bastava "meia dúzia de passos", mas hoje em dia atravessa-se pistas de rolamento, uma ciclovia, e se não for roubado ou furtado por algum "cidadão", é possível chegar à faixa de areia.
ResponderExcluirE como diz o Conde, para chegar perto do mar tem que se montar num camelo para atravessar toda a extensão da areia.
ResponderExcluirA colorização da Christiane ficou espetacular. Foi publicada pelo A.J.Caldas.
Será que a moça da esquerda levava debaixo do braço uma esteira? Ou uma toalha? Se for uma esteira a cor não bate.
Bom dia Saudosistas. Era a época de uma Copacabana Princesinha do Mar. Podemos ver pela sequência de fotos, como o bairro se transformou nas décadas de 30, 40 e 50. A construção de imóveis pequenos, ao longo dos anos foi deteriorando o nível dos moradores, sendo que muitos destes imóveis foram comprados para renda de seus proprietários, os quais não estão interessados na qualidade de vida e de funcionamento do condomínio. A nova Lei aprovada pelo Bispo que voltou a permitir a construção de imóveis com menos de 50M2, trará no futuro a expansão destes imóveis com utilização para outros fins, além de moradia.
ResponderExcluirNos anos 40 e 50 Copacabana ainda suportava imóveis do tipo "quitinete", pois a cidade tinha pouco mais de um milhão de habitantes e os imóveis em questão ainda eram novos. Com sete milhões de habitantes, 65% morando em favelas repletas de criminosos, com a maioria dos imóveis sendo antigos e depauperados, e com uma violência urbana comparável às mais selvagens repúblicas "subsaarianas", o que será de Copacabana?
ExcluirEssa região da praça do Lido já teve sua decadência nos anos 90 e 2000. Agora está um pouco melhor.
ResponderExcluirMas apesar dos problemas Copa tem seu encanto.
A vida toda morei em Copa, apesar dos problemas ainda gosto.
Você não morou a vida toda em Copacabana, não conta lorota. Não tenta disfarçar tua origem.
ExcluirE não teve "Defesa e Justiça" para o Botafogo hoje...
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