Foto de J. Medeiros mostrando a
Praia de Copacabana e o Cinema Rian. O filme em cartaz é "O
espadachim" - The Gallant Blade, com Larry Parks, Marguerite Chapman,
Victor Jory e George Macready, direção de Henry Levin. Como o filme é de 1948,
a foto deve ser de 1948 ou 1949.
O Cinema Rian, um dos mais
simpáticos de Copacabana, situado na Avenida Atlântica nº 2964, entre as ruas
Constante Ramos e Barão de Ipanema, foi inaugurado em 28.11.1942 e demolido em
16.12.1983. Quando de sua inauguração tinha 1130 lugares. Foi palco do Festival
Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, na década de 1960. Tempos depois entrou em obras, mas foi reaberto. Foto enviada pelo Lino.
Vemos o programa distribuído na
ocasião da inauguração do Cinema Rian, em 28 de novembro de 1942, na Praia de
Copacabana. Estes programas eram um diferencial dos cinemas de Severiano
Ribeiro. A cada semana mostravam os próximos filmes a estrear, além de, na
última página, constar a programação da semana nos outros cinemas da cadeia. Acervo
do GMA.
As duas bilheterias ficavam na
calçada da Avenida Atlântica. Por duas entradas, ao lado das bilheterias,
chegava-se a este saguão onde ficava o porteiro. Após entregar a entrada, que
era depositada naquela urna ali da foto, e pegar o folheto com a programação da
semana, chegava-se a um espaçoso "hall" atapetado, onde havia
bebedouro de água gelada, sofás e uma "bombonnière". Duas portas
davam acesso à sala de projeção, no nível da platéia. Do fundo da platéia, uma
escada que se bifurcava em duas, dava acesso ao balcão, meu lugar predileto
para assistir aos filmes. Foto do excelente "Palácios e Poeiras", de Alice Gonzaga.
Aspecto da plateia do cinema Rian,
com sua solene cortina. Enquanto a entrada do cinema era pela Av. Atlântica, a
saída era pelo lado da tela, na Rua Domingos Ferreira. Pertinho do Bob´s e da
famosa pizzaria Caravelle. Colorização do Conde di Lido.
Esta foto, do 2º andar do Cinema Rian, é para matar as saudades da "velha-guarda". Quantos namoros, quantos grandes filmes, quantos momentos agradáveis foram passados no balcão do Cinema Rian. Inaugurado em 1942, ficava na Avenida Atlântica, entre as ruas Constante Ramos e Barão de Ipanema. O nome era homenagem à caricaturista Rian, anagrama de Nair de Teffé. Atingido por um incêndio em 1975, reabriu dois anos depois totalmente remodelado para, finalmente, ser fechado em 1983.
O Rian perto do seu final. Em seu lugar foi construído o Hotel Pestana.
O Rian em seus últimos dias. Carlos
Drummond de Andrade assim escreveu à época do fim do Rian: "Esse Rio de Janeiro!
O homem passou em frente ao Cinema Rian, na Avenida Atlântica, e não viu o
Cinema Rian. Em seu lugar havia um canteiro de obras. Na Avenida Copacabana, no
Posto 6, o homem passou pela Cinema Caruso. Não havia Caruso. Havia um negro
buraco, à espera do canteiro de obras. Aí alguém lhe disse: "O banco
comprou". Assim, pois, desaparecem os cinemas, depois de terem
desaparecido, ou quase, os frequentadores de cinema. Estes ficaram em casa,
vendo figuras pela televisão, primeiro porque é mais seguro, evita assaltos;
segundo porque é mais barato, e terceiro, porque o cinema convencional saiu de
moda (...)".
Os poucos que ainda tinham estão encarando o Cobid-19. Mas acredito que ainda vão sobreviver. O problema será o preço a tempos que o cinema é um programa caro.
ResponderExcluirO prédio foi totalmente demolido?
ResponderExcluirNa primeira fotografia, provavelmente dois Ford, o de trás é 1941. O da frente não dá para garantir que é Ford, mas, se for é 1947. As moças estão encabuladas, um termo da época, mas gostaram da ideia de sair na foto.
ResponderExcluirnas fotos finais, há um Corcel GT, uma Caravan, um Dodge 1800, Chevette e Brasília, entremeados (outro termo da época) de Fuscas.
Corcel GT xp dos primeiros...
ExcluirNair de Teffé devia ser uma mulher admirável e à frente de seu tempo. Trinta anos mais jovem do Hermes da Fonseca, fica a pergunta: será que o Marechal "dava conta do recado?" ## O Festival Internacional de Cinema teve várias edições. Eu me lembro da de 1968, onde minha mãe trabalhou em razão de naquela época trabalhar na Secretaria de Turismo do Estado da Guanabara. Cheguei a ir com ela uma vez, onde tive a oportunidade de ver a atriz norte-americana Joanne Woodward. Eram tempos civilizado onde não se via crackudos, moradores de rua, desocupados, flanelinhas, e bandidos. E meio fora de foco, assisti ontem em um telejornal um fato revoltante: um senhor de certa idade caminhava pelo calçadão da Avenida Atlântica quando um marginal se aproximou do senhor por trás, dei-lhe uma "banda" com tal violência que o homem caiu de costas, bateu a cabeça, e ficou desacordado. Em seguida o marginal e seu comparsa "fizeram uma limpa" no homem caído. Nos anos 50, 60, e 70, fatos como esses eram impensáveis. E por quais razões? Todos sabem mas muitos não querem admitir...
ResponderExcluirQuanto ao cinema Caruso, fui algumas vezes em 1970 e 71. Me lembro de ter assistido ao Western "Shalako", com Sean Connery e Brigitte Bardot. Depois do cinema era quase obrigatório atravessar a Rainha Elizabeth e ir à sorveteria Lopes, que ficava em frente ao 1335 da N.Senhora de Copacabana, "fundos" do Edifício Egalité onde eu morava.## Algumas falhas nas publicações se devem ao fato de digita-las no celular e em movimento. Às vezes acabo não percebendo. Fica o registro.
ExcluirÉ provável que a senhora genitora do comentarista tenha trabalhado no tempo em que era secretário de turismo o político Levi Neves.
ExcluirSim, Levi de Miranda Neves era concunhado de minha mãe. Levi era casado com a irmã de minha mãe. Minha mãe trabalhou na Secretaria de Turismo do Estado da Guanabara até ocorrer a fusão com o Estado Rio de Janeiro em 1975. Daí ela optou pelo recém criado Município do Rio de Janeiro.
ExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirCinema de rua é um anacronismo há muitos anos. Principalmente em regiões onde impera a especulação imobiliária. A proliferação dos shoppings foi outro baque.
Botafogo (Voluntários da Pátria) é uma honrosa exceção.
Obviamente estou me referindo a tempos "normais".
FF: ontem foi cumprida a primeira meta. A próxima, em agosto...
De 1970 a 1975 fui assíduo frequentador das praias e cinemas da Zona Sul. Praias, sempre Arpoador e Ipanema; cinemas, sempre os da avenida Nossa Senhora de Copacabana. De modo que nunca vi o Rian.
ResponderExcluirEm minha avaliação, era o melhor cinema de rua do Rio de Janeiro. Eu também gostava de assistir no balcão. Lembro que foi no Rian a primeira vez que entrei com a minha carteirinha falsificada para assistir um filme para maiores de 18 anos. Os cinemas de rua foram pouco a pouco acabando por conta da especulação imobiliária e da dificuldade de estacionar. Cinemas em Shopping Centers são a melhor opção atualmente, também em relação ao quesito segurança.
ResponderExcluirInfelizmente nunca fui a cinemas em Copacabana.
ResponderExcluirEsse foi demolido e no local construído um hotel que atualmente tem nome simpático, o Pestana Rio Atlântica.
Se está resistindo à crise, a Pizzaria Caravelle continua lá, na Domingos Ferreira.
Dos filmes, lembro do Gente como a Gente, bem "american way of life", inclusive no título original, "Ordinary People", que não pode ser traduzido literalmente pois "ordinário" virou xingamento no Brasil. Não sei dizer em Portugal.
Beijo no Asfalto é daqueles que no final muitos espectadores arrependidos juram que nunca mais vão assistir qualquer coisa baseada nas peças de Nelson Rodrigues.
Com certeza o vídeo-cassete foi praticamente o fim dos cinemas, mais ou menos resgatados pelos shoppings.
O filme Bonitinha mas ordinária de Nelson Rodrigues, é em sua versão de 1963 um documento de valor histórico em razão das locações da Tijuca e do Grajaú, onde aparecem ruas, bondes, e outros detalhes dignos de registro. Quanto ao enredo, nada a acrescentar além da morbidez natural de Nelson Rodrigues. Pelo menos ele era um "tarado hétero", onde pelo menos as obscenidades ocorriam entre um homem (ou mais) e uma mulher. Se Nelson Rodrigues vivesse nos dias atuais certamente seus contos teriam como personagens "gays, travestis, sapatões, fanchonos", etc....
ExcluirA garota sentada olhando o fotógrafo é muito bonita. A de pé diante dela também parece ser um pitéu.
ResponderExcluirAssisti no Rian, no início da década de 70, ao filme (documentário) Woodstock. Foi um espanto, não sei como a censura da época liberou.
ResponderExcluirTambém fui a algumas sessões da meia noite aos sábados.
Ótimo cinema, localização perfeita - entre a praia e o Bob's ! - frequentei um bocado.
Bons tempos.
Boa tarde a todos. Mais um dia de grande correria. Vi todos os últimos filmes que foram exibidos no RIAN antes do seu fechamento. Também só gostava de assistir filmes no balcão deste cinema. Para mim as poltronas deste cinema e do Caruso, eram as melhores poltronas de cinema daquela época no Rio de Janeiro.
ResponderExcluirUma particularidade, sempre que fui ao cinemas na orla da praia como o Miramar no Leblon e o Rian em Copacabana ao sai das matinês meus olhos sofriam com o choque da luz do sol em contraste com a escuridão da sala de cinema.
ResponderExcluirEntre 81 e 83 assistimos 'Let there be rock' do ACDC. Sessão da meia-noite, só a bagaça da noite, plateia de pancados e chapados, sessão lotada. No meio do filme soltaram uma bomba 'Malvinas' dentro do cinema. Acende luz, gerente para o filme, um cogumelo de fumaça se forma lentamente no ar. Furdunço, confusão. Mas depois do chilique do gerente, o mesmo foi intimado a prosseguir o filme, sob pena de não ter mais cinema..rs .. INESQUECÍVEL
ResponderExcluirAssisti ao último filme do RIAN, que foi "BLADE RUNNER - O Caçador de Androides" umas 3 ou 4 vezes, antes da demolição. Uma tristeza.
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