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segunda-feira, 10 de maio de 2021

LARGO DOS LEÕES

Com imagens enviadas pelo prezado Carlos Paiva vemos mais um curioso projeto do arquiteto Ricardo Wreidt, dos anos 1930. Segundo ele parece mais um estabelecimento tipo Pensionato ou Alojamento de Internos. 


O prédio, em estilo Neo Colonial ou Missões, seria implantado em um grande terreno no Largo dos Leões. Esse terreno acabou se transformando em um condomínio de casas com a abertura de uma rua, a Tarumã, hoje Rua Mario de Andrade.

Nesta última foto o Decourt mostra a região e chama a atenção para o contraste entre a verticalização do bairro e áreas totalmente vazias, como é o caso das ruas Mário de Andrade e Mário Pederneiras onde a ausência de dois grandes condomínios, um horizontal aparentemente construído ainda nos anos 50 e outro vertical construído nos anos 60 geram grandes terrenos vagos.

A foto também nos mostra no canto esquerdo um pequeno pedaço da garagem de bondes da Light, hoje ocupada pela Cobal. Vemos, na direita inferior da imagem, que o prédio do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro se mostrava novinho em folha e ao seu lado o alto prédio, que penetra dentro da mata, em um estilo próximo ao déco, respeitando possivelmente um PA ainda do Plano Agache, que determinada grandes prédios somente junto as encostas para não atrapalhar a insolação e ventilação dos bairros.

A região das ruas Visconde de Caravelas, Visconde Silva, General Dionísio e Desembargador Burle era totalmente horizontal só com construções baixas. Junto a Rua Macedo Sobrinho temos a favela e as primeiras lajes do alto prédio que se situa no entroncamento com o prolongamento da Rua Visconde Silva, ainda não traçado. Possivelmente o prédio ficou nas estruturas por toda a década de 50, só sendo concluído, juntamente com construções vizinhas mais baixas pela Construtora EME, que participou do último estágio do boon imobiliário em Copacabana nos anos 60, dando a todos os seus prédios o nome de “Chateau”.

Por fim vemos nesse ângulo que a favela tinha duas áreas, uma que partia do topo da Rua Macedo Sobrinho até o paredão rochoso do Morro da Saudade e outra que partia diretamente das ruínas do Forte da Piaçaba na Rua Humaitá, indo terminar também no paredão rochoso.

 

11 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Qualquer metro quadrado disponível na zona sul é disputado no tapa. Ontem mesmo circulou na versão impressa de O Globo um caderno publicitário sobre a região de Botafogo, destacando as qualidades de se morar por lá. Ao mesmo tempo, fazia propaganda do último lançamento na Voluntários da Pátria...

    Nos últimos dias veio a tona a vontade da prefeitura em vender terrenos na região para fazer caixa. Quase todos já ocupados, mas isso é outra história.

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  2. A foto mostra com clareza a extensão da favela conhecida como Macedo Sobrinho. Apesar da foto não ter uma boa resolução, dá a impressão de que já não a circulação de bondes de região. O pátio vazio da garagem da Cobal é uma prova disso. Essa garagem teve a particularidade de abrigar por alguns meses os bondes ainda em operação na Zona Sul enquanto coexistiram com os Trolley-buses recém implantados. Estes tinham como abrigo a garagem do Largo do Machado.

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  3. Bom dia a todos. É dia de acompanhar os comentários, problemas no zoneamento urbano da cidade vem de longe, não vai demorar muito para o Rio ficar totalmente descaracterizado da outrora cidade maravilhosa. Talvez só sobre o Pão de Açucar e o Cristo no Corcovado, mas não posso afirmar com certeza.

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  4. Bom Dia! Tem muitos anos,(eu ainda era garoto) havia um programa semanal na Rádio Nacional que falava da origem dos nomes dos bairros e logradouros do Rio de Janeiro. Na vez do Largo dos Leões,foi dito que a origem deste nome devia-se a preferência de alguns cidadãos se reunirem neste local e que na época eram conhecidos como " Leões". Foi dito também que depois o nome do bicho mudou e que passaram a se reunir na Cinelândia.

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    1. Cinelândia, o bicho mudou.... Já entendi. Lembrou-me um gayzinho que trabalhava na VARIG e que uma noite foi visto na Cinelândia usando um casaco cor de rosa com um desenho do Lobo Mau nas costas.

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    2. Quanto às estórias da origem dos nomes das localidades e "tirando do foco a pederastia", a internet é um campo vasto para imbecilidades de todo tipo. Existem dezenas de "pseudo-historiadores" que infelizmente espalham absurdos. O último que li dava conta da origem dos nomes do "Largo de Pechincha" e do "Largo do Tanque". Segundo o "historiador de meia pataca", o primeiro se deve ao fato de haver no local um mercado ao qual afluíam muitas pessoas em razão dos baixos preços, uma "uma pechincha". O segundo se deve ao reservatório construído por D.Pedro II para "abastecer a cidade do Rio de Janeiro".

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    3. E tinha uns que diziam que "Realengo" era devido ao que vinha escrito nos bondes: "Real Engenho". Realengo nunca teve bondes, tampouco engenho...

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    4. Sim, duas besteiras. Tem também as referentes a Vila Valqueire, Freguesia e Realengo.

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  5. A especulação imobiliária "ainda não encontrou espaço" para estender seus tentáculos na Zona Sul. Mas até quando? A banalização de projetos e o empobrecimento da população já trouxeram grandes problemas sociais e de segurança pública para grande parte da cidade. O projeto de "revitalização" da zona portuária contém em seu bojo projetos imobiliários estarrecedores. Os prédios residenciais projetados da região da "Praia Formosa" incluem "condomínios populares" com "amplas residências" de 45 m2 com de dois quartos, "ampla infraestrutura", e preços módicos."Um luxo". Já existem muitos condomínios de padrão semelhante em vários locais do Rio como Triagem, Jacaré (antiga invasão do prédio da OI), Estácio (antigo presídio), e mais algumas centenas espalhados pelas zonas norte e oeste. Quase todos (95%) são "administrados" pelo tráfico ou pela milícia. Como se pode ver, o Rio pouco a pouco está sendo "engolido por uma triste realidade" e a zona sul e uns poucos bairros serão "ilhas de civilidade".

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  6. Espanta o projeto de ocupação das encostas . É uma favelização de luxo.

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