O Cemitério São João
Batista é de 1852, quando substituiu o de Pedro II, que existia junto ao
hospício, na Praia da Saudade, frequentemente invadido pelas águas. Consta que o nome da praia foi em referência ao cemitério.
A foto é de Leuzinger e a rua que passa à frente do cemitério é o velho Caminho
do Berquó (atual General Polidoro).
Botafogo já era urbanizado há muito tempo. O
cemitério ficou neste terreno, no fundão do bairro. Anteriormente aos
cemitérios públicos os cadáveres eram enterrados nas igrejas.
A foto, dos anos 50, mostra a porta principal do Cemitério de São João Batista. O primeiro cemitério da cidade foi o dos Ingleses, na Gamboa e na época na beira do mar, para que os corpos dos que morriam nos navios pudessem ser desembarcados diretamente.
Aspecto das tumbas do São João Batista. Eu, pessoalmente, sou adepto da cremação. Mais simples e mais razoável. Esta ostentação, com lápides caríssimas e ocupando grande espaço, ficou no passado, embora muitos prefiram assim para viver o próprio luto. Dizem que seria uma necessidade do ser humano.
Esta foto, relativamente recente, mostra a capela existente dentro do cemitério. Confesso que nunca vi ser usada.
Na década de 1960, a Santa Casa pretendia erguer este projeto para um
cemitério vertical nas vizinhanças do São João Baptista. Era do arquiteto Antonio Antunes, sendo à época o Sr. Afranio Antonio da
Costa o Provedor da Santa Casa.
Seria construído em prédio de dez
andares, nove dos quais ocupados pelos “carneiros”. No térreo funcionariam
bares, restaurante, lojas de artigos para funerais e estacionamento. Também
haveria espaço para indigentes.
A execução do projeto
dependia de estudos técnicos com vistas à prevenção contra expansão de gases de
cadáveres. Eram previstas um total de 213 sepulturas por andar, com capacidade
para dois cadáveres em cada túmulo.
Dos locais pensados
para a construção do prédio, podemos citar dois: na esquina da Rua General Polidoro com Rua
São João Batista, onde hoje há uma loja do supermercado Prezunic. Ou no local do antigo Mercado das Flores, na esquina com Rua Sorocaba.
Um outro projeto, cuja
maquete vemos acima, seria construir o cemitério vertical no interior do
próprio cemitério São João Batista. Seriam dois blocos interligados por uma
passarela coberta. Haveria 6096 “carneiros”, elevadores eletrônicos, bares e
local para estacionamento.
O primeiro bloco teria
quinze andares e o segundo bloco, este no morro nos fundos do primeiro bloco,
teria 4 pavimentos.
Haveria três elevadores,
com capacidade para 30 pessoas cada um, e outros 4, menores, com capacidade
para 11 pessoas.
Chegou a haver, também nesta época, a tentativa de um cemitério privado na Rua Assis Bueno, mas os moradores se mobilizaram para não permitir.
Finalmente, no início da década de 70, o governador Negrão de Lima indeferiu todos esses projetos.
Bom dia.
ResponderExcluirA administração do cemitério que durante décadas foi da Santa Casa de Misericórdia passou há alguns anos (desde 2014) para a RIO PAX, concessionária privada.
Nenhuma mudança real, continua mal conservado e sem qualquer melhoria na infraestrutura, preços dos serviços exorbitantes.
Esta tal de Rio Pax manda boletos todos os anos. Já houve diversas decisões na Justiça contra a cobrança. Ninguém sabe ao certo o que está valendo. Pagar ou não pagar, eis a questão.
ExcluirRecomendo não pagar.
ExcluirSe e quando necessário (toc, toc toc ...) vai pagar pelos serviços de qualquer maneira (sepultamento, exumação, etc)
Não imaginava que o São João Batista fosse tão antigo. No mirante do Cristo, do alto do Corcovado, pode-se perceber a grande extensão da área do cemitério.
ResponderExcluirTambém sou favorável pela cremação, pois reduz o espaço e gera menos burocracia e controle para as santa casas. Além disso, e o mais importante, elimina os riscos de contaminação do solo e lençóis freáticos com necrochorumes saturados de cadaverina. A 1500 celsius apenas sobram microfragmentos que geram um pouco mais de 1 quilo de cinzas.
A obrigatoriedade da cremação, contudo, esbarra na oposição de determinadas religiões, sobretudo da judaica e espírita.
Estive este ano no Cristo e um casal de turistas (nacional) estava tentando descobrir que favela ela aquela vista lá de cima... escutei eles conversando e falei que era o cemitério.
ExcluirEm 1927 meu avô paterno adquiriu um "carneiro" no Cemitério São João Batista para sepultar sua primeira esposa. Por mais de 70 anos o túmulo nunca mais foi utilizado até que em 2006 os dois únicos herdeiros necessários (eu e a irmã de meu pai) resolvemos vender o "carneiro". Foi uma demanda contra um "sistema" que inclui integrantes "entes" de diversos setores do Poder Público assessorados por uma gama de advogados que são "mestres na chicana" e que durante três anos fizeram de tudo para inviabilizar a venda. Afinal conseguimos vender a sepultura após inúmeros transtornos. Pude constatar que a famigerada Santa Casa da Misericórdia possui "aliados" nos Tribunais de Justiça, nos cartórios, e em outros setores. Um escritório de corretagem de sepulturas funcionava no "Shopping dos antiquários" na Siqueira Campos, onde "estrategicamente funciona o V Juizado Especial. Um incansável Promotora de Justiça me mostrou cinco pedidos de P. Preventiva prontos em desfavor do proprietário do tal "escritório de corretagem" que pretendia "ajuizar", mas me confidenciou que não acreditava na sua decretação. Atualmente com a "gerência" da Prefeitura do RJ, não sei como anda a administração desse cemitério.
ResponderExcluirO projeto de cemitério vertical inicialmente foi em Botafogo, mas acabou iniciado no Caju. Detesto aquelas antigas capelas, feias, lúgubres, desconfortáveis. Acho que a cremação é a melhor forma. É executada em locais mais agradáveis como os cemitérios da Penitência e do Carmo, no Caju, em prédios modernos, arejados, confortáveis, com amplo estacionamento. Não é que a tristeza desapareça, mas o ambiente é muito menos carregado.
ResponderExcluirNunca tinha reparado nesta capela dentro do cemitério. Só conhecia aquelas para velório.
ResponderExcluirA cemitério só vou por obrigação. Não vejo a menor graça em visitar para ver as lápides e arquitetura das tumbas.
Os "velórios" atualmente são coisa do passado. O corpo ficava 24 horas na capela do cemitério para que parentes e amigos pudessem dar o último adeus. A cremação é uma alternativa, mas muita gente ainda prefere o sepultamento. FF: A mulher é uma dádiva divina". É inimaginável viver sem elas. Porém há atividades em que elas são perfeitamente dispensáveis: comentando futebol, arbitrando futebol, e jogando futebol.
ResponderExcluirCerta vez, conversando com o gozador Derani, perguntei se ele seria cremado. Respondeu que ainda não tinha decidido, pois estava em dúvida se queria ser cremado ao ponto, bem passado ou mal passado.
ResponderExcluirTambém sou adepto da cremação, uma despedida muito mais racional e coerente, respeitando sempre opiniões contrárias. São velórios bem mais curtos, é eliminada aquela romaria calada e triste até o local da tumba, bem como a tristeza de ver o caixão baixando a sepultura. Outro ponto importante a ressaltar é que muitas vezes o jazigo da família está lotado e é necessária a exumação de um ente querido para que se abra espaço para o recém falecido, tudo isso na presença obrigatória de um familiar. E o mais importante a meu ver, ao receber as cinzas do falecido, podemos jogá-las onde imaginamos que a pessoa gostaria de estar. No caso de meu pai, eu e meus dois irmãos jogamos parte de suas cinzas no jardim da sede e outra parte no campo de treinamento também da sede do Botafogo, clube pelo qual era apaixonado e Grande Benemérito. Sabia que era exatamente ali que ele gostaria de repousar para sempre. Isso dá um certo conforto, além de saber que o corpo do ente querido não será devorado pelas bactérias e apodrecer.
ResponderExcluirEste assunto me traz frio aos ossos (trocadilho involuntário).
ResponderExcluir#FF: Já que estamos em época de disputa esportiva internacional, não será fora de propósito mencionar que o Brasil ganhou suas primeiras medalhas olímpicas em Antuérpia, Bélgica, no ano de 1920.
O primeiro brasileiro a receber uma medalha, o citado macaense Afrânio Antônio da Costa, conseguiu a de prata na pistola livre (50m) individual. O belenense Guilherme Paraense conquistou o primeiro ouro olímpico nacional no tiro rápido (25m) individual. No tiro esportivo, só que por equipes, os dois ganharam o bronze junto com Sebastião Wolf, Fernando Soledade e Dario Barbosa.
Me disseram que há uma lei sobre onde se pode colocar as cinzas dos mortos. Mas ninguém respeita e a vigilância é impossível.
ResponderExcluirAliás, dizem que não há total certeza se aquelas são mesmo as cinzas do falecido.
Nunca entrei nesse cemitério e realmente ele chama a atenção de quem olha do alto do Corcovado.
ResponderExcluirCom a adoção dos crematórios agora qualquer projeto de ampliação fica restrito, apesar da oposição por motivos religiosos.
Há que se tomar cuidado com cremação. Muitos crimes só são descobertos após exumação.
ResponderExcluirA cremação de cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela autoridade judiciária.
ExcluirA Santa Madre Igreja permite a cremação, mas exige que as cinzas fiquem em local sagrado. Não podem ficar em casa, ser jogadas na Natureza e não podem ser divididas.
ResponderExcluirJá que o tema é pertinente, acredito que a maioria aqui tenha conhecimento do que acontece após o que muitos chamam de morte. De acordo com inúmeros depoimentos psicografados e a crença de muitos, após o passamento a impressão que se tem é que na maioria das vezes acordamos no mesmo local de nossa vida enquanto encarnados e somos recebidos por parentes ou amigos desencarnados. Para que está preparado, nada de anormal, já que o desencarnado se preparou para isso durante a vida. Durante algum tempo (em sete dias) ele vai perceber que nada mudou, apenas que está em outra dimensão e as pessoas encarnadas não podem vê-lo. O catolicismo impõe um prazo de sete dias até que o espírito seja encaminhado para locais de acordo com seu adiantamento ou vibração. Existe o umbral, local para onde são encaminhados espíritos atrasados. Para quem já leu uma edição ilustrada de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri, as visões do Céu, Purgatório, e Inferno, pode dar uma idéia aproximada. Dante obviamente era médium e certamente esteve naqueles locais. Era uma visão simplista em uma época (Século XIV) em que qualquer manifestação paranormal era tida como heresia, mas para quem tem conhecimento da espiritualidade elas tem uma veracidade impressionante.
ResponderExcluirO catolicismo impõe…????
ExcluirNunca li sobre isto.
A "Missa de Sétimo dia" é um costume da Igreja Católica Apostólica Romana. As religiões evangélicas desconhecem essa prática.
ExcluirA Igreja Católica Apostólica Romana "não celebra missas de sétimo dia" quando se tratar de um suicida. Por qual motivo?
Excluirdeve-se evitar a missa exequial (missa de corpo presente), mas não se proíbem os denominados sufrágios, dentre os quais se situa a comumente denominada “missa de sétimo dia”.
ExcluirNão me consta que haja disposição legal quanto às cinzas provenientes da cremação de corpos. No entanto, para os interessados, a posição da Igreja Católica é explicada ("Presentación de la Instrucción Ad resurgendum cum Christo, acerca de la sepultura de los difuntos y la conservación de las cenizas en caso de cremación" - não há texto disponível em vernáculo -) em:
ResponderExcluirhttps://press.vatican.va/content/salastampa/es/bollettino/pubblico/2016/10.html. Consultado em 24/11/2022.
Para aqueles que desejem um resumo do texto acima, aprovado pela Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício, antes "Inquisição"), segue um pequeno trecho:
"“La Iglesia, en primer lugar, sigue recomendando con insistencia que los cuerpos de los difuntos se entierren en el cementerio o en otro lugar sagrado –señaló el purpurado- En memoria de la muerte, sepultura y resurrección del Señor, la inhumación es la forma más adecuada para expresar la fe y la esperanza en la resurrección corporal. Además, la sepultura en los cementerios u otros lugares sagrados responde adecuadamente a la compasión y el respeto debido a los cuerpos de los fieles difuntos. Mostrando su aprecio por los cuerpos de los difuntos, la Iglesia confirma la creencia en la resurrección y se separa de las actitudes y los ritos que veen en la muerte la anulación definitiva de la persona, una etapa en el proceso de reencarnación o una fusión del alma con el universo.”" _(Entenda-se: ateísmo, espiritismo e taoísmo.)_
Boa tarde, Saudosistas. Sou favorável a cremação, acho menos doloroso para os familiares. Já quanto aos projetos acima citados, não tinha informação sobre os mesmos.
ResponderExcluirRecentemente foram inaugurados numerosos Columbários nesse cemitério e estão sendo ofertados para compra em caráter definitivo. Ao meu ver uma boa medida, tanto visual como higiênica, pois tanto para ossários como para cinzas o espaço é adequado já que comporta pelo menos 4 ou 5 caixas de ossos ou cinzas de uma mesma família na mesma "gaveta". Estive recentemente no local na transferência de cinzas de amigo próximo e achei a solução muito moderna e menos dramática em comparação aos túmulos convencionais. São diversos módulos, todos identificados, não dando o aspecto tão fúnebre dos cemitérios convencionais. Note que a solução não é para todos e sim para aqueles que possuem recursos de reservar a ultima moradia de uma forma mais moderna. Mas existe regra pois só se pode transferir os restos mortais (ossos) depois de 3 anos de falecido e as cinzas podem faze-la de forma imediata o que nos faz entender que ainda teremos que conviver com covas para um dos casos.
ResponderExcluirNuma visita técnica que fiz à fábrica de lubrificantes da Ipiranga, que fica na Rua Monsenhor Manoel Gomes, enquanto fazíamos um "tour" nas instalações tive que me render à uma piada de um engenheiro gaúcho muito gozador e espirituoso (sem trocadilhos) que estava nos ciceroneando. Ele comentou que todos os dias alguém na vizinhança fazia um "happy hour" no finalzinho da tarde e que os seus funcionários ficavam fascinados com um forte cheiro de churrasco - o local fica ao lado do crematório no Memorial do Carmo no Caju.
ResponderExcluirO velório, que atravessava a noite e madrugada se o falecimento ocorresse à tarde, deixou de acontecer durante esses períodos nas capelas do São João Batista já há bastante tempo, por questões de segurança e falta de estrutura.
ResponderExcluirOcorriam assaltos às pessoas que velavam os familiares e amigos, além de não haver durante a noite nada aberto no cemitério, nem para tomar um cafezinho.
As capelas fecham às 22 horas e abrem às 7.
Lugar e assunto delicados. Por obrigação familiar já fiz 3 exumações. Impressionante a resistência dos cabelos (p. ex., o bigode de Salvador Dali resistiu). E também já vi ossos dentro de meias de mulher de nylon.
ResponderExcluirUm amigo fez um projeto de 4 andares de túmulos subterrâneos no Caju. Parece que funciona.
A Santa Casa era do Zarur, que estreitou os corredores (aléas) construindo novas fileiras de túmulos. Conheço gente que morava na Av. Atlantica e foi rebaixado p NS Copacabana.
Na Igreja havia a expressão "sepulcro caiado"; o fulano que pecava a vida inteira, mas no cemitério o túmulo era imaculado, pintadinho. Pretendo ser cremado. Quanto ao post mortem Gilberto Gil tem musica interessante. Revertere ad locum tuum.
Cemitérios em uso são lugares nada agradáveis. Mas tumbas, cemitérios e urnas funerárias antigas são uma fonte preciosa de informações arqueológicas. Vide as pirâmides e mastabas egípcias, as catacumbas romanas, etc.
ResponderExcluirEu mesmo andei visitando tumbas vikings na Escandinávia, o cemitério romano denominado Rimska Nekropola na cidade de Šempeter v Savinjski Dolini (Eslovênia) e o cemitério da seita dos bogomilos, na Bósnia.
ResponderExcluirO Rimska Nekropola foi descoberto no quintal de uma casa. Os bogomilos (palavra que significa "querido de Deus") foi uma seita gnóstica cristã findada na Bulgária no século X.
ResponderExcluirVisitar o cemitério de Père-LaChaise na França é um programa turístico.
ResponderExcluirUma vez fui no do Caju e vi vários mausoléus de famosos, entre eles o da família do Visconde e do Barão do Rio Branco. Com certeza é uma atração turística para um nicho interessado.
ExcluirQuanto ao perigo de cremação esconder homicídio, no ID Discovery (que só mostra casos reais de homicídios nos EUA) já vi várias vezes um cônjuge (normalmente a mulher) envenenar lentamente o outro e depois de sua morte pedir cremação. Mas desconheço as leis de lá para cremação.
ResponderExcluirUm segundo tempo que deu pro gasto e um golaço como ponto fora da curva.
ResponderExcluirSe controlar os nervos essa seleção promete mais do que a de 2018, ou seja, pode chegar à semi-final.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirDe manhã fiquei de "plantão" na casa da minha irmã esperando um móvel ser entregue. De tarde assisti aos jogos de Portugal e do Brasil. O segundo gol do Brasil foi o mais bonito da copa até agora.
Cheguei agora e concordo que a melhor "solução" é a cremação, mas não podemos fugir de séculos de tradição católica e de outras religiões que pregam o sepultamento. Além de algumas famílias continuarem a ostentar o luxo em seus mausoléus e sepulturas.
Minha família tem uma sepultura no Jardim da Saudade de Sulacap, prevista para até onze pessoas, desde que no máximo com dois caixões simultaneamente. O resto estaria exumado em caixas individuais. No momento, desde o ano passado, estão sete. A última foi minha mãe.
Devo ter passado no máximo umas três vezes pelo SJB por estar em um lado de Botafogo não muito visitado por um mim. Cheguei a postar uma propaganda do "futuro" cemitério vertical.
Talvez por desinformação algumas pessoas achavam que no cemitério vertical os mortos ficavam "de pé"...
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