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sábado, 3 de julho de 2021

ANTIGOS MUROS

Quando eu era bem criança via com frequência esta antiga placa em metal esmaltado, com a sigla "A G N DF", da guarda noturna do antigo Distrito Federal. Ficava presa no muro de entrada da maioria das casas. Lembro que sempre ouvia o apito do guarda-noturno passando pela Rua Barata Ribeiro em frente de casa. Olhava pela janela e lá ia ele em sua ronda, dobrando na Dias da Rocha em direção à Cinco de Julho. Eram os "seguranças" da época. Não andavam armados. Alguns os chamavam, por conta dos apitos, de "panelas de pressão". Foram citados na música “Três Apitos”, de Noel.

Na memória infantil os tinha em boa conta. Mas certa vez o Docastelo contou que não era bem assim. Que atuavam como os milicianos de hoje, oferecendo segurança, fazendo os que pagavam de reféns. Foi um banho de água fria na minha admiração...


Outra coisa muito comum nos muros eram estas caixas para o carteiro colocar as cartas, o padeiro deixar o pão e o leiteiro entregar as garrafas de leite. Estas eram de vidro e saiam de carrocinhas com muitas divisões e puxadas como os “burros sem rabo”.

Atualmente, na Zona Sul pelo menos, quase não há casas e a maioria dos edifícios são gradeados. As caixas da foto desapareceram. Acabou aquela história de entrar em qualquer prédio e fazer uma surpresa a amigos deixando um envelope passado por baixo da porta ou um embrulho apoiado na entrada, seguido de um toque de campainha e fuga rápida. Hoje além de ser fotografado, filmado, algumas vezes é preciso mostrar a carteira de identidade para chegar ao elevador.

Outros tempos!

22 comentários:

  1. Pelo que eu sei os chamados "Guardas noturnos" não andavam armados, nem eram funcionários públicos, ou tinham qualquer vínculo com o DFSP. Compara-los com "milicianos" chega a ser risível. Aliás "está na moda" usar o termo "miliciano" como pejorativo, embora poucos tenham conhecimento do que seja efetivamente uma "Milícia" apesar de "alguns" morarem em locais sob domínio desses grupos paramilitares, como também ignoram que podem responder criminalmente se imputarem a terceiros a condição de "miliciano", como é costume de muitos. Quanto a visitar amigos e parentes "de surpresa", tal costume era usual e corriqueiro no passado, mas atualmente está em desuso por ser de alto risco por razões óbvias.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Já estava pronto para dizer que as placas hoje foram substituídas por outros símbolos, às vezes pintados ou pichados nos muros de muitas regiões da cidade, dependendo da "administração local".

    Hoje também temos caixas para cartas, jornais ou revistas e medidores de luz. Mais raro, mas também são vistas caixas para o visor dos hidrômetros.

    Cheguei a ver essas caixas para pão e leite, salvo engano, na região do Rio Comprido.

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  3. Antigamente, você ia tomar café no escritório dos amigos, podia até ser na repartição...Essa descivilização começou nos anos 80 no prédio da Petrobras, na Avenida Chile. Lá há corredores imensos e neles se vendia de tudo, era mesmo uma zona. Em vez de botarem um guarda resolveram restringir o acesso; virou moda.

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  4. Quando criança eu morava em um prédio na Tijuca ao lado de uma mercearia onde às 04:00 horas da manhã eram deixados engradados de plástico com dezenas de sacos de leite. Ninguém furtava o leite, embora os engradados ficassem na calçada. As portas das casas e apartamentos ficavam destrancadas e ninguém era furtado ou roubado. Isso mostra que a cultura do furto, do roubo, e da violência, é recente. No passado recente vivia-se com muito mais sossego e tranquilidade e a violência e as altíssimas taxas de criminalidade se devem à extrema leniência para com os crimes contra o patrimônio e ao afrouxamento das leis, onde a criminosa teoria que classifica bandido como "vítima da sociedade ainda prevalece.

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  5. Também vivenciei a presença dos Guardas Noturnos em minha infância/adolescência. Morava na esquina da Rua General Artigas com a Avenida Visconde de Albuquerque e um deles percorria esta área a noite diariamente e escutávamos seus apitos durante a madrugada. Só não me recordo se trabalhavam uniformizados ou a paisana.

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  6. Essa de se "vender segurança" é antiga; em pouco tempo via-se que os próprios agentes da tal segurança são os principais mentores da insegurança.
    Aliás, de todas as culturas e idiossincrasias do brasileiro, em especial do carioca, há uma pouco comentada e estudada: a eterna mania de se vender dificuldades para se obter facilidades...

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    1. Não se pode generalizar "Agentes de segurança" como mentores ou fomentadores dessa prática criminosa, já que isso engloba a Polícia Civil, que só em 2021 foi responsável pela prisão de mais de 800 milicianos. E vou pedir permissão ao "gerente para esclarecer essa questão do emprego equivocado do termo "miliciano". É uma erro acreditar que esses criminosos sejam egressos em sua totalidade egressos das forças policiais, tanto é que o crime de "constituição de milícia privada" passou a ser tipificado no Código penal a partir de 2012 com o Artigo 288-A, com penas que vão de quatro a oito anos de reclusão além dos crimes praticados. As milícias atuam onde o Estado não se faz presente e passam a "cobrar" pela segurança, transporte alternativo, concessionárias de energia e tv a cabo, ocupação de terra, e construções irregulares. São criminosos comuns que em muitos casos tem como líderes policiais militares de baixa patente. O grande problema é que contam com a "prevaricação" {tolerância} de muitos policiais militares, que como responsáveis pelo policiamento ostensivo acabam "fechando os olhos para muita coisa errada". Mas o "cérebro do poder das milícias" se encontra no cerne das Casas Legislativas Municipais, já que os municípios de acordo com a CF de 1988 são responsáveis pelo ordenamento urbano, transporte público, pelo meio ambiente, pelo trânsito, pelo assentamento fundiário, etc. Como exemplo temos o "Dr. Jairinho", vereador preso e cassado, e seu pai o Cel. Jairo, como "donos" da milícia existente em Realengo, Bangu, e adjacências, e também as favelas de Rio das Pedras e Muzema, onde seus líderes tem suas "garras cravadas" na Prefeitura do RJ. Portanto o termo "miliciano" não deve ser generalizado.

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  7. Vivemos enjaulados. Uma luta interna : ficar aqui ou ir para o campo. Sem muro, com câmeras. Vejo que a Buser (Uber de ônibus) vai passar a fazer entregas de coisas. Importante dar qualidade a todos os bairros. Aproveitar o que tem de bom .

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  8. Complementando meu comentário anterior, eu presenciei a Guarda Noturna quando o Rio não era mais o Distrito Federal. Estou falando de final dos anos 60 e início dos anos 70.

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  9. Não tenho o hábito de contestar comentários para evitar polêmicas mas não posso deixar de responder quando se trata de abordagens que podem gerar interpretações equivocadas. Posso estar sendo traído pela memória mas não me recordo de ter usado o termo "milicianos", em alusão pretérita ao assunto. A comparação com as atividades da atual denominada "milícia", pela amplitude dos interesses que envolvem essas atividades, me parece exagerada. Naqueles tempos, assim como mais tarde foi criada a polícia feminina, essas entidades privadas surgiram de uma espécie de "vacuum legis" que permitia essa iniciativa. Ocorre que, no caso específico da Guarda Noturna, esta não se preocupava em manter uma seleção rigorosa de seus componentes. Isso redundou em abusos de alguns elementos que se aproveitavam de suas funções para tentar obter "vantagens extras" de moradores que se recusavam a contratar os serviços dessa organização. E até em alguns casos retiravam as placas daqueles que não colaboravam com esses indivíduos. Minha família jamais pagou por esse tipo de prestação de serviço mas tivemos um vizinho que foi pressionado. Isso no tempo em que morei na zona norte. No Centro não me recordo desse tipo de atividade. Várias denúncias foram feitas na época que, com o tempo, redundaram no encerramento dessa atividade. Esse comportamento poderia gerar as supostas analogias mas definitivamente não há termo de comparação entre esse tipo de prestação de serviços do passado com a atual atividade deletéria das chamadas "milícias".

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    1. não tenho essa experiência aqui no RJ. Em SP também havia isso (mandei a placa para o Luiz) e, que eu saiba, nunca houve cobrança do serviço. Os GN apitavam de hora em hora e a gente se sentia seguro.

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  10. Na minha infância meus pais tinham um apartamento em Petrópolis , no Solar das Hortências , na Av. Ipiranga . De manhã na porta de casa eu encontrava uma garra de vidro com leite e tampa de um papel jornal quase origami de bem dobrado.

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  11. Bom Dia! Aqui em casa ainda tem caixa de correio, que diariamente é "recheada" com panfletos. A parte destinada a jornais e leite faz muito tempo foi desativada, ainda está lá só que virou parte da parede do muro.

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  12. A frase de então do Docastelo sobre a "GN" e a "VN" foi: "Eram as sucessoras das vetustas extorsões da "cosa nostra" e precursoras da atuais milícias, guardadas as devidas proporções."
    Talvez eu tenha exagerado no texto por não fazer a ressalva final.

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  13. Como o pão e o leite eram pagos? O morador deixava o dinheiro na própria caixinha de metal?

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  14. Antes da AGNDF existiu a Vigilância Noturna - VN que também colocava plaquinhas esmaltadas no topo da porta de estabelecimentos comerciais.

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  15. Tenho ligeira lembrança dos vigias de rua, do leite em garrafa de vidro com tampinha de folha de alumínio, se não me engano. De padeiro na rua só lembro dos que andavam de bicicleta com a cesta de pão, geralmente à tarde, não sei se faziam entrega bem cedinho.

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  16. Boa tarde a todos. Lembro bem dos GN e seus apitos, não me recordo de comentários desabonadores sobre sua atuação.
    Desde sempre a cidade do Rio de Janeiro conviveu com a violência, tal fato na minha opinião é devido a legislação que impede as pessoas possuírem sua própria arma para defesa própria.

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  17. Boa tarde a todos!

    Lembro da plaquinha e do apito. Deixávamos uma garrafa de água para o "nosso" guarda noturno.

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  18. Meu padrasto era guarda noturno. Ele trabalha para uma empresa, que de vez quando atrasava o salário. Ele mesmo fazia a cobrança do serviço, por meio de pequeninos pedaços de papel onde vinha o endereço dos contribuintes. Eu, pequeno, ajudava ele a separar os boletinhos, por ruas e números para facilitar a cobrança. Assim tomei conhecimento de diversos nomes de ruas de Copacabana, sem nunca ter frequentado. O adesivo da empresa dele era igual a esse (com o galo e as estrelas), mas as letras eram GNEG - Guarda Noturna do Estado da Guanabara. E sim, eles eram chamados de "panela de pressão", o que quase o fez sair da guarda.

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  19. Hoje em dia estão proliferando as placas das empresas de segurança, sabendo-se que a maioria tem laços com PM's ou outros agentes de segurança (ou laranjas). Mais ou menos comparando com as empresas que fazem manutenção de extintores, a maioria na mão de bombeiros (ou laranjas)...

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