GOLEIROS
DO PASSADO, por Helio Ribeiro
(Postagem
2 de 2)
Esta postagem é uma continuação
daquela de ontem.
1) POMPÉIA
José Valentim da Silva
nasceu em Itajubá (MG), em 27 de setembro de 1934.
Iniciou a carreira como
centroavante num clube da segunda divisão de Itajubá, formado por funcionários
da fábrIca de material bélico com sede naquela cidade. Mais tarde, ainda como
centroavante, passou para o São Paulo, da mesma cidade. Um dia o goleiro do
clube não pode jogar e José o substituiu com brilhantismo, chamando a atenção
de todos. Tempos depois, numa partida contra o Bonsucesso do Rio de Janeiro, o
juiz da partida, olheiro do clube carioca, se entusiasmou com ele e convidou-o
para vir jogar no Bonsucesso, onde assinou contrato em primeiro de abril de
1953, por 3 mil cruzeiros.
No ano seguinte
transferiu-se para o América, onde permaneceu por onze anos.
Luiz D´: aqui vemos Pompeia no time do América. Rubens, Pompéia, Edson, Ivan, Oswaldinho e godofredo. Agachados: Canário, Romeiro, Leônidas da "Selva", Alarcon e Ferreira.
O apelido Pompéia veio da
infância, quando gostava de desenhar os personagens Popeye e Olívia Palito. Os
seus colegas, com dificuldade de pronunciar Popeye, chamavam-no de Pompéia. O
apelido pegou.
Ele trabalhou num circo,
onde aprendeu as técnicas de impulsão que o tornaram famoso posteriormente.
Fazia defesas
espetaculares e espetaculosas. As más línguas o consideravam presepeiro. Fazia
a alegria da torcida quando atuava.
Waldir Amaral apelidou-o
de Constellation, um modelo de avião que fazia sucesso na época. Outros
apelidos vieram: Ponte Aérea (novidade na época), Caravelle (um modelo de
avião, por sinal muito bonito) e Fortaleza Voadora.
Abaixo, algumas das
fantásticas defesas de Pompéia.
Luiz D´: em um Flamengo x América, Pompéia defende um ataque do Dida.
Saindo do América, jogou
pelo São Cristóvão, o Galícia (de Salvador), o Clube do Porto e o Desportivo
Português. Em 1969, num jogo entre esse clube e o Real Madrid, defendeu uma
bola difícil, que no rebote foi chutada pelo famoso Di Stefano. A bola pegou na
sua cabeça e em consequência perdeu uma vista e teve a outra prejudicada,
forçando-o a abandonar o futebol.
Deprimido, sentindo-se só
e perdido, voltou-se para a bebida e morreu em 18 de maio de 1996, num quarto
de manicômio.
2) CASTILHO
Carlos José Castilho
nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de novembro de 1927.
Antes de entrar para o
futebol, foi carvoeiro, padeiro e leiteiro. Foi um dos melhores goleiros do
futebol brasileiro e considerado o melhor goleiro tricolor de todos os tempos.
Era grande defensor de pênaltis (em 1952, pegou seis deles). Daltônico, dizia
ser favorecido por ver como vermelhas as bolas amarelas, mas era prejudicado
quando as bolas eram brancas, na época usadas em jogos noturnos.
Conta-se que em 1950 um
leiteiro ganhou duas vezes na loteria (uma a de São João e outra a de Natal), e
em virtude disso "leiteiro" passou a ser sinônimo de sortudo. Como
Castilho tinha muita sorte ao defender bolas incríveis, as pessoas passaram a
dizer que ele não era leiteiro, e sim o dono da leiteria. Daí o apelido de
Leiteria que lhe deram.
Jogou pelo Fluminense de
1946 a 1965, num total de 698 partidas, tendo sofrido 777 gols e disputado 255
partidas sem sofrer nenhum gol.
Luiz D´: se bem me lembro a "leiteria" do Castilho era atribuída à quantidade de bolas que batiam na trave. Era mesmo um sortudo.
Luiz D´: nesse time do Fluminense identifico o Pinheiro, em pé, à direita. No ataque Telê, à esquerda, Didi e Robson, à direita. O Candeias poderá colaborar nessas identificações. Segundo ele, Píndaro e Jair Santana são os dois da esquerda. Ao lado do Castilho talvez seja o Clóvis. E entre Telê e Didi podem ser Quincas e Marinho.
Em 1957, tendo contundido
o dedo mínimo esquerdo pela quinta vez, o médico do clube disse que ele deveria
se afastar durante dois meses dos jogos, para tratamento. Castilho optou então
por amputar o dedo e duas semanas depois estava novamente em ação.
Luiz D´: me parece que amputou a 3ª falange do dedo mínimo. Esta falange era muito atingida e muitos goleiros, como o Manga, a tinham deformada. É o que se chama "baseball finger" (lesão do tendão extensor da 3ª falange).
Participou de quatro
Copas do Mundo: 1950, 1954 e campeão em 1958 e 1962.
Luiz D´: em 1958 e 1962 não jogou. Sempre ficou na reserva do Gilmar.
Em 2006 o Fluminense
inaugurou um busto ao famoso goleiro na entrada da sede social do clube.
Depois de abandonar o
gramado foi técnico de vários clubes.
Suicidou-se em 2 de
fevereiro de 1987, aos 59 anos, jogando-se de uma janela após visitar a ex-esposa.
O motivo do suicídio nunca foi esclarecido.
3) GARCIA
Sinforiano Garcia era
paraguaio, tendo nascido em Puerto Pinasco, em 22 de agosto de 1924.
Iniciou a carreira como amador
em 1939, no Club Olímpia de Assunção. Passou para o Atlético Corrales em 1944 e
em seguida para o Cerro Porteño. Em 1949, após dois jogos da seleção paraguaia
contra a brasileira, chamou a atenção de dirigentes do Flamengo e naquele mesmo
ano foi contratado no rubronegro.
A estreia de Garcia no
Flamengo ocorreu num amistoso contra o Arsenal, da Inglaterra, no estádio de
São Januário, em 30 de maio de 1949. O Flamengo venceu por 3 x 1.
Luiz D´: quando garoto ganhei minha primeira camisa de goleiro me "transformei" em "Garcia". Foi o meu primeiro ídolo como goleiro.
Em virtude de fratura de
clavícula, Garcia não pode disputar o campeonato de 1950. Conquistou o
tricampeonato carioca em 1953, 1954 e 1955.
Foi o segundo goleiro
estrangeiro no Flamengo, sendo precedido por José Tunel Caballero, em 1937, que
disputou apenas 18 partidas.
Defendeu o arco
rubronegro por 276 vezes, entre 1949 e 1958. Foi o segundo estrangeiro com
maior participação em jogo, perdendo apenas para Modesto Bria, com 369
atuações.
Luiz D´: depois de Garcia o Flamengo viveu muito tempo com goleiros apenas regulares como Ari "Preto", Ari "Branco", Mauro, Aníbal. Modesto Bria foi um grande amigo de meu pai.
Encerrou a carreira como
goleiro do Flamengo em 1958, tendo depois atuado no Canto do Rio e como treinador
no Cerro Porteño e no Coritiba Foot-Ball Club.
Faleceu em 29 de maio de
1992.
Luiz D´: Garcia integrou grandes times do Flamengo, como este acima: Pavão, Garcia, Servílio, Tomires, Dequinha e Jordan, em pé. Agachados: Paulinho, Rubens, Índio, Benitez e Evaristo. Servílio deu lugar a Jadir, Paulinho a Joel, Rubens a Moacir, Índio a Henrique, Benitez a Dida e Evaristo a Zagalo ou Esquerdinha.
4) UBIRAJARA
Ubirajara Gonçalves Motta
nasceu em 4 de setembro de 1936, no Rio de Janeiro.
Começou como
ponta-direita no Esporte Clube Simas. Já como goleiro, foi para o Deodoro
Futebol Clube, na Vila Militar. Fazia grande sucesso na época.
Por insistência de um
amigo, fez um teste no Bangu, em 1951, aos 15 anos de idade, tendo sido sagrado
campeão naquele mesmo ano na categoria Infanto Juvenil. Já na categoria
Juvenil, sagrou-se campeão carioca nos anos de 1952 e 1953.
Em 1955 passou para a
categoria de Aspirantes e no ano seguinte foi para o quadro principal. Em 1957
virou reserva do goleiro Ernâni. No ano seguinte este brigou com a diretoria do
clube e Ubirajara tomou seu lugar dali em diante.
Luiz D´: antes só "Ubirajara", tempos depois se tornou "Ubirajara Mota", para se diferenciar do Ubirajara Alcântara, goleiro do Flamengo que, em um concurso no Programa Flavio Cavalcanti foi eleito "o negro mais bonito do Brasil".
No Bangu atuou em 539
jogos, vencendo 287, empatando 135 e perdendo 117. Sofreu 541 gols.
Luiz D´: aqui vemos o Ubirajara no time campeão de 1966. Mario Tito, Ubirajara, Luiz Alberto, Ari Clemente, Fidélis e Jaime. Agachados: Paulo Borges, Cabralzinho, Ladeira, Ocimar e Aladim. Um timaço. Na final contra o Flamengo, numa época em que não eram permitidas substituições, Ari Clemente, ainda no primeiro tempo, deu uma traulitada em um dos melhores atacantes do Flamengo, Carlos Alberto, ponta-direita, tirando-o do jogo. No segundo tempo, inconformado com o resultado, Almir arrumou uma das maiores brigas acontecidas no Maracanã. Fui testemunha ocular de tudo que aconteceu.
Luiz D´: nos dois fotogramas vemos o famoso gol de cabeça do Almir em um Flamengo 2x1 Bangu. Caía água, como dizia Nelson Rodrigues, como no 5º ato de Rigoletto, um dilúvio tremendo. Centraram a bola da direita, Ubirajara deu rebote, a bola ficou presa na lama e Almir se jogou no chão e, de cabeça, empurrou a bola para as redes.
No Bangu atuou em 539
jogos, vencendo 287, empatando 135 e perdendo 117. Sofreu 541 gols.
Luiz D´: nesta foto vemos o lateral-esquerdo Marco Antonio do Fluminense, aos 43 minutos do segundo-tempo da final do campeonato de 1971, disputando a bola e fazendo falta em Ubirajara. A bola sobrou para o ponta-esquerda Lula que empurrou-a para as redes. O gol deu o título para o Fluminense. Os botafoguenses não perdoam o juiz José Marçal Filho por não ter invalidado o lance. Acrescenta o Candeias que, além da falta de Marco Antonio em Ubirajara, Flávio empurrou Brito, fazendo com que a bola ficasse livre para o Lula.
De 1972 a 1977 jogou pelo
Flamengo, tendo vestido a camisa rubronegra apenas 40 vezes. Ali encerrou sua
carreira.
Tornou-se empresário e
presidiu a Fundação de Garantia do Atleta Profissional (FUGAP). Morreu em 24 de
outubro de 2021, aos 85 anos de idade, de causas naturais.
5) CARLOS ALBERTO
Carlos Alberto Martins
Cavalheiro nasceu no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, em 25 de
janeiro de 1932.
Entrou para o Vasco da
Gama na categoria de juvenil em 1948 e atuou no time até 1957. Foi campeão
carioca em 1952 e 1956, conquistou a Copa Rio de Janeiro em 1953, o Troféu de
Paris em 1957 (na época considerado um Mundial de Clubes) e o Troféu Teresa
Herrera também em 1957. Foi o primeiro goleiro brasileiro a participar de uma
olimpíada, em Helsinque, no ano de 1952. Também participou da olimpíada de
1960, em Roma, além dos Jogos Pan-Americanos de 1959, quando recebeu medalha de
prata.
Por ser militar da ativa
da Aeronáutica, não podia ter contrato profissional nos clubes, jogando sempre
como amador.
Logo no início de sua
carreira no Vasco aconteceu um episódio curioso: no Torneio Rio - São Paulo,
Barbosa era o goleiro em campo. No intervalo da partida o Vasco o substituiu
pelo reserva Ernâni. Porém este se contundiu aos 20 minutos de peleja. Carlos
Alberto estava assistindo ao jogo na arquibancada. Os altofalantes do Maracanã o
convocaram, a pedido dos dirigentes vascaínos. Carlos Alberto desceu, vestiu a
camisa e defendeu o gol até o fim do jogo. Teve bela atuação e garantiu o
placar de 2 x 2, já existente quando de sua entrada em campo.
Em 1958, transferido para
São Paulo pela Aeronáutica, migrou para a Portuguesa de Desportos, onde jogou
de 1958 até 1960.
Luiz D´: curioso ele ter tido tempo para servir à Aeronáutica e jogar pelo Vasco da Gama. Quanto ao time da foto consigo identificar: Carlos Alberto, Paulinho, Bellini, Laerte, Orlando e Coronel. Agachados: Sabará, Vavá, ?, acho que Valter Marciano e Pinga.
Foi um dos quatro
goleiros convocados por Vicente Feola nos preparativos para a Copa do Mundo de
1958.
Morreu em 29 de junho de
2012, aos 80 anos de idade, no posto de Brigadeiro da Aeronáutica.
6) ADALBERTO
Adalberto Leite Martins
nasceu em São Paulo em 23 de abril de 1931.
Começou a jogar como
goleiro no Esporte Clube Cocotá, da Ilha do Governador, em 1946. Em 1948 entrou
para o time de juvenis do Fluminense. Em 1952 tornou-se reserva imediato de
Castilho e Veludo. Disputou 62 jogos pelo tricolor, sendo 51 como titular, nas
várias categorias. O primeiro jogo foi em 18 de abril de 1950 e o último em 27
de março de 1955.
A foto abaixo é do time
de aspirantes do Fluminense, ano de 1953.
Em julho de 1955 foi para
o Jabaquara, de Santos. Destacou-se no Torneio Rio - São Paulo de 1957,
disputado no primeiro semestre, e em 10 de maio daquele ano passou para o
Botafogo, jogando a primeira partida em 14 de julho, quando o alvinegro
conquistou o primeiro campeonato pós-Maracanã.
Luiz D´: o jogo final de 1957 foi Botafogo 6x2 Fluminense. Assisti ao lado de meu avô, botafoguense, que vibrou com os 5 gols de Paulinho Valentim e 1 gol de Garrincha, que teve atuação excepcional.
Pela equipe principal do
alvinegro disputou 81 partidas. Seu último jogo pelo Botafogo foi em 3 de
outubro de 1962.
Luiz D´: neste time do Botafogo consigo identificar Beto, Adalberto, Tomé, Nilton Santos, Pampolini e ? Agachados: Garrincha, Paulinho Valentim, Rossi, Edson e Quarentinha.
Ao perceber que seria
difícil continuar a carreira tendo como postulantes Manga, Ernâni e Ari Jório,
resolveu se tornar funcionário do clube e virou Auxiliar Técnico do treinador
Paraguaio.
Exerceu algumas outras
funções ligadas ao desporto, já fora do Botafogo.
Morreu em 6 de abril de
2019, aos 87 anos de idade.
Luiz D´: a foto mostra uma defesa de Adalberto frente a Dida, do Flamengo.
Uma história curiosa é contada pelo João Saldanha em seu ótimo "Subterrâneos do Futebol", lançado nos anos 60. Uma boa parte do livro descreve uma excursão longa do Botafogo pela Europa. Certa vez foram jogar no inverno na Suécia e fazia um frio siberiano. Adalberto parecia um boneco de tanta roupa que vestiu para aguentar o frio. Como o time adversário era muito inferior ao Botafogo, a bola não passava pela área do Botafogo. Saldanha achou que o Adalberto estava cinza e que ia morrer de frio. Mandou levar para ele um aguardente sueco "para esquentar". Dali a um pouco Adalberto ria sozinho, sem parar...
*************************************
RESUMO
E ESTATÍSTICAS
------- FIM
DA POSTAGEM --------
Luiz D´: agradeço mais uma vez ao Helio Ribeiro pela colaboração. Como o assunto é de um tempo em que me deslumbrava com o futebol brasileiro, bem diferente dos tempos atuais, me permiti complementar alguns comentários.
Falei do Pompéia ontem e está aqui a figura. Eu vi em alguma revista de futebol, acho, uma foto do Pompéia numa "ponte aérea" porém no nível do travessão. Talvez tenha sido uma foto preparada, com um travessão a um metro e meio de altura, não sei, mas é uma imagem daquelas que não sai de moda nunca. Obrigado SDR.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirDaqui a pouco tem corrida e vou ficar em frente à TV. Mais uma leva de goleiros dos quais a maioria ouvi falar (outros, nem isso...).
Os primeiros goleiros que eu lembro são Raul, Leão, Mazaropi, Felix, entre outros dos anos 70. Abrindo para o resto do país, Waldir Peres, Carlos e outros por causa da seleção.
PS: ontem, o Barbosa ficou mais contente do que o Castilho...
ResponderExcluirPS 2: o Andrada ficou marcado para sempre como o "goleiro do gol 1000 do Pelé".
ResponderExcluirBar aberto domingo!
ResponderExcluirLembro que no tempo do Pompeia, além do Ari, havia o Osni como opção para o gol.
No Flamengo um goleiro do nível do Garcia só o Marcial nos anos 60.
No Botafogo acho que o Amaury e o Lugano foram contemporâneos do Adalberto.
O Fluminense depois do Castilho teve um excelente goleiro chamado Claudio que ligo foi para o Santos.
O Vasco tinha o Victor Gonzalez e um chamado Ita.
Eu também li este ótimo livro do Saldanha, que teve uma reedição há poucos anos.
Parabéns ao Helio e ao Luiz pelo tema.
Sugiro uma postagem sobre jogadores ou técnicos folclóricos do século passado tipo Cafuringa, Dario, Berico, Gentil Cardoso, Neném Prancha, Garrincha, Bujica, Tinteiro, Perivaldo, Moisés, Wilton, Dé, Ramirez, Anselmo, Cocada, Joel Santana, etc
No foco, futebol, mas também fora de foco, posição = atacante, me lembrei de um jogador das décadas de 60/70, ponta esquerda do São Paulo, de apelido Paraná e que fez parte da seleção que foi à Copa do Mundo de 1966.
ExcluirFicou famoso por - em um dos jogos preparatórios - errar a bola e chutar o pau da bandeirinha ao cobrar um escanteio.
Pernas de pau sempre houve, inclusive nas seleções da época de ouro do futebol brasileiro, mas eram poucos comparado com a quantidade de agora.
POMPÉIA – Se tivesse sido atleta de campo seria excelente no salto em altura, que chegou a praticar acho que quando fez o serviço militar.
ResponderExcluirDe pé: Rubens, Pompéia, Edson, Ivan Bahiense (dentista), Oswaldinho e Godofredo. E é Alarcon e não Genuíno ao lado do Leônidas.
GARCIA – Sempre me impressionou pela tranquilidade. Esse time do Flamengo é o da final de 1954, em que Paulinho fez um golaço da direita em Victor Gonzalez, do Vasco, parecido com aquele do Nelinho contra a Itália em 1978 na Copa da Argentina.
CASTILHO – Ele, Didi, Nilton Santos e Julinho Botelho são até hoje minhas grandes admirações no futebol. Falo apenas de seres humanos, Garrincha e Pelé não entram nessa lista. No meu tempo de menino na Urca ele era goleiro de todos os times de botão, fosse qual fosse o time.
De pé: Píndaro e Jair Santana são os dois da esquerda. Aquele mais baixo pode ser o Clóvis. Os dois entre Telê e Didi podem ser Quincas e Marinho.
UBIRAJARA MOTTA – Além de Carlos Alberto o Flamengo também teve Nelsinho com uma entorse no joelho mancando o tempo todo na final de 1966. Apesar de estar praticamente com nove e o Flamengo perdendo de 3 x 0 o jogo transcorria normalmente até que o jogador Ladeira, do Bangu, agrediu Paulo Henrique por trás com um soco e correu para o lado do Bangu mas, ao ver Almir correndo em sua direção, resolveu voltar atrás e foi em direção ao lado do Flamengo, onde Itamar o parou metendo os dois pés no peito do banguense, que caiu e foi chutado por Almir. Aí começou a confusão.
No jogo com o Fluminense em 1971, além da falta de Marco Antônio em Ubirajara, Flávio empurrou Brito depois, fazendo com que Lula ficasse livre para marcar o gol da vitória e do título.
Eu sabia que a colaboração do Candeias seria imprescindível e o convoquei ontem...
ExcluirNaquele time do Botafogo o atacante do meio é o Rossi.
ResponderExcluirMesmo não sendo aficionado, incluiria nessa lista o Yashin, aranha negra que, mesmo não sendo brasileiro (assim como o Garcia), também atuou por aqui e, salvo engano, foi o único goleiro a ganhar a bola de ouro.
ResponderExcluirApenas como citação, houve o Zico, icônico goleiro do Paraná, lembrado até hoje como herói pelas inúmeras façanhas, incluindo uma defesa de pênalti com a cabeça.
Imagino a missão árdua dos goleiros de antigamente, deveriam sofrer com as porradas daqueles "courinhos"; quando molhados então dobravam de peso.
ResponderExcluirUma coisa que acho interessante e intrigante é referente ao tamanho das torcidas. Por que as torcidas do Fla e Vasco tornaram-se maiores aqui no Rio? As torcidas do Fla e Corinthians cresceram exponencialmente nos anos 50, 60 e 70, mas este crescimento não foi correspondente diretamente a conquistas de títulos. O Corinthians ficou quase duas décadas sem ganhar nada, só começou a ganhar titulos importantes a partir da década de noventa. O Fla só começou a ganhar títulos importantes a partir do final dos anos 70, quando a torcida já era gigantesca. Nesta altura já havia passado Ari Barroso com a gaita, Ciro Monteiro flameguista de quatro costados, Maria Alcina cantando "Fio Maravilha" no Maracanãzinho e Jorge Bem que nem precisa comentar.
Se não me falha a memória o Mário Filho citou em seu livro Histórias do Flamengo que o futebol no clube rubro-negro já começou popular em 1912 por ter abrigado os dissidentes do Flu, campeões do ano anterior.
ExcluirComo não tinha campo, começou treinando na Praça do Russel, onde ídolos conviveram com o povo.
Nos anos 30 foram craques como Leônidas da Silva e Domingos da Guia e depois os tri dos anos 40 e 50.
Tudo isso transmitido pelas rádios, não só para o então Distrito Federal e o Estado do Rio como para todo o restante do Brasil.
Agora vou lá em cima fazer as correções sugeridas pelo craque Candeias.
ResponderExcluirSó não tinha ouvido falar dos dois últimos.
ResponderExcluirCheguei a ter um goleiro de futebol de botão com o nome do Garcia, que não vi jogar, mas resolvi homenagear um dos tricampeões rubro-negros dos anos 50, que eram sempre citados pelo meu pai.
Como lá em casa era sempre Fla-Flu, do outro lado da mesa o goleiro era o Félix, também uma caixa de fósforo cheia de pequenas pedras e envelopado com fita de isolamento preta, o escudo tricolor e uma fina faixa de esparadrapo representando aquela beira de sunga do goleiro do clube das Laranjeiras.
Aprendi hoje que "São" Castilho, como era chamado pela torcida tricolor, suicidou-se. Dr.D' tem certeza que o motivo do suicídio nunca foi esclarecido?
ResponderExcluirNão consigo entender como Castilho via as bolas que vinham contra a sua meta, uma vez que, certamente, as fartas sombrancelhas deveriam atrapalhar sua visão.
Bom domingo! Ótimas informações, algumas reflexões! A glória efêmera experimentada por jovens humildes se transforma em desgraça de pobreza, alcoolismo, e muitas vezes tragédia. Empresários tomavam conta da carreira do atleta? Existiam "parças"? Efeito Garrincha? Heleno de Freitas era o Neymar de hoje, que fim levarão os mega milionários contemporâneos?
ResponderExcluirA "ponte" dos goleiros era uma jogada sensacional. Ou pular para agarrar a bola com a mão trocada (vou pra esquerda e estica a mão direita).
E ainda os goleiros de vida curta. Na seleção de 70 o galã Ado, que fim levou? Já nos jogadores com carreira estável hoje, Raul (camisa amarela), Junior capacete, Gerson canhotinha, Dé aranha.
Por último, vi uma foto hoje do Carlos Alberto Parreira. Deformado! Fez a tal da "harmonização facial" (cirurgia plástica de pobre!)? A expressão é de profunda depressão. Triste. "sic transit gloria mundi"!
Há um filme chamado "Heleno" que, as vezes passa no canal Brasil. O filme explica muito bem o motivo da derrocada do atleta. É protagonizado pelo Rodrigo Santoro. Imperdível para quem gosta de futebol.
ExcluirNunca vi uma "harmonização facial" dar certo. KKKKK!!!!!
Pesquisa rápida:
ExcluirO Ado jogou no Corinthians de 69 a 74, depois América RJ e depois sem outros registros de clube.
Está com 74 anos, mora em São Paulo (capital) e é dono de 2 escolinhas de futebol.
Como é que o goleiro Carlos Alberto chegou a Brigadeiro se jogava futebol profissional mesmo não sendo "profissional"?
ResponderExcluirSe você ler o parágrafo logo abaixo da foto do time formado do Vasco, verá que ele sempre jogou como amador.
Excluircoisas do Brasil...
ResponderExcluirNuma "mesa redonda" o jeito é falar de F1.
ResponderExcluirAcho que foi a melhor corrida do ano até agora.
A corrida de hoje mostrou como Verstappen está em outro nível. Quando dá tudo errado, ainda chega em quinto por causa da escolha inicial dos pneus.
ResponderExcluirDe resto, os quatro primeiros pilotos em perseguição frenética até a última volta, quando um deles bateu. E uma vitória da Ferrari depois de mais de um ano.